Por que somente as capitanias de São Vicente e Pernambuco prosperaram?

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Martim Affonso de Sousa fundou em janeiro 1532 a primeira vila brasileira, São Vicente, que em setembro do mesmo ano se tornaria a Capitania Hereditária de São Vicente, sendo ele o donatário.

A chegada de Martim Affonso foi fácil devido à presença de portugueses na região, que já estavam instalados lá havia anos e já tinham estabelecido um bom contato com os índios locais.

A Capitania de São Vicente, apesar de ter sido a primeira vila brasileira, porém, não prosperou na produção de açúcar, por ser uma Capitania litorânea, e ser barrada na Serra do Mar. Além da geografia não favorecer a região, São Vicente sofria vários ataques de contrabandistas e corsários, o que o tornava uma Capitania sem segurança.

Martim Affonso de Sousa não permaneceu muito tempo no Brasil, deixando sua Capitania nas mãos dos muitos portugueses que permaneceram aqui, como Braz Cubas, que depois se tornou capitão-mor da capitania. Esses portugueses é que realmente colonizaram a região. Com destaque para os jesuítas, que serviam como mediadores entre os nativos locais e os colonizadores portugueses, e fundaram muitas outras vilas, sendo a mais famosa de todas a vila de São Paulo.

A colonização da Capitania de São Vicente aconteceu, por dois importantes motivos, o primeiro por defesa, pois essa capitania se encontrava muito próxima dos domínios espanhóis, e o segundo e mais importante, foi por conter nela ouro e prata, o que desencadeou a busca pelo “el dorado”, trazendo muitos aventureiros portugueses que buscavam riquezas.

Leia também:

  • Capitanias hereditárias

Fontes
http://www.klepsidra.net/klepsidra9/martim.html
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/lit_planalto.html

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/capitania-de-sao-vicente/

Arquivado em: Brasil Colônia

As capitanias hereditárias foram criadas pelos portugueses e implantadas no Brasil em 1535. Consistiam basicamente na divisão do território português (estipulada pelo Tratado de Tordesilhas) em 15 faixas de terra, que seriam entregues a portugueses responsáveis pelo povoamento da capitania, além do seu desenvolvimento econômico. Esse modelo das capitanias foi utilizado pelos portugueses em algumas de suas ilhas atlânticas (Açores e Cabo Verde) e, como havia tido sucesso lá, os portugueses optaram por implantá-lo no Brasil.

O mapa tradicional das capitanias mostra quinze lotes de terra paralelos de norte a sul do Brasil do século XVI. No entanto, novos estudos sugeriram uma alteração na forma como se imaginava a divisão dos territórios da capitania. Para mais detalhes sobre essa questão, clique aqui.

Tópicos deste artigo

  • 1 - Como havia sido realizada a colonização do Brasil antes das capitanias?
  • 2 - Por que os portugueses instalaram as capitanias hereditárias?
  • 3 - Quem eram os responsáveis pelas capitanias?
  • 4 - O sistema de capitanias hereditárias deu certo?

Como havia sido realizada a colonização do Brasil antes das capitanias?

Antes de implantar as capitanias hereditárias, os portugueses não deram muita atenção ao Brasil. A chegada de Pedro Álvares Cabral em 1500 não havia causado tanto entusiasmo como quando os portugueses chegaram à Índia pela primeira vez, por exemplo |1|.

Nas primeiras décadas do século XVI, a prioridade dos portugueses era manter de maneira ativa o comércio de especiarias obtidas na Índia. As especiarias (em geral, condimentos, perfumes e tecidos finos) eram mercadorias de luxo na Europa, portanto, bastante lucrativas. A alta nobreza e a Coroa portuguesa davam bastante prioridade a esse comércio. Por essa razão, a exploração do Brasil foi colocada em segundo plano.

