Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

A transformação digital faz com que paradigmas sejam quebrados a todo momento, mudando nossa forma de agir e pensar. Com o mundo corporativo e com as cadeias de suprimentos não é diferente. Avanços tecnológicos constantes deixam os processos, transportes e entregas mais velozes e otimizados. Não é por acaso que pesquisadores chamam essa nova era de MUVUCA.

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Para se destacar e se manter competitivo nessa era digital é preciso ficar atento às novas tendências e inovações, além de conseguir se adaptar de maneira rápida aos novos cenários, sendo capaz de responder de maneira ágil aos desafios. Por essa razão, a Soluparts preparou artigos com as principais mudanças da nova década para você não só ficar por dentro, mas repensar, ressignificar e revolucionar sua cadeia de suprimentos e seu departamento de compras. Acompanhe!

Papel da Experiência Imersiva na Cadeia de Suprimentos Moderna
6 dicas para desenvolver uma cadeia de suprimentos ágil
Como utilizar conceitos de Economia Circular nas cadeias de suprimentos
A importância da economia compartilhada para as cadeias de suprimentos modernas
Formas de aplicar a metodologia ágil no setor de compras
Como tornar as cadeias de suprimentos mais éticas?
O que é o lean supply chain management – e porque é importante
Como escapar do efeito manada?


Papel da Experiência Imersiva na Cadeia de Suprimentos Moderna

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

Segundo especialistas, há uma série de tecnologias que vão mudar a cadeia de suprimentos como conhecemos hoje.

De acordo com relatório elaborado pela consultoria Gartner neste ano, a experiência imersiva é uma destas tendências tecnológicas, por ter o potencial de mudar radicalmente o setor, com novos modelos e processos que amplificam as capacidades humanas.

Neste post, discutiremos os benefícios da experiência imersiva na cadeia de suprimentos, já reconhecidos por muitas empresas, e os desafios e barreiras para sua plena implementação e desenvolvimento.

O que são as experiências imersivas?

Uma experiência imersiva pode ser definida como uma situação na qual se tem a percepção de estar em um local virtual ou seja, em um ambiente diferente do que se está de fato. Para que ela seja realista, deve envolver os seus sentidos de visão, tato e audição.

Podemos resumir os principais tipos de experiências imersivas da seguinte forma:

Realidade Virtual (RV):

O ambiente virtual substitui completamente o físico, não havendo interação com o mundo real. Exemplo: um jogo de computador que utiliza óculos e fones de ouvido especiais. Esses equipamentos fazem com que o jogador, representado por um personagem, esteja dentro do mundo virtual desta experiência. O que torna tudo isto realista é o controle que o participante tem sobre seu avatar.

Outro exemplo é o simulador. Usado em aulas de direção de veículos automotores e de pilotagem de aviões e helicópteros. Ao usar essa máquina, o aluno tem a sensação de estar guiando um veículo ou a bordo de avião, possibilitando que ele teste os comandos aprendidos.

Realidade Aumentada (RA):

Sua tecnologia corresponde à sobreposição de conteúdo virtual a uma imagem de transmissão ao vivo do mundo real. É útil para fornecer informações adicionais enquanto completa tarefas no mundo real.

Um exemplo é o de receber orientações ou até testar um produto específico durante sua compra, como experimentar uma roupa em um espelho virtual. Essa tecnologia pode ser usada também na projeção de instruções para consertar o carro à frente do capô, por exemplo, facilitando na hora de seguí-las.

Realidade Mista (RM):

Como o nome indica, é a combinação de RV e RA. Pode ser considerada, de certa maneira, uma forma avançada de RA, já que a tecnologia permite que os usuários interajam totalmente com itens virtuais sobrepostos ao mundo real. No exemplo do conserto de um carro, citado acima, ao invés de mudar e controlar as imagens e informações projetadas no computador, seria possível interagir com a própria projeção.

A criação de uma experiência imersiva

Criar uma experiência imersiva é complexo e demanda profissionais altamente qualificados. Mas existem três fatores ou componentes, fundamentais para para essa criação:

  • um dispositivo eletrônico (como smartphone, par de óculos 3D, fones de ouvido ou um ambiente de trabalho virtual);
  • a capacidade de criar ou expandir o mundo virtual à medida que o usuário se move nesta realidade;
  • a possibilidade de sobrepor aspectos do mundo virtual à visão do usuário do mundo real.

