Explique que relação pode ser estabelecida entre os questionamentos

Explique que relação pode ser estabelecida entre os questionamentos

Qual a import�ncia da rela��o professor-aluno

no processo ensino-aprendizagem?

�Cu�l es la importancia de la relaci�n profesor-alumno en el proceso de ense�anza-aprendizaje?

*IESSA

**PUCPR

(Brasil)

Fayson Rodrigo Merege Barbosa*

[email protected]

Micaella Paola Canalli**

[email protected]

Resumo

          Considerando a import�ncia da rela��o professor-aluno no processo ensino-aprendizagem e as necessidades de construir uma pr�tica educativa que possibilite a reflex�o, a cr�tica e a constru��o do conhecimento pautando-se nos problemas que ocorrem diariamente em sala de aula e no decorrer do processo ensino-aprendizagem, o presente artigo tem por finalidade apresentar sugest�es e argumentos sobre o papel da escola como organiza��o reflexiva considerando o ensinar e o aprender, qual o papel do professor e de sua rela��o com o aluno e a necessidade de construir o conhecimento cr�tico, reflexivo e compartilhando respaldando-se por embasamentos te�ricos como os de Paulo Freire. No processo de constru��o do conhecimento, o valor pedag�gico da intera��o humana � evidente, pois � por meio dela que o conhecimento vai se construindo e a rela��o educador-educando n�o se torna unilateral, pois necessita que a mesma proporcione a constru��o coletiva do conhecimento na qual esteja baseada no di�logo.

          Unitermos:

Educa��o. Rela��o professor-aluno. Processo ensino-aprendizagem. Conhecimento cr�tico-reflexivo.EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, A�o 16, N� 160, Septiembre de 2011. http://www.efdeportes.com/

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Introdu��o

    Muitos s�o os questionamentos e discuss�es a respeito do papel da escola na educa��o, por�m, � preciso v�-la al�m de somente transmitir conhecimentos aos alunos. Sendo a escola conhecida como �institui��o do saber�, a mesma exerce uma enorme import�ncia por toda a sociedade. Por tamanha import�ncia que a mesma se faz jus, necessita-se olhar al�m do que os olhos podem ver e ensinar os alunos a pensarem sobre o mundo, a sociedade na qual est�o inseridos e o mundo das diferen�as/descrimina��es para dar subs�dios aos alunos ao enfrentem essas adversidades da vida.

    A escola necessita ser pensada como �prepara��o� para a vida, na fun��o de preparar cidad�os do mundo. De acordo com P�rez G�mez (2000), a escola � um ambiente de aprendizagem, onde h� grande pluralidade cultural, mas que direciona a constru��o de significados compartilhados entre o aluno e o professor. A constru��o desses significados compartilhados enfatiza uma necessidade de mudan�a na escola, por meio da reflex�o. A mesma necessita da individualidade e da coletividade ao mesmo tempo, a qual envolve diversos aspectos da escola, ou seja: as rela��es entre o ensinar e aprender com diversas trocas de informa��es, a intera��o de indiv�duos que participam da cultura escolar, al�m dos processos curriculares, pedag�gicos e administrativos haver� o compartilhamento de informa��es e intera��o da cultura escolar.

    Deve-se pensar a escola como um ambiente atrativo para professores, alunos e os profissionais nela atuantes, para que estes possam se sentir convidados a participar desta atmosfera de conhecimento que dia ap�s dia � constru�da por professores e alunos, aproveitando o conhecimento pr�vio que � trazido por todos. � preciso que os docentes reinventem e reencantem a educa��o, tendo como foco uma vis�o educacional, usufruindo do conhecimento j� constru�do e produzindo novas experi�ncias no processo de ensino-aprendizagem dos educandos (ASSMANN, 2007).

    As rela��es entre professor/aluno/conte�do n�o s�o est�ticas, mas din�micas, pois se trata da atividade de ensino como um processo coordenado de a��es docentes. Freire (1987) em seu livro Pedagogia do Oprimido deixa-nos entender que a rela��o professor (opressor) e aluno (oprimido) ou vice-versa t�m a finalidade de que a rela��o professor-aluno nesse processo de ensino-aprendizagem gira em torno da concep��o da educa��o, tendo uma perspectiva de que quando todos se unirem na ess�ncia da educa��o como pr�tica de liberdade, ambos abrir�o novos horizontes culturais de acordo com a realidade e imagina��o de todos os indiv�duos, seguido das diferentes culturas de cada um.

