Se coloque na seguinte situação: você tem propensão a ter pedras nos rins, bebeu demais no final de semana e ainda resolveu variar o cardápio. Aí apareceu uma dor abdominal e você não sabe identificar seu foco e nem a causa, se é grave ou não é. O que fazer e observar? Tomar um chá, repousar, ir direto ao hospital? Em quanto tempo os sintomas devem melhorar? Show Segundo os especialistas consultados por VivaBem, não existe uma resposta pronta e que sirva para todos os casos, até porque a percepção da dor pode ser diferente entre as pessoas. Mas é possível ter uma noção de qual área esteja acometida e causando o mal-estar e assim tomar providências. Às vezes, não é necessário um médico, mas em outras sim e até o quanto antes. RelacionadasCada dor em seu quadradoEnquanto abdome "tanquinho" revela frequência na academia, abdome em "jogo da velha" (#), explica Alexandre Sakano, gastroenterologista da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, ajuda a diferenciar dores nessa região, que é como um "estojo" de órgãos, revestidos em sua maioria por uma fina membrana contendo sensores específicos para dor (peritônio), do aparelho digestivo e do sistema gênito-urinário, sendo este último diferente entre os gêneros. No topo e meio do abdome: É o epigástrio, região da boca do estômago, e a dor aí não costuma ser intensa, mas contínua e piora quando se alimenta, o que pode gerar ainda refluxo e azia. Quando aguda, pode ser uma úlcera que abriu ou mais raramente, pâncreas. Lado direito superior do abdome: "Abaixo da última costela, fica a vesícula. Uma dor forte ali pode significar cálculo e requer investigação", diz Sakano. Fígado em geral não dá dor, mas pode estar relacionado a enjoos, tonturas, dor de cabeça, cansaço, manchas roxas e inchaço. Lado esquerdo superior do abdome: Dor intensa é algo raro. Mas se surgir fraquinha, como uma cólica, e vir acompanhada de diarreia e gases, pode ter relação com intestino. Aumento do baço não causa dor forte, mas um desconforto, inchaço, soluços, febre e palidez. No centro do abdome: Na região do umbigo pode ser intestino ou hérnia umbilical. Também pode ter relação com úlcera gástrica, prisão de ventre e infecções (gastroenterite, pancreatite). Lateral direita do abdome: Pode ser por inflamação no intestino, gases, irradiação das dores de vesícula ou de um cálculo no rim direito, sobretudo se percebida em direção às costas. Lateral esquerda do abdome: Nessa região, denominada flanco (temos direito e esquerdo), a dor pode ter relação com cólica renal novamente, intestino preso, ou algum problema mais sério nesse órgão, principalmente quando prolongada, observa o gastroenterologista da BP. Abaixo da região umbilical: É o hipogástrio e dor aí pode ter relação com bexiga (infecção urinária, cistite), mas também cólica menstrual, cólon irritável e diarreia. Canto inferior direito do abdome: Dor aguda e intensa pode indicar apendicite, obstrução do final do ureter (canal que desce do rim em direção à bexiga) por cálculo, além de hérnia inguinal, rompimento de cisto de ovário, infecção urinária e inflamação intestinal ou testicular. Canto inferior esquerdo do abdome: Com exceção da apendicite (inflamação do apêndice), os mesmos problemas do outro lado, ambos (direito e esquerdo) denominados de fossa ilíaca. Existem também as chamadas "dores referidas", sentidas num local, embora produzidas em outro, e às vezes nem tão próximos. Um exemplo de dor abdominal que evolui para localizada é a de apendicite. Inicialmente é indefinida, na altura do umbigo, mas assim que o processo inflamatório atinge o peritônio, vira localizada e intensa na região inferior direita do abdome. O que pode ser feito em casa?Quando a intensidade da dor não é alta, ou já se tem um diagnóstico médico e sabe que é comum ter esse sintoma recorrentemente, espera-se que as ações sejam tomadas em casa a fim de se evitar idas desnecessárias ao pronto-socorro. Em geral, é indicado ficar em repouso, evitar comer e beber em excesso, tomar antiespasmódico e aguardar por uma melhora breve. Imagem: