Qual o papel do espaço geográfico no ensino e aprendizagem de História?

A Geografia é uma das disciplinas escolares inseridas na grade curricular. A ciência em questão é muito importante para a compreensão do mundo em que vivemos, o qual está em constante transformação. Apesar de sua importância, muitos alunos não apreciam a disciplina, muitas vezes a aversão se deve ao modo como é conduzida aos educandos.

É importante que o professor, ao iniciar o ano letivo, faça uma explicação direcionada ao conceito de Geografia, isso com o objetivo de levar o aluno a conhecer e compreender a enorme relevância que a mesma possui no ambiente escolar e na sociedade. É interessante começar falando sobre as inúmeras intervenções que o homem tem feito nas mais distintas paisagens do mundo, alertando-os de que todos nós temos responsabilidades nas alterações. Logo depois, informar para o quê a Geografia direciona suas análises. Expondo que essa disciplina busca conhecer e compreender as mudanças ocorridas no mundo, e por que elas acontecem. Além de identificar e entender a dinâmica da natureza, tais como a formação e transformação do relevo, a hidrografia, a atmosfera, a vegetação, a relação de interdependência que existe entre todos eles e a influência que os mesmos produzem nas relações humanas.

Quanto ao fator humano, a Geografia procura estabelecer um estudo sistemático da sociedade, verificando as relações de trabalho, incluindo os problemas sociais, a cultura, a economia, dentre muitos outros temas. Algo fundamental e que deve ser apresentado aos alunos é que tudo no mundo está interligado, desse modo, não é possível estudar aspectos físicos (clima, relevo, hidrografia etc.) sem acrescentar a sociedade, tendo em vista que ela está inserida na natureza.

Diante das afirmativas, o que se percebe é que o objeto de estudo da Geografia é o espaço geográfico, o mesmo é divido em: espaço geográfico natural e espaço geográfico cultural ou construído. Em suma, pode-se afirmar que o espaço geográfico é o “palco” das relações humanas, pois o homem habita a superfície e usufrui de tudo que a natureza fornece.

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O principal objetivo do ensino de Geografia, na escola básica, é a formação do pensamento espacial nos alunos. Sua importância reside no fato de ele ser, para os discentes, um instrumento potencializador de transformação da realidade e de construção de sua cidadania.

Qual o papel do professor nesse processo?

Cabe ao professor propiciar os elementos teóricos e os meios cognitivos e operativos de desenvolver consciência da espacialidade das coisas, dos fenômenos, dos processos, enquanto integrantes da prática social.

Qual o caminho teórico-metodológico a seguir?

Para se desenvolver um pensamento espacial é necessário, obviamente, construir a noção de espacialidade. Para tanto, além de explorar a leitura cartográfica, em que o professor deve buscar ao máximo desenvolver as relações espaciais topológicas, projetivas e euclidianas, ou seja, o espaço vivido, percebido e concebido do aluno, também é necessária a formação de conceitos geográficos, tais como território, região, lugar e paisagem.

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Essa formação dos conceitos geográficos se dará por meio dos conteúdos geográficos. O professor ensina os conteúdos e os alunos formam os conceitos. Por exemplo, se você ensina aos alunos que paisagem é tudo aquilo que está ao alcance da percepção humana, certamente a criança não conseguirá abstrair tal conceito. Mas, se o professor ensinar um conteúdo geográfico, por exemplo, a transformação da paisagem rural em urbana, o aluno construirá paulatinamente o conceito. Isso porque, segundo o psicólogo Lev Vygotsky, o conceito não se forma na cabeça da criança quando lhe é ensinado. Ele é elaborado à medida que os alunos o constroem.

As recentes pesquisas no ensino de Geografia vêm alertando para o fato de que a formação de conceitos geográficos são os instrumentalizadores do pensamento espacial, cabendo ao professor o papel de explorá-los em sala de aula.


Por Régis Rodrigues
Graduado em Geografia


RESUMO

Discutir o ensino de Geografia e História para as primeiras séries do Ensino Fundamental no que se refere ao entendimento do espaço geográfico enquanto totalidade-mundo, uma vez que no atual período de globalização as escalas não se apresentam dispostas linear e independentemente, ou seja, a casa, a rua, o quarteirão, o bairro, a cidade, o estado, o país, o continente e por fim o mundo. Foram aplicadas várias atividades de ensino apoiadas na metodologia da pesquisa-ação e fundamentadas nas teorias da educação (sócio - interacionismo) história e geográfica (Geografia Crítica). Nas séries iniciais o ponto de partida deve ser sempre o imediato concreto ou o lugar, mas esse entendido como o ponto de encontro de lógicas locais e globais, longínquas e próximas. A partir das atividades de ensino as crianças puderam compreender que o lugar que moram e aonde vieram de ultrapassa suas explicações egocêntricas, estabelecendo, assim, relações com outras escalas e tempos Pensar o ensino de história e geografia nas séries iniciais, a partir de sua função alfabetizadora, é resgatar o seu próprio objeto, o espaço, inserindo-o numa perspectiva teórica que articula a leitura da palavra à leitura do mundo. Tal abordagem nos possibilita pensar alfabetização história e geografia, através de uma articulação teórica que aponte para uma construção epistemológica A geografia e a história são instrumentos importantes para a compreensão do mundo.