    Por�m um dos maiores problemas relacionados ao fracasso escolar pode estar ligado ao preconceito. Com certa freq��ncia os professores procuram explicar a raz�o do n�o aprender do aluno �s defici�ncias org�nicas, psicol�gicas, culturais em detrimento de um estudo e diagnostico que pudessem esclarecer a situa��o. Em outras palavras j� fazem de antem�o o diagnostico e rotulam esse aluno. Acredita-se que a mescla de teorias que se complementem teria um car�ter mais proveitoso para professores e alunos do que a tend�ncia de seguir um �m�todo�. Nada substitui o fator humano, a afetividade, a intera��o e o olhar atento �s diferen�as rea��es.

Escola: Organiza��o reflexiva ou reprodutores de conhecimento?

    O processo ensino-aprendizagem compreende a��es conjuntas do professor e do aluno, onde estar�o estimulados a assimilar, consciente e ativamente os conte�dos/m�todos e aplic�-los de forma independente e criativa nas v�rias situa��es escolares e na vida pr�tica. O ato de ensinar e aprender n�o se pauta em somente o professor passar a mat�ria e o aluno automaticamente reproduzir mecanicamente o que �absorveu�.

    � nessa perspectiva que a compreens�o sobre o conhecimento escolar pode ser analisada sob a �tica de no m�nimo quatro vis�es: como produto acabado e formal (vis�o tradicional); como produto acabado e formal de car�ter t�cnico (vis�o tecnol�gica); como produto aberto, gerado em um processo espont�neo (vis�o espontane�sta e ativista) e; como um produto aberto, gerado por um processo construtivo e orientado (vis�o investigativa) (BOLZAN, 2002, p18).

    Em um contexto onde h� o est�mulo �s atividades diversificadas, � curiosidade, a iniciativa e o desenvolvimento de capacidades, resultar�o em um ambiente onde, tanto professor como seus alunos, ambos estar�o cientes de suas responsabilidades. Desse modo, a escola deve conceber-se como um local, um tempo e um contexto, visando � forma��o que vai al�m da representa��o f�sica, e tornando-se uma concep��o de forma��o com relacionamento interpessoal. A escola pela qual se busca lutar hoje se deve ter como pressuposto principal o desenvolvimento cultural e cient�fico do cidad�o, preparando as crian�as, adolescentes e jovens para a vida, para o trabalho e para a cidadania, atrav�s de uma educa��o geral, intelectual e profissional.

    Para Lima (2006) compreender a escola como organiza��o educativa exige a considera��o da sua historicidade enquanto unidade social artificialmente constru�da, das suas especificidades, bem como do seu processo de institucionaliza��o ao longo do tempo. Seguindo essa linha de pensamento, Alarc�o (2001) aponta uma mudan�a paradigm�tica, uma vis�o e pensamento diferente da escola, saindo de uma concep��o tradicional para uma concep��o reflexiva, onde ser� capaz de gerar conhecimento sobre si pr�prio, fazendo significado a sua pr�pria exist�ncia.

    O ambiente escolar, assim, pode contribuir para suscitar o amor pela escola, o amor e a dedica��o aos estudos, com reflexos sens�veis no aproveitamento escolar dos alunos. Para Durkheim (1978, p.49) �A escola n�o pode ser propriedade de um partido; e o mestre faltar� em seus deveres quando empregue a autoridade de que disp�e para atrair seus alunos � rotina de seus preconceitos pessoais, por mais justificados que lhes pare�am�.

    Se a aprendizagem em sala de aula for uma experi�ncia de sucesso, o aluno constr�i uma representa��o de si mesmo como algu�m capaz. Do contr�rio, se for uma experi�ncia de fracasso, o ato de aprender tender� a se transformar em uma �amea�a�. O aluno ao se considerar fracassado, buscar� os culpados pelo seu conceito negativo e culpar� o professor pela sua metodologia de ensino, e pelos conhecimentos transmitidos, os quais ir�o julg�-los como sendo desnecess�rios e sem validade para sua vida estudantil como pessoal.

