A formação continuada em questão Show Bruna Mércia Pereira de Castro [1] Resumo: Este artigo é fruto de inúmeras discussões que ocorrem no cenário educacional, ao situar suas análises sobre o professor e o desafio atual de construir a sua identidade profissional, uma vez que a profissão de professor é um dos ofícios mais aludidos no foco das exigências sociais. Como o ponto de partida para a reflexão em questão é a formação continuada, o texto faz referência ao que dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, apoiando as demais discussões nos pontos de vista de teóricos que buscam situar as políticas públicas dirigidas à educação, sob a perspectiva de lê-las dentro de uma ótica em que as mesmas representam a mudança necessária à qual a educação deve vivenciar, ressaltando que a transformação esperada se traduz nos resultados da mudança proposta em toda a conjuntura formativa do professor, tanto inicial como continuada. Palavras-chave: professor, identidade profissional, exigências sociais, mudança, transformação Introdução Isso requer, certamente, que o educador esteja atento, aberto e partícipe a todas e a quaisquer oportunidades que o levem a ascender tanto no plano pessoal, profissional, cognitivo e quanto humano de sua atuação. E em especial tratamento a docência, a
formação continuada, ao constituir-se pólo para uma dinâmica social de formação contínua, se faz apelo para que os conhecimentos sejam compartilhados, contribuindo significativamente para a melhoria na qualidade da prática educativa, sendo, em dado momento, compreendida como uma atividade não-facultativa ao docente engajar, mas de primordial relevância, visto a avalanche de mudanças e transformações porque passa o mundo atual. 1. Profissão: professor A cada dia que passa a cada olhar sobre e para a educação, percebe-se que os profissionais do ensino são mais cobrados. São cobranças que derivam desde a eficácia do seu trabalho, bem como exigências quanto a uma formação mais sólida e representada por títulos acadêmicos.
Outra visão teoria sustenta que, no foco das averiguações mais atuais sobre formação de professores, encontra-se como questão-chave a necessidade do professor desempenhar uma atividade profissional ao mesmo tempo teórica quanto prática, visto que:
Diante destas discussões, a profissão docente abrange singularidades que a diferencia dos demais profissionais, ou seja, não é suficiente apenas carregar um título acadêmico, é preciso dedicação, degrau que não se alcança apenas pelo simples querer-ser, mas que só estará disponível quando há compromisso deste profissional consigo mesmo, sob uma ação pautada pela ética e pelo compromisso de crescer tanto no plano profissional quanto pessoal. 2. Identidade profissional versus exigências sociais Compreender a identidade profissional do professor está diretamente ligada à interpretação social da sua profissão. Assim, se considera que os movimentos sociais têm intrínseca relação com os projetos educacionais, é preciso entender que a escola não é um espaço aleatório, portanto, um cenário onde a objetividade se faça presente. Isso implica em dizer, que esta instituição tem uma função específica
dentro da sociedade em que se encontra inserida. É aí que entra em cena a questão da formação contínua do professor, porque, “a profissão docente é uma profissão em construção”, (FERREIRA, s/d, p. 56), nascendo então, a autoridade da sua reflexão sócio-histórica, como ponto a favorecer na compreensão da situação atual dos desenvolvimentos pedagógicos. Para este mesmo autor,
Neste sentido, a formação continuada do professor, apodera-se de uma definição ímpar, no que diz respeito à condição para a aprendizagem permanente e para o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional de professores e especialistas. É na escola, no contexto de trabalho, que os professores enfrentam e resolvem problemas, elaboram e modificam procedimentos, criam e recriam estratégias de trabalho e, com isso, vão promovendo mudanças pessoais e profissionais (LIBANEO, s/d, p. 227). Com base nessas colocações, a alternativa de crescimento tanto pessoal quanto intelectual e profissional do docente abrange perspectivas individuais e coletivas, quando as primeiras se justificam pelo posicionamento do próprio “eu”, visando ao bem coletivo e as segundas se justificam, mais especificamente, pelos índices de colaboração e interação entre os profissionais da classe e sua flexibilidade em partilhar experiências, sentimentos, fraquezas, habilidades e competências que favoreçam ao corpo escolar, propriamente dito. 2.1 O que reza a LDB As exigências quanto à formação docente, não nascem do acaso, apesar de, às vezes,
serem consideradas desumanas, conforme as cobranças conhecidas na voz das agências internacionais, que datam início e fim para que o processo transcorra, compreende-se a necessidade do professor atualizar-se, no sentido de ministrar um ensino que corresponda à formação do cidadão que a evolução social aponta. Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)
Quanto às exigências que emitem os critérios de atuação na educação básica, a referida Lei reza que “a formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação” (Art.62). 3. Buscando a mudança e a transformação Discutir a questão da mudança e da transformação, implica em ver o primeiro termo como uma proposta a ser executada e, como toda proposta, está permeada por metas, objetivos e passos que levam a um fim específico, que aqui, poderia ser colocado como o processo de graduação propriamente dito do professor.
