Qual a importância do uso de EPI e quais são os Equipamentos de Proteção Individual utilizados para a proteção do aplicador de agrotóxicos?

Assim como as pessoas de diversas áreas de produção utilizam equipamentos que as protegem, no setor agrícola, o EPI rural é uma ferramenta de trabalho e o seu uso é muito importante para preservar a saúde do homem no campo. Por isso, ele se tornou obrigatório por lei.

Vamos falar um pouco sobre a importância desses equipamentos e como é possível usá-lo da forma correta, conforme determinado pela NR 31. Acompanhe!

Os Equipamentos de Proteção Individuais são ferramentas indispensáveis para o trabalhador rural, pois o ajudam a evitar o contato com elementos tóxicos, como fumaças e partículas suspensas de defensivos e outros produtos. Essa intoxicação pode ocorrer por diversas vias:

  • oral — contato do agrotóxico com a boca do operador;
  • ocular — contato com os olhos;
  • nasal — pela aspiração do produto pelas vias respiratórias;
  • dérmica — contato do químico com a pele.

Assim, o EPI não é recomendado somente para o profissional que trabalha no plantio, na colheita ou na pulverização: aqueles que atuam com o armazenamento e o transporte desses fitossanitários também precisam se proteger.

O nível de risco de intoxicação que um produto pode apresentar é calculado com base nos fatores de toxicidade e exposição. Em outras palavras, a toxicidade é o potencial que uma substância tem de prejudicar a saúde. Isso vai depender da dose e da sensibilidade de cada indivíduo ao produto.

Quanto mais tóxico for o produto e mais exposto o trabalhador ficar a ele, maior é o nível de proteção exigido do equipamento de segurança. Se as normas de segurança forem seguidas, dificilmente ocorrerão casos de intoxicação.

A Anvisa classifica os níveis de toxicidade dos produtos por cores de faixas que ficam nos rótulos e nas bulas:

  • Classe I — vermelha: extremamente tóxico.
  • Classe II — amarela: altamente tóxico.
  • Classe III — azul: medianamente tóxico.
  • Classe IV — verde: pouco tóxico.

No entanto, os EPIs não protegem o trabalhador somente contra produtos químicos. Eles também podem reduzir as chances do trabalhador se cortar ou sofrer perfurações. Afinal, ele manuseia ferramentas manuais cortantes, além de máquinas e implementos agrícolas, e está propenso a sofrer acidentes de trabalho.

Vale lembrar de outros riscos que o trabalhador rural está exposto que justificam os EPIs:

  • animais peçonhentos;
  • agentes parasitários;
  • exposição a radiações solares e outras intempéries por longos períodos;
  • ruídos e vibração de tratores e outras máquinas agrícolas;
  • partículas de grãos armazenados, pólen, ácaros, dejetos, células de fungos e bactérias — elementos infecciosos e que podem desencadear processos alérgicos.

Assim, o EPI vai garantir a integridade física e a saúde do trabalhador em suas tarefas diárias.

Como compor o EPI?

O EPI é composto por um conjunto de itens que ajudam na proteção do trabalhador. Ele é indicado pelo engenheiro agrônomo ou técnico de segurança, de acordo com a cultura, o pulverizador, as condições climáticas, as etapas de manipulação e as condições de aplicação.

No rótulo e na bula de cada agroquímico também há a indicação dos tipos de EPIs necessários para uso. O kit de EPI rural pode ser composto por:

  • touca árabe;
  • viseira;
  • camisa;
  • avental;
  • luvas;
  • calças;
  • bota;
  • máscara.

Alguns itens merecem destaques. Veja a seguir!

Luvas nitrílicas ou de neoprene

Essas luvas protegem as mãos contra contaminações químicas. É importante usá-las durante o tempo todo que manusear o produto. Caso a aplicação seja direcionada para cima, as luvas devem ser colocadas do lado de fora da manga. Quando for direcionada para baixo, as luvas devem estar do lado de dentro da manga.

