Como a prática regular de exercícios físicos podem evitar ou melhorar o quadro de um paciente com câncer de próstata?

Publicado em 20/05/2022 10h38 Atualizado em 21/07/2022 15h39

Realizar atividades físicas como parte da rotina diária, começando por aquelas que lhe deem prazer, como caminhar, andar de bicicleta, dançar e nadar contribuirão para a proteção contra o câncer.

Caminhar ou ir de bicicleta para o trabalho, subir pelas escadas em vez de usar os elevadores, estabelecer momentos com a família e/ou amigos para atividades ao ar livre e/ou em praças públicas são algumas opções para começar e/ou aumentar a atividade física no dia a dia. Aquelas modalidades sistematizadas ou que demandem a contratação de serviços como academias podem ser opções, mas não são as únicas.

A atividade física promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Com isso, contribui para prevenir o câncer de intestino (cólon), endométrio (corpo do útero) e mama.

Existem recomendações que sugerem a realização de pelo menos 30 minutos de atividade física de intensidade moderada por dia, mas já há evidências de que mesmo quando realizada por menos tempo a atividade física traz benefícios para a prevenção de câncer e para a saúde. Assim, se movimente naquelas modalidades de atividade física que você gostar. A duração (tempo) e a intensidade ('esforço') tornam-se mais alguns elementos, não os principais.

É importante limitar hábitos sedentários como assistir à televisão, usar por muito tempo celular, tablet e computador ou jogar videogame.

Conheça o documento - Atividade Física e Câncer: recomendações para prevenção e controle, produzido pelo INCA, Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS), que possui o objetivo de aproximar a população brasileira e os profissionais de saúde das melhores e mais recentes evidências científicas sobre os benefícios da prática da atividade física na prevenção e controle do câncer. 

E também o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, nele você encontra muitas informações e dicas que poderão contribuir para uma vida fisicamente ativa. 

Veja também dicas sobre atividade física, alimentação saudável e peso corporal, esclareça mitos e verdades e acesse publicações sobre os temas.

A fadiga acomete até 70% dos pacientes de câncer e pode ser decorrente tanto da doença quanto dos tratamentos (cirurgia, quimioterapia, radioterapia e toda a dinâmica que os envolve e mexe com a rotina das pessoas). Por causa disso, durante muito tempo acreditou-se que o melhor a fazer fosse permanecer em repouso o máximo possível e diminuir a prática de exercícios físicos ao longo do tratamento contra a doença.

Depois de estudos e pesquisas que sistematicamente provaram o contrário, hoje a recomendação é que os pacientes, em sua ampla maioria, mantenham o corpo em movimento enquanto combatem o câncer – algumas exceções serão observadas adiante. Vale destacar, ainda, que repouso em excesso pode levar à perda de funções corporais, à fraqueza muscular e à redução da mobilidade.

A prática de atividades físicas não apenas é segura como pode melhorar a qualidade de vida da pessoa em tratamento, trazendo como benefícios físicos:

  • Alívio dos efeitos adversos da quimioterapia (como náuseas);
  • Aumento da disposição;
  • Redução do cansaço (aquele mesmo que atinge até 70% dos pacientes);
  • Melhora das funções vitais do organismo;
  • Fortalecimento da imunidade;
  • Melhora do equilíbrio (diminuindo o risco de quedas e fraturas ósseas);
  • Diminuição do risco de osteoporose; e
  • Melhora da circulação sanguínea.

Os efeitos dos exercícios físicos também se refletem na manutenção de um peso corporal adequado, uma das principais formas de prevenir e combater o câncer. O excesso de gordura corporal provoca processo inflamatório e aumenta a produção de hormônios, o que pode causar danos às células, provocando ou acelerando o surgimento da doença.

Sobrepeso, obesidade e ganho de peso na fase adulta são associados a cânceres no esôfago, estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama, ovário, endométrio (corpo do útero), meningioma, tireoide, mieloma múltiplo e, possivelmente, próstata (avançado), mama (em homens) e linfoma difuso de grandes células B. 