Explicar a necessidade de mudança e de transformação porque passa o ensino atual, implica em entender que:
Segundo esse autor, dentre os aspectos mais visíveis desse fenômeno destacam-se: avanços tecnológicos, a globalização da sociedade, a difusão da informação, o agravamento da exclusão social, entre outros fatores. Diante de tamanha complexidade, pergunta-se: quem deterá tal
conhecimento a ponto de instrumentar o cidadão que irá exercer tais habilidades/competências? Como encontrar um profissional que corresponda aos perfis socialmente estabelecidos pelas exigências sociais?
É nesse contexto, que a formação continuada encontra o seu espaço nas necessidades pedagógicas, visto que, conforme afirma Libâneo (s/d, p. 227)
Com base no exposto, torna-se crucial, repensar a atuação docente além do exercício da sala de aula, além das burocracias de preenchimento de fichas, entre outros tantos afins. Todavia, é preciso, certamente, que a formação continuada seja vista como uma etapa procedimental e atitudinal da prática docente, visando à melhoria do ensino e o rompimento de uma “visão de mundo” estagnada. Porque, ser professor, é muito mais que ser um profissional do ensino, mas um cientista do ato político. Considerações Finais A representatividade social que a formação continuada apresenta, quanto ao bom desempenho do professor diante de seu complexo cenário de atuação profissional, considerando as crescentes demandas nas exigências sociais, tem sido um dos pontos nos quais situa-se o
discurso dos espaços educacionais, tanto em nível das academias universitárias quanto nos pólos da educação básica. Referências Bibliográficas FERACINE, Luiz. O professor como agente de mudança social. São Paulo: EPU, 1990. FREITAS, Lourival C. de. Mudanças e inovações na educação. 2. ed. São Paulo: EDICON, 2005 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5 ed. São Paulo: Alternativa, xxxx. ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto Alegre: ArtMed, 1998. O texto publicado foi encaminhado por um usuário do site por meio do canal colaborativo Meu Artigo. O Brasil Escola não se responsabiliza pelo conteúdo do artigo publicado, que é de total responsabilidade do autor. Para acessar os textos produzidos pelo site, acesse: http://www.brasilescola.com. Quais aspectos considerados importantes para a construção da identidade docente?A identidade do professor constrói-se a partir da relevância que cada profissional dá a sua própria atividade docente, por meio da sua atuação no mundo (representações de vida, seus saberes, sentimentos, expectativas), com as relações interpessoais estabelecidas dentro das escolas, dos sindicatos e com seus pares e ...
Quais são os fatores mais importantes na formação docente?O que é preciso para ser um bom professor?. Organização e direção das situações de aprendizagem.. Administração da progressão das aprendizagens.. Concepção e empenho para que os dispositivos de diferenciação evoluam.. Envolvimento dos alunos em sua aprendizagem e trabalho.. Trabalho em equipe.. Quais os principais aspectos que caracterizam o exercício profissional do docente?Características do Trabalho Docente – o ensino
É um processo que sofre influências de aspectos econômicos, psicológicos, técnicos, culturais, éticos, políticos, institucionais, afetivos, estéticos. Podemos destacar como uma primeira característica do trabalho docente o fato de ser um trabalho interativo.
Quais são os elementos do plano de trabalho docente?O PTD obedece a uma estrutura que compreende desenvolvimento das expectativas de ensino-aprendizagem, no processo educativo, explicitam a ação do docente e do estudante, articulando a tríade: objetivos (intenção da ação educativa); conteúdos (em suas dimensões conceituais, atitudinais e procedimentais); e competências ...
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