Qual é a importância do ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental?

Pergunta de Constança Adriana Lopes Maia em 31-05-2022

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O ensino de História é de fundamental importância pois, nas séries iniciais, consiste em colaborar no sentido de a criança situar-se no ambiente em que está inserida, como um ser que faz sua “história” desde o nascimento.


Qual é a importância do ensino de História?

A história tem uma relação direta com o homem em seu tempo. A história é uma ciência que estuda a vida do homem através do tempo. Ela investiga o que os homens fizeram, pensaram e sentiram enquanto seres sociais. Nesse sentido, o conhecimento histórico ajuda na compreensão do homem enquanto ser que constrói seu tempo.

O que é o ensino de História nos anos iniciais?

A disciplina de História se faz presente nos anos iniciais do ensino fundamental por meio de vários conteúdos que proporcionam à criança uma formação de pensamento transformador, permitindo a ela que se perceba como sujeito histórico e que tudo que a cerca também faz parte desse processo.


Qual o foco do ensino de História no ensino fundamental anos iniciais?

O foco deste ensino passa a ser o desenvolvimento intelectual do aluno, por isso, há uma recomendação para que o professor construa seu planejamento a partir de situações problemas, denominadas de eixos temáticos nos PCNs.


Qual a importância da disciplina de História na educação infantil?

As crianças podem associar as histórias que leem ou escutam com situações que elas vivem, o que ajuda no desenvolvimento de formas de lidar com dificuldades, sentimentos e emoções. Além disso, é um estímulo à memória, já que relembram experiências que viveram ou que escutaram seus parentes contarem, por exemplo.


Balaio - A importância do ensino de história

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Qual o objetivo da contação de história na educação infantil segundo a Bncc?

A BNCC (2018, p. 43) aponta que “criar e contar histórias oralmente, com base em imagens ou temas sugeridos” é um dos objetivos de aprendizagem no campo das experiências(Escuta, fala, pensamento e imaginação) muito importante no desenvolvimento das crianças bem pequenas, como as do Maternal II. BRASIL.


Qual o papel da disciplina de história?

A função pedagógica da disciplina de história, aplicada de maneira adequada, é formar e desenvolver características dos alunos, além de, incentivar o aluno a desenvolver reflexões, opiniões, senso crítico, senso coletivo e participativo, despertando interesses e curiosidades, querendo formar sua própria história, ...


O que se aprende em História no 1 ano?

[1º Ano]Pré-História.O Egito Antigo.A Mesopotâmia.Os hebreus.Os fenícios.Os persas.A civilização grega.A civilização romana.


O que ensina a disciplina de História?

A história estuda as mudanças e permanências ocorridas na sociedade. Procura perceber o modo como às pessoas viviam nos tempos antigos e como vivem hoje, bem como a relação entre aqueles tempos e os tempos atuais. Ou seja, a história estuda o tempo passado e também o presente.

História e Identidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

1.-Introdução.

A didática utilizada no processo de ensino e aprendizagem de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental tem passado por uma transformação significativa nas últimas décadas, provocando uma reviravolta epistemológica sobre a práxis do homem social, político, econômico e cultural, assumindo a identidade de uma disciplina específica, com nuances autônomas. Entende-se a História é uma ciência imprescindível na construção holística deste sujeito, particularmente o educando dos anos iniciais do Ensino Fundamental, pois é nessa etapa da escolaridade que se trabalha a sua formação pessoal para que o mesmo possa compreender o seu meio social. Neste sentido o ensino de História deve promover o envolvimento das crianças para a valorização de sua história pessoal, ampliando para a obtenção de noção da história local e global. Assertiva os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs (Brasil, 1997), que um dos objetivos primários no que tange ao ensino de História é a questão da identidade. Mas, a forma como este componente curricular vem sendo trabalhado nesta fase do ensino não desperta no educando o interesse por este estudo, uma vez que a maneira como os conteúdos são trabalhados em sala de aula está mais voltada para o cumprimento das exigências legais do programa curricular do que para as necessidades do educando. Como afirma Oliveira (2003, p. 263-264), “...poucos historiadores interessam-se pelo processo de construção do conhecimento histórico em crianças. Muitos sequer acreditam na possibilidade da criança aprender História nas séries iniciais”.

Estas reflexões suscitaram a temática História e identidade do educando nos anos iniciais do Ensino Fundamental, objetivando reconhecer o ensino de História como instrumento de formação da identidade individual e coletiva do sujeito, de modo a contribuir para a interação de pessoas conscientes e politicamente atuantes em sociedade. Nesta perícope Cruz (2003, p.2) afirma que:

“Estudar História e Geografia na Educação Infantil e no Ensino Fundamental resulta em uma grande contribuição social. O ensino da História e da Geografia pode dar ao aluno subsídios para que ele compreenda, de forma mais ampla, a realidade na qual está inserido e nela interfira de maneira consciente e propositiva”.

Dedicam-se, ainda, a propor uma intervenção metodológica para o ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tendo como eixo norteador o Ensino de História e a identidade do educando, a partir de um olhar diagnóstico da realidade educacional do município de Barra do Corda-MA, com o intuito de estudar a história local com algo dinâmico, vibrante, envolvente e capaz de suscitar paixão e despertar a compreensão da identidade histórica.

