Quando toma anticoncepcional pode gozar dentro

04/06/2009

Carolina Ribeiro, 43 anos, � psic�loga

"Eu tenho uma d�vida. Minha namorada toma anticoncepcional, mas eu ejaculo na vagina dela. H� problema de ela ficar gr�vida?"

Sabe, problema de ela ficar gr�vida n�o � exatamente o que o anticoncepcional visa "combater", "guerrear", aperrear? No fundo, voc� escreveu para n�s vermos uma quest�o l�gica, n�o, amiguinho? E chamam de quest�o l�gica essa turma de professores que h� por a� quando a gente n�o entende ou n�o acredita com f� em algo. Foi o que deu para transparecer. Voc� cogitou se havia chance de ela, tomando o anticoncepcional, ficar gr�vida.

Tomando firmeza, firmeza, nos dias certinhos, n�o tem problema, n�o engravida. Nem ejaculando completamente no fundo da vagina. � louco, mas ela simplesmente n�o ovula mais (libera��o do �vulo, a namoradinha do esperma), e ent�o n�o h� nada que os seus espermatozoides possam fazer ali al�m de dar uma volta, meia volta, sair fora e morrer na sequ�ncia.

Agora vem o por�m de dez entre dez textos que respondem a perguntas similares a sua. Esperma e mucosa vaginal juntos n�o fazem beb�s, mas transmitem DSTs, doen�as de sexo! Voc�s n�o deveriam estar usando preservativo? Ou um transa apenas com o outro e um dia ambos passaram no m�dico e estava tudo bem? Ent�o t� bom.

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SEXO E SAÚDE

"Sempre uso camisinha. Minha namorada começou a tomar pílula. Somos fiéis e não temos doenças. Posso ejacular dentro dela?"

"Minha namorada toma pílula, eu uso camisinha e tiro na hora H. Existe chance de gravidez?"

Não dá para brincar com anticoncepcional

JAIRO BOUER
COLUNISTA DA FOLHA

Duas dúvidas que abordam um problema muito comum: qual é o risco dos métodos anticoncepcionais? Quais são os cuidados realmente necessários e onde começa o exagero na preocupação? O uso de um método hormonal, como a pílula, para evitar a gravidez indesejada, confere, em geral, uma proteção muito boa. Se não existissem as DSTs e a Aids, as pessoas que usam corretamente esses métodos poderiam ficar tranqüilas.
Além da pílula, injeções mensais ou trimestrais, DIU (dispositivo intra-uterino) com hormônio, implantes colocados embaixo da pele e os modernos adesivos (colados na pele) são outras alternativas de métodos hormonais.
E o uso da camisinha? Ele é fundamental também para garantir ao casal uma proteção contra as doenças transmitidas pelo sexo. Muitos casais são monogâmicos, não têm nenhuma doença, até que uma eventual relação fora do namoro traz risco para o relacionamento.
Uma pesquisa do Ministério da Saúde, em parceria com o Cebrap, no final dos anos 90, mostrava que quase 33% dos garotos e 12% das garotas entre 16 e 25 anos tinham tido relações estáveis e eventuais em paralelo no ano anterior. Ou seja, como garantir a proteção?
Se a gente for pensar em todas as alternativas e variáveis, talvez chegue à conclusão de que o melhor a fazer é combinar um método hormonal com um método de barreira (camisinha masculina ou feminina) para a proteção mais ampla. Aliás, essa é a recomendação em alguns países europeus.
Outro ponto a lembrar é que o método escolhido tem de ser usado de maneira correta. Por exemplo, a menina que toma pílula não pode esquecer-se de tomar a pílula todos os dias, nos mesmos horários. Quem usar adesivos ou injeções não pode esquecer-se de renovar sua proteção a tempo. Quem usa camisinha não deve começar a brincar sem proteção para, depois, colocar o preservativo.
Se todos esses cuidados forem observados, ninguém precisa ficar se preocupando em tirar o pênis da vagina, mesmo com camisinha, antes de ejacular. Aí a gente corre o risco de ir para o outro lado da história e acabar entrando em uma paranóia, que pode atrapalhar o prazer. Certo?


Jairo Bouer, 37, é médico. Se você tem dúvidas sobre saúde, escreva para o Folhateen ou para

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Índice

  Data  Tema
Domingo (26) Orgasmo
Segunda (27) Gravidez e pílula
Terça (28) Virgindade
Quarta (29) Urologia
Quinta (30) Ejaculação
Sexta (1) Primeira vez
Sábado (2) DSTs

Poucas coisas dão mais medo em um adolescente do que uma gravidez fora de hora. Não é à toa que boa parte das perguntas recebidas na série “Sexo sem dúvidas” é sobre esse tema. Nesta segunda-feira (27), escolhemos duas questões importantes feitas pelas leitoras Bia e Joanna.