Avental

Ele protege contra vazamentos e respingos. É muito importante que, durante o preparo da calda, o avental seja usado na parte da frente do corpo. Já durante a aplicação, ele deve ser usado atrás, como forma de minimizar o atrito ou evitar a contaminação nas costas em situações como o uso de pulverizadores costais.

Botas

Devem ser fabricadas em material de PVC, que é impermeável. Botinas de couro podem absorver o agrotóxico. Use-as por dentro das calças para evitar que o produto escorra para os pés. Por isso, é importante que as botas sejam de cano longo resistente e do tamanho adequado.

Vestimenta

Preferencialmente deve ser feita com tratamento hidrorrepelente para oferecer segurança e conforto térmico ao usuário. Quando necessário, algumas partes, como braços e pernas, podem ser impermeáveis para oferecer mais proteção ao operador. Escolha vestimentas que ofereçam qualidade e durabilidade.

Muitas vezes, encontramos no mercado EPIs de baixo custo com baixa qualidade. Isso prejudica a segurança do operador, uma vez que esses itens não têm características de proteção recomendadas. Além disso, a baixa durabilidade exige que o EPI seja trocado com poucas horas de trabalho, aumentando o valor gasto com esses itens.

Verifique o comprimento do avental e se ele protege amplamente até a altura dos joelhos. O comprimento da touca árabe deve proteger totalmente o pescoço e parte dos ombros do trabalhador. A viseira precisa ter uma espuma frontal interna de boa qualidade, caso contrário, pode absorver calda e gerar sério risco de contaminação.

Observe se o tamanho das vestimentas não encolhe após a lavagem. Lembre-se que é importante a durabilidade não só do tecido, mas da hidrorrepelência.

Um teste simples que pode ser feito no campo é o “teste da gota”. Faça gotas de água sobre o tecido, aguarde 10 minutos e observe. Se ao olhar dentro da gota, a trama do tecido parecer maior do que a trama externa — o que é chamado de efeito lente de aumento —, e se ao retirar as gotas o tecido não estiver molhado, o tecido está dentro da vida útil. No entanto, se a trama for similar dentro e fora da gota ou se o tecido molhar, a chance da vida útil do tecido estar ultrapassada é muito grande.

Adicionalmente, verifique se a vestimenta tem o selo QUEPIA de qualidade. Ele foi criado pelo IAC e demonstra que seu fabricante se preocupa com a qualidade e a segurança dos equipamentos que produz.

Quais são os procedimentos de manutenção e limpeza dos EPIs?

A manutenção e a limpeza adequadas do EPI rural evitam danos à saúde do trabalhador e a contaminação do solo e da água, além de assegurar uma vida útil mais prolongada para o equipamento. Para preservar o seu EPI, ele precisa ser descontaminado logo após seu uso. Siga as recomendações que listamos:

  • o operador que fará a lavagem do EPI também precisa estar devidamente protegido, com luvas de nitrila ou neoprene;
  • para lavá-lo, separe-o das roupas comuns e de outros EPIs;
  • o EPI não pode ser deixado de molho nem ser esfregado;
  • o EPI tem que ser lavado com sabão neutro, em pó ou em barra. Não se pode usar cloro, alvejante e nem amaciante, pois esses itens podem retirar a hidrorrepelência;
  • os tanques ou as máquinas de lavar devem ser específicos para esse fim. Eles devem estar sinalizados com informações específicas da toxicidade do produto, o que vai garantir que serão utilizados somente para a lavagem desses EPIs. A lavanderia precisa estar a uma distância mínima de 30 metros do centro de vivência;
  • após a lavagem, o EPI deve ser enxaguado abundantemente com água corrente para remover todos os resíduos da pulverização;
  • o equipamento deve ser secado à sombra e passado a ferro bem quente. Isso reativa a repelência e proporciona uma maior durabilidade. Não passe o ferro nas partes impermeáveis do tecido;
  • luvas e botas precisam ser lavadas com água e sabão de forma abundante;
  • os respiradores devem ser tratados conforme as orientações específicas informadas pelo fabricante, obedecendo às especificações de cada modelo;
  • viseiras faciais também são lavadas com água e sabão neutro. Use um pano macio para não riscar e siga as instruções do manual.

