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O jeito de morar, já não é mais o mesmo. As mudanças de como as pessoas vivem já começaram, especialmente com o público mais jovem, e neste momento serão movidas para duas grandes tendências: locação e serviços. O que já havia chegado ao setor com a primeira leva de startups para o momento de aluguel e da compra de imóvel , agora avança sobre a fronteira das facilidades que cercam a moradia.

Automaticamente a casa começa a se transformar em um canal organizado para venda de produtos e serviços de toda sorte, assim, deixando tudo nas mãos de seus moradores. Devido a liberdade que o aluguel permite, como maior mobilidade ao longo da vida, já está mexendo muito com os preços do mercado e começa a concentrar os investimentos do setor. 

Segundo o Índice FipeZap+, recentemente publicado pela EXAME, mostrando que nos últimos 12 meses até agosto o valor do aluguel teve uma alta média superior a 15% no Brasil, antes 6% de aumento médio no valor do imóvel.

Crescimento no mercado de locação

Novas empresas estão surgindo e sendo criadas para explorar as possibilidades inéditas do aluguel, como a HOUSI, e outras estão estabelecendo suas bases no país, a exemplo da americana Greystar.

É inevitável olhar em volta e não enxergar como o mercado de locação tem crescido no Brasil. E não só pela busca dos consumidores por flexibilidade e por uma necessidade menor de posse do imovel. A projeção é que o aluguel, como fonte de renda, atraia cada vez mais investidores especializados, em um cenário em que a taxa de juro deve entrar em declínio e a inflação deve ficar sob controle.

Potencial

Em comparação aos Estados Unidos e aos países da Europa, o Brasil ainda tem espaço para explorar aluguel.

Em 2020, a Housi chegou a tentar o IPO. O que mudou de lá para cá no negócio?

Na pré-pandemia, a gente operava os compactos, pensando na gestão do aluguel, com serviços. Fazer a gestão do aluguel, que era a ideia original da Housi, se transformou em apenas mais uma das receitas, hoje com cerca de 12% do total. Agora temos empresas gigantes que ligam as soluções nos empreendimentos: Rappi, iFood, Unilever, Petz, Magazine Luiza e muitas outras. Colocamos carro por assinatura, adega, mercado, água, serviços para pet, lavanderia, sistema de segurança, wi-fi, conexão, Netflix, carregador de carros elétricos e até cartório.

O que mais oferecemos para o parceiro incorporador?

Partindo agora para ser uma fonte de escala e, indiretamente, de funding. O incorporador que for Housi já terá diversas preocupações, tanto na estrutura do empreendimento com energia limpa, como no uso de materiais. Os pequenos não conseguem ter essa estrutura ESG. Então nós fornecemos as soluções e os modelos.

Por exemplo, no ano que vem já sabemos que seremos os maiores compradores de elevadores do Brasil, pelo volume de empreendimentos com a bandeira Housi que vão subir. Estamos fazendo uma espécie de compra coletiva. Vale para tudo que é replicável, como cerâmica, louças e metais. Estamos fazendo até materiais exclusivos Housi. A próxima fronteira será negociar com grandes cimenteiras e fornecedores de aço. Por que não? É uma escala nacional que nenhuma construtora conseguiu.

E qual será a próxima fronteira da moradia?

Meu sonho é a moradia custo zero. Tudo vai migrar para dentro da casa das pessoas. Haverá uma receita jamais imaginada de mídia, de consumo, de e-commerce, e a moradia vai ficar com custo irrelevante. Então, ela vai ser infinitamente melhor, com mais serviços, e mais barata. A moradia será um meio. Obviamente faltam muitos passos para chegar lá. Mas a visão é essa. 

Incorporadoras serão seus clientes ou vão criar suas próprias soluções?

Elas poderão tentar, mas terão o desafio da escala. Os gigantes do setor fazem quantos empreendimentos por ano? De 20 a 30 prédios. É pouco para você agregar à indústria. Por que um Magalu vai ter o trabalho de falar e gerir algo desse tamanho? Hoje uma incorporadora não consegue ter o número de programadores que nós temos. São quase 100. Por isso entendo que o modelo é totalmente colaborativo e cooperativo. Cada um na sua especialidade. Um entende tudo de tijolo, engenharia, projeto, compra de terreno e aprovação. Ele não precisa entender de software. Já estamos com algumas grandes marcas: Moura Dubeux, Tenda, Plano & Plano, tudo de modelo econômico. Esse é um desenho também que independe da faixa de renda. Temos hoje cerca de 100 empresas parceiras e mais

Housi junto com empresas parceiras

A Housi é uma empreitada nova, criada em 2019, e tem uma receita de 100 milhões de reais estimada para 2022. O negócio nasceu para ser o braço de gestão residencial da Vitacon, como a Luggo é para a MRV, mas mudou completamente em 2020. De lá para cá, a Housi não tem um único ativo próprio. A busca por facilidades do dia a dia abriu oportunidades para novos negócios, e a empresa se especializou em conectar incorporadoras no Brasil inteiro a moradores e grandes empresas.

Renault, Magazine Luiza, Rappi, iFood, Unilever, Petz e um total de mais de 100 empresas parceiras estão conectadas com a Housi, que pluga as ofertas de serviços e produtos aos condomínios. Precisa de uma furadeira? O Magalu aluga por 8 reais por três dias. Precisa de um carro para viajar? A Renault fornece automóveis. Limpeza? Manutenção? Bicicleta? Comida para o cachorro? Água? Vinho? Sorvete? Refeição saudável? Cartório? Chinelo? Tudo está à disposição com alguns cliques no aplicativo da Housi.

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