Qual a relação do desmatamento com o gás carbônico e o aquecimento global?

Qual a relação do desmatamento com o gás carbônico e o aquecimento global?

Foto: Depositphotos.com

A floresta Amazônica já está emitindo mais gás carbônico, CO2, do que absorvendo. É o que indica o estudo “Amazonia as a carbon source linked to deforestation and climate change” (em tradução livre, “A Amazônia como uma fonte de gás carbônico ligada ao desmatamento e mudanças climáticas”).

A pesquisa foi liderada por Luciana Gatti, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e publicada na revista científica Nature. O desequilíbrio ecológico apontado pelo estudo demonstra uma mudança gradual que ocorreu no ecossistema, causada pelas contínuas agressões ao território da floresta Amazônica.

Em 2014, a Nasa – Agência Espacial Americana – divulgou um estudo no qual apontava que a Amazônia ajudava na absorção de gás carbônico na atmosfera, contribuindo na redução do aquecimento global.

Já a pesquisa recém-publicada aponta fatores como o desmatamento, as secas, as grandes queimadas e as mudanças climáticas como os responsáveis pela transformação da Amazônia. Esta é a primeira vez que uma pesquisa indica a diminuição do potencial de absorção da floresta.

Uma das justificativas para isso seria o fato de que as árvores vivas seriam responsáveis pela absorção do CO2, enquanto as árvores mortas emitiriam o gás. Como a floresta passou por inúmeros períodos de degradação causados pelos fatores citados, a inversão do cenário seria um processo natural.

O estudo também indica que a diminuição da quantidade de chuvas nas regiões desmatadas e queimadas, fez com que a temperatura aumentasse cerca de 2 graus em parte da floresta. Isso fez com que as árvores emitissem mais CO2 para compensar o desequilíbrio.

Com o estrago já feito, e cientificamente comprovado, resta agora o investimento em políticas públicas voltadas para a proteção desses territórios, ações de preservação e, principalmente, restauração desse importante ecossistema.

Selecionamos as principais notícias sobre a pesquisa e seus resultados. Confira!

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    Publicado: Sexta, 23 de Setembro de 2016, 16h33 | Última atualização em Terça, 19 de Novembro de 2019, 15h32

    As florestas e os ecossistemas naturais armazenam grandes quantidades de carbono, tanto na estrutura da vegetação quanto no solo. Na comparação com as florestas de climas temperados, as florestas tropicais são mais densas e com menores flutuações sazonais no fluxo de carbono, constituindo-se como importantes estoques de carbono que contribuem para a estabilidade do clima global. As florestas tropicais ainda abrigam cerca de 50% da biodiversidade terrestre, desempenham um papel fundamental para regular a oferta de recursos hídricos e para a conservação dos solos. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 1,6 bilhões de pessoas dependiam das florestas para a subsistência no ano de 2011.

    O desmatamento e a degradação florestal são atividades que emitem gases causadores do efeito estufa (GEE), sobretudo gás carbônico (CO2), que causam a mudança do clima. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, o setor de Florestas e Outros Usos da Terra teve participação de 12% nas emissões globais no período de 2000 a 2009.

    Além de contribuir para o efeito estufa, o desmatamento gera outros impactos negativos para a sociedade e o meio ambiente. Ameaçando espécies da fauna e da flora com a destruição de habitats, afetando diretamente o meio de vida de milhões de pessoas, comprometendo a oferta hídrica de outros tantos milhões e contribuindo para a perda de solos férteis e a erosão. O desmatamento e as queimadas afetam também o clima local reduzindo a umidade nas áreas atingidas e podendo afetar o fluxo das chuvas no território.

    REDD+ foi criado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) para incentivar países em desenvolvimento a conservar e a recuperar suas florestas. A conservação e recuperação de florestas traz benefícios para a mitigação e adaptação à mudança clima, frente a seus efeitos adversos, ao mesmo tempo em que proporcionam benefícios para a conservação da biodiversidade e oferece serviços ecossistêmicos para os povos que vivem na floresta, e também para as populações que vivem nos centros urbanos, como a regulação do clima.  

    Clique aqui para fazer o download da Nota Informativa sobre "Florestas tropicais, mitigação e adaptação à mudança do clima".

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    Qual é a relação entre o desmatamento gás carbônico e o aquecimento global?

    O desmatamento de florestas vai provocar um aquecimento do clima global muito mais intenso do que o estimado originalmente, devido às alterações nas emissões de compostos orgânicos voláteis e às coemissões de dióxido de carbono com gases reativos e gases de efeito estufa de meia-vida curta.

    Qual a relação entre o gás carbônico e o aquecimento global?

    CO2 – Responsável por cerca de 60% do efeito-estufa, cuja permanência na atmosfera é de pelo menos centena de anos, o dióxido de carbono é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos, que destroem reservatórios naturais e sumidouros, que tem a ...

    Qual é a relação do desmatamento e queimadas com o aumento do aquecimento global?

    O desmatamento das áreas naturais contribui para o aquecimento global no sentido de promover um desequilíbrio climático decorrente da remoção da vegetação, que tem como função o controle das temperaturas e dos regimes de chuva.

    Como o desmatamento contribui para o aquecimento global?

    Quando ocorrem mudanças no uso do solo, ou seja, uma floresta é derrubada e queimada, dando lugar ao estabelecimento de pastagem, agricultura ou outra forma de uso da terra, ocorre a liberação de uma grande quantidade de carbono na forma de CO2 para a atmosfera contribuindo, assim, para o aquecimento global.