Além do conhecimento profundo da tecnologia e equipamentos, ter informações precisas sobre usuário e o contexto em que a experiência será aplicada são fundamentais. Para aplicação na área de logística, por exemplo, é importante conhecer a fundo os desafios da área e implementar a solução paulatinamente, criando e testando versões mais simples da aplicação antes de desenvolver todo o projeto.

Experiências imersivas nas cadeias de suprimentos

De acordo com relatório da consultoria Deloitte, a Realidade Virtual, criada na metade da década de 1950, vem se desenvolvendo rapidamente, nos últimos anos, deixando de ser uma tecnologia de nicho.

Porém, estas inovações, que promovem o aperfeiçoamento dos equipamentos e sincronização das atividades humanas e virtuais, ainda não atingiram a maturidade operacional para implementação em larga escala, encontrando dificuldades relativas a uma aplicação mais ampla para indústrias e usuários.

No caso da RV, podemos citar algumas utilizações: por exemplo, no rastreamento de mercadorias dentro de estoques, os óculos que utilizam a tecnologia “inside-out” (com câmeras e sensores acoplados no próprio dispositivo) conseguem determinar a posição e a orientação do ambiente ao redor com uma grande precisão. Dessa maneira, o colaborador que usa esse aparelho, consegue trabalhar no estoque, e até mudar mercadorias de lugar através do controle de robôs, sem estar presencialmente no depósito (veja vídeo sobre este caso).

Há ainda barreiras relacionadas ao poder computacional, preço, segurança e percepção do usuário. Entretanto, empresas do ramo de desenvolvimento de hardwares e softwares mais avançados estão realizando investimentos pesados com o intuito de reduzir estas dificuldades.

O relatório em questão também levanta alguns benefícios do uso de experiências imersivas nas cadeias de suprimentos:

1. Redução do tempo de desenho de processos e produtos:

Equipes em todo o mundo podem trabalhar em conjunto no design de produtos e processos por meio de experiências imersivas. Além disso, a necessidade prévia de produzir um protótipo físico e os custos com experimentações são reduzidos.

No desenho de uma linha de produção, por exemplo, é possível simular virtualmente as suas diferentes etapas previamente. Desta forma, aprende-se de forma colaborativa quais são os processos e obtêm-se insights sobre como otimizá-la.

2. Visualização de dados complexos e redução de risco de problemas operacionais:

A adoção RV e RA torna-se também uma opção para obtenção e digitalização de informações, junto a outras tecnologias já existentes, diminuindo a possibilidade de dificuldades técnicas (como a perda de um lote de produtos) acontecerem em etapas da cadeia de suprimentos.

Além disso, ao utilizar tecnologias em 3D, a organização fica cada vez mais amparada por dados (de diversos tipos e níveis de complexidade) para planejar suas atividades e processos. Por exemplo, ao testar a tecnologia de RA em estoques, torna-se mais fácil o acesso às informações sobre a posição de determinado produto, otimizando o processo de procura. Além disso, elimina-se o uso de listas impressas de conferência dos materiais selecionados, dando maior controle do estoque.

3. Melhoria da eficiência de treinamentos:

Pesquisas mostram a eficiência em aplicar tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada para a aprendizagem dos indivíduos, oferecendo ferramentas importantes para o ensino das melhores práticas relativas à tomada de decisão (simulando situações reais que exigem uma ação) e aprendendo procedimentos a partir de tentativa e erro com baixo risco.

A visualização compartilhada e interação através de avatares e simulações em tempo real, trazem uma série de insights para otimizar as cadeias de suprimentos. Podemos citar a realização de treinamentos simulando cenários de alto risco, permitindo que as equipes identifiquem, priorizem e analisem variáveis, para diminuir os riscos da tarefa no mundo real.

É importante salientar que devem existir critérios para avaliação e implementação deste tipo de tecnologia, isto é, uma compreensão sobre como ela será utilizada e se conectará com os sistemas existentes. Além disso, sugere-se que a empresa realize pequenos pilotos para validar aplicações que possam ter benefícios e escalabilidade imediatos.