INTRODUÇÃO

Este trabalho constitui parte da pesquisa que foi desenvolvido para conclusão de curso, cujo objetivo central é fazer uma reflexão a respeito do ensino de Geografia e História nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, para podermos refletir sobre a alfabetização em Geografia, e, dessa forma, compreender qual a importância desse componente curricular para essa fase de escolaridade com vistas ao desenvolvimento geral da criança.
Para o recorte deste trabalho foi uma feita uma reflexão de como foram sendo construídos o pensar e o fazer relacionados às aulas de Geografia e História HHhhhhhhhh hnas Séries Iniciais desde a sua inserção no currículo do Ensino Fundamental. Posteriormente, fizemos uma análise do ensino de Geografia a partir da década de 1980, com a redemocratização do país, refletindo especificamente sobre os encaminhamentos proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino de Geografia nas Séries Iniciais, que vai introduzir oficialmente os componentes curriculares de Geografia e História nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, o que ressaltamos como ponto positivo, porém esse documento apresenta pontos que não contribuíram para melhorar o ensino de geografia nessas séries, reforçando alguns problemas antigos como ensino desse componente curricular baseado em escalas locais, mantendo a idéia dos Círculos Concêntricos, reforçando uma abordagem dual entre a natureza e sociedade e apresentando novos problemas como o ensino de Geografia voltado para a formação da cidadania e da criticidade, o qual se discutiu nesse texto.
Outra questão problemática é a idéia de que, para se promover o ensino de Geografia nessas séries, as crianças devem estar alfabetizadas, dominando os códigos lingüísticos. A ausência de orientações que encaminhem o seu aprendizado por meio da oralidade, de dramatizações, músicas ou brincadeiras vai reforçar a idéia de que o ensino de Geografia e História nas Séries Iniciais do ensino fundamental só deve ser ministrado de fato quando a criança já estiver letrada ou sabendo ler e escrever.
Além desses problemas ressaltamos que o documento veio reforçar outros já mencionados neste trabalho e antigos, como o Círculo Concêntrico e a separação enfática de sociedade e natureza, ou da Geografia física e humana, como podemos ver a seguir nos PCN (1997, p. 127)
"O estudo da Geografia deve abordar principalmente questões relativas à presença e ao papel da natureza e sua relação com a ação dos indivíduos, dos grupos sociais e, de forma geral, da sociedade na construção do espaço geográfico. Para tanto, a paisagem local e o espaço vivido são as referências para o professor organizar seu trabalho."

E mais adiante, nos objetivos da Geografia e de história para o primeiro ciclo:

"Reconhecer na paisagem local e no lugar em que se encontram inserida as diferentes manifestações da natureza e a apropriação e transformação dela pela ação de sua coletividade e seu grupo social" (PCN, 1997, p.130).

Desse modo, ao longo do documento esses mesmos problemas são reafirmados sem direcionamentos claros para a sua superação.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


O estudo da área da geografia e história é um instrumento importante para a formação de um sujeito crítico perante o momento histórico em que vive. Suas bases de estudo, hoje, abrangem grande complexidade de aspectos. O desenvolvimento dos meios de comunicação, o crescimento demográfico, descoberta de novos meios de explorar a superfície terrestre, a evolução da técnica em geral, a globalização e a entrada cada vez maior do capitalismo trará profundas transformações na geografia, no plano da realidade e no plano do saber. De acordo com Santos (2002, p. 65)

A Geografia em sua busca de novos caminhos e de novas interpretações do mundo se posiciona de uma forma crítica, direcionando sua contribuição para resgatar a importância do espaço no mundo atual. Anteriormente esse papel era o de fonte de recursos, de fornecedor de condições que facilitassem o processo de desenvolvimento. Atualmente busca-se o papel ativo do espaço na sociedade, como uma das instancias sociais e não como um pano de fundo onde as relações sociais ocorreriam.

Compreender o espaço e o tempo vivido por cada geração faz com que possamos compreender a nossa realidade. Esse espaço é social e não podem ser apenas formado por coisas, objetos geográficos, naturais oferecidos pela natureza. O espaço é tudo isso, mais a sociedade.
Do ponto de vista educacional, os professores precisam refletir os conceitos dessas áreas do saber para que possam criar uma nova maneira de fazer geografia e história em sala de aula. Pois, com os avanços ocorridos nesse século em todas as áreas do conhecimento, se faz necessário uma nova postura do professor ao ensinar geografia e história. Faz-se necessário integrar o local, o regional, o nacional, o mundial, porque todos os fenômenos que acontecem hoje precisam ser conhecidos na sua totalidade.
As péssimas condições de vida da população do nosso planeta, ligados à miséria, a poluição, má distribuição dos recursos financeiros e falta de desenvolvimento cultural e social, leva a um repensar sobre o caminho da Educação e as relações do homem com a natureza e com o seu próximo. Para Santos (2002, p.18)

É necessário possibilitar o aparecimento de uma nova consciência através da qual o homem poderá construir relações cooperativas... Numa dimensão de responsabilidade que compromete cada estado, cada povo, cada grupo social e cada indivíduo com a construção dessa nova sociedade.