No período de 1500 a 1535, Portugal optou por implantar no Brasil o mesmo sistema que havia instalado em regiões do litoral africano: o sistema de feitorias. Elas eram basicamente entrepostos comerciais onde os portugueses concentravam as mercadorias de determinada região. No caso do Brasil, a mercadoria de importância nesse período era o pau-brasil, obtido pela cooptação do trabalho dos indígenas. Além disso, as feitorias eram importantes porque concentravam construções fortificadas, que garantiam a defesa dos territórios portugueses de invasores.

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Por que os portugueses instalaram as capitanias hereditárias?

Os portugueses instalaram as capitanias hereditárias no Brasil porque o comércio de especiarias na Índia estava em declínio e os territórios portugueses eram constantemente invadidos pelos franceses. A ameaça de perder os territórios levou os portugueses a criar o sistema de capitanias e a incentivar o povoamento do Brasil por portugueses. Além disso, a instalação das capitanias permitiria aos portugueses fazer uma exploração do território e, assim, localizar os metais preciosos que tanto buscavam.

Quem eram os responsáveis pelas capitanias?

A administração das capitanias hereditárias foi entregue a terceiros, os chamados capitães-donatários. Os donatários, em geral, eram formados por membros da pequena nobreza, da burocracia portuguesa e comerciantes. Porém, todos possuíam algum tipo de ligação com a Coroa, o que lhes possibilitou o benefício da nomeação |2|.

Os donatários receberam a terra a partir da Carta de doação. Apesar disso, os donatários não eram donos da terra, ou seja, a terra ainda pertencia ao rei de Portugal. Uma vez possuidores da capitania, os donatários concentravam todo o poder administrativo e jurídico. Cabia a eles a função de desenvolver economicamente sua capitania, atrair moradores, distribuir as terras (chamadas de sesmarias), aplicar a lei, desenvolver fortificações para lutar contra indígenas e estrangeiros etc.

O sistema de capitanias hereditárias deu certo?

Em tese, não. As dificuldades administrativas prejudicaram bastante o desenvolvimento das capitanias, pois, muitas vezes, era necessária a ajuda de Portugal, e a viagem era longa e demorada. Além disso, os donatários esbarraram em outras dificuldades, como a falta de recursos, a inexperiência administrativa e os conflitos com os indígenas.

Das quinze capitanias existentes, somente duas prosperaram rapidamente: São Vicente e Pernambuco. Ambas se basearam no desenvolvimento da produção do açúcar a partir do cultivo da cana-de-açúcar e assumiram posturas mais conciliadores com os indígenas (ou determinado grupo de indígenas). A divisão territorial e o poder dos donatários permaneceram até meados do século XVIII, mas Portugal criou um novo governo, mais centralizado. Esse governo foi chamado de Governo-geral e começou a funcionar a partir de 1548.

|1| FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2013, p. 39.
|2| Idem, p. 41.

Por Daniel Neves
Graduado em História

Por que as capitanias de São Vicente e Pernambuco prosperaram?

De todas as capitanias , as que mais deram certo , foi a de Pernambuco e S. Vicente . Graças ao sucesso obtido com a cana-de-açúcar que era produto de exportação do momento, já que praticamente não existia na Europa.

Porque a capitania de Pernambuco foi a que mais prosperou?

Nem todas as Capitanias Hereditárias foram bem-sucedidas, mas graças ao cultivo da cana-de-açúcar, a Capitania de Pernambuco prosperou. A princípio, os portugueses utilizaram a mão de obra escrava indígena na lavoura da cana.

Porque apenas em duas capitanias São Vicente e Pernambuco houve significativo desenvolvimento econômico?

Capitanias hereditárias que prosperaram Entre as catorze capitanias, apenas duas tiveram resultados econômicos expressivos de imediato. Pernambuco prosperou por conta da produção de açúcar nos engenhos, e São Vicente prosperou em virtude da comercialização de índios como escravos.

Por que as capitanias prosperaram?

Dois fatores influíram nessa decisão: a existência de abundantes terras férteis no litoral brasileiro e o comércio altamente lucrativo do açúcar na Europa.