    Freire (1980, p.119) aponta de forma ampla o que se espera da escola:

    Somente uma outra maneira de agir e de pensar pode levar-nos a viver uma outra educa��o que n�o seja mais o monop�lio da institui��o escolar e de seus professores, mas sim uma atividade permanente, assumida por todos os membros de cada comunidade e associada de todas as dimens�es da vida cotidiana de seus membros.

    Portanto, o processo educativo tem que ocorrer como um fen�meno social e cultural, onde a reflex�o sobre o saber e suas rela��es � continuamente redimensionada em uma �negocia��o� e �recria��o� dos significados. Tendo o di�logo entre professor e aluno como elemento norteador para a constru��o do conhecimento em uma dimens�o reflexiva.

    Em vista disso, a escola como contexto de constru��o e apropria��o de conhecimentos deve compreender que, professor e aluno, participam desse processo essencialmente pela intera��o e a media��o entre si. Contudo, a escola reflexiva vai al�m, no momento em que v� a escola como uma organiza��o que continuadamente pensa em si pr�pria, �na sua miss�o social e na sua organiza��o, e se confronta com o desenrolar da sua atividade em um processo heur�stico simultaneamente avaliativo e formativo�, pois �s� a escola que se interroga sobre si pr�pria se transformar� em uma institui��o aut�noma e respons�vel, autonomizante e educadora� (ALARC�O, 2001, p.25).

    A escola n�o cumprindo seu papel como organiza��o reflexiva cair� no fracasso escolar. Para tanto entre as diversas raz�es poss�veis, podemos citar: dificuldades de aprendizagem; causas org�nicas; problemas emocionais; teoria da car�ncia cultural e dist�ncia cultural entre a escola p�blica e a popula��o que ela atende; forma��o dos professores; a inefic�cia dos m�todos; preconceito e segrega��o (COLLARES, 1996; POLITY, 2002).

Aprender e ensinar reflexivamente

    O ensino � um meio fundamental do progresso intelectual dos alunos e uma combina��o adequada entre a condu��o do processo de ensino pelo professor e a assimila��o ativa, como atividade aut�noma e independente, por meio do aluno. Pode-se sintetizar-se dizendo que a rela��o entre ensino e a aprendizagem n�o � autom�tica, n�o pode ser vista como uma simples transmiss�o do professor que ensina para um aluno que aprende. Tendo como base os conceitos de Jean Piaget a respeito da aprendizagem, os processos mentais que antecedem o t�o esperado resultado da mesma, revelam a dificuldade existente nos educandos de obterem e aprenderem novos conceitos e conte�dos.

    O processo da aprendizagem tem in�cio atrav�s das abstra��es emp�ricas feitas pelo aluno e pela reflex�o a respeito desta abstra��o. Depois de assimilar um novo conceito que lhe � apresentado, o aluno depara-se com o novo, na tentativa de n�o entrar em conflito dentro de si mesmo, procurando acomodar as informa��es a ele transmitidas, fazendo a modifica��o mental entre os conhecimentos pr�vios e os adquiridos. Entende-se que a aprendizagem ent�o, � a assimila��o ativa do conhecimento e de opera��es mentais, para compreend�-los e aplic�-los de forma consciente e aut�noma.

    Segundo Chalita (2001, p.12) �A educa��o n�o pode ser vista como um dep�sito de informa��es. H� muitas maneiras de transmitir o conhecimento, mas o ato de educar s� pode ser feito com afeto, esta a��o s� pode se concretiza com amor.� Percebe-se que h� uma grande diferen�a entre transmitir o conhecimento e educar. A diferen�a de educar seres humanos que se encontram nas primeiras etapas da vida � uma tarefa para os docentes que se preocupam na forma��o global do educando e n�o apenas na forma��o parcial, obtida em sala de aula. As demonstra��es de carinho, bem como a afetividade nas palavras ditas pelo professor, resultar�o no aux�lio e conforto para o aluno, quando este necessitar acomodar as informa��es recebidas, sem que haja repuls�o ou avers�o ao conte�do apresentado, ou at� mesmo ao pr�prio ato de aprender algo novo.

