Qual a importância da floresta amazônica para a proteção da biodiversidade?

A Amazônia ocupa 7 milhões de km² distribuídos em nove países, sendo 60% no Brasil. Representando mais de 50% das florestas tropicais que restam no planeta, ela abriga também a maior bacia hidrográfica do mundo, a do rio Amazonas. Até 2017, a Amazônia já havia perdido cerca de 814 mil km² de florestas, o equivalente a 3,2 vezes a área do estado de São Paulo. Embora seu desmatamento seja pauta frequente na mídia, as ameaças à biodiversidade amazônica são múltiplas. Construção de barragens e de estradas, fogo, mineração, caça, pesca, poluição das águas, exploração madeireira e mudanças climáticas impactam os vários ecossistemas amazônicos e sua flora e fauna. A seguir, resumimos algumas evidências científicas sobre a importância global da biodiversidade amazônica, suas ameaças e formas de proteger e recuperar as florestas e águas da Amazônia. Essa compreensão é essencial para identificar soluções e estratégias de conservação e desenvolvimento sustentável para essa região de importância global.

1. Afinal, qual a relevância da biodiversidade da Amazônia no contexto mundial?

A Amazônia é uma das regiões mais ricas em espécies no planeta. Um relatório recente aponta que a região abriga mais de 50 mil espécies de plantas, 1.300 de aves, 2.700 de peixes e um número desconhecido de insetos. Além disso, cerca de 34% dos mamíferos, 20% das aves e 58% dos peixes amazônicos são endêmicos, ou seja, não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo.

Embora considerada um valioso tesouro biológico, grande parte da biodiversidade da Amazônia ainda é desconhecida pela ciência. Por exemplo, nos últimos 20 anos foram descobertas pelo menos 20 novas espécies de primatas – incluindo o sagui-dos-munduruku nas margens do rio Tapajós no Pará. Outra descoberta recente surpreendente foi a de uma nova família de peixes (Tarumaniidae) na bacia do rio Negro, nos arredores de Manaus no Amazonas, algo que não acontecia há 40 anos.

2. Quais são as principais ameaças à biodiversidade das florestas da Amazônia?

O desmatamento (remoção total da floresta) é a principal ameaça às florestas amazônicas. Suas principais causas são a expansão agropecuária, a impunidade aos crimes ambientais e as grandes obras como mineração e estradas. Suas principais consequências são a perda imediata da biodiversidade e o aumento na emissão de gases do efeito estufa – que por sua vez, eleva a temperatura (regional e global) e a frequência de eventos climáticos extremos (grandes secas e cheias). Mas a Amazônia também é ameaçada pela degradação florestal (processo de empobrecimento da biodiversidade). Ou seja, a floresta existe, mas com qualidade ambiental inferior ao que era originalmente. Os principais causadores da degradação florestal são a exploração madeireira, caça, queimadas, eventos climáticos extremos e mudanças do clima. Além disso, estas ameaças podem interagir, causando perdas tanto na flora e fauna florestal, quanto na biodiversidade aquática.

3. Quais são as principais ameaças à biodiversidade dos ecossistemas aquáticos da Amazônia?

Os rios, tributários, igarapés, lagos e planícies de inundação da Amazônia estão ameaçados por diversas atividades humanas. Os efeitos devastadores da construção de barragens e do desmatamento sobre a biodiversidade aquática amazônica são bem conhecidos. Barragens – não apenas as de grande porte, mas também as inúmeras pequenas centrais hidrelétricas – alteram drasticamente a conectividade hidrológica dos cursos d’água e seus efeitos reverberam por toda a bacia, não apenas na área do reservatório. Já o desmatamento afeta negativamente as espécies aquáticas não apenas quando ocorre nas margens dos igarapés, mas também em áreas mais distantes. Somam-se a estes, os impactos da mineração, poluição das águas, sobrepesca, cruzamentos de estradas de terra e mudanças climáticas – os efeitos cumulativos de todas essas ameaças são críticos. Em suma, a biodiversidade aquática amazônica é vulnerável tanto aos impactos diretos aos cursos d’água quanto aos que ocorrem nas florestas da região.

