Quem é walter delgatti

Quem é walter delgatti
Walter Delgatti, acusado de hackear agentes públicos e engravidar mulher usando nome falso VEJA/VEJA

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O hacker Walter Delgatti Neto, 32 anos, que invadiu o celular de agentes públicos e autoridades da Operação Lava-Jato, como o ex-juiz Sergio Moro, no caso que ficou conhecido como Vaza-Jato, envolveu-se em novo rolo na Justiça (ele já é obrigado a usar tornozeleira eletrônica por causa de seu envolvimento na Vaza-Jato). O problema mais recente envolve um caso amoroso que teve  início em 2018. Na época, o Vermelho, como ele é mais conhecido, travou contato na internet com uma mulher da cidade paulista de São Simão, a pouco menos de 100 quilômetros de sua cidade natal, Araraquara. O hacker se apresentou a ela com o nome falso de Walter Gransan. Após as primeiras conversas nas redes sociais, ele foi ao encontro garota e, a partir daí, iniciaram um romance que durou quatro meses. Em maio do mesmo ano, a jovem engravidou e o Vermelho “amarelou” das suas responsabilidades, sumindo do mapa.

A mulher, que não terá o nome revelado por VEJA para resguardar sua intimidade, só foi descobrir o paradeiro do homem (e seu nome verdadeiro) quando viu pela TV sua prisão, no âmbito da Operação Spoofing. A partir daí, com um bebê de cinco meses no colo, ela contratou um advogado e conseguiu que um teste de DNA fosse feito. O resultado deu positivo e o nome de Delgatti passou a constar na certidão de nascimento da criança em dezembro do ano passado.

Após o desfecho do processo de paternidade, o Ministério Público (MP) entrou com um processo contra o hacker, alegando que o fato de ele ter mentido e desaparecido acarretou diversos transtornos à mulher e à criança. “A falsa identidade que Walter se atribuiu no período de contato com a vítima permitiu-lhe obter a vantagem de não ser demandado com cobrança de alimentos gravídicos, bem como impediu que a criança tivesse a paternidade reconhecida logo em seu nascimento. Não fosse a prisão do denunciado e a divulgação de sua imagem na mídia, a investigação da paternidade restaria prejudicada em razão das falsidades e omissões dolosas de informações por parte de Walter”, afirma, no processo, o promotor William Daniel Inácio, do MP de São Simão.

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Walter Delgatti, o hacker vingador que faz tremer a justiça brasileira

Conhecido como 'Vermelho', o pirata informático pôs juizes e procuradores em xeque, ao revelar que houve um esquema para incriminar o ex-Presidente Lula da Silva.

Mundo 4 min. 11.03.2021 Do nosso arquivo online

Walter Delgatti, o hacker vingador que faz tremer a justiça brasileira

Conhecido como 'Vermelho', o pirata informático pôs juizes e procuradores em xeque, ao revelar que houve um esquema para incriminar o ex-Presidente Lula da Silva.

Milhares de pessoas seguiram ao vivo uma sessão do Supremo Tribunal do Brasil, onde se debateu se o juiz Sergio Moro, que condenou Lula por corrupção, foi imparcial na sua decisão. Um dos cinco juízes pediu mais tempo para estudar o assunto, pelo que a sessão foi suspensa para ser retomada noutra data. É um novo capítulo judicial decorrente da decisão que anulou as condenações contra o ex-presidente Luiz Inázio Lula da Silva e lhe abriu a porta para concorrer à presidência em 2022. 


Justiça brasileira anula condenações judiciais de Lula da Silva

O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro anulou hoje todos as condenações do ex-Presidente Luiz Inácio 'Lula' da Silva pela Justiça Federal no Paraná, relacionadas com as investigações da Operação Lava Jato.


Vários analistas consideram que esta decisão tomada pelo juiz Edson Fachin é uma manobra para salvar a Operação Lava Jato e o juiz Sergio Moro, se se considerar que não foi imparcial nas suas decisões. No fundo, é a derradeira tentativa para mostrar que não foi um golpe político contra Lula através dos tribunais.

Para complicar ainda mais a situação, a principal prova são as mensagens trocadas na aplicação Telegram por Sergio Moro com procuradores que foram obtidas por um hacker e entregues ao The Intercept, que as publicou juntamente com outros meios de comunicação social. 

