Quais os riscos de um diabético fazer tatuagem?

Hoje em dia está cada vez mais comum vermos pessoas utilizando piercing e tatuagens. O preconceito diminuiu muito e virou até moda. Vários diabéticos estão tatuando “diabetes tipo1” e seu corpo como forma de alerta para caso de acidentes.

Se você quiser colocar um piercing ou fazer uma tatuagem , a regra de ouro é : “não faça nada enquanto estiver bêbado – você pode viver para se arrepender!” Lembre-se que para  alguns procedimentos há necessidade de autorização dos pais se você for menor de 18 anos. 

Vale sempre a pena discutir estes tópicos com seu endocrinologista para evitar futuros descontentamentos. 

  • Tatuagens
Quais os riscos de um diabético fazer tatuagem?

Se você estiver bem controlado do seu diabetes, então o risco de fazer uma tatuagem são os mesmos de qualquer outra pessoa. 

 Alguns riscos de fazer tatuagens são:

  1. Infecção no local da tatuagem, principalmente se o local onde está fazendo não é limpo ou se você tem dificuldade em manter limpa a tatuagem 
  2. Se a agulha ou tinta não estiverem estéreis há risco de contaminação por hepatite B ou C, HIV ou outra doença contagiosa.  Veja se a loja é limpa e se tem referências, em caso de dúvidas, não faça a tatuagem neste local. Outro local a se evitar, é fazer tatuagens em festas ou festivais 
  3. Há risco de reação alérgica às substâncias usadas no equipamento e nas tintas 
  4. Há risco de você mudar de ideia após terminar a tatuagem. Como a tatuagem é algo permanente, pense bem antes de fazer, pois retirar é algo muito difícil.
  • Piercing
Quais os riscos de um diabético fazer tatuagem?

Qualquer parte do seu corpo pode ser utilizada para colocar piercing, desde orelha e sobrancelhas, língua, queixo ou partes íntimas.

Alguns riscos com piercing:

  1. Infecção no local de aplicação principalmente se o local onde está fazendo não é limpo ou se você tem dificuldade em manter limpo o piercing
  2. Se a agulha ou tinta não estiverem estéreis há risco de contaminação por hepatite B ou C, HIV ou outra doença contagiosa.  Veja se a loja é limpa e se tem referências, em caso de dúvidas, não faça o piercing neste local. Outro local a se evitar, é fazer piercing em festas ou festivais 
  3. Se sua glicemia estiver elevada, seu piercing pode demorar mais para cicatrizar. E qualquer atraso na cicatrização aumenta o risco de desenvolver uma infecção. 
  4. Pode haver inchaço ao redor do piercing 
  5. Você pode sangrar muito especialmente em áreas com muitos vasos sanguíneos como, por exemplo, na língua.
  6. Você pode desenvolver cicatrizes e queloides no local 

Lembre-se: procure ajuda se notar qualquer sinal de infecção.

Quais os riscos de um diabético fazer tatuagem?

Dra. Bibiana Prada de Camargo Colenci

  • Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia
  • Mestre em Endocrinologia
  • Coordenadora do ambulatório de Diabetes Mellitus tipo 1 Adulto da Faculdade de Medicina de Botucatu - SP - UNESP

Fonte: SBD
Notícia publicada em: 06.08.2014
Autor: Indefinido

Antes de entrarmos no detalhamento dos riscos da tatuagem em pessoas com diabetes, um típico caso clínico pode evidenciar o potencial de danos representado por esse procedimento:

“Um mulher de 29 anos, portadora de diabetes tipo 1, notou uma erupção dolorosa no local de uma tatuagem que ela tinha feito 7 dias antes. A cultura do material proveniente dessa lesão mostrou a presença de Staphylococcus aureus, confirmando que essa bactéria era o agente causador da lesão. Este diagnóstico não foi totalmente inesperado, uma vez que pacientes com diabetes são predispostos a infecções por esse agente. Um tratamento com cefalosporina oral aliviou a celulite e deixou a tatuagem um pouco distorcida. O artista responsável pela realização da tatuagem defendeu-se dizendo que essa complicação teria resultado de cuidados inadequados no local da ferida. Entretanto, a falta de infecções recorrentes na história clínica da paciente indica que ela provavelmente não era portadora de Staphylococcus aureus e que, portanto, o processo infeccioso local tenha se instalado a partir da lesão provocada pela tatuagem.”

