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Você, por acaso, chegou a acompanhar as recentes manifestações indígenas em Brasília? De um lado, o aumento do número de acampamentos na capital federal e, do outro, o Ministro Sérgio Moro autorizando o uso da Força Nacional para tentar controlá-los. Não é a primeira vez que algo assim acontece. O Movimento Indígena é bem antigo e forte no Brasil. Mas afinal, qual a história desse movimento e quais seus objetivos? Assim como já esclarecemos outros movimentos sociais, como o Movimento Negro e o Movimento Feminista, nesse texto, é a vez do Movimento Indígena! História do movimento indígenaA luta pela garantia dos direitos indígenas se confunde com a própria história americana, trazendo à tona questões socioambientais e humanitárias que ainda precisam ser discutidas. O marco do movimento indígena data de 1940, no México, momento em que foi realizado o primeiro Congresso Indigenista Americano (Convenção de Patzcuaro), com o objetivo de criar e discutir políticas que pudessem zelar pelos índios na América. Porém, no Brasil, começaria a se manifestar de maneira mais organizada apenas na década de 70, tendo em vista a necessidade de proteção de terras em relação a políticas expansionistas da ditadura militar. Logo após esse período, em 1983, o primeiro deputado federal indígena é eleito no país, reforçando a ideia de que, para evoluir em sua luta, os povos indígenas precisariam ser representados por quem a conhecia e vivenciava de fato. Nos anos seguintes, os indígenas fizeram-se presentes no Congresso Nacional e na política de forma geral, organizando protestos e criando grupos autônomos de reivindicações. Algum tempo se passou até que, em 2002, fosse criada a APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), como uma maneira de unir as necessidades dos povos em geral em uma única voz. Veja também nosso vídeo sobre direitos étnicos-raciais no YouTube!
O que busca o movimento indígena?Os indígenas possuem como objetivo central de sua movimentação política a conservação e delimitação de áreas indígenas, ou seja, terra. Porém, esse conceito é muito mais amplo do que o conceito literal. Dentro do conceito “terra”, estão inseridas reivindicações como educação, saúde diferenciada, respeito e reconhecimento à cultura, projetos socioeconômicos destinados aos diversos povos, áreas de preservação e fiscalização ao cumprimento de leis e demarcações. A luta do movimento indígena no Brasil abrange muito mais do que apenas o território físico. Uma de suas grandes exigências é a possibilidade de manter sua cultura, seu modo de vida. O que diz a lei sobre os indígenasEm 1973, foi promulgada a lei 6.001, que ficou conhecida como “Estatuto do Índio”. Na época de sua formulação, a cultura indígena era vista como “transitória” e o índio como “relativamente incapaz”. Seguindo essa visão, os povos indígenas eram considerados tutela do Estado até que sua integração com a sociedade brasileira fosse realizada. A responsabilidade seria do Serviço de Proteção ao Índio, órgão que deu espaço para atual Fundação Nacional do Índio – FUNAI. Após a constituinte de 1988 – processo no qual os índios fizeram-se presentes – passa a ser assegurado o direito à sua própria cultura, direito processual e direito às terras tradicionalmente ocupadas, impondo a União o dever de zelar pelo cumprimento dos seus direitos:
Em 2002, no Novo Código Civil, o índio deixa de ser considerado relativamente incapaz e sua capacidade deve ser regulada por legislação especial:
Leia também: Declaração sobre os Direitos dos Povos Indígenas PolêmicasGrandes confrontos, normalmente armados, rodeiam a história dos indígenas no Brasil. Normalmente, esses enfrentamentos – que costumam ser confrontos violentos – ocorrem entre os povos nativos e empresários do agronegócio ou produtores rurais. São evidentemente “lutas” por território, muitas vezes desencadeadas por uma carência de políticas destinadas à efetiva demarcação e fiscalização das terras em questão. O movimento indígena também já promoveu inúmeras ocupações a prédios públicos ou a sedes de organizações ligadas ao governo, como a FUNAI. O movimento tornou-se muito ativo na política brasileira, participando na elaboração de projetos de lei, criação de ONGs representativas e se fazendo presente em dias de votações importantes no Congresso Nacional. Movimento Indígena em 2019A 15º edição do acampamento Terra Livre, comentado no início desse texto, trouxe a pauta “Sangue indígena. Nas veias, a luta pela terra e pelo território” e contou com cerca de 4 mil pessoas na capital do país. O grupo defendia a transferência da Funai do atual Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Além disso, eles também desejam mudanças na demarcação de terras indígenas – que hoje compete ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Por fim, foram questionadas mudanças recentes feitas pelo governo federal, como a alteração para a posse de armas de fogo no Brasil e a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Conseguiu entender como surgiu o Movimento Indígena? Deixe suas dúvidas e sugestões nos comentários! Referências:
Qual é a importância da resistência indígena no processo de preservação de sua cultura?Os índios perderam suas terras e a liberdade para exercer sua cultura. Ainda hoje, o povo indígena luta para ter seu espaço respeitado e apenas deseja que sua cultura não desapareça. “O Brasil é o único país que não dá valor a suas raízes, mas todos são um pouco índios.
Qual a importância da preservação da cultura indígena para o povo brasileiro?A cultura indígena possui importância fundamental na construção da identidade nacional brasileira. Ela está presente em elementos da dança, festas populares, culinária e, principalmente, na língua portuguesa falada no Brasil, que é fruto do processo de aculturação entre povos indígenas, negros e europeus.
Qual foi a importância das lutas e resistências indígenas?133-154). Infelizmente, vemos que até hoje, não há lugar para os povos indígenas na sociedade brasileira e que cada vez mais seus direitos são desrespeitados. Portanto, só através da luta e resistência indígena que se faz presente desde a colonização se garante e conquista direitos territoriais e de cidadania.
Por que devemos preservar a arte indígena qual sua importância?A salvaguarda dos patrimônios indígenas garantirá, às gerações futuras, acesso aos testemunhos de sua história e aos domínios da vida social que dão significado aos complexos processos de construção de identidades", explica Ana Gita de Oliveira, Gerente de Identificação e Registro do Departamento de Patrimônio ...
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