O que é uma empresa transnacional e multinacional?

Discussão teórica sobre o conceito de empresa multinacional e transnacional a luz de alguns teóricos sobre a globalização econômica.

A conceituação das empresas quanto a sua abrangência nacional ou multinacional depende claramente de sua área de operacionalização. As organizações estabelecidas em bases nacionais, mesmo que atuando comercialmente em âmbito global, não são empresas multinacionais ou transnacionais. Essa caracterização implica necessariamente no estabelecimento de bases de operações em outros países, fora das fronteiras do Estado Nacional originário do capital e onde estão residentes os seus controladores. Para Porter (1999) a organização multinacional é definida como uma empresa com um volume significativo de operações e de atividades de marketing fora de sua base nacional, sendo o universo dessas empresas amplo e variado, abrangendo diferentes modalidades de organizações, atuando em vários segmentos.

Não parece clara uma distinção entre empresas multinacionais e transnacionais como querem alguns autores. Entretanto, para efeito de distinção, uma empresa para ser caracterizada como multinacional, deve ter bases operacionais em muitos países conforme o próprio prefixo indica. Uma empresa transnacional não significa, necessariamente, que deva ter bases operacionais em muitas outras nações, bastando ter filiais em outra formação nacional. Autores como Ianni (1998) expressam a idéia de que as organizações transnacionais se libertaram progressivamente de algumas das injunções ou limitações inerentes aos Estados nacionais. Essa perspectiva está inserida no contexto da internacionalização do capital de forma ampla, através da dispersão geográfica da produção, provocada pela nova divisão internacional do trabalho. Há também outra metáfora para a designação da empresa que extrapola os limites fronteiriços do Estado Nacional que vem sendo denominada como "empresa global". Ela é vista como uma entidade que transcende os limites nacionais em que a identidade nacional da corporação deve ser substituída, sob essa visão, por um paradigma estratégico que desconhece fronteiras (Porter, 1999).

Sob outra perspectiva, os críticos da globalização ou mundialização do capital consideram como mera retórica a idéia de capitais sem pátria. Na realidade esses capitais continuam mantendo sua base administrativa nos Estados hegemônicos onde reside a grande maioria dos seus acionistas. Amim (2001) afirma que apenas as suas operações são transnacionais, mas a propriedade e seu controle estão nos países de origem e os lucros são revertidos para as respectivas casas matrizes localizadas em países desenvolvidos. Já Fernandes (2000) ressalta que continua corrente uma forte correlação entre poupança e investimento doméstico no mundo, o que revela que a "territorialidade" continua sendo um critério fundamental para decisões de investimento. Não é possível esquecer que os principais fundos de investimento dos Estados Unidos e Europa continuam fortemente concentrados em ativos nacionais.

É importante também, não perder de vista a ideologia que propaga a apologia da globalização, colocando o Estado Nacional como vítima do processo de transnacionalização do capital, na opinião de Almeida (2001). Na realidade, a "transnacionalização" do capital tem sua existência determinada pelo importante papel desempenhado pelo Estado Nacional subordinado e, além disso, ele se torna fundamental para a manutenção do atual sistema de acumulação.

Assim, a discussão sobre a transnacionalização ou a multinacionalização do capital sugere ser estéril, pois mesmo tendo ocorrido um descolamento das empresas que operam em bases multinacionais com relação aos Estados Nações, tudo indica que continua persistindo um sistema de dominação dos Estados hegemônicos ou imperialistas em relação aos Estados nacionais periféricos. Essa dominação se dá, grosso modo, através do controle dos fluxos de capitais que não é desterritorializado como querem alguns ideólogos da mundialização, mas claramente estabelecido nos países de origem das grandes corporações. Não é demais recordar que o Departamento de Estado Norte-Americano atua de modo eficaz na defesa dos interesses das corporações nativas em qualquer parte do globo, intervindo diretamente ou indiretamente através de organismos internacionais, comprovando que a transnacionalização funciona com uma única mão de direção.

Bibliografia

ALMEIDA, Lucio F. Entre o local e o global: poder e política na atual fase detransnacionalização do capitalismo. In Desafios da Globalização. Org. Dowbor, L., Ianni,O. e Resende, P.E.A. Rio de Janeiro, Vozes, 2001.

AMIM, Samir. Capitalismo, Imperalismo e mundialização. In Resistências mundiais: de Seattlea Porto Alegre. Org. de Seoane, J. e Taddei, Emílio. Petrópolis, Vozes, 2001.

FERNANDES, Luiz. As armadilhas da globalização. In Globalização, neoliberalismo,

privatizações. Quem decide este jogo? Org. Carrion, R.K.M. e Vizentini, P. G.F. Porto Alegre, Editora da Universidade, 2000.

IANNI, Otavio. Teorias da Globalização. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1998.

PORTER, Michael E. Competindo além das localidades. In Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio de Janeiro, Campus, 1999.

______ Como as empresas globais são vitoriosas. Idem, idem.

Qual a diferença entre empresa transnacional e multinacional?

No entanto, há outra palavra usada para empresas similares que operam em mais de um único país e que é transnacional. A diferença básica entre uma multinacional e uma transnacional reside no fato de que a empresa transnacional é sem fronteiras, pois não considera nenhum país em particular como sua base ou sede.

O que é uma empresa transnacional?

As empresas transnacionais são grandes corporações que atuam em diferentes países, gerando empregos e renda para grande parte da população local. Algumas dessas empresas possuem campo de atuação em várias partes do planeta e em diversos segmentos: industrial, alimentício, têxtil, tecnológico, entre outros.

O que é uma empresa multinacional exemplos?

Multinacionais, também conhecidas como transnacionais, são empresas que possuem matriz num país e possuem atuação em diversos países. Geralmente são grandes empresas que instalam filiais em outros países em busca de mercado consumidor, energia, matéria-prima e mão de obra baratas.