Deve-se também ficar atento a questões como:

  • A implantação funcional (quais áreas e funções na empresa devem ser priorizadas);
  • A existência de infraestrutura tecnológica e uma equipe especializada nesse tema para que tudo funcione corretamente. Este é um ponto importante, já que poucos profissionais no mercado dominam este tipo de tecnologia;
  • A segurança da informação e regulações (se novas leis serão elaboradas ou se atuais, como a de propriedade intelectual, serão adaptadas ao ambiente virtual). Para saber mais sobre mudanças recentes nas legislações brasileira sobre o assunto, clique aqui.
  • A operação em si destes dispositivos e a percepção de seus usuários (a fim de evitar problemas de saúde).

Exemplos de usos de RV e RA na cadeia de suprimentos

Há várias iniciativas de empresas que já estão utilizando esta tecnologia em suas cadeias de suprimentos:

  • Automobilísticas, como a FIAT, oferecem test drives virtuais e realizam mudanças no design de seus carros a partir de experiências imersivas (vídeo);
  • Como dito anteriormente, equipes de empresas de logística usam equipamentos para facilitar a localização e o acesso a informações sobre um material no armazém (vídeo 1 e vídeo 2);
  • Empresas de diferentes ramos já utilizam estas tecnologias para o treinamento de equipes, por meio da simulação de situações (vídeo);
  • Testes também têm sido feitos para simular o abastecimento de mercados utilizando RV e robôs, evitando riscos à saúde do colaborador (vídeo).

Além destes exemplos, os números reforçam a importância deste assunto: de acordo com previsões divulgadas em 2019, o mercado global de Realidade Virtual e Realidade Aumentada deve movimentar aproximadamente US$ 100 bilhões (R$ 376 bilhões) em 2020. Provavelmente, este valor sofreu alterações diante da pandemia de Covid-19, mas revela uma importância inquestionável da RV e RA.

Desafios da experiência imersiva

Estas experiências são mais frequentes em alguns setores (como o de entretenimento), porém, no contexto das indústrias em geral, podem trazer uma série de benefícios para diferentes áreas e até reduzir custos a longo prazo.

Há também elementos cruciais que impactam fortemente a implantação da experiência imersiva nas empresas. O fator cultural é um deles, já que a assimilação de tecnologias disruptivas toma um tempo para acontecer, podendo ser vista somente, em muitos casos, no longo prazo. Alega-se que a RV e a RA vieram “antes de seu tempo”, pois ainda há ainda muita dificuldade e resistência para o uso.

Especialistas que analisam mudanças de paradigmas tecnológicos afirmam que as pessoas respondem de formas diversas à necessidade de aprender a lidar com uma tecnologia disruptiva: enquanto há os early adopters, que utilizam sem dificuldades uma tecnologia recém-lançada, existem também os laggards, que resistem à mudança e só adotam o uso quando são obrigados (às vezes, por terem grande dificuldades em compreendê-lo).

Desta forma, é importante que a implementação destas soluções esteja alinhada à necessidade operacional da empresa, ao orçamento disponível para implantação e manutenção e à realidade organizacional (considerando a dimensão cultural), não sendo apenas adotadas em decorrência da popularidade do tema.

Além das tecnologias relacionadas à experiência imersiva, várias outras tem influenciado a cadeia de suprimentos global. Para conhecer essas outras tendências e suas aplicações, acompanhe o blog da Soluparts.

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6 dicas para desenvolver uma cadeia de suprimentos ágil

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

Uma série de transformações econômicas e sociais trazem constantemente vários desafios para as cadeias de suprimentos. Questões como a slowbalisation e os efeitos da pandemia de covid-19, por exemplo, impactam toda uma rede global de distribuição de produtos e materiais.

Diante deste contexto, os gestores e equipes das diferentes áreas envolvidas nas cadeias (entre elas, a de compras) precisam desenvolver a habilidade de trazer respostas de forma rápida às demandas, além de gerir os novos riscos e incertezas que surgem. Nesse sentido, um interessante caminho para as empresas é a utilização de metodologias ágeis nas cadeias de suprimentos.

