Lista de 15 exercícios de Literatura com gabarito sobre o tema Literatura Moçambicana com questões de Vestibulares. 01. (UFU) O romance Terra Sonâmbula, de Mia Couto, é uma das mais importantes obras da literatura moçambicana após a independência do país. Sobre a elaboração dessa trama narrativa, assinale a alternativa INCORRETA.
02. (UFU) O excerto abaixo, retirado da obra Terra sonâmbula de Mia Couto, é a reprodução do diálogo entre Kindzu e Surendra. Antoninho, o ajudante, escutava com absurdez. Para ele eu era um traidor da raça, negro fugido das tradições africanas. Passou por entre nós dois, desdelicado provocador, só para mostrar seus desdéns. No passeio, gargalhou-se alto e mau som. Me vieram à lembrança as hienas. Surendra disse, então: – Não gosto de pretos, Kindzu. – Como? Então gosta de quem? Dos brancos? – Também não. – Já sei: gosta de indianos, gosta da sua raça. – Não. Eu gosto de homens que não têm raça. É por isso que eu gosto de si, Kindzu. COUTO, Mia. Terra sonâmbula, São Paulo: Companhia das Letras, 2016. p. 15. Com base no diálogo transcrito e no enredo do romance, é correto afirmar que
03. (UEL) Leia o texto a seguir, que contém o início do conto “A menina do futuro torcido”, incluído em Vozes anoitecidas, de Mia Couto Joseldo Bastante, mecânico da pequena vila, punha nos ouvidos a solução da sua vida. Viajante que passava, carro que parava, ele aproximava e capturava as conversas. Foi assim que chegou de ouvir um destino para sua filha mais velha, Filomeninha. Durante toda uma semana, chegavam da cidade notícias de um jovem que fazia sucesso virando e revirando o corpo, igual uma cobra. O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente. Percorria as terras e o povo corria para lhe ver. Assim, o jovem ganhou dinheiro até encher caixas, malas e panelas. Só devido das dobragens e enrolamentos da espinha e seus anexos. O contorcionista era citado e recitado pelos camionistas e cada um aumentava uma volta nas vantagens elásticas do rapaz. Chegaram mesmo a dizer que, numa exibição, ele se amarrou no próprio corpo como se fosse um cinto. Foi preciso o empresário ajudar para desatar o nó; não fosse isso, ainda hoje o rapaz estaria cintado. COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 127. Quanto ao destino de Filomeninha, assinale a alternativa correta.
04. (UEL) Leia o texto a seguir, que contém o início do conto “A menina do futuro torcido”, incluído em Vozes anoitecidas, de Mia Couto Joseldo Bastante, mecânico da pequena vila, punha nos ouvidos a solução da sua vida. Viajante que passava, carro que parava, ele aproximava e capturava as conversas. Foi assim que chegou de ouvir um destino para sua filha mais velha, Filomeninha. Durante toda uma semana, chegavam da cidade notícias de um jovem que fazia sucesso virando e revirando o corpo, igual uma cobra. O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente. Percorria as terras e o povo corria para lhe ver. Assim, o jovem ganhou dinheiro até encher caixas, malas e panelas. Só devido das dobragens e enrolamentos da espinha e seus anexos. O contorcionista era citado e recitado pelos camionistas e cada um aumentava uma volta nas vantagens elásticas do rapaz. Chegaram mesmo a dizer que, numa exibição, ele se amarrou no próprio corpo como se fosse um cinto. Foi preciso o empresário ajudar para desatar o nó; não fosse isso, ainda hoje o rapaz estaria cintado. COUTO, Mia. Vozes anoitecidas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. p. 127. O trecho contém uma frase significativa tanto para este conto quanto para outros contos do livro: “O rapaz tinha sido contratado por um empresário para exibir suas habilidades, confundir o trás para a frente.”. Sobre a relação desse trecho com os outros contos do livro, assinale a alternativa correta.
