Quais foram os principais fatores que contribuíram para a expansão da atividade agrícola na região Centro

Entre os indicadores mais ilustrativos da trajetória recente da agricultura brasileira estão os números de produção e os índices de produtividade. Entre 1975 e 2017, a produção de grãos, que era de 38 milhões de toneladas, cresceu mais de seis vezes, atingindo 236 milhões, enquanto a área plantada apenas dobrou. No gráfico abaixo é possível visualizar a evolução.

O maior crescimento da produção em comparação à área pode ser visto por meio da evolução do rendimento médio (quilos por hectare) das lavouras de arroz, feijão, milho, soja e trigo, no período de 1975 a 2017. Destaque para os aumentos de rendimento de 346% para o trigo, de 317% para o arroz e de 270% para o milho. Soja e feijão praticamente dobraram o rendimento no período analisado. O gráfico abaixo mostra a evolução do rendimento médio.

Incrementos de produção e de produtividade também foram conquistados na pecuária. O número de cabeças de gado bovino no país mais que dobrou nas últimas quatro décadas, enquanto a área de pastagens teve pequeno avanço. Em determinadas regiões houve até redução de terras destinadas ao pastejo.

O Brasil figura atualmente como um dos principais atores na produção e no comércio de carne bovina mundial. É o 2º maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos, e o principal exportador, com quase 2 milhões de toneladas de carne bovina vendidas a outros países em 2017.

Em 2016, o efetivo brasileiro de bovinos foi de 218,23 milhões de cabeças. Existem mais bovinos do que humanos (208 milhões) no Brasil.

A avicultura era uma atividade voltada para subsistência na primeira metade do século XX, mas rapidamente tornou-se uma sofisticada criação comercial. Entre 1950 e 1970, o setor foi radicalmente transformado pela entrada de empresas processadoras no mercado, que estabeleceram o modelo de integração vertical. Neste formato, as empresas controlam e padronizam o processo produtivo, fornecendo pintos, insumos e assistência técnica aos criadores, que, por sua vez, conduzem o crescimento das aves até o abate. A modernização da produção levou a um aumento expressivo da produção de carne de frango, que passou de 217 mil toneladas em 1970 para 12,9 milhões de toneladas em 2016, consolidando o Brasil como o maior exportador mundial do produto.

A suinocultura também experimentou processo de intensificação semelhante à avicultura. Com a entrada de animais híbridos na década de 1970, o melhoramento genético de suínos teve um grande salto. Por conta de exigências do consumidor por uma carne com menos gordura, foram desenvolvidos suínos com mais massa muscular – especialmente em carnes nobres como o lombo e o pernil – e com menores teores de gorduras na carcaça. A evolução foi também evidente nas áreas de sanidade, manejo e instalações. O resultado foi um grande aumento de produção: um salto de 705 mil para 3,7 milhões de toneladas de carne suína produzidas, realizado entre 1970 e 2017. Hoje, o Brasil é o quarto maior produtor e exportador mundial do produto.

No cultivo de árvores, houve expansão de 52% na área de florestas plantadas entre 1990 e 2014. Em 2016, as plantações de eucalipto foram responsáveis por fornecer 98,9% do carvão vegetal, 85,8% da lenha, 80,2% da madeira para celulose e 54,6% da madeira em tora para outros usos no Brasil. A madeira produzida por árvores cultivadas reduz a pressão por desmatamentos de florestas nativas.

Um boom nas exportações

A partir da década de 1990, demandas crescentes e políticas macroeconômicas de estabilização, como controle da inflação e taxas de câmbio mais realistas, impulsionaram ainda mais o crescimento do setor agrícola, que passou a ser o principal responsável pelo superávit da balança comercial brasileira. Entre 1990 e 2017, o saldo da balança agrícola do País aumentou quase dez vezes, alcançando, neste último ano, US$ 81,7 bilhões, valores que têm contribuído para o equilíbrio das contas externas do país.