    O processo de constru��o do conhecimento, que considere tanto as experi�ncias dos alunos como as dos professores inseridos, se faz necess�ria uma abordagem dos conte�dos, e para Anastasiou (2003) isso se d� atrav�s de um m�todo dial�tico, a partir da reflex�o e discuss�o conjunta, uma nova concep��o ou forma de a��o. Situa��es como processos de ensino que constituem mais um desafio para uma a��o docente inovadora e comprometida, precisam buscar uma pr�tica social complexa, que seja efetivada entre os sujeitos, professores e alunos, buscando o engloba mento tanto da a��o de ensinar como de aprender.

    Rodrigues (1997, p.64) afirma:

    Assim, a escola tem por fun��o preparar e elevar o indiv�duo ao dom�nio de instrumentos culturais, intelectuais, profissionais e pol�ticos. Isso torna sua responsabilidade pesada e importante. Assim dimensionada a tarefa da escola, evidencia-se a expectativa que sobre ela recai no contexto da sociedade.

    A esse respeito Werneck (1996, p.61) elucida que:

    Educar � dif�cil, trabalhoso, exige dedica��o, sobretudo aos que mais necessitam. Transferir problemas � fugir da verdadeira educa��o, � uma esp�cie de m�dico que transfere o doente de hospital, lava as suas m�os e n�o se sente comprometido com o caso quando da morte do paciente, porque aconteceu em outro hospital e em outras m�os.

    Educar � proporcionar ao aluno conhecer a si pr�prio, leva-lo � consci�ncia de poder ser mais, reconhecendo que � chamado a encontrar-se no mundo com o outro e n�o mais solit�rio em seu �mundo�. Portanto, o professor como mediador para ensinar o aluno a ser reflexivo precisa estar atento a todos os elementos necess�rios para que o aluno aprenda e se desenvolva integralmente.

    A sala de aula � um espa�o de �luta� extremamente importante, desde que se compreenda e acolha o educando, independente do qu�o diferente ele seja. A educa��o situa-se como possibilidade de ser um instrumento de mudan�a social e de transforma��o da realidade.

    Educar � possibilitar a conscientiza��o e humaniza��o, mediatizando aos alunos as condi��es para que se desenvolvam em todas as suas potencialidades. Assim o educando aparece como primeiro agente do processo educativo, em coopera��o com os demais, sendo ativo, participante, reflexivo e cr�tico.

    Portanto Zabala (1998, p. 34) aponta que:

    O fato de que n�o exista uma �nica corrente psicol�gica, nem consenso entre as diversas correntes existentes, n�o pode nos fazer perder de vista que h� uma s�rie de princ�pios nos quais as diferentes correntes est�o de acordo: as aprendizagens dependem das caracter�sticas singulares de cada um dos aprendizes, correspondem, em grande parte, �s experi�ncias que cada um viveu desde o nascimento; a forma como se aprende e o ritmo da aprendizagem variam segundo as capacidades, motiva��es e interesses de cada um dos meninos e meninas, enfim, a maneira e a forma como se produzem as aprendizagens s�o o resultados de processos que sempre s�o singulares e pessoais.

Rela��o Professor-Aluno no processo ensino-aprendizagem

    � importante considerar a rela��o entre professor/aluno junto ao clima estabelecido pelo professor, da rela��o emp�tica com seus alunos, de sua capacidade de ouvir, refletir, discutir o n�vel de compreens�o dos mesmos e da cria��o das pontes entre o seu conhecimento e o deles. Sendo assim, a participa��o dos alunos nas aulas � de suma import�ncia, pois estar� expressando seus conhecimentos, preocupa��es, interesses, desejos e viv�ncias de movimento podendo assim, participar de forma ativa e cr�tica na constru��o e reconstru��o de sua cultura de movimento e do grupo em que vive. (G�MEZ, 2000).

    Abreu & Masseto (1990, p.115), afirmam que:

    � o modo de agir do professor em sala de aula, mais do que suas caracter�sticas de personalidade que colabora para uma adequada aprendizagem dos alunos; fundamenta-se numa determinada concep��o do papel do professor, que por sua vez reflete valores e padr�es da sociedade.

    Nesse contexto, entende-se que a qualidade de atua��o da escola n�o pode exclusivamente depender somente da vontade de um ou outro professor. � necess�ria a participa��o efetiva e conjunta da escola, junto da fam�lia, do aluno e profissionais ligados � educa��o, de forma que o professor tamb�m entenda que o aluno n�o � um sujeito somente receptor dos conhecimentos �depositados�.