Mas o que são cadeias de suprimentos ágeis?

Segundo artigo publicado pela revista Forbes, o pensamento ágil veio dos desenvolvedores de softwares. Este método é uma técnica alternativa de gestão de projetos que desenha processos dividindo-os em pequenas partes. Desta maneira, assim que um pequeno fragmento deste projeto é finalizado, já pode ser testado, validado e até implantado.

Essa metodologia também permite que novas tecnologias desenvolvidas e lançadas no mercado, sejam imediatamente incorporadas em um projeto em desenvolvimento. Ou quando o cenário dinâmico mundial implica em alguma mudança no comportamento do cliente, é possível redesenhar o produto rapidamente e criar novas versões refinadas para atender às tendências.

Outra marca forte dessa metodologia é a iteração (repetição de uma ação, neste caso, testagens e adições na solução), flexibilidade e colaboração entre os membros do time. Além disso, o time tem mais autonomia para tomar decisões relacionadas ao projeto, sem precisar necessariamente de aprovações de pessoas em posições mais altas na hierarquia da organização.

Trazendo a discussão para a realidade das cadeias de suprimentos, de acordo com relatório produzido pela consultoria Gartner, ainda não há um consenso sobre a utilização do conceito ágil nelas.

Isto é, diferentes noções são compartilhadas entre acadêmicos, pesquisadores e empresas, mas todos defendem que o foco deve ser quebrar paradigmas tradicionais e desenvolver a mentalidade ágil para gerenciar mudanças na demanda e no fornecimento dos materiais (como os indiretos) necessários para as operações.

Os seguintes aspectos são considerados críticos para tornar uma cadeia de suprimentos ou qualquer outro setor ágil:

  • Responsividade: identificar e responder rapidamente a possíveis mudanças;
  • Adaptabilidade: ajustar processos dentro da cadeia de acordo com mudanças de cenário;
  • Coordenação: saber organizar bem esta complexa rede, composta por diferentes agentes e etapas;
  • Velocidade: conseguir agir rapidamente em variadas situações;
  • Flexibilidade: alterar o formato da cadeia, sem resultar em gastos adicionais ou perda de inventário, para atender a uma situação não-usual;
  • Equilíbrio: saber colocar na balança as capacidades de fornecimento e as necessidades de quem precisa do material.

6 Dicas para desenvolver uma cadeia de suprimentos ágil

Para implementar esta importante mudança nas cadeias de suprimento, a empresa precisa ficar atenta a alguns pontos:

1. Definir o que é ágil para a sua realidade:

Ter clareza sobre o que significa agilidade para a realidade de sua cadeia de suprimentos é crucial. As equipes devem se reunir e articular o conceito a partir das seis características citadas anteriormente (responsividade, adaptabilidade, coordenação, velocidade, flexibilidade e equilíbrio). Deve-se determinar o nível de importância de cada uma delas para a companhia, a maturidade dos conceitos já existentes e as ações necessárias para aperfeiçoá-las.

2. Lançar um programa com responsabilidade compartilhadas:

A partir da definição, estabelecer um programa para tornar a cadeia de suprimento ágil de ponta a ponta, definindo investimentos, áreas críticas a serem priorizadas e ações que possam ser replicadas, envolvendo as áreas que participam da cadeia (como o setor de compras).

3. Focar a sua transformação nas pessoas:

Um dos aspectos mais críticos, que deve ser trabalhado por todos. É necessário haver uma mudança na mentalidade e o desenvolvimento de novas habilidades dos colaboradores, a fim de torná-los aptos a desenvolver e adotar novos processos e frameworks. O envolvimento das equipes é crucial para o sucesso da implantação da mentalidade ágil, premiando eficiência e tolerando erros durante o aprendizado.

4. Utilizar a tecnologia a seu favor:

Considerá-la como um meio para alcançar a agilidade, mas não o foco. Isto é, não priorizar adquirir e adotar a tecnologia mais avançada do mercado sem antes focar nas pessoas, processos e dados.