Psicologicamente, os exercícios físicos durante o tratamento contra o câncer ajudam a:

  • Controlar a ansiedade, normal em pacientes oncológicos;
  • Amenizar sintomas depressivos surgidos com o diagnóstico da doença;
  • Aumentar a autonomia do paciente em suas atividades cotidianas;
  • Melhorar a autoestima; e
  • Melhorar o humor e o relacionamento social. 

Exercícios físicos recomendados durante o tratamento de câncer 

São muitos os benefícios dos exercícios físicos durante o tratamento contra o câncer, mas é importante realizar um programa baseado no que é seguro, eficaz e confortável para o paciente. 

Devem ser levados em consideração o passado de atividades físicas e os novos limites do corpo do indivíduo – eles podem ter mudado devido ao tipo de câncer, ao seu estadiamento e ao tratamento definido para combater a doença. 

Não é o momento de se exercitar para perder peso ou ganhar massa muscular; o objetivo é manter a capacidade física e amenizar efeitos adversos do tratamento. Os exercícios físicos mais recomendados para o paciente oncológico apto são:

  • Atividades aeróbicas leves (caminhada e pedaladas leves);
  • Alongamento;
  • Pilates leve; e
  • Dança.

Em geral, recomenda-se a realização de pelo menos 30 minutos de atividades físicas por dia, mas há evidências de que os benefícios ocorrem mesmo quando a disponibilidade de tempo é menor. A duração diária é um elemento, mas não o principal. 

Precauções para a prática durante o tratamento de câncer 

Exames solicitados pelos médicos responsáveis pelo tratamento oncológico (e suas devidas análises) e alguns cuidados fazem parte das precauções para a prática de exercícios físicos durante o tratamento de câncer. As principais são: 

  • Realizar exames de sangue e verificar se todos os resultados estão dentro do esperado para que os exercícios físicos não prejudiquem o quadro geral de saúde;
  • Não fazer atividades físicas em dias em que sentir dor, mal-estar ou outro sintoma incapacitante;
  • Reduzir a duração do exercício físico caso bata um cansaço durante sua realização;
  • Evitar superfícies irregulares que possam prejudicar o equilíbrio e facilitar quedas;
  • Trocar a esteira pela bicicleta ergométrica caso sinta dormência nos pés;
  • Procurar o médico imediatamente caso perceba sangramento, inchaço, dor, tontura ou visão turva durante ou depois dos exercícios físicos;
  • Evitar piscinas com cloro após sessões de radioterapia; e
  • Evitar esportes aquáticos e outros com riscos de infecção caso esteja usando cateter.

Condições que contraindicam a prática durante o tratamento de câncer

Apesar dos benefícios já apresentados, nem todos os pacientes oncológicos podem realizar exercícios físicos. Algumas condições que contraindicam as atividades são:

  • Anemia acentuada (diminui a resistência, pois a hemoglobina que falta no sangue é a responsável por levar oxigênio aos pulmões);
  • Nível de plaquetas baixo (elas são responsáveis pela coagulação e pela cicatrização); e
  • Dores ósseas causadas pelos tumores e suas metástases.

Em alguns casos, o médico responsável pelo tratamento poderá avaliar os benefícios gerados por atividades de baixa carga, como hidroterapia, e indicar alguma movimentação para o corpo. Lembre-se: para não causar danos à saúde e ao tratamento, toda e qualquer modalidade adotada precisa ter sido aprovada pelo médico especialista. 

7 dicas práticas para realizar exercícios físicos no dia a dia durante o tratamento de câncer 

O cansaço e os efeitos adversos do tratamento contra o câncer podem dificultar a criação de uma rotina diária de exercícios físicos. Para auxiliar nesse processo até que o hábito esteja criado, seguem algumas dicas práticas:

1)  Escolha atividades físicas que tragam prazer ao dia a dia – o exercício nunca deve ser sinônimo de sofrimento;

2)  Troque o carro pela caminhada em trajetos curtos;

3)  Suba escadas – respeitando seu ritmo – em vez de usar o elevador;

4)  Leve amigos para se exercitarem com você;

5)  Faça caminhadas e ciclismo ao ar livre (em praças e parques ou ambientes de uso comum de condomínios, por exemplo);

6)  Dependa o mínimo possível de academias (reserve o uso das instalações para dias de chuva ou frio intenso);

7)  Limite o tempo de telas (TV, celular, tablet, computador, videogame) de seus dias – elas são viciantes e podem desestimular o pontapé inicial para o exercício do dia.

