“Antes, os médicos recomendavam repouso. Hoje em dia, a gente já sabe que o esporte traz benefícios para os pacientes”. A declaração da cardiologista e médica do esporte Renata Castro ao site Boa Forma atesta uma nova fase da oncologia, em que a
prática de atividade física é uma aliada não só na prevenção do câncer, mas também durante o tratamento e até mesmo após a alta, para evitar recidiva. Show
No caso do câncer de mama, a atividade física também ajuda a evitar recidiva. Os exercícios reduzem hormônios que sobrecarregam as glândulas mamárias e favorecem o aparecimento da doença, como o estradiol. Da mesma forma, diminuem os efeitos colaterais do tratamento, a exemplo do inchaço provocado pela obstrução do sistema linfático. Crescimento tumoral atenuadoUm novo estudo, comandado pelo professor Fabricio Voltarelli, da Faculdade de Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), corrobora os números
citados anteriormente. Os resultados da pesquisa – publicada em artigo no periódico Medicine & Science in Sports & Exercise – mostram que a prática de exercício pode inibir o crescimento do tumor e diminuir a perda de massa muscular.
Nos
animais que fizeram a atividade, foi observado, ainda, que os tumores tiveram seu crescimento atenuado. Esse resultado também foi atribuído aos efeitos benéficos do exercício, como indução de apoptose no tecido tumoral, maior infiltração de células imunes e aumento da espessura da capsula tumoral, entre outros.
Para Voltarelli, os benefícios da atividade física para o paciente oncológico “transcendem aspectos bioquímicos, moleculares e farmacológicos”, já que a prática de exercícios também impacta positivamente o sistema nervoso central, aumentando os níveis da proteína BDNF, que exerce ações neuroprotetoras contra doenças degenerativas. Vários estudos apontam, ainda, uma possível associação entre baixos índices de BDNF e neuropatologias como depressão, esquizofrenia e esclerose múltipla. Projetos em câncer de mamaA relação positiva entre atividade física e oncologia não fica só no campo da pesquisa. No Inca, dois projetos em andamento investigam os efeitos da prática de exercícios na prevenção de reações adversas do tratamento e na melhora da qualidade de vida de mulheres com câncer de mama.
Embora o período de inclusão de pacientes ainda esteja em andamento e não existam resultados parciais, os primeiros indícios já apontam melhoria da qualidade de vida das mulheres do grupo Pilates.
Atividade física e qualidade de vidaO outro projeto é um estudo observacional para verificar a influência do exercício na qualidade de vida, nas complicações do
tratamento e no prognóstico de mulheres com câncer de mama matriculadas no HC III. As 1.078 pacientes incluídas na pesquisa serão acompanhadas por cinco anos, antes, durante e depois do tratamento, que pode envolver quimioterapia, radioterapia ou cirurgia.
Os resultados preliminares das mulheres que fizeram quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia) mostram redução dos níveis de atividade física após o procedimento. Segundo o Inca, essa queda foi associada à piora da qualidade de
vida. Veja também:Quem tem câncer pode fazer esforço físico?VERDADE. Todo e qualquer paciente que esteja em condições de se movimentar e que seja orientado por médicos especializados pode e deve realizar exercícios físicos durante o tratamento contra o câncer, e assim melhorar a saúde e a qualidade de vida.
Quem faz tratamento de câncer pode pegar peso?Um ligeiro aumento, durante o tratamento, não é problemático. No entanto, o ganho de peso significativo pode afetar a saúde do paciente e sua capacidade de tolerar os tratamentos. O ganho de peso é um problema de saúde importante para os pacientes vivendo com câncer, e está associado a um pior prognóstico.
O que não fazer quando se tem câncer?Evite a ingestão de bebidas alcoólicas.
Seu consumo, em qualquer quantidade ou tipo, contribui para o risco de desenvolver câncer. Além disso, combinar bebidas alcoólicas com o tabaco aumenta a possibilidade do surgimento da doença.
Quem tá em tratamento de câncer pode trabalhar?Com os desafios do tratamento pelo procedimento da quimioterapia, muitos pacientes com câncer ficam na dúvida se podem ou não continuar trabalhando normalmente. A resposta é que, se tiverem em boas condições, é possível, sim.
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