Na realização desta pesquisa, utilizou-se o método materialismo-histórico-dialético, fazendo uso, também, da abordagem culturalista. Aplicou-se uma pesquisa quantitativo-qualitativa e utilizaram-se como instrumentos: a entrevista semiestruturada, direcionada a seis professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental, e questionários abertos e fechados, aplicados a trinta e um educandos dos respectivos professores entrevistados. As amostras foram realizadas nas escolas públicas municipais U I Isaltina Pereira Araújo, U I Deusdedith Cortez Vieira da Silva e U I Maria Emídia Brandes Caldas. Este artigo tenta resgatar algumas considerações essenciais, limitando-se a uma breve teorização sobre a categoria central: identidade, na relação com o ensino de História com a demonstração de um possível projeto a ser desenvolvido nessa perspectiva temática, que traduz uma experiência real do professor/pesquisador.

É necessário propor alternativas viáveis para a superação do paradigma de que a História é uma disciplina decorativa e propiciar ao educando a descoberta de novas maneiras de sentir e apreender o mundo, estimuladas através do ensino de História. Os PCNS (Brasil, 1997) insistem em afirmar que para os primeiros ciclos do Ensino Fundamental deverão sempre partir do cotidiano da criança, inserida em tempo e espaço específicos. A partir daí, ampliar com novos contextos históricos, dialogando continuamente com o passado e o presente, superando a dimensão meramente abstrata.

2.-Identidade: em busca de uma definição no ensino de História.

O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, político e histórico. Ele é capaz de intervir no mundo, mas, para tanto, precisa de interação com as pessoas, trocando experiências e ressignificando o conhecimento adquirido ao longo do tempo. Essa experiência, transformada em conhecimento, oportuniza o seu reconhecimento como pessoa e o reconhecimento de seu semelhante; ou seja, permite a construção da sua identidade através da diferença do outro. Nesta perspectiva, Freire (1996, p. 136) assinala que: “O sujeito que se abre ao mundo e aos outros inaugura com seu gesto a relação dialógica em que confirma como inquietação e curiosidade, como inconclusão em permanente movimento da História”.

Falando em construção de identidade, a concepção interacionista de desenvolvimento deixa claro que a identidade se processa através da interação com o outro. Isso se afirma quando Davis e Oliveira (1994, p. 36) dizem:

“A concepção de desenvolvimento apoia-se, portanto, na ideia de interação entre organismo vivo e meio e vê a aquisição de conhecimento como um processo construído durante toda a sua vida, não estando pronta ao nascer nem adquirido passivamente graças ás pressões do meio”.

Nesta mesma direção, Fonseca (2005, p. 89) reitera que “a História tem como papel central a formação da consciência histórica dos homens, possibilitando a construção de identidades, a elucidação do vivido, a intervenção social e praxes individual e coletiva”.

Partindo desse pressuposto, o conhecimento é construído reciprocamente e da mesma forma acontece à construção da identidade que é o fator primordial para que a pessoa se perceba comum sujeito ativo ou passivo. Desse modo, depende da maneira como esse processo foi construído. Sabe-se também que o homem como um ser complexo, tem uma identidade que vai sendo construída dentro de diversos contextos, seja biológico, social, cultural e político e, principalmente, pela linguagem que oportuniza o entendimento dos símbolos, para que eles se comuniquem com os outros e, posteriormente, possa restabelecer trocas culturais.

Para os psicólogos clínicos e psicanalistas,

“Identidade pode ser um conceito que explique o sentimento individual que cada um de nós nos torna, diante dos outros eus, um sujeito único e que é, ao mesmo tempo o reconhecimento individual dessa exclusividade (...) o sujeito constrói a sua identidade (eu) aos poucos ao longo de experiências, troca com o outro, ampliações de outros círculos e outros sujeitos investidos de seus sentimentos, outras pessoas investidas de seus nomes, posições e regras sociais”. (Brandão, 1986, p. 37).

Sabe-se que, quando a criança chega à escola, ela já teve contato e já adquiriu experiências com outros grupos sociais. Primeiro com a família, depois a vizinhança, igreja e comunidade em geral. Acredita-se que essa criança tenha uma vasta experiência que pode ser ampliada e ressignificada através de um conhecimento sistematizado, o qual é competência da escola. Assim, segundo Caniato ( 1997, p. 65):

“A escola deve e pode ser o lugar onde, de maneira mais sistemática e orientada, aprendemos a ler o mundo e a interagir com ele. Ler o mundo significa aqui poder entender e interpretar o funcionamento da Natureza e as interações dos homens com ela e dos homens entre si. Na escola podemos exercitar aferir e refletir sobre a Ação que praticamos e que é feita sobre nós. Isso não significa que só na escola se faça isso. Ela deve ser o lugar em que praticamos a Leitura do Mundo e a interação com ele de maneira orientada, crítica e sistemática”.

O ensino de História pode e deve contribuir na formação da identidade deste sujeito, desde que o professor aproveite o vasto círculo de informações que a criança tem em seu cotidiano, aproveitando também as experiências para ampliar o conhecimento de forma crítica, tendo a competência de discernir as coisas; sabendo diferenciar e respeitar o outro. Como diz Brandão (1996, p. 42): “identidade é o reconhecimento social da diferença”. Nesse sentido, o ensino de História assume um papel fundamental na construção da identidade dos sujeitos históricos. Segundo Florescano (1997, p. 67) “... a função da História é dotar de identidade a diversidade de seres humanos que formavam a tribo, o povo, a pátria ou nação”.

