Qual a diferença entre transtorno e disturbio

É bastante comum ouvir falar a respeito de doenças, síndromes e transtornos. Muitas vezes usados como sinônimos, esses termos podem ser mal empregados pela população. A seguir, vamos diferenciar cada um deles.

Tópicos deste artigo

  • 1 - → Doenças
  • 2 - → Síndromes
  • 3 - → Transtornos

→ Doenças

Em geral, as doenças são definidas como um estado de ausência de saúde, porém essa definição não é muito objetiva. Podemos caracterizar uma doença como a alteração em determinado órgão, na psique ou até mesmo do organismo como um todo, que leva a sintomas específicos e apresenta causas conhecidas.

  • Exemplo de doença: Dengue. A dengue é causada por um vírus transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti. Seus sintomas são febre alta, manchas na pele e dores musculares e nas articulações. Em alguns casos graves dessa doença, observam-se hemorragias.

→ Síndromes

As síndromes são definidas como um conjunto de sinais e sintomas que acontecem ao mesmo tempo no paciente e podem ter causas diversas. Isso quer dizer, então, que as síndromes apresentam diferentes causas, e não apenas uma definida, e são determinadas por um conjunto de sintomas, diferenciando-se, assim, das doenças que têm causas conhecidas e sintomas específicos. Normalmente,são denominadas de síndrome também aquelas alterações das quais ainda não se sabe a causa.

  • Exemplo de síndrome: Síndrome de Down. Essa síndrome acontece em decorrência de uma trissomia do cromossomo 21, que pode ter várias causas. Pessoas com essa alteração genética apresentam, em geral, rosto com contorno achatado, implantação baixa da orelha, boca pequena com língua projetando-se para fora e mãos e pés pequenos e grossos. Além disso, as doenças cardíacas são comuns em pacientes com Down, que também são pessoas com risco aumentado de desenvolver leucemia.

→ Transtornos

Os transtornos, termo utilizado amplamente em psicologia e psiquiatria, dizem respeito a alterações no estado normal de saúde, causando incômodo no acometido. Eles podem ocorrer no âmbito da saúde mental e levar ao comprometimento das ações do dia a dia do paciente e de sua personalidade, causando-lhe sofrimento ou incapacitação. Vale salientar que, quando analisamos quadros clínicos mentais, poucos são os casos que podem ser tratados como doença, pois é difícil estabelecer os sintomas específicos e as causas de todos.

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  • Exemplo de transtorno: Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Esse transtorno se caracteriza por uma tríade sintomatológica clássica: desatenção, hiperatividade e impulsividade. Pessoas que apresentam esse transtorno podem ter dificuldade de concentrar-se em suas atividades, seguir instruções, realizar tarefas e organizar-se. Elas ainda podem ter agitação e dificuldade de desenvolver suas atividades de maneira silenciosa, respondem precipitadamente a questões e possuem dificuldade de esperar a sua vez.

Atenção: A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é assim chamada por razões históricas, entretanto, já se conhece bem suas causas e a forma como ela afeta o corpo do indivíduo contaminado pelo vírus e, por isso, é considerada uma doença.

Por Ma. Vanessa Sardinha dos Santos

Você já deve ter ouvido os termos transtorno, distúrbio e síndrome na hora de falar sobre uma doença, por exemplo, principalmente psiquiátrica. Porém, todas essas palavras têm significados diferentes que condizem com cada condição e como ela afeta o organismo, muitas delas se relacionando em um mesmo diagnóstico.

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São diversas as condições existentes que são classificadas dentro desses termos, mas antes de falar sobre elas, é preciso entender melhor essa questão. Por isso, o Canaltech conversou com a Dra. Luisa Polonio, psiquiatra, que nos explicou do que se tratam essas palavras no dia a dia e na sua rotina de trabalho.

Imagem: Reprodução/Raman Oza/Pixabay

Doença - De acordo com a psiquiatra, o termo doença é aquele usado para condições que possuem uma causa definida. "Ou seja, é possível definir a origem daqueles sintomas por meio de exames. Um exemplo na área da psiquiatria é a Doença de Alzheimer", explica a médica. Essas anormalidades no organismo podem provocar sintomas físicos e psicológicos, como estresse, problemas sociais, dores e disfunções, e dependendo de cada risco podem levar à morte.

Síndrome - As síndromes, por sua vez, consistem em um conjunto de sinais e sintomas que definem um determinado estado clínico que esteja associado a problemas gerais de saúde, que nem sempre possuem a causa clara, podendo ela ser reconhecida pela ciência ou não, e ainda ter várias possíveis origens. Dois exemplos dentro da psiquiatria são a Síndrome de Down e a Síndrome do Pânico.

Distúrbio - Já os distúrbios são anormalidades funcionais de um órgão ou de um sistema, explica a médica, que não necessariamente fecham em algum diagnóstico. No caso das condições mentais, esses problemas acabam prejudicando as funções do sistema nervoso central e é preciso entender o que vem causando este desequilíbrio químico.

