Qual é a relação entre o aumento da população e a escassez da água?

A população mundial, ao longo dos últimos séculos, elevou-se em um ritmo exponencial, muito embora as últimas décadas tenham apresentando certa desaceleração nesse crescimento. O principal marco para o aumento do número de habitantes na Terra foi a Revolução Industrial a partir do século XVIII em diante, que possibilitou o crescimento das cidades e uma acelerada urbanização, que inicialmente ocorreu nos países desenvolvidos e, atualmente, manifesta-se no mundo subdesenvolvido.

As condições sanitárias precárias no período de formação e expansão daquelas que são hoje consideradas grandes cidades do mundo (Nova York, Londres, Paris, entre outras) fizeram com que as taxas de mortalidade fossem altas, o que compensava o crescimento da natalidade. Porém, com o tempo, melhorias sociais foram desenvolvidas e as taxas de mortalidade diminuíram, provocando o crescimento da população.

Atualmente, a população mundial está estimada em 7,2 bilhões de pessoas, o que gera preocupação por parte de muitos sobre como esse grande número de habitantes utilizará os recursos naturais disponíveis na Terra. Será que o planeta conseguirá atender as demandas e o nível de consumo de tantas pessoas?

O fato é que, realmente, o nível de exploração e utilização dos recursos naturais vem se expandindo, sendo atribuído por muitos como uma consequência do crescimento massivo da população. No entanto, se fizermos uma análise mais cuidadosa, poderemos perceber que não necessariamente o aumento de pessoas é o responsável pelo aumento da exploração da natureza pelo ser humano. Afinal, mesmo com o crescimento populacional desacelerando-se atualmente, o consumo vem se expandindo, e tal expansão ocorre de maneira desigual no mundo.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Os Estados Unidos, por exemplo, possuem cerca de 6% de toda a população existente no mundo, mas consome cerca de ¼ de todos os recursos do planeta. Em alguns casos, como o do petróleo, os norte-americanos consomem mais do dobro do que o segundo colocado nesse ranking consome, que é a China. Alguns apontamentos indicam que, se todos os países mantivessem o mesmo padrão de vida dos EUA, seriam necessários quatro planetas Terra e meio para aguentar tal intensidade de consumo. Afinal, além da cultura consumista, ainda existe a intensiva obsolescência programada ou planejada, em que os equipamentos eletrônicos tornam-se obsoletos (técnica ou psicologicamente) em um período muito rápido, aumentando a demanda por novos produtos e, consequentemente, por mais recursos. E isso sem falar da grande produção de lixo.

Algumas organizações e entidades internacionais afirmam que o planeta produz, atualmente, uma quantidade de alimentos e recursos suficientes para cerca de nove bilhões de pessoas, o que, no entanto, não impede que quase 1 bilhão de habitantes sofram com o problema da fome e da miséria extrema, a maioria concentrada nos países subdesenvolvidos. Portanto, o que se nota não é a escassez de recursos – sobretudo alimentares – frente ao aumento do número de pessoas, mas a má distribuição e a falta de acesso a esses elementos, fruto das relações de desigualdade e pobreza acentuada em várias partes do planeta.

O Brasil passou a viver, a partir de 2014, os primeiros grandes focos daquilo que pode ser a maior crise hídrica de sua história. Com um problema grave de seca e também de gestão dos recursos naturais, o país vem apresentando níveis baixos em seus reservatórios em épocas do ano em que eles costumam estar bem mais cheios. Essa ocorrência, de certa forma, representa uma grande contradição, pois o Brasil é considerado a maior potência hídrica do planeta.

Mas se há muita água disponível no Brasil, por que está faltando água?

Para entender a questão da escassez de água no Brasil, é preciso primeiro entender algumas questões geográficas concernentes ao território nacional.

Em primeiro lugar, embora o país possua as maiores reservas de água por unidade territorial do planeta, é preciso destacar que elas estão desigualmente distribuídas no espaço geográfico brasileiro. A região Norte, notadamente a Bacia do Rio Amazonas, é aquela que possui a maior concentração de água no país, tanto pelo rio em questão quanto pela presença do Aquífero Alter do Chão, o maior em volume d'água.