Se você tem alguma dúvida a tirar, o espaço de comentários no fim desta página é todo seu. O G1 traz as respostas até o próximo sábado (2).

Confira as respostas do 'Sexo sem dúvidas' de janeiro:
- Primeira vez  - Ejaculação - Masturbação

- Menstruação - DSTs - Anticoncepcionais - Orgasmo

Primeiro, a pergunta da Bia:


bia|29/01/2009 09h46
É possível com menos de uma semana a mulher sentir os efeitos de uma gravidez???


Não, Bia, não é possível não. E para explicar isso direitinho para você, o G1 ouviu o ginecologista Roberto Hegg.


“O primeiro sinal de alerta de uma gravidez é um atraso de mais de 10 dias na menstruação”, conta Hegg, que dá aulas de ginecologia na Universidade de São Paulo. “Mas nesse momento ainda não há qualquer sintoma ou alteração perceptível no organismo da mulher.”

Se passar 10 dias da data certa e nada de menstruação, vale fazer um exame de sangue ou de urina para verificar se existe gravidez. Para isso, visite seu ginecologista. Nada de ficar adiando. Você pode estar grávida, mas pode também ter alguma doença que tenha alterado seu ciclo menstrual. Só o médico vai poder te orientar em qualquer um desses casos.

Os primeiros “sintomas” propriamente ditos de uma gestação, como enjoo e dores, só aparecem cerca de um mês depois da fecundação. Isso se aparecem. Muitas mulheres passam a gravidez inteira sem sentir nenhum enjoo, dor ou mal estar. Nelas, o primeiro sinal físico da gravidez, fora a parada menstrual, só vai ser o surgimento da barriguinha lá por volta do terceiro ou quarto mês de gestação.

Quanto àquele famoso mito de que algumas mulheres continuam menstruando quando estão grávidas, o doutor Hegg desmente. “Não existe menstruação durante a gravidez”, garante o especialista. “O que pode acontecer, e mesmo assim é muito raro, é algumas mulheres terem sangramentos pontuais durante a gravidez. Não é algo contínuo, por dias, como a menstruação”, diz Hegg.

De qualquer maneira, sempre que você suspeitar que pode estar grávida (mesmo que seja só uma pulga atrás da orelha), vale visitar o médico. Se você estiver, só seu ginecologista mesmo vai poder te ajudar. E se você não estiver, ele vai poder conversar com você, como nós fizemos aí em cima, e tirar todas as suas dúvidas.

Para se livrar de todas as pulgas, grandes ou pequenas, o certo mesmo, Bia, é não fazer sexo sem proteção. A camisinha tem que estar presente em todas as suas relações sexuais, mesmo se você estiver namorando há muito tempo. Ela não é negociável. Além dela, vale investir em um método anticoncepcional, como pílula, injeção, implante, adesivo ou anel vaginal (no final desta página tem uma tabela com todas as opções disponíveis). Com a dupla camisinha e anticoncepcional usada adequadamente, você não vai mais precisar sofrer com a possibilidade de uma gravidez fora de hora.

Agora, é a vez da Joanna:

Joanna|27/01/2009 19h49
É possível engravidar tomando pílula anticoncepcional? Qual a porcentagem de o remédio falhar? O risco de falha varia de remédio para remédio? Quando o homem ejacula dentro da mulher, mesmo ela tomando pílula, existe o risco de uma gravidez? 

Olha, Joanna, possível é. Mas se você usar direitinho é bem difícil. Se você usar direitinho e com camisinha, então, é quase impossível. A médica Arlete Gianfaldoni, da Universidade Federal de São Paulo, responde suas dúvidas.


“A pílula é bastante eficiente, principalmente se você compara com métodos como a camisinha, a tabelinha e o coito interrompido. O risco de falha dela é menor que 1%”, conta Arlete. Esse risco pode aumentar, é claro, se você não seguir as orientações médicas na hora de tomar o remédio.