Após o fim da vida útil do seu EPI, ele deve ser totalmente descontaminado, inutilizado e descartado em lixo comum.

Ao terminar a aplicação, o profissional precisa tomar banho com bastante água, sabonete e vestir roupas limpas.

O que dizem as normas e leis?

Todo EPI deve ter o CA — Certificado de Aprovação — emitido pelo Ministério do Trabalho, que garante o cumprimento da NR 31 e atesta o nível de proteção de segurança dos equipamentos. A NR 31 é uma norma regulamentadora do Ministério do Trabalho para a saúde e segurança, e atribui responsabilidades ao empregador e ao trabalhador rural.

Segundo a norma, é obrigação do empregador fornecer e manter o EPI limpo e adequado ao trabalho, assim como instruir e exigir o seu uso, treinar, fiscalizar e substituir os EPIs danificados ou vencidos. O não cumprimento de qualquer uma dessas ações pode gerar problemas trabalhistas ao empregador.

A NR 31 define as seguintes obrigações para o empregador rural:

  • fornecer os EPIs e as vestimentas que sejam condizentes com os riscos a que o trabalhador estará exposto, e que não apresentem desconforto térmico prejudicial;
  • garantir que os equipamentos de proteção individual e as vestimentas estejam em perfeitas condições de uso e higienizadas;
  • responsabilizar-se pela descontaminação dos EPIs no fim de cada jornada de trabalho, garantindo a substituição, quando necessário;
  • orientar os trabalhadores sobre o uso correto dos dispositivos;
  • evitar que dispositivos de proteção ou vestimentas contaminadas sejam transportados para fora do ambiente de trabalho;
  • disponibilizar um local seguro, onde os trabalhadores possam guardar suas roupas pessoais;
  • prover toalhas, água e sabão para a higiene pessoal da equipe;
  • evitar que qualquer EPI seja reutilizado sem a devida descontaminação;
  • assegurar que nenhum trabalhador fará uso de roupas pessoais ao aplicar defensivos na lavoura.

Para fiscalização, o empregador deve ter e guardar documentos que comprovem suas obrigações relacionadas ao EPI. Alguns documentos que podem auxiliar são:

  • nota fiscal de aquisição;
  • número do certificado de aprovação de registro do Ministério do Trabalho;
  • comprovante de entrega do EPI assinado;
  • advertência formal pelo não uso do EPI (se houver);
  • certificado de treinamento de aplicação de agrotóxicos — que pode ser dado por diferentes instituições, inclusive o SENAR.

Por outro lado, o trabalhador também tem responsabilidades quanto à sua própria segurança. Cabe a ele:

  • usar o EPI rural conforme as necessidades e orientações;
  • cuidar bem do EPI;
  • notificar o responsável sobre a necessidade de troca, seja por desgaste, seja por defeito.

Caso não cumpra tais obrigações, o trabalhador pode ser demitido por justa causa. Afinal, ele está colocando sua vida e sua saúde em risco.

Como fazer o uso correto dos equipamentos de proteção individual (EPI) agrícolas?

O uso de EPIs exige treinamento, pois é necessário ter bastante cuidado, principalmente na hora de retirar os equipamentos — uma vez que estarão contaminados com produtos tóxicos.

Para vestir o equipamento, siga esta ordem:

  • calças;
  • jaleco;
  • botas;
  • avental;
  • respirador;
  • viseira facial;
  • boné árabe;
  • luvas.