Mas há um homem na sombra de que poucas vezes se fala e que foi determinante para estilhaçar em mil pedaços algo que parecia sólido na sociedade brasileira. A ideia de que Lula da Silva era culpado e de que estava arredado da política parecia uma realidade insofismável. O hacker brasileiro Walter Delgatti, conhecido como 'Vermelho', foi a peça chave para desmantelar o processo judicial contra o ex-Presidente.

Walter Delgatti é já comparado ao fundador da WikiLeaks, Julian Assange, e ao antigo operacional da CIA e da Agência de Segurança Nacional dos EUA, Edward Snowden. "Penso que este tipo, Delgatti, é uma pessoa muito importante na história do Brasil. Penso que ele é comparável, para nós, a Assange, a Snowden", as palavras são da ex-Presidente Dilma Rousseff, durante uma entrevista no programa Pauta Brasil, na TV 247. Rousseff acrescentou que este jovem "tem um valor muito importante" porque lhes permitiu "perceber a dimensão do monstro", um termo que utilizou para definir todo o esquema da operação Lava Jato.

Quem é Walter Delgatti?

Delgatti, natural de Araraquara, no interior do estado de São Paulo, pirateou entre março e maio de 2019 as contas de Telegram de várias autoridades do país, incluindo a de Deltan Dallagnol, o procurador responsável pela Operação Lava Jato.

Este jovem, que se define a si próprio como um hacker autodidata, hackeou primeiro Marcel Zanin Bombardi, procurador de Araraquara, que o tinha denunciado por alegado tráfico de droga. Através dos contactos deste funcionário, chegou a outro procurador sénior, cujo nome não forneceu, e entre as suas informações encontrou uma lista de membros do Ministério Público Federal, num grupo chamado "Valoriza MPF".

Nessa segunda agenda, encontrou o número de Kim Kataguiri, um deputado do partido democrata (DEM), através do qual obteve o número do Juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e, a partir daí, acedeu ao número do ex-procurador-geral Rodrigo Janot, que se tornou o elo de ligação para encontrar Dallagnol.

Delgatti confessou que também teve acesso aos dados de Dilma, através dos quais obteve o contacto da jornalista e antiga deputada comunista Manuela d'Ávila, ex-candidata à vice-presidência do Brasil juntamente com Fernando Haddad, na fórmula que substituiu Lula nas eleições de 2018.

Manuela D'Ávila recomendou que o hacker contactasse o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que revelou as fugas de informação de Snowden. Depois do contacto entre os dois, Greenwald publicou o conteúdo fornecido por Walter Delgatti - embora citando uma fonte anónima - na página brasileira do The Intercept.

Tornou-se, então, claro, com essa troca de mensagens publicada, que juízes e procuradores estavam organizados para prejudicar Lula e que Sergio Moro, para além de ser juiz no caso, estava a orientar a investigação, o que é proibido por lei.


Adiado julgamento sobre parcialidade de Sérgio Moro na condenação de Lula da Silva

O julgamento ainda não tem data marcada para ser retomado.


Apesar da agitação gerada pela divulgação das mensagens, as fugas não produziram grandes mudanças no processo Lava Jato em 2019. Nessa altura, Sergio Moro já se tinha demitido do cargo de juiz e estava a servir como ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro.

Em julho desse ano, Delgatti e outros foram presos na Operação Spoofing, quando revelou o que tinha feito. O hacker passou seis meses na prisão em Brasília e encontra-se agora sob prisão domiciliária. Em fevereiro deste ano, deu uma entrevista ao Brasil 247 e, dias depois, o Ministério Público solicitou a sua detenção.

Ao longo da Operação Lava Jato, Lula alegou sempre que se tratava de uma conspiração contra ele próprio e que a sua prisão procurava impedi-lo de concorrer às eleições de 2018. Walter Delgatti conseguiu que Lula da Silva fosse libertado mas acabou ele preso. 

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Nova divulgação de mensagens trocadas entre Moro e procurador revelam apoio de juiz do Supremo que impediu a libertação de Lula e que este pudesse dar uma entrevista na prisão, antes das eleições.

Ficheiros informáticos retirados de telemóveis do procurador da Lava Jato e do ex-super-juiz, revelados pelo site Intercept, revelam que o poder judicial cometeu várias ilegalidades para levar Lula da Silva à prisão e impedir que se candidatasse à presidência do Brasil.

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