Observando o processo pelo qual a identidade é construída, percebe-se que o sujeito desta construção é capaz de mudança; essa identidade passa também por modificações, pois ela não é fixa. O espaço onde esse sujeito habita, as coisas que o carcam estão em constante transformação, e este sujeito não para no tempo, ele acompanha estas transformações para poder se atualizar. Desse modo, Oriá (2006, p. 134) acena que a História deve levar o educando a:

“Compreender quem somos, para onde vamos, o que fazemos, mesmo que muitas vezes pessoalmente não nos identifiquemos com o que esse mesmo bem evoca, ou até apreciemos sua forma arquitetônica ou seu valor histórico. (...), pois é relevador e referencial para a construção de nossa identidade histórico-cultural”.

Estas mudanças Brandão (1996, p. 45) chama de “crise de identidade”, “confusão de identidade”, “manipulação de identidade”, “ identidade negativa”. Esses são os conceitos que alguns estudiosos deram para o assunto para traduzir os descaminhos da identificação que podem acontecer em diversos modos como:

* Na categoria de sujeito, quando há conflito entre categorias, causando consequências que sugerem mudanças de pensamentos, ideias e atitudes provocando dimensões, ou seja, negociando a sua identidade;

* Família-nuclear e chegam à classe social do grupo religioso, da minoria nacional migrante e ainda da tribo de nativos (indígenas);

* Quando dois mundos sociais são desiguais entre si, e tanto a vida quanto a identidade do grupo dominado, o colonizado, precisam submeter-se ao controle dos símbolos impostos, de vida e de identidade do dominador.

Como se pode ver, as crises de identidade são mudanças culturais, de pontos de vista, de maneira individual ou coletiva, em que o sujeito encontra-se em conflito com a outra classe, etnia ou nação, como afirma Freire ( 2004, p.41), ao constatar que “a outredade do não eu ou do tu, que me faz assumir a realidade do meu eu”. Concluise que, a partir da citação freiriana, outredade é a diferença que se tem do outro, fazendo compreender a sua identidade.

Em se tratando de diferenças, Woodward ( 2000, p. 12-14) oferece-nos alguns conceitos de identidade e diferença que oportunizam a análise desta investigação, tais como:

* A identidade é, na verdade, relacional; e a diferença é estabelecida por uma marcação simbólica relativamente à outra identidade;

* A identidade está vinculada também às condições sociais e materiais; * A identidade é construída tanto simbólica quanto socialmente.

Woodward (2004, p. 16) define também identidade e diferença sob duas perspectivas: “a essencialista e a não essencialista”. Na primeira, a identidade é construída a partir das relações materiais, dos aspectos biológicos, das etnias e reivindicações baseadas na História do passado, na qual a História é construída através da cultura, ou seja, representada e compreendida pelos sistemas simbólicos. A representação simbólica, na construção das relações que um individuo tem com o mundo que o cerca, está compreendida como um processo cultural, estabelecendo identidade coletiva e individual.

“(...) a representação compreendida como processo cultural estabelece identidades individuais e coletivas e os sistemas simbólicos nos quais ela se baseia fornecem possíveis respostas às questões: Quem sou eu? O que eu poderia ser? Quem eu poderia ser? Quem eu quero ser? Os discursos e os sistemas de representação constroem os lugares a partir dos quais podem falar”. (idem).

Com base nessa concepção de identidade, pode-se construir a representação identitária, isto é, o que representa a identidade de um grupo, a partir do seu discurso, como, por exemplo, identificar um homem da roça pela sua fala, vestimenta e posição social. Pode estabelecer também, a partir do estilo de roupa, a distinção do homem em décadas diferentes, apontando inclusive, sua condição social.

O processo de ensino e aprendizagem de forma organizada e sistematizada acontece na escola para que o educando tenha aquisição de conhecimento significativo capaz de obter respostas para as questões suscitadas no parágrafo anterior. É fundamental que o professor se prepare, com teorias e metodologias e tenha conhecimento dos conteúdos de História, os quais são imprescindíveis para abrir um leque de questionamentos, a partir dos quais o educando comece a se perceber como sujeito e a compreender que é possível construir a sua história a partir do seu meio social, cultural e biológico, marcando a sua diferença.

“A identidade e a diferença estão marcadas pelos sistemas classificatórios. As marcas de diferenças podem ocorrer tanto por meio de representação simbólica, quanto por meio de formas de exclusão social. A identidade não é oposta a diferença, pelo contrário, ela precisa da diferença para existir.” (Woodward, 2000, p. 39).

Portanto, a construção da identidade é um processo que ocorre através dos jogos de sinais, da linguagem e das relações sociais que permitem a sua classificação.

3.-Identidade do educando como eixo temático do ensino de História nos anos iniciais do Ensino Fundamental.