4. Já perdemos espécies da Amazônia?

Até agora não temos registros de extinção de qualquer espécie amazônica. No entanto, em breve isso poderá acontecer, já que há espécies amazônicas classificadas como criticamente ameaçadas, como o mutum-pinima. Essa ave era considerada extinta desde a década de 1970, quando houve seu último registro científico. Porém, em 2017, isso mudou, quando ela foi registrada no mosaico de terras indígenas e áreas protegidas do Gurupi, no Pará e do Maranhão. Seu caso não é isolado: estima-se que há menos de 100 indivíduos do macaco zogue-zogue-de-Caquetá, todos distribuídos em fragmentos florestais em uma pequena região da Amazônia colombiana. Para um melhor acompanhamento de possíveis extinções de espécies amazônicas é necessário investimento em estratégias efetivas de conservação e pesquisas de taxonomia, aquelas que descrevem espécies até então desconhecidas pela ciência, e em estudos sobre a área de vida de espécies já descritas; afinal, só dessa forma é possível evitar que espécies sejam perdidas antes mesmo de serem conhecidas.

5. Como proteger a biodiversidade da Amazônia?

A forma mais eficiente de proteger a biodiversidade da Amazônia é conter o avanço das suas ameaças. Entre 2000 e 2018, por exemplo, constatou-se que 87% do desmatamento ocorreu fora de unidades de conservação e territórios indígenas, indicando o potencial das áreas protegidas no controle do desmatamento. Outro ponto crítico é o cumprimento da legislação que protege a vegetação em terras privadas (lei n.12.651/2012, Lei de Proteção da Vegetação Nativa), pois elas representam 50% da Amazônia brasileira. Além disso, a conservação da biodiversidade depende de investimentos em pesquisas científicas para embasar políticas, estratégias e manejo dos recursos naturais; monitoramento das ameaças de forma transparente e em tempo real; fortalecimento da fiscalização ambiental e garantia dos direitos humanos e territoriais na região. Por fim, vale destacar que conservar simultaneamente ecossistemas aquáticos e terrestres da Amazônia ainda é o melhor custo-benefício para a região.

6. A biodiversidade e os ecossistemas amazônicos podem ser recuperados?

A recuperação de rios e de florestas degradados é possível, mas envolve desafios e limitações, sobretudo na Amazônia. A restauração florestal pode ocorrer onde a escala e a intensidade do distúrbio é mínima – um estudo recente mostrou que paisagens com mais de 80% de desmatamento continuaram perdendo florestas primárias. A restauração florestal passiva, principal estratégia de restauração na Amazônia, pode recuperar boa parte, mas não toda a biodiversidade encontrada originalmente. Nos ambientes aquáticos, a mitigação dos efeitos de barragens hidrelétricas sobre os peixes migradores neotropicais são geralmente ineficazes. Apesar de improvável, altamente onerosa, e fora da realidade amazônica, a remoção de barragens é a principal estratégia de recuperação da conectividade hidrológica nesses casos. A recuperação parcial da biodiversidade é possível, mas proteger as florestas e as águas preservadas é certamente a alternativa mais viável para a manutenção da sua hiperdiversidade.

Qual a importância da fauna amazônica para a preservação da biodiversidade?

A Floresta Amazônica possui a maior biodiversidade do mundo e assegurar a sua preservação é fundamental para garantir a sustentabilidade natural. As diversas espécies encontradas na floresta também são importantes para a produção de medicamentos, cosméticos e controle biológico de pragas.

Qual a importância da preservação da Floresta Amazônica para o planeta?

A Amazônia presta um grande serviço ecológico local e também global. Estoca cerca de um quinto de toda a água doce do planeta e tem suma importância na regulação do clima no continente.

Qual é a biodiversidade da Floresta Amazônica?

Assim como a flora, a fauna da Amazônia também é bastante diversificada, apresentando cerca de 1.300 espécies de aves, 3 mil espécies de peixes, 427 espécies de anfíbios, 378 espécies de répteis e mais de 300 espécies de mamíferos.

Como preservar a biodiversidade da Amazônia?

Conheça quatro ações que podem ajudar a salvar a Amazônia..
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Incentive o reflorestamento..