Em segundo lugar, é preciso entender a questão demográfica. A maior parte da população brasileira não reside nos pontos onde a água encontra-se disponível de forma mais abundante, pois há uma concentração populacional muito elevada nas regiões Sudeste e Nordeste, respectivamente. Curiosamente, são essas as regiões cujos estados possuem os maiores históricos de secas e escassez de água ao longo do tempo.

Esse panorama contribui consideravelmente para o problema em questão, haja vista que a exploração dos recursos hídricos da Amazônia é totalmente inviável em virtude dos grandes custos de transporte e também pelos iminentes impactos naturais, que podem comprometer as reservas de água então disponíveis.

Mas isso não é tudo para entender a escassez de água no Brasil. Existem também as questões referentes à utilização e gestão dos recursos hídricos no país.

Pela Constituição Federal de 1988, cabe aos governos estaduais a missão de gerir e administrar a captação e distribuição de água, embora o governo federal também precise atuar por intermédio do fornecimento de verbas públicas e obras interestaduais. Nesse sentido, alguns governos, por questões administrativas ou até políticas, podem apresentar algumas falhas, principalmente no que se refere ao planejamento no manejo dos recursos hídricos.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

No Brasil, atualmente, o estado que vem passando por maiores dificuldades é São Paulo, o que vem atraindo uma grande atenção da mídia, pois a capital paulista, que é a área mais povoada do país, é a protagonista desse cenário. Nesse caso, uma seca total pode afetar a vida de dezenas de milhões de pessoas. O reservatório do Sistema Cantareira, o principal da cidade, vem apresentando sucessivos recordes de baixas em seu volume, o que torna o contexto em questão ainda mais desfavorável.

Além da má distribuição dos recursos hídricos e dos problemas de gestão no território nacional, o problema da escassez de água no Brasil também perpassa pelas recentes secas que vêm afetando o país. Nos últimos anos, principalmente em 2014, os níveis de precipitação ficaram muito abaixo do esperado, por isso, os reservatórios em todo país mantiveram baixas históricas, principalmente na região Sudeste.

Vale lembrar, afinal, que a falta de água no Brasil não afeta somente a disponibilidade de água tratada nas residências. As indústrias e a agricultura (os principais consumidores) são os setores que mais poderão sofrer com o problema, o que pode acarretar impactos na economia como um todo – lembrando que a maior parte das indústrias do país está justamente na região Sudeste. Além disso, cabe a ressalva de que o principal modal energético do país é o hidrelétrico, que possui como ponto negativo justamente a dependência em relação à disponibilidade, de modo que uma seca extrema pode levar o país a um novo racionamento de energia, tal qual o ocorrido em 2001.

Qual a relação entre o aumento da população e a escassez da água?

O crescimento populacional nas áreas urbanas e a conversão de áreas de floresta para a plantação ou pecuária têm causado a degradação da qualidade da água no mundo e um aumento das enchentes e secas.

Qual a relação entre o aumento da população e o aumento do consumo?

Diante da melhoria na qualidade de vida e dos ganhos mais elevados, a população consome muito e interfere diretamente na extração de recursos. Nos dados de nível de consumo entre países ricos e pobres, fica clara a disparidade existente na qual o primeiro supera enormemente o segundo.

Quais são as principais causas da escassez de água?

Marcia também reforça que as causas mais comuns para a crise hídrica, tanto no mundo quanto no Brasil, são: desperdício de água; diminuição do nível de chuvas; aumento do consumo de água devido ao crescimento populacional, industrial e da agricultura.

Porque vivemos uma escassez de água mesmo morando no Planeta água?

A escassez de água no mundo é agravada em virtude da desigualdade social e da falta de manejo e usos sustentáveis dos recursos naturais. De acordo com os números apresentados pela ONU – Organização das Nações Unidas – fica claro que controlar o uso da água significa deter poder.