A organização e o intenso processo de modernização das cadeias produtivas do agronegócio fizeram com que os elos anteriores e posteriores às atividades agrícolas, como os de produção de insumos, processamento e distribuição, apresentassem importância cada vez maior no Produto Interno Bruto (PIB). Em 2016, o agronegócio como um todo foi gerou 23% do PIB e 46% do valor das exportações. Em 2017, o setor foi responsável por 19 milhões de trabalhadores ocupados. Agroindústria e serviços empregaram, respectivamente, 4,12 milhões e 5,67 milhões de pessoas, enquanto 227,9 mil pessoas estavam ocupadas no segmento de insumos do agronegócio.


Senadora Leila Barros (PSB-DF): "ainda somos a capital do futuro"

Que avaliação a senhora faz da interiorização do desenvolvimento promovida pela mudança da capital do Rio de Janeiro para Brasília em 1960? Há um consenso de que houve um crescimento demográfico no Centro-Oeste, aumento da produção agropecuária. Foi o suficiente? O que mais pode melhorar nesse processo? O setor industrial vem crescendo em ritmo adequado?

Quais foram os principais fatores que contribuíram para a expansão da atividade agrícola na região Centro

Com apenas 60 anos de fundação, Brasília ainda é uma menina que continua em fase de crescimento. A meu ver, foi muito bem-sucedida a transferência da capital, que era no litoral, para, entre outros motivos, alavancar o desenvolvimento do interior do país, principalmente aqui na região central. Vale destacar que o Centro-Oeste não é apenas um importante celeiro agropecuário, mas também produz muitas riquezas com serviços, indústria, administração pública e comércio. Brasília também avança para se tornar um importante polo tecnológico da América Latina, também graças à UnB, uma das dez melhores universidades do país. Como falei, Brasília ainda tem muito a crescer e contribuir para o fortalecimento do nosso país. Ainda somos a capital do futuro.

Como efeitos colaterais da interiorização, os ambientalistas apontam sérios danos ao Cerrado, principalmente, à Amazônia, indiretamente, e às populações indígenas. Como vê essas afirmações?

Não restam dúvidas de que a interiorização custou um preço ambiental elevado. Mas Brasília não pode, nem deve ser tratada como a vilã dos problemas do meio ambiente, registrados no nosso país. Enquanto a necessidade imperiosa de preservar a natureza não for incluída como um caro e imprescindível valor da nossa sociedade, continuaremos a lamentar a degradação de nossas riquezas naturais. O consumismo desenfreado, o precário sistema de transporte público, a falta de manejo apropriado do solo na maioria dos projetos agrícolas e o inusitado desmonte dos aparatos de fiscalização do Estado são alguns dos problemas que, a meu ver, precisam e podem ser combatidos.

Quais fatores contribuíram para a expansão da agricultura na região Centro

a expansão da fronteira agrícola, na forma em que se processou no país, por um lado, favoreceu o aumento da produção de alimentos para atender a demanda da população urbana e, por outro, contribuiu para a reprodução do latifúndio e da agricultura tradicional no Centro-Oeste (BORGES, 2000, p. 72).

Quais os fatores que contribuem para a expansão da atividade agrícola na região?

Existem três fatores ligados à produção agrícola: o físico, como o solo e o clima; o fator humano, que corresponde à mão de obra em seu desenvolvimento; e o fator econômico, que se refere ao valor da terra e o nível de tecnologias aplicadas na produção.

Quais os fatores que contribuem para a produção de soja no Centro

Clima favorável, alto investimento em tecnologia e controle de pragas são alguns dos fatores que contribuíram para que a safra brasileira de soja 2016/2017 registrasse um aumento de 19,4% em relação à anterior.

Como se deu o desenvolvimento da atividade agropecuária no Centro

Inicialmente, a incorporação de extensas áreas para o cultivo de soja liderou esse processo de ocupação do Centro-Oeste; depois vieram outras culturas como milho e feijão; e, mais recentemente, a cana-de-açúcar começou a se expandir pela região.