Fonseca (2003, p. 78) argumenta que a escola “é o lugar onde se educa para a vida, onde se formam as gerações para o exercício pleno da cidadania” e o ensino de História contempla esta função social da escola; não mais aquela História conservadora, positivista, em que se privilegiava a aquisição cumulativa de informações, gerando alunos passivos, mas sim a que estabelece “relações interativas que possibilitem ao educando elaborar representações pessoais sobre os conhecimentos, objeto do ensino e da aprendizagem” (Fonseca, 2003, p. 103). O conhecimento agora passa a ser produção do discente que, mediado pela ação docente, questiona, investiga e elabora seus próprios conceitos. Tendo em vista esta função social da escola e a formação da identidade, os Parâmetros Curriculares Nacionais ressaltam que:

“O ensino de História inicialmente está voltado para estudos históricos no presente mediante a identificação das diferenças e das semelhanças existentes entre eles, suas famílias e as pessoas que trabalham na escola. Com os dados do presente, a proposta é que desenvolvam estudos do passado, identificando mudanças e permanências nas organizações familiares”. (Brasil, 2001, p. 52).

Para que este cenário seja efetivado no contexto escolar em que a História é ensinada, é imprescindível que haja uma interação entre historiadores, docentes, pedagogos e políticas educacionais bem planejadas, no sentido de transcender uma História meramente factual para uma postura crítica e questionadora. A este respeito, Fonseca (2003, p. 18) assertiva que:

“A proposta de metodologia de Ensino de História que valoriza a problematização, a análise crítica da realidade, concebe alunos e professores como sujeitos que produzem história e conhecimento em sala de aula. Logo, são pessoas, sujeitos históricos, que cotidianamente atuam, transformam, lutam e resistem nos diversos espaços de vivencias: em casa, no trabalho, na escola, (...). Essa concepção de ensino e aprendizagem facilita a revisão do conceito de cidadania abstrata, pois ela nem é apenas herdada via nacionalidade, nem liga-se a um único caminho de transformação política. Ao contrário de restringir a condição de cidadão a de mero trabalhador e consumidor, a cidadania possui um caráter humano e construtivo, em condições concretas de existência.”

Com esta proposta, o resultado que se obtém é diferenciado, pois a interpretação que cada um faz da realidade é única e pessoal. Cabe ao professor saber como aproveitar esta diversidade de opiniões de forma a enriquecer as concepções que cada um está construindo da realidade. Por isso, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino de História propõem ao primeiro ciclo um estudo sempre voltado para a intenção de que o educando perceba as semelhanças e as diferenças, permanências e transformações, partindo do seu entorno mais próximo que é a família, escola e comunidade local para chegar até a cidade, o estado e o país.

“(...) preocupação com estudos de história local é a de que os alunos ampliem a capacidade de observar o seu entorno para a compreensão de relações sociais e econômicas existentes no seu próprio tempo e reconheçam a presença de outros tempos no seu dia a dia”. (Brasil, 2001, p.51).

O estudo do meio favorece ainda uma participação ativa do discente, fazendo-o compreender que o conhecimento é uma organização especifica de informações, sustentado na materialidade da vida concreta bem como a partir de teorias organizadas sobre ela. Nesta perícope é que Terra e Freitas (2004, p. 7) afirmam que os docentes de História:

“provocam reflexões sobre como o presente mantém relações com outros tempos, inserindo-se em uma extensão temporal, que inclui o passado, o presente e o futuro; ajuda analisar os limites e as possibilidades das ações de pessoas, grupos e classes no sentido de transformar realidades ou consolidá-las; colabora para expor relações entre acontecimentos que ocorrem em diferentes tempos e localidades; auxilia a entender o que há de comum ou de diferente no ponto de vista, nas culturas, nas formas de ver o mundo e nos interesses de grupos, classes ou envolvimento politico; enfim, são questões mais comprometidas em formar pessoas para analisar, enfrentar e agir no mundo”.

Um dos procedimentos que melhor atende às necessidades de estudo do meio com eficiência é a pesquisa, que deve ser usada pelo professor à medida que favoreça a ampliação do conhecimento e das capacidades do discente no que diz respeito à troca de informações, socialização de ideias, autonomia de decisões, percepção de contradições, construções de relações. Nessa perspectiva, os conteúdos dever ser abordados numa dimensão de questionamento da realidade organizada no presente, possibilitando que sejam interpretados e compreendidos a partir das relações que se estabelecem com outro sujeito e outros acontecimentos no seu próprio tempo e em outros tempos. Fica evidente a importância de o docente ser um pesquisador e não reprodutor de saberes já produzidos. Neste sentido, Knass (2001), p. 29-30) acena sobre a pesquisa:

“(...) o processo de aprendizagem confunde-se com a iniciação à investigação, deslocando a problemática da integração ensino-pesquisa para todos os níveis de conhecimento, mesmo o mais elementar. A pesquisa é assim entendida como o caminho privilegiado para a construção de autênticos sujeitos do conhecimento que se propõem a construir sua leitura de mundo.”

Na perspectiva Histórica Dialética, a concepção de ensino parte do principio de que toda produção do conhecimento é fruto de um contexto social do qual carrega seus pressupostos. Assim, para o materialismo histórico-dialético, não existe verdade única em História, porque ela é o resultado da postura teórica do sujeito que a produz. (Nunes, 1996, p. 112).

Para ensinar a disciplina História, usando o método dialético, o professor parte dos conhecimentos prévios do discente, oportunizando-lhe estabelecer os seus próprios conceitos das coisas, por exemplo, trabalhar o conceito de família a partir da realidade de cada criança da sala de aula, onde o professor irá colher uma gama de informações sobre família, viabilizando à criança a construção do seu próprio conceito e não o do livro, que apresenta uma família padronizada, preconceituosa e elitista, mas a partir do que a criança conhece de concreto e real no meio em que está inserida.