05. (UNEMAT) “Estou sentado junto da janela olhando a chuva que cai há três dias. Que saudade me fazia o molhado tintintinar do chuvisco. A terra perfumegante semelha a mulher em véspera de carícia. Há quantos anos não chovia assim? De tanto durar, a seca foi emudecendo a nossa miséria. O céu olhava o sucessivo falecimento da terra, e em espelho, se via morrer. A gente se indaguava: será que ainda podemos recomeçar, será que a alegria ainda tem cabimento? Agora, a chuva cai, cantarosa, abençoada. O chão, esse indigente indígena, vai ganhando variedades de belezas. Estou espreitando a rua como se estivesse à janela do meu inteiro país. Enquanto, lá fora, se repletam os charcos a velha Tristereza vai arrumando o quarto.” COUTO, Mia. “Chuva: a abensonhada”. In: Estórias abensonhadas. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 43. Há mais de 20 anos (a primeira edição é de 1994), Mia Couto publicou o livro Estórias abensonhadas, uma coletânea de 26 contos. As estórias transitam entre os temas de fins da guerra, de tradições moçambicanas e de utopias que povoam aquele momento do país. Neste livro, no conto Chuva: a abensonhada, o autor articula esses temas numa linguagem poética e criativa, instaurando assim uma nova realidade, desafiando a lógica que predomina na relação entre as pessoas e o mundo. Considerando o conto Chuva: a abensonhada, assinale a alternativa correta.
06. (UFU) Sobre a obra de Mia Couto, Terra sonâmbula, depreende-se que esse texto
07. (FITS) TEXTO: Identidade Preciso ser um outro para ser eu mesmo Sou grão de rocha Sou o vento que a desgasta Sou pólen sem inseto Sou areia sustentando o sexo das árvores Existo onde me desconheço aguardando pelo meu passado ansiando a esperança do futuro No mundo que combato morro no mundo por que luto nasço. COUTO, Mia. Identidade. Disponível em: <http: //portugues.uol. com.br/literatura/cinco-poemas-mia-couto.html>. Acesso em: 3 fev. 2019. Sobre esses versos de Mia Couto, a única informação sem comprovação no texto é a que afirma que o eu lírico
08. (UNEMAT) O cego Estrelinho era pessoa de nenhuma vez: sua história poderia ser contada e descontada não fosse seu guia, Gigito Efraim. A mão de Gigito conduziu o desvistado por tempos e idades. Aquela mão era repartidamente comum, extensão de um no outro, siamensal. E assim era quase de nascença. Memória de Estrelinho tinha cinco dedos e eram os de Gigito postos, em aperto, na sua própria mão. O cego, curioso, queria saber de tudo. Ele não fazia cerimônia no viver. O sempre lhe era pouco e tudo insuficiente. Dizia, deste modo: - Tenho que viver já, senão esqueço-me. Gigitinho, porém, o que descrevia era o que não havia. O mundo que ele minuciava eram fantasias e rendilhados. A imaginação do guia era mais profícua que papaeira. O cego enchia a boca de águas: - Que maravilhação esse mundo. Me conte tudo, Gigito! A mão do guia era, afinal, o manuscrito da mentira. Gigito Efraim estava como nunca esteve S. Tomé: via para não crer. O condutor falava pela ponta dos dedos. Desfolhava o universo, aberto em folhas. A ideação dele era tal que mesmo o cego, por vezes, acreditava ver. (...) COUTO, Mia. “O cego Estrelinho”. In: Estórias Abensonhadas. Portugal; Editotial caminho, 1994, pp.29 -30. No excerto acima, retirado do conto “O cego Estrelinho”, é possível afirmar que Mia Couto utiliza de um procedimento estilístico para a construção narrativa, o da intertextualidade, que consiste no estabelecimento de relação com um texto já existente. Assim, Mia Couto traz um diálogo com um ditado popular “Ver para crer”, atribuído a São Tomé, um dos discípulos de Jesus Cristo na tradição cristã, que trazia como prerrogativa acreditar somente em algo concreto, naquilo que poderia ser visto ou constatado por ele. No entanto, Mia Couto traz nesse conto um sentido invertido desse ditado popular, ao invés da afirmação “Ver para crer”. Após sabermos que Gigito descrevia um mundo que não existia para o cego Estrelinho, o narrador afirma que “Gigito Efraim estava como nunca esteve S. Tomé: via para não crer”. Diante de tal constatação, considera-se que