    De acordo com P�rez Gomes (2000) a fun��o do professor � ser o facilitador, buscando a compreens�o comum no processo de constru��o do conhecimento compartilhado, que se d� somente pela intera��o. A aula deve se transformar e provocar a reflex�o sobre as pr�prias a��es, suas conseq��ncias para o conhecimento e para a a��o educativa. Nesse mesmo racioc�nio � que Rey (1995) defende a id�ia de que a rela��o professor-aluno � afetada pelas id�ias que um tem do outro e at� mesmo as representa��es m�tuas entre os mesmos. A intera��o professor-aluno n�o pode ser reduzida ao processo cognitivo de constru��o de conhecimento, pois se envolve tamb�m nas dimens�es afetivas e motivacionais.

    Freire (1996, p. 96) aponta que:

    O bom professor � o que consegue, enquanto fala trazer o aluno at� a intimidade do movimento do seu pensamento. Sua aula � assim um desafio e n�o uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, n�o dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas d�vidas, suas incertezas.

    Logo, o professor deixar� de ser o �dono do saber� e passar� a ser um orientador, algu�m que acompanha e participa do processo de constru��o e das novas aprendizagens do aluno em seu processo de forma��o. Sendo assim, pode-se dizer que os m�todos de ensino s�o as a��es do professor pelas quais se organizam atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em rela��o a um conte�do especifico. Eles regulam as formas de intera��o entre ensino e aprendizagem, ente o professor e os alunos, cujo resultado � a assimila��o consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas e operativas dos alunos.

     Pode-se dizer ent�o, que os m�todos de ensino s�o as a��es do professor pelas quais se organizam atividades de ensino e dos alunos para atingir objetivos do trabalho docente em rela��o a um conte�do especifico. Esses m�todos fazem � media��o nas formas de intera��o entre ensino e aprendizagem, entre o professor e os alunos, tendo como resultado a assimila��o consciente dos conhecimentos e o desenvolvimento das capacidades cognitivas e operacionais dos alunos.

    Ressaltando Freire (1980, p.23), �o di�logo � um encontro no qual a reflex�o e a a��o, insepar�veis daqueles que dialogam, orienta-se para o mundo que � preciso transformar e humanizar�. A a��o pedag�gica do professor em sala de aula � imprescind�vel, desde que o mesmo assuma seu papel como mediador e n�o como condutor. Grossi (1994, p.02) entende que a rela��o professor-aluno deve pautar-se como �uma busca do aqui e agora e que n�s n�o precisamos nos comparar com outras gera��es, mas, sobretudo temos que ser fi�is aos nossos sonhos�.

    Loyola (2004) refere-se ao �professor autorit�rio�, o qual n�o deve impor o respeito, mas conquistar de seus alunos. O professor autorit�rio busca com suas atitudes fazer com que os alunos venham se calar, reprimindo suas express�es e at� mesmo sentir medo. Assim, essa rela��o professor-aluno n�o tem uma a��o dial�gica de constru��o e reconstru��o de id�ias. Seguindo essa linha de pensamento, Freire (1996, p. 73) refere-se ao professor autorit�rio como:

    "O professor autorit�rio, o professor licencioso, o professor competente, s�rio, o professor incompetente, irrespons�vel, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal-amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocr�tico, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca." (FREIRE, 1996, p.73)

    A rela��o estabelecida entre professores e alunos constitui o �pice do processo pedag�gico. N�o h� como segregar a realidade escolar da realidade de mundo vivenciada pelos discentes, e sendo essa rela��o uma �via de m�o dupla�, tanto professor como aluno pode ensinar e aprender atrav�s de suas experi�ncias. Para tanto, Gadotti (1999, p.2) refere-se a essa rela��o como:

    "Para por em pr�tica o di�logo, o educador n�o pode colocar-se na posi��o ing�nua de quem se pretende detentor de todo o saber; deve, antes, colocar-se na posi��o humilde de quem sabe que n�o sabe tudo, reconhecendo que o analfabeto n�o � um homem "perdido", fora da realidade, mas algu�m que tem toda a experi�ncia de vida e por isso tamb�m � portador de um saber".