O objeto de estudo dever ser a própria vida da criança, começando pelo seu convívio social mais próximo que é o grupo familiar, sua comunidade e suas manifestações culturais, que possibilita, assim, a construção da identidade da criança de forma positiva, de modo a permitir que ela assuma o papel de protagonista de sua história.

Para trabalhar com esta perspectiva, Vygotsky dá uma grande contribuição, demonstrando como fazer a transposição didática do conhecimento de História em uma dimensão dialética. Pode-se confirmar isso em Rego (2002, p.96) quando diz que: “Marx e Engels propõem a perspectiva materialista-dialética para a compreensão do real, para a construção do conhecimento e para o entendimento do homem (...) a matéria é um princípio dinâmico, ainda não construído, está em processo, evolui dialeticamente, segundo a tríade tese, síntese e antítese.” E esta concepção apresenta-se quando o professor se coloca no lugar de orientador, ou facilitador, deixando o educando com a responsabilidade de criar, pesquisar, questionar, ou seja, quando a criança chega à escola já trazendo conhecimento que é resultado de ideias e conceitos elaborados em seu convívio social. A escola confronta esse conhecimento, oportunizando à criança a possibilidade de reelaborar os seus conhecimentos, ressignificando e conceituando os saberes produzidos em sala de aula, de maneira que sejam atingidos em todas as suas dimensões afetiva, cognitiva, social, politica e cultural.

Contribui, nesse caminho metodológico, a História Cultural, que busca as investigações históricas, não se limitando aos fatos e acontecimentos de heróis e reis, mas investigando a história oral, analisando iconografia, fatos, documentos, objetos e pictórica.

O professor orienta o discente para ser um educando detetive na construção do conhecimento, a não se convencer com as evidências, sempre pondo grandes dúvidas nas suas investigações para acolher as informações precisas no que se refere ao conhecimento construído.

De acordo com as experiências dos docentes, colhidas durante a realização desta investigação, foram detectadas várias dificuldades nos anos iniciais do Ensino Fundamental, tais como: o não domínio da leitura e da escrita; a desmotivação, o desinteresse, a falta de participação da maioria dos pais na vida escolar, a desvalorização do ensino de História que, no interior da escola, objetiva apenas o repasse de informações sistemáticas e limitadas acerca das datas comemorativas e a ênfase nos grandes heróis da História Nacional.

Nessa faixa etária e escolar, os conteúdos trabalhados na escola mais próximos da criança são: a formação da família, da rua, do bairro e, antes de todos esses, a identificação do “EU”, visando possibilitar á criança o exercício de sentir-se um ser integrante de uma família, que por sua vez está inserida no seio de uma rua, a qual está dentro de um bairro, que faz parte de uma cidade, e assim por diante. Por isso, o professor precisa lançar mão de outras fontes de conhecimentos escritos, relatos orais, filmes, iconografia etc., que são fontes que possibilitam trabalhar o real da criança, ou seja, a sua realidade imediata.

Sabe-se que o ensino de História só será eficaz na construção da identidade da criança de 7 a 8 anos quando os conhecimentos forem construídos com a participação ativa do aprendiz, os conteúdos estudados forem ressignificados pelos educandos, fazendo com que eles sintam a necessidade de buscar novos conhecimentos através da pesquisa, documentos, entrevistas, fotos, objetos, oralidade, bibliografias, enfim, investigar para compreender fatos e acontecimentos, não se conformando com meras informações livrescas. O processo de construção do conhecimento nunca está pronto ou acabado. Borges (1987, p. 47-48) elucida que: “(...) a História procura especificamente ver as transformações pelas quais passaram as sociedades humanas. A transformação é a essência da História. Quem olha para trás, na História de sua própria vida, poderá compreender isso facilmente. Nós mudamos constantemente; isso é válido para o indivíduo e também é válido para a sociedade. Nada permanece igual e é através do tempo que se percebem a mudança”.

Para trabalhar esses conteúdos com eficiência, é necessária uma metodologia na qual discente e docente possam ter participação afetiva e efetiva na construção do conhecimento, em que este se torna um pesquisador e corrobora para educandos sujeitos pesquisadores. Um dos caminhos para desenvolver esse trabalho é a metodologia de projetos, pois “trata-se de uma metodologia democrática que parte dos sujeitos e é planejada, construída e avaliada pelos próprios sujeitos históricos do processo de ensino: alunos e professores”. (Fonseca, 2003, p. 24).

“O desenvolvimento de projetos no ensino de História parte de duas premissas básicas: a primeira é a concepção de projeto pedagógico como um trabalho intencional, compreendido e desejado pelo o aluno, e a segunda é o entendimento de que todo projeto visa a realização de uma produção, sendo um conjunto de tarefas necessárias para a sua concretização empreendida pelos alunos com a orientação do professor, (...) objeto do ensino de História é reconstruir, explicar e compreender seu objeto real em movimento, ou seja, ações de homens e mulheres em sociedade no tempo e no espaço.” (idem, 2003, p.28).

Ao dizer que se pode trabalhar nos anos iniciais o EU, através de projetos, fica subentendido que se está priorizando trabalhar com a História local que é a realidade imediata do educando, pois este Eu faz parte de uma realidade individual e coletiva, na qual os sujeitos agem e interagem produzindo História. Neste contexto, o professor parte do particular para o geral à medida que trabalha a identidade individual e coletiva do discente.