Para retirar o equipamento, a sequência é esta:

  • boné árabe;
  • viseira facial;
  • avental;
  • jaleco;
  • botas;
  • calças;
  • luvas;
  • respirador.

Quais outras recomendações são necessárias para evitar intoxicação?

Tenha em mente que o EPI atua como um auxiliar na proteção e não deve ser considerado como único meio de se proteger. Para que o trabalhador esteja seguro e evite os riscos de intoxicação, ele deve usar EPI de boa qualidade e da maneira correta, manter os pulverizadores sem vazamentos, calibrados e aplicar o agroquímico em condições favoráveis de clima (temperatura < 30°, umidade relativa do ar > 50% e ventos inferiores a 10 km/h).

Outras recomendações são: não coma, não beba, não fume e não pegue objetos pessoais com a luva contaminada. Proteja os olhos. Não se deixe enganar pela quantidade: o que pode ser apenas uma gota, talvez contenha o produto concentrado.

As estatísticas apontam que mais de 90% dos casos de intoxicação ocorrem por absorção pela pele, 5% por via oral e 2% por via respiratória. A pele é o maior órgão do corpo humano e precisa de cuidados especiais.

A intoxicação pode causar uma série de efeitos na saúde. Alguns sintomas surgem imediatamente após o uso e outros até anos depois, podendo causar danos irreversíveis. Atente-se aos sintomas no dia a dia, como dores de cabeça, dificuldade respiratória, diarreia, manchas ou irritações diferentes na pele, fraqueza e impotência. Lembre-se: o risco depende do tempo de exposição e da toxicidade do produto químico.

O uso do EPI rural não substitui as boas práticas de segurança no campo, sobretudo no manuseio de defensivo. Além disso, não basta usar: é necessário seguir as recomendações dos fornecedores e de especialistas. Trata-se de uma prática que exige treinamento e constante reciclagem de empregados e empregadores.

Além disso, simplesmente dispor desses materiais não é o suficiente para garantir a proteção dos colaboradores. Aliás, se os EPIs forem usados de forma inadequada, poderão até aumentar os riscos à integridade do trabalhador.

Por isso, é fundamental que o empregador promova ações de conscientização sobre o correto uso do EPI rural e os riscos da contaminação por químicos. Com mais segurança, você e sua equipe terão mais disposição e qualidade de vida para aproveitar os momentos e as pessoas que são especiais para vocês.

Gostou do nosso artigo repleto de dicas? Então, saiba mais sobre a evolução dos implementos agrícolas e entenda como eles têm contribuído cada vez mais para o aumento da eficiência produtiva no campo!

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Qual a importância da utilização dos EPIs na aplicação de defensivos agrícolas?

Defensivos Agrícolas: Importância da utilização dos EPIs na aplicação de agroquímicos. EPIs são Equipamentos de Proteção Individual, que têm por finalidade diminuir os riscos de contaminação do trabalhador na aplicação de defensivos agrícolas (herbicidas, inseticidas, fungicidas e etc).

Qual e a importância dos EPIs Equipamentos de Proteção Individuais )?

Os EPIs possuem como principal objetivo proteger a saúde e a segurança física do trabalhador em situações onde as demais Medidas de Controle de Risco não forem suficientes. Ou seja, os equipamentos de proteção individual são a última das medidas preventivas contra Acidentes de Trabalho.

Quais os EPIs que o aplicador de agrotóxicos deve usar?

Os principais EPIs utilizados para a aplicação de defensivo agrícolas são:.
Luvas de Segurança: A de borracha nitrílica ou de látex natural;.
Respiradores: De acordo com o contaminante, poderão ser necessários respiradores 1/4 faciais, semi faciais ou até mesmo faciais. ... .
Viseira Facial: Protege os olhos e o rosto..

O que são EPIs e qual sua importância?

Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) nada mais são do que uma série de dispositivos de segurança — de uso obrigatório — que têm como objetivo principal minimizar riscos e resguardar a integridade física do colaborador em questão.