Que médicos devem orientar sobre prática de exercícios físicos durante o tratamento de câncer

Na equipe multidisciplinar que acompanha o tratamento oncológico, os especialistas que podem orientar sobre a prática de exercícios físicos são o oncologista, o fisioterapeuta e o educador físico.

Mitos e verdades sobre prática de exercícios físicos durante o tratamento de câncer

Todos os exercícios físicos são bons para a saúde dos pacientes oncológicos

MITO. Exercícios de muito impacto e alta performance, como corridas competitivas e aparelhos de musculação com carga alta, prejudicam a saúde e são proibidos para pacientes oncológicos.

É bom o paciente oncológico fazer exercício físico quando estiver com náusea, para aliviá-la

MITO. O exercício físico pode aliviar as náuseas comuns no pós-quimioterapia, mas como efeito contínuo, não imediato. Durante uma crise de náusea, o melhor é dispensar a atividade temporariamente.

Mesmo quem nunca fez exercícios físicos pode aderir a eles durante o tratamento de câncer

VERDADE. Todo e qualquer paciente que esteja em condições de se movimentar e que seja orientado por médicos especializados pode e deve realizar exercícios físicos durante o tratamento contra o câncer, e assim melhorar a saúde e a qualidade de vida. 

Quem já se exercitava antes do diagnóstico de câncer pode manter a rotina de atividades físicas inalterada

MITO. O passado é importante, mas os limites do corpo podem mudar por causa da doença e do tratamento. Avaliações físicas e clínicas devem ser feitas pelo médico especialista, de modo que o exercício físico não prejudique nem a saúde nem o tratamento do paciente. 

Acrescentar pequenas atividades físicas ao dia a dia já é suficiente para auxiliar a saúde do paciente oncológico

VERDADE. Não precisa haver uma atividade atlética e sistemática para que o organismo sinta benefícios durante o tratamento contra o câncer. Movimentar o corpo diariamente, por mínimo que seja – pequenos afazeres domésticos ou mudanças na locomoção, por exemplo – já promove uma evolução na qualidade de vida.

Como a prática de exercícios físicos podem evitar ou melhorar o quadro de um paciente com câncer de próstata?

Segundo ele, estudos recentes sugeriram que os esportistas que são regulares no ritmo de treinos, têm menor probabilidade de desenvolver câncer de próstata ou até mesmo morrer dessa doença. Inclusive detectou que alguns tipos agressivos de câncer de próstata foram encontrados mais em indivíduos obesos.

Quais os benefícios do exercício físico para as pessoas com câncer?

Confira alguns dos benefícios da prática regular de exercícios durante o tratamento oncológico:.
Manter ou melhorar sua capacidade física..
Melhorar o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas e fraturas ósseas..
Evitar a atrofia muscular..
Diminuir o risco de doença cardíaca..
Diminuir o risco de osteoporose..

Que tipo de exercício é bom para próstata?

Homens que mantiveram três horas ou mais dos chamados equivalentes metabólicos por semana – que equivalem a correr, andar de bicicleta, nadar ou jogar tênis por meia hora por semana – apresentaram risco 35% menor de mortalidade geral do que os demais.

Como a prática regular de exercícios físicos pode ajudar na prevenção ou na diminuição de sintomas graves da Covid 19?

Exercícios como prevenção Tais efeitos levam ao melhor controle da resposta inflamatória, reduzem os hormônios do estresse, e resultam em menor incidência, intensidade de sintomas e mortalidade frente a ocorrência de infecções virais, especialmente as respiratórias.