autor: Show movimento: Realismo Por Fernando Marcílio Mestre em Teoria Literária pela Unicamp ResumoBrás Cubas é um homem rico e solteiro que, depois de morto, resolve se dedicar à tarefa de narrar sua própria vida. Dessa perspectiva, emite opiniões sem se preocupar com o julgamento que os vivos podem fazer dele. De sua infância, registra apenas o contato com um colega de escola, Quincas Borba, e o comportamento de menino endiabrado, que o fazia maltratar o escravo Prudêncio e atrapalhar os amores adúlteros de uma amiga da família, D. Eusébia. Da
juventude, resgata o envolvimento com uma prostituta de luxo, Marcela. Depois de retornar de uma temporada de estudos na Europa, vive uma existência de moço rico, despreocupado e fútil. Conhece a filha de D. Eusébia, Eugênia, e a despreza por ser manca. Envolve-se com Virgília, uma namorada da juventude, agora casada com o político Lobo Neves. O adultério dura muitos anos e se desfaz de maneira fria. Brás ainda se aproxima de Nhã Loló, parenta de seu cunhado Cotrim, mas a morte
da moça interrompe o projeto de casamento. Desse ponto até o fim da vida, Brás se dedica à carreira política, que exerce sem talento, e a ações beneficentes, que pratica sem nenhuma paixão. O balanço final, tão melancólico quanto a própria existência, arremata a narrativa de forma pessimista: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”. ContextoSobre o autor Importância do livro AnáliseMemórias póstumas de Brás Cubas se enquadra no gênero literário conhecido como sátira menipéia, no qual um morto se dirige aos vivos para criticar a sociedade humana. É exatamente o que faz o narrador, ao contar a história de sua vida após o próprio falecimento. A leitura do romance deve levar em conta a dupla condição do protagonista: há o Brás vivo e o Brás morto. Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico com saudosa lembrança estas memórias póstumas. Brás Cubas O Brás vivo é personagem da narrativa e vive uma existência marcada pelas futilidades sociais, pela volubilidade sentimental e pelo desprezo que manifesta pelos outros. O Brás morto é o narrador, que é capaz de expor sem nenhum pudor os próprios defeitos. Em primeiro lugar, porque já está
morto e não pode mais ser atingido pela ira de seus contemporâneos. Em segundo, porque a condição em que está lhe dá a sabedoria necessária para perceber que seu modo de agir é semelhante ao de todos os seres humanos. A sociedade é caracterizada como o espaço do jogo entre aparência e essência, onde as pessoas interpretam papéis e fingem ser o que realmente não são. A impossibilidade de conhecer as profundezas da alma não impede o narrador de reconhecer a miséria moral da
humanidade. Para baixar Memórias Póstumas de Brás Cubas, clique aqui! Essa descoberta é sustentada sem problemas pelo Brás vivo, embasado na filosofia do humanitismo, que afirma que toda atitude humana, boa ou má, é justificável como um ato de preservação da espécie. O Brás morto, de sua parte, é capaz de olhar com ceticismo a própria teoria, chegando a uma
conclusão que nada tem de otimista: por ele, a espécie humana termina ali, já que não deixa herdeiros da “nossa miséria”. Personagens- Brás Cubas: narrador e protagonista, é o “defunto autor” de sua própria biografia, na qual avalia com ceticismo a existência humana. - Virgília: esposa do político Lobo Neves e amante de Brás Cubas, sustenta o caso adúltero para manter as aparências do casamento. - Quincas Borba: amigo de Brás, formula a
filosofia do humanitismo. - Eugênia: jovem manca de quem Brás rouba um beijo, abandonando-a em seguida. - Marcela: prostituta de luxo com quem o narrador se envolve na juventude. - Cotrim: cunhado de Brás pelo casamento com a irmã deste, Sabina, trata-se de um homem de hábitos rudes no trato com escravos. - Nhã Loló: parenta de Cotrim, é a noiva arranjada por Sabina para o irmão; o casamento não se realiza em função da morte da pretendente. -
Dona Plácida: ex-empregada de Virgília, acoberta os encontros amorosos entre Brás e sua antiga ama. - Prudêncio: ex-escravo de Brás; depois de alforriado, torna-se dono de um escravo, no qual se vinga das violências recebidas na infância. Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal. Quais são os personagens do livro Memórias Postumas de Brás Cubas?Personagens. Brás Cubas, protagonista da história;. Virgília, maior paixão de Brás Cubas;. Lobo Neves, marido de Virgília e político;. Marcela, prostituta e primeiro amor de Brás Cubas;. Eugênia, segundo amor do narrador;. Nhã-Loló, que se casaria com Brás Cubas, mas falece vitimada pela febre amarela;. Quem é o narrador do livro Memórias Postumas de Brás Cubas?Memórias póstumas de Brás Cubas é o primeiro romance realista de Machado de Assis. Essa obra, que inaugurou o realismo no Brasil, em 1881, é narrada por Brás Cubas, narrador-personagem que, após a morte, decide escrever suas memórias.
Quem é Nha Lolo?Nhã-Loló - A sobrinha de Cotrim, pretendente que Sabina arranjou para Brás Cubas. Morreu em consequência da febre amarela quando tinha 19 anos.
Qual o nome do grande amor de Brás Cubas em Memórias Póstumas de Brás Cubas?VIRGÍLIA – grande amor de Brás Cubas, sobrinha de ministro, e a quem o pai do protagonista via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política nacional. MARCELA – amor da adolescência de Brás.
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