Onde você encontra essas orientações? Bom, a melhor pessoa para ensinar isso é o seu ginecologista. E não adianta fugir: pílula é remédio e remédio só se toma com orientação médica. Nada de tomar a mesma pílula que sua amiga. O organismo dela é bem diferente do seu e um anticoncepcional que funciona perfeitamente bem nela pode ter efeitos colaterais bem desagradáveis em você. Além disso, pílula é coisa séria. Antes de receitar, os médicos fazem uma avaliação clínica completa para ver se você pode usar o hormônio. Mulheres que fumam ou que têm histórico pessoal ou familiar de problemas cardiovasculares não podem, de jeito nenhum, tomar pílula – o risco de um derrame é bem alto (se você usa contraceptivo e fuma, largue agora mesmo o cigarro).

Além do médico, para não esquecer, todas as orientações vêm escritas na bula do remédio. Leia tudo direitinho antes de consumir e tire todas as suas dúvidas com seu ginecologista.

Mas, de qualquer maneira, a doutora Arlete relembra: “A primeira pílula anticoncepcional deve ser tomada no primeiro dia da menstruação. A partir daí, ela deve ser tomada todos os dias, no mesmo horário, por 21 dias, se for uma cartela de 21 pílulas. No caso das pílulas de 24 dias, é claro, ela deve ser tomada por 24 dias”, explica. “Quando a cartela de 21 acaba, a mulher deve fazer uma parada de sete dias para a descida do fluxo e retomar em seguida. Quando a de 24 acaba, a parada é de quatro dias. Durante esse período ela não corre risco de engravidar”, conta Arlete.

Na pílula de 21 dias, você pode até voltar a tomar a pílula um ou dois dias antes. Arlete Gianfaldoni até recomenda. “Se a cartela terminar no sábado, ela teria que voltar a tomar no domingo. Mas para ficar mais fácil de lembrar, eu recomendo às minhas pacientes que elas voltem a tomar no mesmo dia da semana que pararam. Ou seja, se a cartela acabou num sábado, ela volta com a cartela nova no sábado seguinte”, diz ela. Mas se a sua pílula é de 24 dias, a pausa é de quatro mesmo – nem um a mais nem um a menos. E para quem toma pílulas com cartelas de 28 dias, é claro, não existe nenhuma parada.

Outra coisa: pílula se toma todo dia no mesmo horário. Você pode até variar um pouco (bem pouco), mas para evitar falhas o certo é se acostumar a tomar sempre na mesma hora. Arlete tem uma dica: “Marque uma coisa no dia que você faz sempre, por exemplo, tomar café da manhã ou jantar e se acostume a tomar o anticoncepcional sempre nesse momento.” Se você é daquelas que não consegue lembrar de jeito nenhum de tomar o remédio na hora certa, talvez seja melhor escolher um outro método anticoncepcional (confira na tabela no fim da página).

Quanto a sua outra pergunta, o risco de falha não varia de remédio para remédio não. Todas as marcas disponíveis no mercado têm esse risco abaixo de 1%, segundo Arlete.

Agora, Joanna, a gente lembra: anticoncepcional evita gravidez, mas não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como Aids, sífilis e gonorréia. Você tem que usar camisinha todas as vezes que fizer sexo. Com isso, além de tudo, você ganha uma proteção “extra” contra uma gestação indesejada.

Conheça agora os tipos de anticoncepcionais que vocês podem escolher:

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O que acontece quando ejacula dentro tomando anticoncepcional?

se eu tiver relação sexual e meu namorado ejacular dentro, corro risco de engravidar mesmo usando o anticoncepcional Adoless? Todo método anticoncepcional tem taxas de falha, sejam pílulas, camisinha, DIU, injeções, laqueadura. Logo, toda relação sexual com penetração vaginal pode gerar uma gravidez.

Quais as chances de engravidar tomando anticoncepcional certinho?

A pílula é 99,7% eficaz com uso perfeito. Isso significa que menos de 1 em cada 100 mulheres que tomam a pílula engravidaria em 1 ano. No entanto, com o uso típico, a eficácia da pílula é de 91%. Isso significa que cerca de 9 em cada 100 mulheres correm o risco de engravidar em um ano de uso da pílula.

Quem toma anticoncepcional pode ter relação desprotegida?

Após 7 dias de uso correto, a mulher já pode ter relações sem preservativos sem haver risco de engravidar.

Estou tomando anticoncepcional e tive relação desprotegida?

Enytretanto, se voce ja utiliza este anticoncepcional ha meses, fique tranquila que nao esta desprotegida. Se for o primeiro mês tomando contraceptivo seria interessante uso de outro método associado para melhor eficácia. Nos meses seguintes o uso do preservativo evita infecções genitais.