Um projeto didático pode ter duração diferente de acordo com o tema e as necessidades de cada sala de aula. O projeto que será apresentado a seguir denominado “Quem sou Eu” oportuniza a professores e discentes abordagens de variados temas como: bairro, cidade, meios de transportes, de comunicação, profissões, entre outros conteúdos que serão trabalhados no primeiro ano. Por isso, sugere-se que o mesmo seja desenvolvido durante todo o curso de História. Também é sugerido que o professor desenvolva miniprojetos que fará todos estes conteúdos mais significativos para o discente, como pluralidade cultural, características biológicas, condições econômicas, possibilitando-lhe construir sua identidade ao reconhecer as suas diferenças e as dos outros. Por consequência da cultura adquirida junto a seus pais e no meio em que as crianças viviam anteriormente, ao chagarem a escola, aspectos novos e diferentes são considerados inferiores. Segundo Brandão (1986, p. 46), há a identidade biológica (que é cor de pele, olhos, cabelos), que não pode ser mudada, e a identidade cultural, que compreende a identidade adquirida, inculcada, não biologicamente dada, pode ser mudada; então preconceitos, complexos de inferioridade, de superioridade são conceitos adquiridos desde o seu seio familiar ao meio social, e se não forem trabalhados, a escola formará pessoas de mentes fechadas e reprodutoras de condutas nocivas ao tecido social, pois as pessoas não são iguais. Apresenta-se a seguir o projeto “Quem Sou Eu”.

PROJETO “QUEM SOU EU”

1. Justificativa:

Sabe-se que a criança de 6 a 7 anos de idade, ao ingressar no primeiro ano do Ensino Fundamental, sente dificuldade de se identificar como sujeito de sua construção histórica e para amenizar este problema propõe-se o projeto “Quem Sou Eu”, resgatando a história de seus antepassados no processo de construção de sua história, dando ênfase desde o seu nascimento até a sua fase atual.

2. Problema:

Na história da comunidade escolar, a criança tem sido preparada para que ela se perceba como um ser singular, capaz de construir a sua história?

3. Objetivo Geral:

Investigar o papel do discente como individuo participante de grupos sociais a partir do seu nascimento, percebendo-o como sujeito ativo, afetivo e efetivo na construção da sua história.

4. Objetivos Específicos:

* Identificar os membros da família e sua função dentro dela;

* Reconhecer a importância de ter um nome e o porquê desse nome; * Elaborar a linha do tempo a partir de uma investigação de sua história de vida.

5. Desenvolvimento:

A metodologia do Projeto deve privilegiar uma abordagem interdisciplinar e transversal, dirigida às turmas de primeiro e segundo anos, através de práticas de oficinas semanais com uma carga horária de 60/h em média para que se tenha tempo de analisar as etapas percorridas.

5.1 Marco Real

* Quem Sou Eu?

* Diálogos sobre características físicas, afetivas, culturais e sociais: De início o professor dialoga com os seus discentes para detectar se ele tem clareza de suas características físicas, culturais e sociais, propondo em seguida que preencham em casa com a ajuda da família uma ficha com todos os dados questionados em sala de aula. Na aula seguinte, será socializado o resultado da entrevista, oportunizando o reconhecimento do seu “EU” e do outro, através da observação dos resultados de todos. Aqui, o professor deve refletir com a sua turma sobre as semelhanças e diferenças existentes entre eles como características físicas, sociais e culturais, fazendo-os perceber que as diferenças existem e elas não definem quem é melhor ou pior, mas permite que haja uma complementaridade.

* Questionar sua família sobre o seu nome: em sala, o professor questiona a criança sobre quem colocou o seu nome e o porquê; se gostam do seu nome, se gostariam de mudar. No término do diálogo, entrega um roteiro de pergunta para ser respondido em casa com a família, reproduzindo os questionamentos da aula. Na etapa seguinte, o docente dinamiza a socialização da entrevista realizada pelos discentes. Encerrando o tema, faz abordagem ressaltando a importância de se ter um nome e que cada nome é único, mesmo sendo repetido. Sempre tendo o cuidado de registrar os passos dos discentes, bem como as dificuldades e avanços apresentados, possibilitando que todo material produzido pelos discentes seja organizado de modo que possam revê-los em outro momento mais à frente.

* Usar o registro para pesquisar a data e o local do nascimento e o preenchimento da árvore genealógica. Pedir a Xerox da certidão de nascimento de cada discente e em sala pesquisar a data e o local de nascimento, em seguida orientar os discentes na construção de sua árvore genealógica como desenhos e fotografias e nomes completos de seus antecedentes até chegar ao seu.

* Entrevistar os membros de sua família, verificando a sua função no grupo. Elaborar com a turma questões para serem aplicadas em casa com os membros da família sobre: Quantas pessoas têm em casa? Quem trabalha e em que? Na aula seguinte, fazer a socialização das pesquisas, discutindo a importância de cada membro da família, detectando a função de cada um deles.

* Observar a casa como um espaço individual e coletivo através de desenho. Sugerir que os discentes desenhem sua casa com todos os cômodos e depois listar o que cada pessoa faz sozinho e o que todos fazem juntos, também o que cada um gosta de fazer, e depois o docente encerra falando do respeito aos limites dos outros e pede que seus discentes escrevam ou desenhem uma ação sua de respeito dentro de casa para com os outros membros da família.