5. Ter um foco na sustentabilidade:

Apropriar-se do conceito para desenvolver cadeias social e ambientalmente responsáveis, outra importante tendência do novo século. A sustentabilidade vem se consolidando como um relevante elemento de competição, um requisito de restrições regulatórias e uma oportunidade para o desenvolvimento de comunidades mais sustentáveis.

Por isso, é um desafio de todos pensar em como sustentabilidade pode auxiliar no aperfeiçoamento das cadeias ágeis. Por exemplo, para o setor de aquisições, há uma série de vantagens de realizar compras sustentáveis.

6. Elaborar contratos com fornecedores ágeis:

Na cadeia de suprimentos, o risco sempre foi tratado com algo a ser evitado. Hoje, ele é encarado como parte do processo e o foco torna-se prevê-lo e ter soluções prontas para lidar com cada um dos cenários. Uma das estratégias para mitigá-los é a redundância, ter uma série de fornecedores disponíveis para atender um pedido.

Já no contexto ágil, é importante ter relacionamento com fornecedores que aceitem ter mais flexibilidade para atender em um mercado em constante mudança e também definir contratos mais alinhados a esta realidade (como os contratos inteligentes, feitos integralmente online, gerando confiabilidade para transações deste tipo).

Falando sobre contratos que te atendem de forma mais flexível, saiba mais sobre a opção anual oferecida pela Soluparts.

Conclusão

De acordo com Mark Hermans, diretor da consultoria PwC, questões como tensões geopolíticas, mudanças em acordos de comércio e mudanças climáticas, combinadas à orientação constante de redução de custos e melhorias na produtividade, promoverão um aumento dos riscos, incertezas e pressões por performance.

Desta forma, as cadeias de suprimentos deverão ser, mais do que nunca, velozes para responder a essas mudanças. Diante de um mundo em constante transformação, a implementação de uma mentalidade ágil para as cadeias de suprimentos torna-se imprescindível.

Vários autores e cursos sobre o tema focam nas metodologias ágeis, que são muitas, Scrum, Lean, Kanban e Smart, porém especialistas no tema afirmam que antes de adotar ou adaptar uma dessas metodologias ao seu contexto específico, é preciso primeiro quebrar a forma de pensar tradicional e trabalhar para que toda a equipe desenvolva a mentalidade ágil, caso contrário, a implementação da metodologia, não importa qual ela seja, pode não ser bem sucedida. E é nessa mudança de mentalidade e paradigma que focamos no presente artigo.

Com o intuito de metrificar o sucesso desta iniciativa, é importante coletar, organizar, analisar e monitorar dados e informações (saiba mais sobre como fazer esta sistematização) dos seguintes aspectos: preocupação com o tempo de ciclo de atendimento de um pedido, custos envolvidos, flexibilidade e cumprimento das entregas.

É também necessário um cuidado com: a gestão das pessoas envolvidas, que precisam adotar a mentalidade ágil em sua rotina; a definição dos processos, ficando aberto para possíveis alterações quando necessário; e o uso dos dados para planejar atividades e melhorias a serem realizadas, com o apoio de recursos tecnológicos.

Siga acompanhando as tendências sobre o futuro das cadeias de suprimentos no blog da Soulparts.

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Como utilizar conceitos de Economia Circular nas cadeias de suprimentos

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

O desenvolvimento econômico visto nos últimos anos trouxe uma série de benefícios para as empresas, como a implantação de novas tecnologias, que promoveu ganhos em produtividade. Entretanto, a produção em larga escala também provocou um “efeito colateral” incômodo: a geração crescente de resíduos, que são descartados após a sua vida útil.

Ao comprar um novo eletrodoméstico, por exemplo, o que você faz com o antigo equipamento? Possui a preocupação com a sua reutilização ou apenas faz o seu descarte? Além disso, você imagina o que acontece com o este resíduo gerado?

Muitos especialistas argumentam que este modelo de compra e geração de resíduos não funcionará a longo prazo. Isto é, será necessário criar ideias cujo foco seja repensar e redesenhar os produtos e seus componentes.

Entre as muitas possibilidades, o conceito de Economia Circular (EC) ganha relevância em estudos acadêmicos e nas práticas das organizações. Acompanhe este texto para conhecer mais sobre este importante assunto e veja como ele pode ser aplicado no contexto das cadeias de suprimentos, do departamento de compras e de sua vida pessoal.