09. (UNICAMP) Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonâmbula, de Mia Couto, extraído do Sexto caderno de Kindzu, subintitulado O regresso a Matimati. Lembrei meu pai, sua palavra sempre azeda: agora, somos um povo de mendigos, nem temos onde cair vivos. Era como se ainda escutasse: - Mas você, meu filho, não se meta a mudar os destinos.Afinal, eu contrariava suas mandanças. Fossem os naparamas, fosse o filho de Farida: eu não estava a deixar o tempo quieto. Talvez, quem sabe, cumprisse o que sempre fora: sonhador de lembranças, inventor de verdades. Um sonâmbulo passeando entre o fogo. Um sonâmbulo como a terra em que nascera. Ou como aquelas fogueiras por entre as quais eu abria caminho no areal. (Mia Couto, Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia de Bolso, 2015, p. 104.) Na passagem citada, a personagem Kindzu recorda os ensinamentos de seu pai diante do estado desolador em que se encontrava sua terra, assolada pela guerra, e reflete sobre a coerência de suas ações em relação a tais ensinamentos. Levando em consideração o contexto da narrativa do romance de Mia Couto, é correto afirmar que:
10. (UFGD) Pelos caminhos só as hienas se arrastavam, focinhando entre cinzas e poeiras. A paisagem se mestiçara de tristezas nunca vistas, em cores que se pegavam à boca. Eram cores sujas, tão sujas que tinham perdido toda a leveza, esquecidas da ousadia de levantar asas pelo azul. Aqui, o céu se tornara impossível. E os viventes se acostumaram ao chão, em resignada aprendizagem da morte. (COUTO, Mia. Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia das Letras, 2007) No que tange à realidade sócio-histórica exposta na obra do escritor moçambicano Mia Couto, Terra Sonâmbula, no breve recorte acima, é correto afirmar que os elementos grifados no excerto fazem analogia direta, respectivamente, a
11. (UFGD) Em Terra sonâmbula, de Mia Couto, de que maneira os cadernos de Kindzu adquirem importância para a sobrevivência do menino Muidinga em meio à guerra civil que assola o país?
12. (F. Cásper Líbero) A personagem-narradora de O cesto, que integra O fio das missangas, de Mia Couto, era desprezada pelo marido. Assinale a opção em que a passagem do texto NÃO caracteriza o estado de submissão e passividade vivido por ela:
13. (F. Cásper Líbero) Sobre as características da literatura africana, presentes em O fio das missangas, de Mia Couto, é correto afirmar:
14. (UFAM PSC) Num de seus romances mais conhecidos, o escritor moçambicano Mia Couto relata a história de Marianinho, que retorna ao seu local de origem para assistir aos funerais do avô, Dito Mariano. Esse romance se intitula:
15. (USS) António Emílio Leite Couto é um dos nomes mais importantes dentre os escritores africanos de língua portuguesa. Moçambicano nascido em 1955, Mia Couto, como é conhecido, é também biólogo e professor universitário, dedicando-se aos estudos de impacto ambiental. O conto a seguir é de sua autoria. O MENDIGO SEXTA-FEIRA JOGANDO NO MUNDIAL Lhe concordo, doutor: sou eu que invento minhas doenças. Mas eu, velho e sozinho, o que posso fazer? Estar doente é minha única maneira de provar que estou vivo. É por isso que frequento o hospital, vezes e vezes, a exibir minhas maleitas1. Só nesses momentos, doutor, eu sou atendido. Mal atendido, quase sempre. (...) Desta feita, porém, é diferente. Pois eu, de nome posto de Sexta-Feira, me apresento hoje com séria e [5] verídica queixa. Venho para aqui todo desclaviculado, uma pancada quase me desombrou. Aconteceu quando assistia ao jogo do Mundial de