* Observação da escola como espaço coletivo identificando suas repartições e a função das pessoas em suas respectivas ocupações. Realização de um passeio na escola com os educandos, antes esclarecer que o objetivo deste é observar a escola como espaço coletivo, identificando as suas dependências, a pessoa que trabalha em cada uma delas e a função que exerce. Ao retornar à sala, este passeio deverá ser registrado através de desenho, possibilitando ao educando construir um mapa da escola e identificar cada dependência escrevendo os nomes, as relações observadas ou criando um símbolo para tal.

* Observar e registrar através de desenhos a sua rua e bairro. Em sala o docente propõe aos educandos a tarefa de olhar a sua rua de maneira mais especial, observando as coisas em detalhes. Depois de toda a observação, desenhá-la procurando demonstrar por meio de desenhos as coisas que mais chamaram a sua atenção e na aula seguinte socializar com a turma. Enfatizar que a rua também é um espaço coletivo.

* Realização da pesquisa para identificação das transformações ocorridas em sua rua, bairro, questionando os responsáveis por tais transformações. Realização de um passeio no bairro em que a escola está localizada. Para desenvolver esta atividade é necessário que o docente fale a importância do passeio e faça uma lista das coisas que serão observadas no bairro, lembrando que as crianças não devem se limitar somente à lista. Ao retornar para a sala de aula as observações feitas serão socializadas com a turma; cada criança irá falar o que mais lhe chamou atenção. O docente proporá a cada educando o desafio de que, junto com pai, mãe ou outro adulto, faça um passeio no seu bairro, observando e registrando o momento por meio de desenho ou outro recurso apropriado, de modo a evidenciar o maior número de detalhes possível, a fim de posterior socialização com a turma.

* Solicitar às crianças que procurem fotos antigas tiradas de pessoas no bairro. Com essas fotos, o docente deverá trabalhar o antes e o agora do bairro. O docente e os educandos identificarão os moradores mais antigos do bairro com o objetivo de convidá-los para que eles possam dar o seu depoimento em sala de aula, relembrando como era o bairro antes das crianças nascerem. A atividade será finalizada com a confecção de uma maquete, para isso deve-se dividir a turma em dois grupos, um grupo confecciona a maquete de acordo com as informações coletadas e o outro confecciona de acordo com o que observaram.

* Como resultado dessa primeira etapa do Projeto, os educandos deverão ser orientados para produzirem suas histórias através de Memorial de Vida.

5.2 Marco Ideal:

* Como Eu gostaria de ser?

* Como eu gostaria que fosse a minha família?

* O que eu quero ser?

* Referencial: Eu gostaria de ser como..... Por quê?

* Como eu gostaria que fosse a minha escola?

* Como eu gostaria que fosse a minha rua?

* Como eu gostaria que fosse o meu bairro?

* O que mais desejo na minha vida?

5.3 Marco Doutrinal

No marco doutrinal o docente incentivará as crianças a sonharem. Primeiro, trabalhando com oficinas o lúdico do educando, iniciando com os questionamentos acima mencionados por meio de diálogo, dinâmicas, com músicas, realizando dinâmicas de relaxamentos, leituras de poesias, contos, brincadeiras de roda, produções de pinturas e desenhos e exposição de fotos e lugares de pessoas antigas e atuais, e outras atividades que aflorem à sensibilidade do educando. Esta segunda etapa do Projeto deve ser totalmente registrada. Após concluí-la, o professor deve retomar ao registro anterior para compará-los e, para finalizar, orientar os discentes na construção da linha do tempo, usando fotos dos momentos mais importantes da vida do educando, como: batizado, comemoração dos primeiros aniversários, dos primeiros dias de vida, propondo também o registro escrito.

Esta fase deve culminar na materialização do Projeto Pessoal de Vida contendo as duas etapas anteriores: Quem Sou Eu ( Memorial de Vida) e Como quero Ser( Marco Doutrinal).

5.4 Marco Operacional (Ações)

Tendo como base os marcos anteriores, determina-se: metas para o que chamamos “Projeto Pessoal de Vida”, em que o educando já conseguiu perceber-se como construtor de sua história e compreender que suas ações individuais influenciam no coletivo. Então estas metas a serem determinadas são importantes em sua vida pessoal e coletiva. Nesta fase, o professor poderá convidar as pessoas citadas pelos educandos no referencial do marco doutrinal para auxiliá-los na construção do projeto pessoal de vida.

* O que eu vou fazer para ser como eu gostaria?

* O que eu vou fazer para ajudar a minha família/o meu bairro?

* Quem eu vou escolher para me orientar e por quê?

* Quando eu vou parar para rever e avaliar o meu projeto de vida?

6. Conteúdos relacionados ao projeto:

Área / Disciplina Conteúdos Língua Portuguesa Leitura e escrita, produção textual, ortografia. História Identidade, família, diversidade étnica, profissões, nação, sociedade. Geografia Meios de transporte, meios de comunicação, localização, espaço, lugar, cartografia. Ética Valores Artes Expressões lúdicas. Importar tabla

Fonte: o pesquisador.

7. Produto Final

Apresentação em forma de Encontro de Famílias com exposição da linha do tempo de sua vida, por meio de desenhos e fotos, exposição das atividades realizadas durante o Projeto e a produção do Projeto Pessoal de Vida aos pais e demais membros da família, sob a denominação “O Livro da minha Vida”, expressando a relação presente-passado-futuro (Marco Real – Marco Doutrinal – Marco Operacional).