iStockPara sintomas de transtornos gastrointestinais estão liberados chás de espinheira-santa, erva-doce e boldo. O suco de batata crua, por ser alcalino, ajuda a neutralizar a acidez estomacal e diminui o desconforto. Agora, constipação, gases e distensão abdominal melhoram com anti-flatulentos (simeticona) e fármacos que estimulem a evacuação. Já as dores de gastrite e úlcera, explica Raymundo Paraná, diretor do Hospital Aliança, da Rede D'Or em Salvador, e professor de gastro-hepatologia da UFBA (Universidade Federal da Bahia), com algum antiácido ou mesmo alimentação regular. "Os alimentos tamponam o ácido clorídrico e evitam que o hidrogênio do suco gástrico cause irritação na parede do estômago." Mas Sakano complementa que também cabe à pessoa monitorar o que sente. Se notar que é um sintoma que veio de forma aguda, mas não tão forte e logo passou, provavelmente não é grave. Porém, se o quadro se repete com frequência ou é persistente, não deve ser encarado como "vai passar". Pode não ser uma urgência, mas requer consulta e investigação médicas. Hospital para casos sériosTudo bem que cólicas e dores tipo pontada, comuns em situações de problemas intestinais, assustem. Mas quando é de fato uma situação bem grave, como uma apendicite ou outra doença de risco, os desconfortos abdominais não são os únicos sintomas a darem as caras, não passam após horas, aumentam de intensidade e incapacitam. "Dada a grande amplitude de possibilidades diagnósticas na dor abdominal, uma severa, que tenha sintomas como náusea, vômito, hipotensão, sudorese e palidez, deve motivar sempre a ida ao pronto-socorro", recomenda Ricardo Guilherme Viebig, diretor técnico do núcleo de motilidade digestiva de neurogastroenterologia do Hospital Igesp, em São Paulo, e presidente da SBMDN (Sociedade Brasileira de Motilidade Digestiva e Neurogastroenterologia). Às vezes, até um princípio de infarto pode se refletir como uma dor abdominal, ainda mais se vier durante ou após atividades físicas e acompanhar suor frio, falta de ar, aperto no peito. Igualmente não são bons sinais: febre alta, sangue em fezes, urina ou no conteúdo gástrico expelido, diarreia mais de 10 vezes ao dia ou por semanas a fio e dor intensa após pancada. "Felizmente, hoje existem exames de imagem mais facilmente disponíveis, os quais, junto com alguns exames de sangue, a história clínica e o exame físico, ajudam o médico a dar o diagnóstico e a fazer a indicação terapêutica", observa Paraná. A depender do quadro, o paciente pode ser medicado e liberado após orientação sobre tratamentos que deve seguir em casa ou mudanças alimentares e de hábitos de vida, ou ainda encaminhado para uma cirurgia. Qual o órgão que fica embaixo da costela do lado esquerdo?O principal órgão que se encontra sob esta região é o baço. "O hipocôndrio esquerdo é uma região que não possui muitos órgãos que causam dor. Tem o baço, a pontinha do pâncreas e um pouquinho do intestino. Sentir dor repentina no hipocôndrio esquerdo é raro de acontecer.
O que significa dor abaixo da costela do lado esquerdo?A dor do lado esquerdo abaixo da costela normalmente está relacionada com infecção, inflamação ou ferida em algum órgão localizado do lado esquerdo do corpo como coração, baço, estômago, pâncreas, pulmão e rim esquerdo, causando algumas doenças benignas e que têm tratamento, como costocondrite, gastrite ou pedra nos ...
Quais são os órgãos que fica do lado esquerdo da barriga?No lado esquerdo, está o estômago, que se liga ao intestino delgado. Cada vez que o diafragma desce, quando o ar entra nos pulmões e o pressiona para baixo, o estômago e o fígado são levemente comprimidos. A primeira parte do intestino delgado chama-se duodeno e tem a forma de uma alça, onde se encaixa o pâncreas.
O que pode ser uma dor no lado esquerdo?Uma das dores mais comuns e com bastantes incógnitas, é a dor no lado esquerdo da barriga. Geralmente, causas mais comuns como a prisão de ventre e os gases, podem ser os motivos que causam essa dor.
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