Futebol. Desde há um tempo, ando a espreitar na montra2 do Dubai Shopping, ali na esquina da Avenida Direita. É uma loja de tevês, deixam aquilo ligado na montra para os pagantes contraírem ganas de comprar. (...) É ali no passeio que assisto futebol, ali alcanço ilusão de ter familiares. O passeio é um corredor da [10] enfermaria. Todos nós, os indigentes ali alinhados, ganhamos um tecto3 nesse momento. Um tecto que nos cobre neste e noutros continentes. Só há ali um no entanto, doutor. É que sou atacado de um sentimento muito ulceroso enquanto os meus olhos apanham boleia4 para a Coreia do Sul. O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a [15] exibir bem alto as suas queixas. A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras para perante a dor falsa de um futebolista. (...) Eu sei, doutor, lhe estou roubando o tempo. Vou directo no assunto do meu ombro. Pois aconteceu o seguinte: o dono da loja deu ontem ordem para limpar o passeio. Não queria ali mendigos e vadios. Que aquilo afastava a clientela e ele não estava para gastar ecrã5 em olho de pobre. Recusei sair, doutor. O [20] passeio é pertença de um alguém? Para me retirarem dali foi preciso chamar as forças policiais. (...) Pois eu, conforme se vê, vim ao hospital não por artimanha, mas por desgraça real. O doutor me olha, desconfiado, enquanto me vai espreitando os traumatombos. Contrariado, ele lá me coloca sob o olho de uma máquina radiográfica. Até me atrapalho com tanta deferência. Até hoje, só a polícia me fotografou. (...) E logo me desando, já as ruas deságuam. Chego à loja dos televisores e me sento entre a mendigagem. (...) [25] O que eu vi num adocicar de visão foi isto, sem mais nem menos: eu e os mendigos de sexta-feira estamos no mundial, formamos equipa com fardamento brilhoso. E o doutor é o treinador. E jogamos, neste momento preciso. Eu sou o extremo esquerdo e vou dominando o esférico, que é um modo de dominar o mundo. Por trás, os aplausos da multidão. De repente, sofro carga do defesa contrário. Jogo perigoso, reclamam as vozes aos milhares. Sim, um cartão amarelo, brada o doutor. Porém, o defesa continua a [30] agressão, cresce o protesto da multidão. Isso, senhor árbitro, cartão vermelho! Boa decisão! Haja no jogo a justiça que nos falta na vida. Afinal, o vermelho é do cartão ou será o meu próprio sangue? Não há dúvida: necessito de assistência, lesionado sem fingimento. Suspendessem o jogo, expulsassem o agressor das quatro linhas. Surpresa minha – o próprio árbitro é quem me passa a agredir. Nesse momento, me assalta a sensação de um [35] despertar como se eu saísse da televisão para o passeio. Ainda vejo a matraca do polícia descendo sobre a minha cabeça. Então, as luzes do estádio se apagam. MIA COUTO O fio das missangas. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 1 Maleitas – doenças de fácil resolução. 2 Montra – vitrina. 3 Tecto – teto. 4 Boleia – carona. 5 Ecrã – tela. O texto explora a rel
O que que é um texto Injuntivo?Os textos injuntivos têm a proposta de instruir, informar, auxiliar, aconselhar e recomendar. Para isso, eles oferecem desde o passo a passo das ações que devem ser realizadas até o aconselhamento de como proceder.
Quais são os textos Injuntivos?O texto injuntivo é um tipo textual destinado a oferecer instruções e recomendações a seus leitores. Ele pode ser facilmente encontrado em textos como receitas médica ou culinária, guias de viagens, material de autoajuda etc.
Como fazer um texto Injuntivo?7 dicas para escrever um excelente texto Injuntivo. Pergunte-se o que o seu leitor precisa saber. ... . Apresente as instruções de forma gradativa. ... . Apresente as informações em sequência lógica. ... . Use recursos de memória. ... . Tome cuidado com os tempos e modos verbais. ... . Destaque informações que precisam de atenção.. |