Transtorno - Por fim, "os transtornos mentais são uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento do funcionamento mental. São associados a sofrimento e incapacidade significativa que afetam atividades sociais, profissionais e outras", completa.

A médica explica ainda que os transtornos mentais têm causas diversas, desde a predisposição genética, doenças clínicas associadas, uso de substâncias, múltiplos traumas durante a vida, até a privação de sono, pressão no trabalho, conflitos familiares, ou ainda cenários de incertezas, como a pandemia da COVID-19. Eles podem ser, por exemplo, ansiedade, depressão, TOC (transtorno obsessivo compulsivo), TAG (transtorno de ansiedade generalizada), entre outros.

Níveis de gravidade

Dra. Polonio explica que todos os transtornos psiquiátricos contam com especificadores que podem ser divididos nas categorias leve, grave ou moderado, e que isso faz com que o diagnóstico de pessoas diferentes gerem também diferentes graus de sofrimento e incapacidade.

"O desfecho mais grave, a que devemos sempre estar atentos, é quanto ao risco do paciente cometer suicídio, e sobre esse quadro, os principais transtornos sobre os quais precisamos nos atentar são os de humor, como depressão e transtorno bipolar, seguido de esquizofrenia, transtornos de personalidade e, por fim, usuários de drogas e álcool", alerta a profissional.

Felizmente, todos esses quadros contam com tratamentos bem estabelecidos, mas existem empecilhos que podem prejudicar esse processo, como a dificuldade de acesso a bons serviços de saúde, a falta de acompanhamento multidisciplinar e pouco apoio familiar e social durante os períodos mais críticos da doença. Segundo a médica, as síndromes mais raras se relacionam a sintomas que se encaixam na psicose (transtorno mental que altera a percepção das pessoas em relação às coisas, acontecimentos e pessoas que a cercam).

Cura e tratamento

Grande parte dos transtornos mentais são crônicos, como conta a psiquiatra. Por isso, os tratamentos, que têm duração mínima de um ano, devem fazer efeito sobre os sintomas que estão acontecendo no presente e também pensando em evitar recorrências futuras. Muitos desses tratamentos, no entanto, acabam durando a vida inteira.

A maioria dessas doenças apresenta uma boa resposta ao tratamento, que consiste em acompanhamento psiquiátrico e multidisciplinar com medicações. No entanto, há ainda a possibilidade de incrementar o processo com o acompanhamento psicológico, nutricional, com terapeutas ocupacionais e educadores físicos, por exemplo, que podem melhorar — e muito — a qualidade de vida do paciente junto aos sintomas. "Pois mais do que extinguir os sintomas, o objetivo do tratamento, sempre que possível, é retornar a funcionalidade anterior, ou seja, voltar ao trabalho, às atividades de lazer e a ter uma boa rede de relacionamentos saudáveis", complementa.

Existem alguns casos, como a esquizofrenia refratária (ou resistente) ao tratamento e depressões graves, em que psiquiatras podem recomendar ainda tratamentos específicos, como a neuromodulação magnética transcraniada e eletroconvulsoterapia, que é feita sob anestesia em centro cirúrgico, como conta a médica, revelando que até mesmo gestantes podem receber.

No Brasil, os tratamentos evoluíram com rapidez, segundo Polonio. Ela conta que houve uma grande mudança nos tratamentos no final da década de 1980 com a chegada de medicamentos de boa eficácia. Esses remédios trouxeram uma boa tolerância para o paciente, com poucos efeitos colaterais em comparação com os anteriores.

"Isso melhorou muito a adesão aos tratamentos. Após esse período, com frequência surgem novas opções de fármacos que possuem esse perfil de tolerabilidade. Nessa época também surgiram algumas psicoterapias que se propuseram a ter forte embasamento científico, como é o caso da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental) e o EMDR (Dessensibilização e processamento por meio de movimentos oculares)", completa a médica.

Fonte: Canaltech

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Qual a diferença de distúrbios e transtornos?

TRANSTORNO: é uma perturbação de ordem psicológica e/ou mental que causa incômodo na pessoa devido a falha de estimulação na região frontal do cérebro; DISTÚRBIO: é uma disfunção do Sistema Nervoso Central no cérebro que causa desequilíbrio patológico por alguma alteração violenta de ordem natural.

O que é o transtorno?

Transtorno é um substantivo masculino que significa o ato ou efeito de transtornar sendo também sinônimo de alteração, contratempo, contrariedade e prejuízo.

Quais são os tipos de transtornos?

Os Transtornos Mentais mais comuns no Brasil.
Ansiedade. ... .
Depressão. ... .
Transtornos Alimentares. ... .
Transtorno Bipolar. ... .
Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC) ... .
Esquizofrenia. ... .
Estresse pós-traumático. ... .
Transtorno de personalidade Borderline..

O que pode substituir a palavra transtorno?

Perturbação, alteração, mudança.