 “Normalmente o que ocorre é uma adaptação da jovem a essa novidade que é a menstruação. A cólica pode acompanhar a mulher por toda a vida, mas por ser algo novo, às vezes, assusta, e para medir esse incômodo, é preciso acompanhar os casos. Em geral, os analgésicos e antiespasmódicos resolvem o problema. Se a queixa de dor for grande, é preciso avaliar. Pode ser que a posição do útero dentro da cavidade pélvica esteja dificultando a expulsão do sangue ou a jovem tenha alguma outra doença, por exemplo, a endometriose, embora este problema não seja comum nesta fase”, ressalta. Pílula x cólicas: solução perigosa Além de proteger as mulheres da gravidez, as pílulas anticoncepcionais regularizam os ciclos menstruais, diminuem o fluxo sanguíneo e conseqüentemente, as cólicas. Entretanto, usar a pílula apenas para se livrar das dores deve ser bem avaliado, caso a caso. De acordo com o ginecologista Márcio Lamblet, como as adolescentes ainda estão com o corpo em fase de desenvolvimento, os hormônios que compõem a pílula anticoncepcional podem interferir nesse processo. “Uma menina de 13 anos, por exemplo, que não completou os caracteres secundários, como as mamas, não tem vida sexual ativa, se ela quer usar da pílula apenas para regularizar o ciclo menstrual ou diminuir as cólicas, pode ser um exagero. Para esses casos, há outros métodos”, afirma. Outro risco apontado pelo médico é que o hormônio estrogênio presente na pílula pode reduzir ou paralisar o crescimento de ossos longos, então a adolescente que inicia a pílula muito precocemente pode crescer menos. “Vale a pena correr o risco de uma gravidez ou crescer menos? Tudo isso precisa se avaliado pelo médico em conjunto com a paciente”, adverte. Ciclos irregulares O controle do ciclo menstrual começa no sistema nervoso central, na região do hipotálamo. Ele estimula a glândula hipófise a produzir hormônios que atuarão sobre os ovários. São estes os responsáveis pela produção dos hormônios femininos estrogênio e progesterona, que agem sobre o útero, causando o crescimento e o amadurecimento do endométrio (camada que reveste o útero). Essa produção hormonal se inicia na menina quando ela passa da infância para a adolescência. Segundo Márcio Lamblet, no Brasil, a primeira menstruação acontece entre 9 e 15 anos de idade. “Do momento que menina menstrua até seus 17, 18 anos, é muito comum os ciclos menstruais serem irregulares, pois o processo de produção hormonal está amadurecendo. Elas costumam se assustar quando o volume do fluxo menstrual é grande e a duração do sangramento torna-se excessiva, mas nessa fase, isso é normal”, afirma. Nesse período também pode acontecer a ausência da menstruação por até três meses ou ela ocorrer no intervalo de 15 dias. O amadurecimento mais precoce ou tardio do eixo hipotálamo-hipófise-ovários pode sofrer interferência de alguns fatores, como aspectos familiares, uso de anticoncepcionais ou hormônios e outras doenças. O ginecologista Marcio Lamblet explica que essas irregularidades do ciclo menstrual tendem a desaparecer ao término da adolescência, mas ele alerta que se isso não ocorrer, deve-se procurar o médico. A ideia de Gabi Martins em colocar um absorvente interno para segurar o xixi durante uma prova de resistência pode parecer até engraçada para alguns, mas é uma dúvida muito comum até mesmo entre mulheres. Os canais da vagina por onde saem o xixi e a menstruação não são os mesmos e têm funções diferentes. A urina é eliminada pela uretra, um canal que se origina na bexiga e termina na vulva. A vulva é área externa dos genitais femininos. RelacionadasJá tudo que fica "dentro" é chamado de vagina. O orifício da vagina é ligado ao útero, de onde vem o sangue da menstruação e os bebês. O útero e a uretra não são conectados. Logo, não adiantaria usar um absorvente interno para sugar o xixi e impedi-lo de sair. São duas "saídas" diferentes. "A vagina consiste na estrutura tubular entre a vulva e o útero. Ela mergulha para dentro do corpo e termina fechada, circundando o orifício externo do colo do útero, por onde sai a menstruação", completa Caroline Alexandra Pereira, ginecologista e obstetra na Clínica Viváter, em São Paulo. Dúvida é comumA confusão é comum. O instituto britânico Yougov apresentou uma pesquisa, em 2019, em que metades das mulheres britânicas acreditavam que o xixi e a menstruação saíam do mesmo local. Na ocasião, médicos ouvidos pela imprensa britânica se mostraram preocupados com a falta de informação sobre o próprio corpo. O mesmo aconteceu entre participantes e usuários do Twitter que se alarmaram com a confusão. Gabi se mostrou chocada com a descoberta. Nas redes sociais, apontaram que o erro demonstra falhas na educação sexual nas escolas, o que pode prejudicar a saúde da mulher.
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Qual parte da vagina sai menstruação?
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