É normal não sentir mas vontade de ter relação?

A gravidez, para muitas muitas mulheres, é considerada um momento mágico. Gerar um ser é uma ocasião única. Nesse período, a cada dia que passa, o organismo sofre uma série de alterações emocionais, físicas e hormonais, que preparam o corpo para o desenvolvimento do feto e para o parto.

A libido pode diminuir durante a gravidez?

É natural que o ritmo e a frequência sexual sejam impactados durante a gestação. Isso acontece por uma série de motivos. Há, inclusive, a crença de que o sexo pode prejudicar o feto. Assim, os parceiros acabam se distanciando.

A insegurança no início da gravidez e o medo de aborto espontâneo também estão ligados ao baixo desejo sexual.

Uma pesquisa canadense, com cerca de mil mulheres, mostrou que 56% das mulheres sofreram diminuição de desejo sexual durante a gravidez, sendo que 29% se sentiram inseguras em fazer sexo durante esse período.

No primeiro trimestre, as alterações hormonais são as culpadas pelo baixo desejo sexual. Uma montanha russa de hormônios ocorre para preparar o corpo da mulher para o desenvolvimento do feto. Além disso, esses hormônios são causadores de sintomas como enjoo, sensação de cansaço e dor de cabeça. Acontece, ainda, um sono incontrolável. Outros sintomas que prejudicam o desejo nessa fase são as mudanças de humor e dor nas mamas.

Essa série de fatores colocam a vontade de fazer sexo em segundo plano, tornando completamente normal que as mulheres sintam diminuição no desejo sexual.

A falta de apetite causa, também, incômodo durante ao sexo, uma vez que ocorre diminuição da lubrificação vaginal e a hipersensibilidade nos seios.

Durante o segundo semestre, a atividade hormonal tende a se estabilizar e o casal pode se sentir mais seguro em relação ao sexo. Assim, é comum que, no meio da gravidez, o desejo seja restabelecido. Muitas mulheres relatam, inclusive, o aumento do apetite sexual nesse período.

Isso acontece porque, além de estar mais segura em relação à gravidez, sintomas indesejados, como enjoo, já não se manifestam. Além disso, por causa do volume do útero, a vagina fica mais irrigada, deixando a mulher mais sensível e receptiva.

A diminuição do desejo sexual pode voltar no final da gravidez. Ocorre cansaço físico e mental e, por causa do peso e do tamanho da barriga, a mulher pode ter dificuldade de encontrar uma posição confortável.

O fator psicológico também interfere muito nessa fase. A ansiedade e a tensão em relação à proximidade do parto contribuem para que a vontade de fazer sexo seja reduzida.

O que fazer?

A gravidez é um momento cheio de transformações para o casal, por isso, o diálogo é fundamental. A mulher precisa expor o que está sentindo física e psicologicamente, sentir-se confortável para revelar seus medos e anseios. Cabe ao marido a compreensão e suporte nesse momento.

Quanto ao sexo, é hora de o casal diversificar. Será possível experimentar posições que sejam confortáveis, usar lubrificante e brincadeiras com sexo oral e masturbação. Tudo para que a mulher sinta desejo e esteja confortável.

A intimidade do casal não deve ser deixada de lado. A gravidez pode ser um pretexto para aumentar a cumplicidade e a parceira dos futuros pais.

Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como psiquiatra em São Paulo!

A relação vai se desgastando até o ponto em que não há mais desejo sexual. Quais são as causas? De quem é a culpa? O que pode ser feito para que o desejo volte a existir?

5 OUT 2016 · Leitura: min.

Você conhece a pessoa, sente uma conexão singular, a relação começa e tudo caminha perfeitamente até que, sem motivos aparentes, esfria. Ou então o desgaste sexual vem pelos anos de convivência, pela rotina, por conflitos na educação dos filhos, estresse no trabalho… As coisas mudam e, junto, aparece a perda do desejo sexual, algo que costuma ser uma grande preocupação.

O que provoca tamanha alteração de comportamento? E mais: o que fazer quando o desejo sexual acaba? Se essa também é uma pergunta para a que você gostaria de conhecer a resposta, veja o que comenta alguns psicólogos cadastrados no portal.