As tatuagens são muito populares, especialmente entre os adolescentes. Mas, o processo de aplicação da tatuagem e os cuidados exigidos após o procedimento, podem constituir-se em um processo de longa duração, além de suas características dolorosas e estressantes, podendo criar alguns problemas para as pessoas com diabetes. A pressão sanguínea e os níveis de glicemia podem aumentar no momento do procedimento de aplicação da tatuagem e, também, se a glicemia não estiver controlada, o excesso de glicose pode complicar o processo de cicatrização, aumentando o risco de infecções.

Algumas recomendações importantes antes de se decidir por uma tatuagem:

Qualificação do profissional responsável pela tatuagem: verificar sua reputação e as práticas de higiene e segurança do local do procedimento.

Não se esqueça de informar a presença de diabetes para que o profissional seja ainda mais cuidadoso ao aplicar a tatuagem.

Evitar certas áreas de baixa circulação, tais como: nádegas, região frontal da perna, tornozelo, pés e áreas comumente utilizadas para injeções de insulina, tais como braços, abdômen e coxas. As tatuagens aplicadas nesses locais geralmente levam um tempo maior para cicatrizar, o que pode levar a complicações e infecções.

É importante lembrar que, além do risco de infecções, outras situações de risco também estão mais relacionadas com a presença de tatuagem.

São elas:

Reações alérgicas às substâncias utilizadas no processo de aplicação da tatuagem, como as tintas e os equipamentos.

Formação de uma cicatriz de dimensões mais expressivas, conhecidas como “queloides”, que podem se tornar irritáveis e ligeiramente dolorosas.

Doenças transmitidas pelo sangue: se as agulhas ou as tintas utilizadas na tatuagem não forem esterilizadas, há o risco de infecções transmitidas pelo sangue, tais como HIV e hepatites B e C.

Problemas na cicatrização da ferida: a manutenção de níveis elevados de glicose sanguínea pode retardar a cicatrização no local da tatuagem e aumentar o risco de infecção.

CASO O PACIENTE NÃO SE SINTA BEM OU OBSERVE ALGUM SINAL DE INFECÇÃO APÓS A APLICAÇÃO DA TATUAGEM, ELES DEVEM PROCURAR AVALIAÇÃO MÉDICA IMEDIATA E A DEVIDA ORIENTAÇÃO POR PROFISSIONAIS DE SAÚDE COM EXPERIÊNCIA NA ATENÇÃO ÀS PESSOAS COM DIABETES.

E, para finalizar esses comentários, finalmente uma boa notícia: num futuro próximo, as tatuagens poderão proporcionar uma opção mais fácil, mais rápida e mais precisa para as pessoas com diabetes acompanharem e controlarem os seus níveis de glicose no sangue.

Cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e do Laboratório Draper, dos Estados Unidos, estão desenvolvendo um monitor contínuo de glicemia que atua através de uma “tatuagem” de pequenas partículas de tinta de nanotecnologia que são sensíveis às concentrações de glicose sanguínea. Essa tinta é injetada na pele e reage à presença de glicose com uma iluminação fluorescente. Um dispositivo semelhante a um relógio é usado pelo paciente no pulso onde a tatuagem é aplicada, com o objetivo de detectar e monitorar os níveis de glicemia. Esta tecnologia, caso seja bem sucedida nos ensaios clínicos, pode revolucionar a monitorização de glicose sanguínea em pessoas com diabetes.

Referências bibliográficas

Diabetes and Tattoos: Case Study and Guidance. Diabetes in Control. Publicado em 18 de maio de 2014.

Tattoos and Diabetes. Diabetes.Co.UK. Disponível em: http://www.diabetes.co.uk/tattoos-and-diabetes.html. Acesso em 21 de julho de 2014.

Que tipo de pessoa não pode fazer tatuagem?

Pessoas com a imunidade comprometida não devem tatuar. Pois, há maior risco de infecção; as com problemas de pele, já que têm maior probabilidade de sofrer reação alérgica; as que sofrem de valvulopatia (alteração nas válvulas cardíacas), e que já tiveram hepatite B e C.

Qual é o símbolo do diabetes?

O círculo azul é o símbolo universal do diabetes.

Quem tem problema de pressão alta pode fazer tatuagem?

Diabéticos, pessoas com alergia ou hipertensos poderão receber, gratuitamente, tatuagens de segurança que indicam a doença caso tenham um desmaio na rua ou sofram um acidente.

Por que o paciente com diabetes mellitus tem dificuldade de cicatrização?

Essa dificuldade de cicatrização ocorre devido a complicações cardiovasculares, que causam o bloqueio ou a diminuição da circulação sanguínea, e devido ao excesso de glicose (açúcar), que pode prejudicar o funcionamento do sistema imunológico.