Conceitos e tendências

De acordo com a Fundação Ellen Macarthur, uma das principais organizações sobre o tema, o conceito de economia circular traz uma alternativa ao modelo econômico “extrair, produzir e desperdiçar”, que se encontra em sinais de esgotamento. Neste contexto, torna-se essencial pensar em caminhos para separar a atividade econômica da produção de recursos finitos e reduzir a geração de resíduos.

A economia circular baseia-se em três principais princípios: eliminar resíduos e poluição desde, manter produtos e materiais em uso e regenerar sistemas naturais. Além disso, pode ser aplicada em diferentes escalas – para pequenas e grandes empresas, que atuam local ou globalmente, entre outras.

Os estudos de casos produzidos por esta Fundação indicam quatro elementos básicos para a consolidação de uma economia circular:

  1. Desenvolvimento de habilidades de design circular para facilitar o reuso, a reciclagem e o aproveitamento de materiais nas diferentes etapas da produção. O design circular pode ser entendido como um novo mindset para a criação de produtos e serviços, focando principalmente em soluções criativas que geram competitividade às empresas e a regeneração do planeta. O esquema abaixo mostra as diferentes etapas do design circular:

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

Fonte: The Great Recovery Project (Tradução Ideia Circular)

  1. Criação de novos modelos de negócios inovadores, de diferentes áreas, que tenham a economia circular como elemento central, substituindo as opções atuais existentes e capturando as oportunidades futuras. Estes modelos podem ser criados por empresas já detentoras de fatias de mercado, além de empreendedores, inspirando o desenvolvimento de novas iniciativas;
  2. Aproveitamento de materiais em múltiplos ciclos reversos e o retorno deles ao sistema de produção industrial, envolvendo a logística da cadeia de entrega, separação, armazenamento, gestão de possíveis riscos a partir da adoção deste modelo, geração de energia, entre outros pontos;
  3. Estabelecimento de condições viabilizadoras e condições sistêmicas favoráveis, como colaboração, incentivos financeiros, criação de leis ambientais, entre outras.

Elementos e desafios para adotar o conceito

Trazendo a discussão para as cadeias de suprimentos, existe uma preocupação em mudar a orientação delas, antes focadas no custo (com a preocupação constante com a redução de gastos), e agora no valor gerado por elas, com investimentos em modelos sustentáveis, inovação e um menor impacto ao meio ambiente e à sociedade, isto é, outras vantagens adquiridas além de uma possível economia no curto prazo.

A preocupação já é sentida no dia a dia das empresas: de acordo com pesquisa da consultoria Gartner publicada neste ano, metade dos profissionais desta área acredita que a preocupação com a economia circular aumentará nos próximos dois anos.

Para tal, as cadeias de suprimentos necessitam se adaptar ao modelo de EC, acompanhando o impacto ambiental e econômico em tempo real de suas decisões, monitorando o uso de materiais reutilizáveis, utilizando e compartilhando dados com todos os envolvidos para melhorar os processos e estabelecendo padrões e normas a serem adotados.

É importante ressaltar que há desafios a serem enfrentados para a implantação dos conceitos de sustentabilidade e economia circular nas cadeias de suprimentos. De acordo com pesquisa realizada pela consultoria PwC, os três principais são:

  • o alinhamento entre mensuração de performance e incentivos para resultados;
  • a mensuração e monitoramento;
  • a existência e comunicação de uma estratégia.

Qual o papel do departamento de compras de materiais indiretos?

O conceito de economia circular envolve a adoção de uma série de medidas a fim de eliminar a produção de resíduos. Esta é uma tarefa complexa, pois envolve o engajamento de muitas partes envolvidas no processo produtivo.

