Quais os principais fatores que levam ao desenvolvimento das doenças parasitárias no hospedeiro?

Índice

  • 1 Definição e Epidemiologia da Parasitologia
    • 1.1 O termo “parasitologia”
  • 2 Adaptação Parasitária
    • 2.1 Posts relacionados

Confira um artigo completo que falamos sobre a Parasitologia para esclarecer todas as suas dúvidas. Ao final, confira alguns materiais educativos para complementar ainda mais os seus estudos.

Boa leitura!

Definição e Epidemiologia da Parasitologia

As doenças parasitárias sempre estiveram presentes durante a evolução humana. Com o avanço do conhecimento e as modificações no processo de saúde-doença no mundo, houve uma transição epidemiológica, caracterizada pela mudança no perfil de mortalidade e diminuição da taxa de doenças infecto-parasitárias e aumento concomitante da taxa de doenças crônico-degenerativas.

No entanto, este processo não se desenvolveu adequadamente em países não desenvolvidos e em desenvolvimento. Sendo assim, as doenças parasitárias apresentam maior prevalência em países emergentes, devido as más condições higiênicas, sanitárias, de moradia e dietéticas.

De acordo com a OMS acredita-se que cerca de 14% da população mundial possui algum tipo de doença parasitária. Apesar da redução da mortalidade nas últimas décadas devido as doenças parasitárias, estima-se que, no Brasil, a prevalência dessas doenças continue alta, devido principalmente as condições socioeconômicas da população.

Esses números são mais preocupantes nas regiões Norte e Nordeste do país, sobretudo nos extremos de idade, especialmente em menores de 1 ano. Nessa perspectiva, surge a parasitologia como ferramenta para o estudo dos hospedeiros, seus parasitas e suas formas de interação.

O termo “parasitologia”

O termo parasitologia envolve o estudo dos organismos incluídos na relação biológica de parasitismo. Entretanto, para fins didáticos, o estudo da parasitologia médica se restringe apenas a relação entre os organismos eucariotos espoliadores e o homem. Com isso, dentro da parasitologia médica temos os Protozoários, Helmintos e Artrópodes. É importante que se entenda que para que ocorra o parasitismo, é necessário que ocorra uma relação íntima e duradoura.

O relacionamento entre os seres vivos visa dois aspectos fundamentais: a obtenção de alimento e/ou proteção. Sendo assim, essa relação fundamentalmente deve ter algum grau de dependência metabólica, em que o hospedeiro fornece nutrientes e condições fisiológicas para sobrevivência do parasito.

Nesse contexto, o parasito geralmente provoca algum dano ao hospedeiro, mas raramente leva a sua morte. E isso é bem lógico, visto que devido a intensa relação entre os dois seres, a morte do hospedeiro levaria também a morte do parasita.

Adaptação Parasitária

Ao longo dos anos, os parasitas evoluíram através de adaptações morfológicas, fisiológicas e biológicas para fortalecer sua relação com os hospedeiros.

Em relação as adaptações morfológicas, alguns parasitas sofreram degenerações com perdas ou atrofias de alguns órgãos. Um exemplo disso, são as pulgas que perderam as asas ao longo na evolução. Outros parasitas, ao contrário, apresentaram hipertrofia principalmente de órgãos reprodutivos, de fixação ou resistência.

Exemplo disso, são alguns helmintos que desenvolveram uma enzima, chamada antiquinase, que neutraliza a ação dos sucos digestivos, fazendo-os resistirem a ação de anticorpos ou de macrófagos, com isso, resistindo a agressão do hospedeiro.

Em termos biológicos, esses seres reforçaram suas capacidades reprodutivas, passando a produzir grandes quantidades de ovos, cistos ou outras formas infectantes. Com isso, conseguiram ter maior sucesso em perpetuar a espécie e driblar as dificuldades em atingir seu hospedeiro.

Quais os principais fatores que levam ao desenvolvimento das doenças parasitárias no hospedeiro?

Outro fator que se desenvolveu ao longo do tempo foi o hermafroditismo, a partenogênese e a poliembrionia, mecanismos de reprodução que facilitam a fecundação e asseguram a reprodução da espécie. No entanto, vários fatores inerentes ao hospedeiro ou ao parasito interferem nessa relação e determinam a ocorrência de um paciente sintomático ou assintomático, como o número de parasitos, virulência, resposta imune do hospedeiro e hábitos de vida.

Por exemplo, a infecção por 10 ancilostomídeos está associada a doença clínica branda ou inexistente, enquanto 1.000 ancilostomídeos consomem quantidade de sangue suficiente para causar uma anemia severa. De todo modo, para garantir a sua sobrevivência, os parasitas evoluíram para reduzir sua capacidade de agressão aos seus hospedeiros, e isso se dá por seleção natural, em que quanto maior for a agressão, menos adaptado é este parasita a espécie que o hospeda, e consequentemente corre a possibilidade de morrer junto com o seu hospedeiro.

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Por que os parasitas podem causar doenças nos hospedeiros?

Isso ocorre porque o parasita precisa retirar seus nutrientes, sendo assim, ele deve agir de modo que não leve o hospedeiro à morte. Se o hospedeiro morrer cedo, em pouco tempo o parasita não terá alimento. Um parasita pode viver tanto fora como dentro de um organismo.

São exemplos de fatores inerentes ao parasita e ao hospedeiro?

Número de exemplares, tamanho, localização e virulência são os fatores inerentes ao parasito. Idade, imunidade, estado nutricional, hábitos, aspectos sociais e uso de medicamentos são fatores pertinentes ao hospedeiro.