Posted at 17:00h in Atividades físicas Desde a Grécia antiga já se conhece os benefícios da atividade física, no entanto, sempre houve um questionamento sobre intensidade, duração e regularidade de exercício que deva ser realizado
para ter impacto na qualidade de vida e mortalidade da população. [1] Atualmente o sedentarismo se caracteriza como um dos principais fatores de risco para doença cardiovascular com risco equivalente a tabagismo, hipertensão e colesterol alto inclusive contribuindo para o aumento da mortalidade.[2]Nesse sentido, é muito importante se manter atento à prescrição de exercícios. As atuais diretrizes consideram que a orientação de atividade física para a população tem seu melhor benefício quando se eleva a intensidade para moderada a intensa. Apesar de uma atividade física leve já apresentar benefícios, a elevação do desempenho diminui o risco cardiovascular e melhora a qualidade de vida. [2,3] No entanto, quando se extrapola para uma atividade física severa as evidencias de benefícios diminuem e o aparecimento de lesões musculares e potenciais malefícios cardiovasculares aparecem. [4] OrientaçõesO profissional de saúde deve prescrever a prática de atividade física de acordo com alguns critérios básicos recomendados:
Tipos de ExercícioDurante muitos anos, os profissionais de saúde orientaram apenas a prática de atividade aeróbica como ideal para saúde. Esse conceito mudou ao longo tempo e a prescrição de exercícios é essencial para qualquer tipo de indivíduo. A atividade física resistida (ex: musculação) propicia um melhor tônus muscular e possibilita ao músculo um melhor desempenho na prática aeróbica. Além disso, em indivíduos diabéticos tipo 2 foi demonstrado que a prática de exercícios resistidos melhora a expressão de GLUT4 (receptor de glicose na membrana celular) e diminui os níveis de glicemia de uma maneira mais intensa.[5]Já na hipertensão arterial, o exercício resistido era contra indicado devido ao receio de aumento dos níveis da pressão arterial; no entanto, atualmente consideramos que a intensidade da prática resistida é que determina o beneficio ou não em indivíduos hipertensos. [2] Portanto em indivíduos sem contra indicações para a prática de atividade física, o ideal seria orientar uma proporção de 2×1 entre aeróbico e resistido, respectivamente. Em indivíduos diabéticos tipo 2 a proporção dever ser igualitária. IntensidadePodemos classificar a intensidade de atividade física aeróbica em quatro estágios: leve, moderada, intensa e severa. Existem vários métodos de se quantificar a intensidade do exercício, desde: VO2, MET, escala subjetiva de esforço (Borg) e frequência cardíaca (FC). Nesse texto consideraremos a FC como base para a prescrição de exercícios devido à facilidade de aferição através de frequencímetros ou até mesmo pela aferição manual. Deve-se ter em mente que, independente da modalidade esportiva aeróbica que se realiza (caminhada, corrida, bicicleta, natação, etc.), a FC indica a intensidade física realizada durante o esforço, portanto, o importante é determinar a faixa de FC ideal para o treinamento, e esse irá sofrer mudanças em longo prazo conforme a melhora do condicionamento físico do indivíduo.