É numa visão global dos problemas que o homem buscará reformular suas necessidades. Neste contexto surge a necessidade de transformar o modelo de desenvolvimento da educação e civilização, assumindo e respeitando as diferenças e pluralidade das culturas e situações econômicas de cada grupo.
Vivemos um momento histórico em que os objetivos e idéias perdem sua importância no mesmo efeito como chega rápida. Por isso, torna-se necessário ao pensador, ao estudioso, a capacidade de mudança, não no sentido de abandonar o saber já acumulado, mas sim renovar, reservando o atual e alterando o que já envelheceu.
É assim que essa nova geografia e história irão contribuir, analisando situações, tomando posições, indicando caminhos que venham ao encontro de uma ordem mais justa e humana, a fim de garantir melhores condições de vida para todos os seres vivos do planeta.
Partindo daí, o presente trabalho trilhará numa reflexão acerca de como vem sendo vista pelos professores o ensino de geografia e história. E, ao mesmo tempo, como está sendo ministrados os conteúdos dessas áreas do saber.
Sabemos que Educação Ambiental se constitui num desafio, já que é uma opção para educadores desinstalados. É uma verdadeira busca de inovações, uma vez que não há receitas pré-fabricadas e nem ponto de chegada.
O mais difícil em uma proposta educacional interdisciplinar é saber lidar com sua abertura, permanente, com seu inacabamento desafiado que torna obrigatórias uma postura de revisão e feedback contínuos que lhe conferem algo de misterioso. Quando nos referimos a Educação Ambiental, situamos em um contexto mais amplo, o da educação pra cidadania, configurando como elemento determinante para a consolidação de sujeitos cidadãos. O desafio do fortalecimento da cidadania para a população como um todo, e não para um grupo restrito, concretiza-se pela possibilidade de cada pessoa ser portadora de direitos e deveres, e de se converter, portanto, somos co-responsáveis pela defesa de qualidade de vida.
É de fundamental importância que a Educação Ambiental seja complementada, pois de um lado os problemas ambientais estão se agravando rapidamente e está comprometendo a sobrevivência do planeta, de um lado a ação educativa em seu compromisso nas relações pessoais para o desenvolvimento social.
Sabemos que a escola é um espaço privilegiado para se propor mudanças, já que os hábitos de crianças e adolescentes não estão tão arraigados como os dos adultos, e é com o professor que os alunos aprendem desde pequenos, o professor não pode ter medo de ensinar um caminho novo quanto ao meio ambiente.
O Ensino de História nas Séries Iniciais deve considerar a história de vida do aluno, uma vez que somos seres históricos. Contudo o Ensino de História nas Séries Iniciais, nas palavras de Cruz (2003, p. 2) é de suma importância já que para este autor:

Estudar História e Geografia na Educação Infantil e no Ensino Fundamental resulta em uma grande contribuição social. O ensino da História e da Geografia pode dar ao aluno subsídios para que ele compreenda, de forma mais ampla, a realidade na qual está inserido e nela interfira de maneira consciente e propositiva.

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Qual é a relação entre a Geografia e História?

A geografia histórica compartilha com a história parte de seus métodos de investigação e problemas de análise. O foco de interesse daquela disciplina reside na geografia de algum tempo passado ou nas alterações geográficas de determinado período.

Qual a importância de se estudar o espaço geográfico?

Estudar o espaço geográfico pode ser útil para desvendar e entender os problemas socioespaciais. Resumindo, a importância da Geografia reside nas suas contribuições para o conhecimento sobre o espaço humano e suas formas de transformação e ocupação.

Como o ensino da História e da Geografia nos anos iniciais do ensino fundamental contribui para a compreensão das relações sociais?

Estudar História e Geografia na Educação Infantil e no Ensino Fundamental resulta em uma grande contribuição social. O ensino da História e da Geografia pode dar ao aluno subsídios para que ele compreenda, de forma mais ampla, a realidade na qual está inserido e nela interfira de maneira consciente e propositiva.

Qual a importância de ensinar conceitos de Geografia História e ciências na educação infantil e no fundamental 1?

O estudo da Geografia é importante porque proporciona às crianças, em seu nível de conhecimentos, que elas conheçam sobre os lugares em que vivem, podendo fazer relações com outros lugares, pois elas convivem com ambientes familiar e escolar, entre outros, e questionam e apresentam suas próprias concepções sobre a ...