Diferença salarial entre raças no brasil 2022

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de ONGs (Organizações Não Governamentais -Abong) mostra discrepâncias entre a remuneração e cargos ocupados por negros e brancos nas organizações da sociedade civil. Segundo o levantamento, em 2019 as pessoas negras ganharam em média 27% menos que as brancas nas ONGs.

Diferença salarial entre raças no brasil 2022
Diferença salarial entre raças no brasil 2022

Os dados são baseados em informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério da Economia, no período de 2015 a 2019, apurados nas 27 capitais brasileiras.

A faixa de remuneração média nas ONGs é a de meio a três salários mínimos. De acordo com o estudo, enquanto os homens brancos têm a maior participação na faixa dos salários mais altos (mais de 20 salários mínimos), os negros são a maioria nas faixas que representam os menores salários. 

Entre as pessoas que receberam, em 2019, mais de 20 salários mínimos nas ONGs, 44,42% eram homens brancos; 31,45% mulheres brancas; 12,97% homens negros; e 10,01% mulheres negras. 

Já na faixa de remuneração de até meio salário mínimo, a maioria é de homens negros (38,19%), seguidos de mulheres negras (37,11%), mulheres brancas (12,81%) e homens brancos (11,11%).

Os dados levantados apontam ainda que a maior participação de pessoas negras (41,62%) está na ocupação de auxiliar de manutenção predial. E a maior presença de pessoas brancas (64,81%) situa-se na ocupação de pesquisador ou pesquisadora. 

Percentuais

Na função de diretor, em 2019, 59,25% das pessoas eram brancas, e 25,07%, negras. Nas gerências, 59,27% eram brancas, e 27,60%, negras.

“A gente quer chamar todos os outros setores de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e sindicatos a se juntarem conosco para debater esse problema e encontrar soluções. A nossa pauta, efetivamente, é reconhecer que os nossos setores, que atuam primariamente, principalmente, na promoção da igualdade e da inclusão, eles não são impermeáveis ao racismo estrutural da sociedade brasileira. É muito importante a gente reconhecer isso”, destacou Athayde Motta, da diretoria executiva da Abong.

“É importante reconhecer [o racismo estrutural nas ONGs] e descobrir maneiras de enfrentar isso. Não é fácil, não basta ter pessoas de boa vontade. A gente está falando de algo que é uma disputa de poder instalada na sociedade brasileira desde sempre e que não vai sumir rapidamente”, finalizou.

Diferença salarial entre raças no brasil 2022

Desigualdade nos salários entre brancos e pretos chegou a 70% em 2021, diz IBGE (Crédito: Tânia Rego/Agência Brasil)

O Brasil das desigualdades é ainda mais desigual para pretos e pardos do que para pessoas brancas. É o que comprova um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta sexta-feira, 11. Ainda que mais da metade da força de trabalho no País seja formada por pretos e pardos, o vencimento médio dos brancos foi quase 70% maior em 2021. E, quando se consideram os índices de pobreza, a proporção praticamente dobra.

Os números fazem parte da segunda edição do estudo “Desigualdades por Cor ou Raça”, que dá continuidade à primeira análise, feita em 2019. Os resultados se baseiam em diferentes pesquisas feitas pelo IBGE nos últimos cinco anos, como o Censo Agropecuário (2017), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2021 e a Pnad Covid-19 do ano anterior, entre outras.

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De acordo com o IBGE, no ano passado a proporção de pobres no Brasil era de 18,6% entre os brancos, de 34,5% entre os pretos e de 38,4% entre os pardos – os dados consideraram a linha de pobreza estabelecida pelo Banco Mundial, de US$ 5,50 dólares por dia (cerca de R$ 29,30 na cotação atual).

Além disso, em 2021 o rendimento médio dos trabalhadores brancos foi de R$ 3.099, valor superior à média recebida por pretos (R$ 1.764) e pardos (R$ 1.814). E, ainda que a maior parte da força de trabalho brasileira seja formada por esses dois últimos grupos, a participação deles em posições de chefia é muito menor. No ano passado, 69% dos cargos gerenciais foram ocupados por brancos.

Ao mesmo tempo, os brancos têm taxa de informalidade menor quando se considera o universo da população ocupada. Entre eles, 32,7% eram informais, número que chegava a 43,4% no caso dos pretos e a 47% entre os pardos.

Moradia e ensino superior

O estudo mostrou ainda que cerca de um quinto da população de pretos e pardos com residência própria não têm documentos que atestem a propriedade. Entre os brancos, a proporção é de um a cada dez.

O levantamento mostrou que oito em cada dez (79,1%) dos grandes estabelecimentos agropecuários – grupo que considera áreas com mais de 10 mil hectares – estavam sob controle de brancos, com base no Censo Agro de 2017. Entre os demais, 17,4% eram de pardos, enquanto apenas 1,6%, de pretos.

No ensino superior, as matrículas nos cursos mais concorridos em instituições de ensino com graduação presencial eram majoritariamente feitas por brancos. Enquanto apenas 3,2% dos estudantes pretos e 21,8% dos pardos estavam matriculados nos cursos de medicina, 11,6% de pretos e 36,2% de pardos faziam pedagogia.


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Qual a diferença salarial entre géneros?

Em 2021, a diferença salarial entre mulheres e homens que exercem a mesma função aumentou de 20,7% para 22%. [1] Os relatórios de instituições brasileiras e internacionais deixam o problema bem evidente: mulheres recebem menos que homens para exercer a mesma função.

Porque existe a diferença salarial entre homens e mulheres?

Segundo a pesquisadora, a desigualdade salarial é um problema estrutural do mercado de trabalho brasileiro e reflete não só o machismo da sociedade, mas também a ausência de mais políticas que favoreçam o ingresso de mulheres em ocupações e formações de maior remuneração.

Quais as funções com as maiores diferenças salariais entre os gêneros?

Desenvolvedor front-end e técnico administrativo estão entre as funções em que os homens recebem bem mais que as mulheres, de acordo com pesquisa do Banco Nacional de Empregos (BNE).

O que é a equiparação salarial?

A equiparação salarial é a garantia de que colaboradores que exerçam a mesma função dentro de uma empresa recebam também o mesmo salário. Para entender melhor o que é a equiparação salarial, é necessário voltar a um princípio básico garantido pela Constituição Federal: todos os brasileiros são iguais perante a lei.