No caso de atividade física de moderada a intensa para mulheres: FC treinamento= (FC máx. – FC repouso) x % da intensidade + FC de repouso; FC treinamento(t) = (200 – 60) x 0,60 + 60; FC t = 144; FC treinamento= (200 – 60) x 0,80 + 60; FC t = 172. Portanto, como citado anteriormente, o ideal seria prescrevermos a atividade física com intensidade no mínimo moderada e no máximo intensa; sendo assim a FC ideal de treinamento para essa mulher seria de 144 a 172 BPM. No caso de se ultrapassar essa FC o indivíduo estaria realizando uma atividade física severa. Nessa faixa de intensidade, os benefícios cardiovasculares são duvidosos e há o risco de maior utilização de proteínas como substrato energético ao invés de gorduras ou carboidratos caracterizando a “perda de massa magra”. Na atividade física de intensidade leve, o principal substrato energético a ser utilizado é a gordura que fornece muita energia; então seriam necessárias muitas horas de exercício para se consumir uma pequena quantidade de gordura. Já na atividade física de intensidade moderada a intensa, o principal substrato energético é o carboidrato. O estoque de carboidrato circulante no sangue e estocado nos músculos acaba dentro de 15 a 30 minutos durante o exercício e então o corpo inicia a queima de gordura para fornecimento de energia. [2]Portanto, consideramos a prescrição de exercícios de intensidade entre moderada a intensa como ideal para benefícios cardiovasculares e perda de peso. Em relação à intensidade de exercício físico resistido devemos orientar o individuo a trabalhar todos os grupos musculares ao menos uma vez na semana de forma contínua ou intermitente. Para determinar a intensidade do treino devemos determinar a forca voluntaria máxima (FVM) de cada individuo. A FVM é definida como a maior quantidade de carga que pode ser realizada em um único ciclo. Por exemplo, o indivíduo inicia um exercício de supino com uma carga de 30 kg; realiza dois movimentos consecutivos, portanto essa não é a força voluntária máxima! Posteriormente aumentamos a carga para 50 kg, e o indivíduo realiza apenas um movimento e no segundo não consegue terminar o ciclo. Dessa forma foi determinada a FVM em 50kgs para aquele músculo em específico. [2,3] Dessa forma deveremos prescrever o exercício resistido, para fins de condicionamento físico e benefício cardiovascular, com 50 a 60% da FVM com séries mais longas de 14 a 20 repetições. FrequênciaGrandes estudos comprovaram os benefícios da atividade física quando realizados em intensidade moderada por no mínimo 30 minutos em 5 dias na semana ou de forma intensa por pelo menos 20 min em 3 vezes na semana. No entanto, podemos incentivar os indivíduos a uma rotina na prática de atividade física diária. [2] O grande benefício da prática de exercícios se dá pela ativação do sistema nervoso autonômico parassimpático; ele que propicia após o exercício melhora na pressão arterial, diminuição da frequência cardíaca, vasodilatação arterial, etc. No entanto, esses benefícios só serão atingidos após 12 a 14 semanas de um programa contínuo de exercícios e ocorre uma perda dessa ativação após 48 h de inatividade. [3]Dessa forma, consideramos o ideal a realização de exercícios físicos de quatro a seis vezes na semana e com intervalos de no máximo 24 horas até a próxima sessão de treinos. DuraçãoAs atividades podem ser realizadas de forma contínua ou intermitentes, devendo na sua somatória ter um mínimo de 30 minutos diários com um ideal de 50 a 90 minutos de exercício aeróbico. Do ponto de vista da atividade resistida à prescrição deve ser dividida em grupos musculares sendo trabalhados todos uma vez na semana. Essa duração pode ser realizada em apenas 01 treino semanal, no entanto o ideal seria dividi-las em 2 ou 3 treinos na semana. [2,3] ConclusõesA orientação e prescrição de exercícios deve ser um ato realizado por profissionais da saúde e fazer parte de toda consulta ou avaliação. O incentivo para a prática de atividade traz benefícios não só cardiovasculares como musculares e emocionais. A prescrição deve ser objetiva respeitando as limitações musculares e doenças preexistentes. A realização de novos exames cardiovasculares deve ser de forma periódica e individualizada (04, 06 ou 12 meses) para se determinar a nova condição atlética e possíveis mudanças nos valores da FC máxima além de possibilitar a detecção de possíveis doenças ainda latentes. Bibliografia
uptake, GLUT4 content, and insulin signaling in skeletal muscle in patients with type 2 diabetes. Diabetes. 2004 Feb;53(2):294-305.
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Quais as recomendações para iniciar se a atividade física?A American Heart Association sugere as seguintes recomendações, publicadas em abril de 2018: Para saúde cardiovascular geral: Praticar ao menos 30 minutos de atividades físicas aeróbicas de intensidade moderada 5 vezes por semana, totalizando um mínimo de 150 minutos por semana.
O que deve ser levado em consideração na elaboração e orientação de atividades físicas?Os componentes da aptidão (velocidade, força, agilidade, equilíbrio e coordenação) devem ser lembrados no planejamento das aulas de educação física, pois tornam possível uma prática esportiva de melhor qualidade. Portanto, sempre sugeridos quando se fala em aptidão relacionada à saúde.
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