Migrantes são vistos andando da fronteira entre Alemanha e Áustria para o primeiro ponto de registro no território alemão perto da vila de Wegscheid (Foto: Christof Stache/AFP) Show
A Europa vive uma crise migratória de enormes proporções. Guerras, pobreza, repressão política e religiosa são alguns dos motivos que fazem milhares de pessoas saírem de seus países em busca de uma vida melhor no continente europeu. De acordo com um relatório da ONU, somente neste ano, quase 750 mil migrantes chegaram à Europa pelo Mediterrâneo. Os principais destinos dos imigrantes são Alemanha, Suécia, França e Inglaterra. A travessia clandestina é arriscada: centenas já morreram tentando chegar à Europa. Traficantes de pessoas chegam a cobrar mais de R$ 10 mil por indíviduo para realizar a viagem pelo mar, em condições precárias. Os naufrágios são frequentes: quase 3 mil pessoas morreram na tentativa de chegar pelo mar ao continente europeu. As imagens de um menino sírio morto em uma praia da Turquia viraram símbolo da crise migratória. Mesmo em solo europeu, a viagem não termina para os imigrantes, que tentam seguir para a Grã-Bretanha pelo Eurotúnel ou ficam retidos nos países por falta de documentação, correndo risco de deportação. Países da chamada Rota dos Balcãs, como a Sérvia, a Hungria, a Croácia e a Eslovênia, tentam controlar a entrada de migrantes em suas fronteiras. A União Europeia aprovou a distribuição de 160 mil refugiados sírios, iraquianos e eritreus entre os Estados membros bloco em dois anos, apesar da oposição dos países do Leste a este mecanismo que instaura quotas por país. A agência de controle europeu das fronteiras Frontex, no entanto, registrou em 2015 cerca de 800 mil "entradas ilegais" de migrantes na União Europeia. O Acnur calcula 752.066 chegadas por mar este ano, incluindo 608.970 na Grécia e 140.200 na Itália. Além da crise de imigração, alguns países europeus também enfrentam uma crise econômica, como é o caso da Grécia que, sozinha, já recebeu em 2015 mais de 600 mil imigrantes. Se a situação econômica na Europa não é das mais favoráveis, por que milhares de pessoas abandonam seus lugares de origem, pondo em risco a própria vida, para atravessar as fronteiras? Veja abaixo o contexto atual de alguns dos países com maiores registros de emigração para a Europa: Síria Estimativas da ONU apontam que mais de 7,5 milhões de sírios abandonaram suas residências dentro do país e quase 60% da população vive na pobreza. Os trágicos números refletem na alta taxa de emigração do país – seriam 4 milhões de refugiados sírios, a maior população de refugiados do mundo. O principal destino dos sírios são a Turquia, que já recebeu mais de 1,8 milhão de refugiados desde o início da guerra civil na Síria, Iraque, Jordânia, Egito e Líbano. Um relatório da ONU aponta que, até o início de novembro, mais de 390 mil pessoas saíram da Síria com destino à costa europeia. Refugiados curdos da Síria passam atravessam a fronteira com a Turquia, perto da cidade de Kobani, em foto de junho de 2015 (Foto: UNHCR / I. Prickett)Afeganistão Dados da ONU, indicam que, juntamente com a Síria e a Somália, o Afeganistão somou 7,6 milhões dos refugiados de 2014. Os refugiados afegãos estão presentes em mais de 80 países, mas um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) aponta que somente dois deles concentram 96% dessa população: Irã e Paquistão. Migrantes sírios passam por barreira de arame farpado para entrar em território húngaro na fronteira com a Sérvia (Foto: Laszlo Balogh/Reuters)Iraque A marginalização fez com que parte dos sunitas iraquianos começassem a se aproximar do Estado Islâmico. Após a retirada das tropas americanas do Iraque em 2011, o grupo jihadista, que ganhou força na sua atuação no conflito da Síria e conquistou territórios por lá, passou a avançar sobre o norte iraquiano. A violência da atuação do grupo extremista no Iraque pode ser colocada em números: somente em 2014, o Iraque registrou 10 mil mortes - quase um terço de todos os mortos no mundo em atentados terroristas. Outras milhares de pessoas se refugiam em países europeus, sendo a Turquia um dos principais destinos para os iraquianos. Imigrantes aguardam resgate em um bote de borracha a cerca de 32 km da costa da Líbia. (Foto: Darrin Zammit Lupi/Reuters)
Aproveitando-se da instabilidade na Líbia, o Estado Islâmico, que se apoderou de vastos territórios na Síria e no Iraque, posicionou-se ano passado na Líbia, onde controla sobretudo trechos da região de Syrte, a leste de Trípoli. O grupo extremista já assumiu autoria em uma série de ataques e abusos, incluindo a decapitação de cristãos e um atentado contra um hotel na capital Trípoli. Refugiados dos conflitos cruzam o Mar Mediterrâneo em direção à Itália, usando o país como uma ponte para chegar a outros destinos da Europa. O governo italiano já resgatou centenas de imigrantes do norte da África neste ano. Eritreia Que motivos levaram as pessoas a buscar uma nova vida em outros países?O processo de migração internacional pode ser desencadeado por diversos fatores: em consequência de desastres ambientais, guerras, perseguições políticas, étnicas ou culturais, causas relacionadas a estudos em busca de trabalho e melhores condições de vida, entre outros.
Que país tem o maior número de imigrantes nesse período é o menor?De acordo com a Organização das Nações Unidas, em 2019, Estados Unidos, Alemanha e Arábia Saudita tiveram o maior número de imigrantes de qualquer país, enquanto Tuvalu, Santa Helena e Toquelau tiveram o menor.
Quais países europeus se destacam como receptores de fluxos migratórios explique a sua resposta considerando os aspectos territoriais dos países mencionados?Os principais países receptores são a Itália, com 16.775 pessoas em 1996, 65.196 em 2002 e 35 mil em 2003; Portugal, com 22.068 pessoas em 1996, 50.431 em 2001 e 70 mil em 2003; Espanha, com 12.026 em 1996, 13.371 em 2001 e 32 mil em 2003.
O que explica a existência de intensos fluxos migratórios para os Estados Unidos?O fluxo migratório tem levado a nação a uma transformação estrutural, populacional e social de grande proporção. Para se ter uma noção do que está acontecendo nos Estados Unidos, é como se a cada cinco anos emergisse no país uma cidade com uma população equivalente ao Rio de Janeiro.
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