    Cabe ao professor aprender que para exercer sua real fun��o necessita-se combinar autoridade, respeito e afetividade; isto �, ainda que o docente necessite atender um aluno em particular, a a��o estar� direcionada para a atividade de todos os alunos em torno dos mesmos objetivos e do conte�do da aula. Ressalta-se a atua��o de alguns professores n�o como modelo inquestion�vel de doc�ncia, mas como fonte de inspira��o para buscar um novo e melhor caminho para alcan�ar os alunos. Para isso faz-se necess�rio o di�logo, conforme Lib�neo (1994, p.250) diz:

    �O professor n�o apenas transmite uma informa��o ou faz perguntas, mas tamb�m ouve os alunos. Deve dar-lhes aten��o e cuidar para que aprendam a expressar-se, a expor opini�es e dar respostas. O trabalho docente nunca � unidirecional. As respostas e as opini�es dos alunos mostram como eles est�o reagindo � atua��o do professor (...)�.

Considera��es finais

    Se o interesse dos profissionais da educa��o for de fato com o foco nas reais necessidades, como expectativas da educa��o na forma��o de indiv�duos cr�ticos-reflexivos, s�o necess�rias haver mudan�as n�o apenas nas palavras, mas nas atitudes. � preciso estar comprometido com o aluno, a escola, a sociedade e professores com uma educa��o de qualidade, vendo o aluno como indiv�duo ativo do processo ensino-aprendizagem. S� assim os docentes estar�o cumprindo o papel de orientador realizando mais que o simples pap�is de ensinar.

    Faz-se necess�rio ao longo da trajet�ria formativa, seja ela rec�m-formada ou com anos de forma��o, refletir sobre o quanto os professores s�o capazes de reconstruir os pr�prios caminhos. Isso lhes dar� experi�ncias enquanto alunos que foram, e eternamente ser�o, e quanto a professores atuantes no espa�o escolar hoje e amanh�.

    O professor em muitos casos � visto como for�a estimuladora para despertar nos alunos uma disposi��o motivadora para determinado assunto. Essa rela��o de ��dolo� do aluno para com o professor estimula sentimentos, instiga a curiosidade, relata de forma sugestiva um acontecimento, faz uma leitura expressiva de um texto, e assim sucessivamente, ocorre o crescimento desta cumplicidade entre professores e alunos.

    Os docentes devem levar em considera��o, enquanto profissionais da educa��o ou acad�micos que almejam iniciar a carreira docente, que n�o s�o melhores que ningu�m, mas que devem sempre aprender seja com outros professores ou at� mesmo com os alunos, pois at� o mais analfabeto pode ensinar de uma maneira diferente: com o exemplo da pr�pria vida. E nesse sentido que a produ��o conjunta do conhecimento � uma forma de intera��o ativa entre o professor e os alunos, pois abre horizontes para novos conhecimentos, habilidades, atitudes e convic��es, bem como a fixa��o e consolida��o de conhecimentos e convic��es adquiridas anteriormente.

    Assim sendo, entende-se que a proposta de ensino de qualidade, que se volta para a forma��o cultural e cient�fica do aluno que o possibilite em sua amplia��o da participa��o efetiva nas v�rias inst�ncias de decis�o da sociedade, defronta-se com problemas de fora e dentro da escola. Sendo a escola p�blica gratuita, com direito essencial para se constitu�rem como indiv�duo-cidad�o, faz-se necess�rio pensar sobre uma �nova did�tica� voltada para os interesses populares de transforma��o da sociedade.

    Faz-se cada vez mais evidente pensarmos sobre as necessidades de se construir uma pr�tica educativa inovadora, pautada na constru��o e reflex�o do conhecimento compartilhado, que possibilite agir, transformar e refletir na pr�tica educativa dos docentes. � preciso pouco a pouco atrav�s dos desafios do contexto em que se vive olhar e perceber os obst�culos como possibilidades de constru��o do novo.

    Para que essas mudan�as aconte�am e escola consiga exercer seu papel, � necess�rio que todos caminhem juntos, tendo a perspectiva praticada nas escolas de nossa sociedade, educando para um mundo mais igual e cumprindo assim o seu papel mais importante na educa��o: formar seres que possam pensar a respeito de tudo o que fazem.

Refer�ncias bibliogr�ficas

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