8. Avaliação

O projeto será avaliado periodicamente por professores e educandos para ser retroalimentado e ao mesmo tempo para favorecer a busca da concretização final.

4.-Considerações finais

Conclusión.

Ao longo da investigação realizada foram feitas análises envolvendo as questões relacionadas à formação da identidade ativa do educando, bem como as dificuldades vivenciadas pelos docentes para atrair o interesse de seus educandos nas aulas de História, de modo a contribuir na formação de sujeitos atuantes.

Observou-se também que, ao longo do tempo, o ensino de História geralmente distanciou-se da perspectiva de que ele pode ser trabalhado nos anos iniciais do Ensino Fundamental com a visão da formação da identidade para o exercício da cidadania do educando, pois a identidade é construída no meio social, cultural (interno e externo) desde o nascimento da criança. E este meio pode favorecer ao educando a reflexão sobre o seu cotidiano, inclusive sobre as relações travadas diariamente com o próximo, pois para formar sujeitos conscientes é imprescindível que ele pense sua vida como sujeito individual e coletivo e compreenda a diferença entre o seu “EU” e o “OUTRO”, de forma que não se sinta superior ou inferior, mas que entenda a diferença do outro é que o faz compreender a sua identidade.

Constatou-se que o professor atuante nos anos iniciais do Ensino Fundamental não tem conhecimento da evolução da História como ciência e disciplina, e isso dificulta um ensino que atenda às necessidades da classe trabalhadora, ou seja, um ensino que contribua com o despertar da consciência do educando para o exercício de sua cidadania.

A desvalorização do ensino de História, tanto pelos professores como pelos discentes, dá-se em parte porque a importância desse ensino, nesta fase, está centrada somente nas disciplinas de Língua Portuguesa e Matemática. A disciplina História entra apenas como um cumprimento curricular. E também pela desmotivação dos educandos, de um lado devido à falta de acompanhamento dos pais e, por outro lado, devido ao fato de o docente alegar que a dificuldade de trabalhar esta disciplina existe porque o discente não domina ainda a leitura e a escrita, significando que se trabalha muito com a perspectiva da decoreba e a memorização de textos e exercícios. Nesta análise, constatou-se que os professores atuam orientados por uma metodologia positivista.

No entanto, é possível realizarmos um trabalho eficiente com o acompanhamento da família e a participação mais efetiva dos educandos, desde que o professor mude a sua visão de mundo e de homem. Para tanto, são necessários estudos e formação continuada.

Assim, é importante que a educação formal se desenvolva numa perspectiva de independência do cidadão e tendo as ações sociais como condição indispensável no currículo escolar. Formando assim, homens com competências e habilidades para enfrentar as diversidades do dia-a-dia de forma autônoma e consciente de seus direitos e deveres nos aspectos sociais, políticos, econômicos, culturais, religiosos, ambientais e entre outros tão importantes para o desenvolvimento autêntico e consciente do cidadão.

O despertar que o professor precisa proporcionar ao aluno, deve se dar por meio de metodologias atraentes e lúdicas que envolvam todos e considerando o contexto atual e do ambiente onde está acontecendo à aprendizagem. É necessário que o método de educação escolhido aponte para a necessidade de aproximação entre teoria e prática no processo de aprendizagem. Qualquer proposta e ação educativa só acontecem com sucesso se haver uma nova dinâmica lúdica e social.

Diante destas constatações, sugere-se que o professor trabalhe o ensino de História por meio da metodologia de projetos, pois a mesma já é um caminho para a construção da identidade de individuo independente que procura meios para alcançar seus objetivos. E essa identidade, atrelada ao ensino de História, completa sua construção, visto que é uma disciplina que estuda as relações humanas presentes e passadas, levando o educando a refletir, analisar seu entorno, podendo verificar que a História é construída por homens e mulheres de todas as camadas sociais, principais atores do processo histórico.

Qual a importância do ensino de história nos anos iniciais do ensino fundamental?

A disciplina de História para a formação do aluno é muito importante, isso porque, conhecendo o passado com clareza, o aluno pode entender os fatos e acontecimentos que envolvem seu cotidiano presente, e assim, esses podem contribuir para a construção de um cidadão crítico e reflexivo.

Como e o ensino de história nos anos iniciais?

A disciplina de História se faz presente nos anos iniciais do ensino fundamental por meio de vários conteúdos que proporcionam à criança uma formação de pensamento transformador, permitindo a ela que se perceba como sujeito histórico e que tudo que a cerca também faz parte desse processo.

Qual e o objetivo do ensino de história no Ensino Fundamental?

1.2 OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA Perceber-se como sujeito histórico, valorizar e conhecer a história local, buscando no estudo das sociedades, que influenciaram a formação das sociedades do mundo e em especial a sociedade brasileira, abrangendo o campo político, social e econômico.

Quais são os objetivos e finalidades do ensino de história na educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental?

O ensino da história vai além de transmitir conhecimentos de determinada localidade, ambiente em que os alunos vivem, por exemplo, é fundamental que o mesmo conheça a história de seu cotidiano, como também de seu Estado, País e do mundo, para assim compreender o porquê e como chegamos até aqui, como se desenvolveu as ...