Descartando o fator biológico

Nem sempre a falta de desejo sexual está relacionada ao psicológico de uma pessoa. Pode ser fruto de alterações hormonais e, até mesmo, do aparecimento de uma disfunção sexual. Por isso, a recomendação dos psicólogos é sempre descartar qualquer problema biológico, para poder partir para uma psicoterapia com as ideias mais claras.

Se após a consulta com o médico for descartado o fator biológico, então será investigado pelo psicólogo ou psiquiatra as causas psicológicas daquele que está com a diminuição do desejo ou desempenho sexual. .

"A primeira coisa é não se culpar por isso. Nós mudamos a cada dia, e é normal perdermos o 'desejo' por algo, ou desenvolvermos desejo por outras coisas", sinaliza a psicóloga Marilia Siqueira, lembrando a importância de iniciar um processo de reflexão que permita compreender o que mudou e por quê.

Antes de desistir, dialogar

Cada relação tem suas regras, seus comportamentos, e os psicólogos adiantam que não há uma fórmula mágica para recuperar o desejo sexual perdido e voltar a ter uma convivência mais plena. O primeiro passo seria se perguntar: o que está acontecendo que seu desejo diminui? Tem algo que está te incomodando e queira me falar? Gostaria que soubesse que estou aberta/o a ouvir para pensarmos sobre e encontrar soluções. 

Muitas vezes, pecamos por acreditar que nossos sentimentos são óbvios não necessitam ser expressados verbalmente. Se a relação, em algum momento valeu a pena, é importante criar espaço para um diálogo sincero e respeitoso, antes de desistir e terminar o relacionamento, ou até mesmo buscar outro parceiro (a) para se satisfazer sexualmente. 

"Tente dialogar sobre o que está acontecendo, sobre o que não lhe dá mais prazer e, se possível, busque a ajuda de um psicólogo. No processo de psicoterapia você poderá investigar a natureza do que pode ter motivado a ausência do seu desejo e encontrar possibilidades para que o mesmo desperte novamente", explica a psicóloga Maitê Hammoud.

Trabalhando expectativas

Passado o tempo inicial da idealização, é natural que a relação sofra mudanças, à medida que os parceiros vão ganhando intimidade e comportando-se de forma mais "natural". As mudanças não necessariamente são negativas, porém é normal que algumas críticas e descompassos na relação aconteçam no decorrer do tempo. O importante é que o casal esteja em sintonia mesmo diante de mudanças pessoais. 

Menos manifestações de carinho, menos autonomia, mais controle, menos tempo para fazer coisas juntos, menos sexo, mais brigas, e por aí vai. O problema recai sobre as expectativas que cada um construiu sobre a relação, e é importante entender que a questão do desejo pode ser diferente para homens e mulheres:

"Quando o casal não está bem emocionalmente, há uma forte probabilidade de a intimidade sexual é afetada. A maioria dos homens precisa da estabilidade sexual para conseguir se sentirem seguros em relação à intimidade emocional. Sem estabilidade emocional, as cobranças, acusações e a repulsa podem se tornar constantes. Para sair desse ciclo vicioso é necessário perseverança e capacidade de conversar abertamente sobre os sentimentos mútuos do casal", detalha a psicóloga Maria José Machado Jorge.

É normal não sentir mas vontade de ter relação?

Anular-se não é uma opção

Não há relação bem estruturada na que os parceiros não estejam habituados a ceder, porque num lugar onde há duas pessoas, há necessidades distintas. Porém ceder não pode ser confundido com se anular.

É preciso que haja um equilíbrio entre os parceiros, que ambos tenham espaço para seus projetos e que também haja uma preocupação em cuidar da "saúde" da relação. A frustração de ver que isso não acontece na prática também pode ser causa direta para a falta desejo sexual.

"Se não tem mais desejo sexual, é fundamental avaliar qual é a importância de sua satisfação neste quesito e então decidir que caminho seguir", pontua a psicóloga Verônica Landim.

Superar problemas no relacionamento nunca é missão fácil. Às vezes, mesmo querendo, o casal não sabe que caminho seguir para tentar endireitar as coisas. Por isso, se precisar de ajuda, saiba que há psicólogos especializados na dinâmica dos casais e que podem ajudar.

Fotos: por MundoPsicologos.com

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