Por Show Ao perceber a quantidade de energia (açúcar) que possui, planta tem noção da passagem do tempo e pode organizar suas atividades ao longo do dia, antecipando-se à chegada do sol para fazer fotossíntese logo ao amanhecer, podendo crescer mais e melhor – Foto: Jucember/Wikimedia Commons …
“O objetivo do trabalho é tentar entender como a percepção interna da quantidade de energia (açúcar) que a planta tem influencia a maneira como é percebida a passagem do tempo durante o dia”, diz o professor do IQ Carlos Hotta, que integrou o grupo de pesquisa. “Isso é importante porque é o modo das plantas se organizarem ao longo do dia, antecipando-se à chegada do Sol para poder fazer fotossíntese logo ao amanhecer. Plantas que usam o relógio biológico crescem mais e melhor.” Professor Carlos Hotta: nível de açúcar indica situações de escassez energética – Foto: Cecília Bastos/USP ImagensNa fotossíntese, as células das plantas capturam a luz solar, convertendo a energia do Sol em energia química e juntando gás carbônico e água para formar açúcares. “O estudo mostra que perceber o nível de açúcar é um modo da planta saber a quantidade de energia que possui, inclusive em situações de estresse, como casos de escassez”, aponta o professor. “Foi analisado como o relógio biológico da Arabidopsis thaliana, organismo modelo para estudos sobre plantas, responde à adição de açúcar”. A Arabidopsis é uma planta herbácea da família das Brassicaceae, a mesma do brócolis, da canola, da mostarda e do repolho. SinalizaçãoA pesquisa descobriu que as plantas possuem moléculas que atuam como vias de sinalização, no caso a via do SnRK1, que mede o nível energético da planta, e se conecta a um fator de transcrição, o bZIP63. “O fator de transcrição é um tipo de proteína que funciona como ‘interruptor molecular’, atuando diretamente no DNA, ‘ligando’ e ‘desligando’ genes”, a partir das informações da via de sinalização, conta o pesquisador. “Há evidências de que um dos genes em que o bZIP63 atua é do relógio biológico, chamado de PRR7, o que faz com que a planta, conforme a energia disponível, altere os horários em que desempenha determinadas funções.” Quando há menos energia, a via que sinaliza o estresse energético está mais ativa, mas quando o açúcar é abundante, ela permanece inativada, o que inibe o fator de transcrição. “Pesquisas anteriores sobre o relógio biológico avaliavam as plantas quando havia muita energia disponível, por isso a via não era percebida”, diz Hotta. “Quando começou-se a olhar para as plantas em condições de baixa energia, foi possível notar que essa via é essencial para a planta se reorganizar diante do estresse energético, mudar seu modo de vida e sobreviver”. Amostras de Arabidopsis thaliana: via de sinalização que orienta o relógio biológico só foi percebida pelos cientistas quando a planta está em condições de baixa energia – Foto: Cecília Bastos/USP ImagensOs resultados da pesquisa são descritos no artigo Circadian Entrainment in Arabidopsis by the Sugar-Responsive Transcription Factor bZIP63, publicado em 2 de agosto na revista científica Current Biology. “O estudo comprovou como os dois mecanismos moleculares impactam e regulam o funcionamento da planta”, ressalta o professor. “O próximo passo é investigar que funções são reguladas. Uma das hipóteses é de que possivelmente os mecanismos influenciem na forma que a planta armazena amido durante a noite.” … ProdutividadeHotta aponta que as descobertas do estudo poderão ser importantes em pesquisas sobre cultivos como o da cana-de-açúcar. “Saber que o açúcar é essencial para o relógio biológico muda a percepção sobre a sua função em plantas que acumulam muito açúcar, a cana, por exemplo”, observa. “Entender que o relógio biológico está associado à produtividade da planta ajuda a buscar formas de torná-la mais produtiva.” A pesquisa foi realizada no Laboratório de Fisiologia Molecular de Plantas do IQ, em colaboração com os pesquisadores Michel Vincentz, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Alex Webb, da University of Cambridge, e Antony Dodd, da University of Bristol (Reino Unido). “Houve uma convergência dos estudos, facilitada pelas políticas de internacionalização da ciência adotadas no Brasil”, destaca o professor. “Na Unicamp, era pesquisada a influência do estresse energético no relógio biológico, enquanto os europeus estudavam as reações do relógio biológico ao estresse”. O trabalho teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Mais informações: e-mail , com Carlos Hotta Política de uso Qual é a substância produzida na fotossíntese é usada como alimento pela planta?É durante a fotossíntese que ocorre uma série de reações químicas que transformam, através da energia solar, substâncias inorgânicas (água e gás carbônico), em orgânicas (glicose), produzindo o alimento necessário para a sobrevivência da planta, além de ser fonte de energia para os animais.
Qual é o nome do alimento produzido pela fotossíntese?No acaso da fotossíntese o gás carbônico e a água, através da energia solar, quebram suas moléculas e rearranjam-se novamente formando como produto a glicose e o oxigênio.
Qual é o nome do processo de produção de alimentos das plantas?Fotossíntese. Fotossíntese é um processo realizado pelas plantas para a produção de energia necessária para a sua sobrevivência. Como acontece? A água e os sais minerais são retirados do solo através da raiz da planta e chega até as folhas pelo caule em forma de seiva, denominada seiva bruta.
Que substâncias As plantas produzem na fotossíntese?A fotossíntese ocorre nos cloroplastos e produz açúcares e oxigênio, a partir de dióxido de carbono e água.
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