O departamento de compras de uma empresa, responsável pelas compras de materiais indiretos, pode contribuir através de algumas ações:

  1. Checagem de certificações: verifique se seus fornecedores estão atentos a estas importantes questões e o que eles estão fazendo para reduzir o impacto da geração de resíduos na cadeia de suprimentos. Opte por aqueles que já conseguem de alguma forma reutilizar materiais produzidos ou que utilizam energia renovável.
  2. Verificar a necessidade da compra: mantenha sempre contato com a área responsável pelo estoque da empresa e veja se não existe algum material similar já disponível nos armazéns. Isso evita a compra desnecessária de materiais e o descarte de peças que ficam armazenadas por muito tempo, tornando-se inutilizáveis. Saiba mais em nosso texto sobre a gestão de estoques.
  3. Reutilização de peças: esta dica não pode ser aplicada em todos os contextos, mas, se existe esta possibilidade, avalie com o setor de manutenção e considere a compra de peças já utilizadas previamente. Desta forma, elas ganham mais tempo útil o ciclo de produção.

Veja também outras dicas no post sobre compras sustentáveis.

E como você, sendo consumidor, pode contribuir?

Estar atento a estas mudanças nos modos de produção, utilização e descarte de um produto é algo importante nos dias atuais. Acompanhe as tendências relacionadas a economia circular e práticas sustentáveis e adquira bens de empresas que estejam preocupadas com estas questões e engajadas em achar possíveis soluções.

Como comentado, há muitas variáveis e partes envolvidas em uma transição para modelos circulares e sustentáveis.

Porém, é importante que façamos a nossa parte, reduzindo o lixo gerado e descartado no meio-ambiente e incentivando produtores que adotem medidas que auxiliem na resolução deste problema. Por exemplo, devemos adotar práticas de reciclagem e reutilização de materiais e eliminação correta de produtos como eletrodomésticos, baterias, entre outros dispositivos nocivos ao meio ambiente.

Siga acompanhando o blog da Soluparts para conhecer as tendências globais relativas às cadeias de suprimentos e boas práticas necessárias para departamentos de compras na nova era. 

Para aprofundar mais no tema de economia circular e contribuir ainda mais para esse novo sistema visite o site do The Great Recovery Project.

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A importância da economia compartilhada para as cadeias de suprimentos modernas

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

Nos últimos anos, observa-se uma crescente atenção para a economia compartilhada, atividade que conta principalmente com plataformas digitais a fim de facilitar transações e conceder acesso temporário a bens e serviços, alterando a questão da propriedade.

Como consumidor, você já deve ter entrado em contato com este tipo de serviço, ao solicitar um veículo para realizar um trajeto ou reservar um apartamento para uma viagem de férias (os exemplos são inúmeros). Estas mudanças também são sentidas pelas empresas: com a era digital, nota-se um aumento no volume de demandas de Opex (despesas com serviços), em detrimento do Capex (despesas de capital).

Desta maneira, as organizações passam a alugar ao invés de comprar um equipamento que provavelmente ficará obsoleto em breve devido a avanços tecnológicos, a alugar um imóvel ao invés de comprar, e mudar a área de operação (uma região que antes era interessante para seu negócio pode não ser mais em um curto espaço de tempo). Para entender mais sobre essa questão, leia nosso blog específico sobre o tema.

Esta mudança significativa de paradigma, com tendência de crescimento para os próximos anos, está sendo conduzida por empresas digitalmente nativas, por terem mais capacidade de resposta em ambientes dinâmicos e complexos, com seus modelos de negócios baseados em relacionamento com diferentes parceiros e ganho de comissão por cada serviço prestado (por exemplo, um valor específico a cada corrida solicitada no aplicativo de transporte). Esse cenário exige das empresas grandes e consolidadas uma adaptação para esta nova realidade.

Conceitos e tendências

A economia compartilhada promove uma verdadeira revolução na forma como produzimos, consumimos e transportamos produtos. Para as empresas, ela traz uma série de possibilidades a fim de reduzir custos na operação, aumentando a produtividade, entre outros benefícios.

Em termos gerais, ela está vinculada à possibilidade de as pessoas e empresas contratarem serviços por um tempo determinado ao invés de comprar um material específico. O compartilhamento em si já adotado há alguns anos (por exemplo, companhias aéreas concorrentes que utilizam uma mesma aeronave para prestarem seus serviços). Entretanto, o atual contexto criou condições favoráveis para a ampliação desta prática.

Os exemplos mais conhecidos estão nos setores de viagem, compartilhamento de carro, finanças, pessoal e streaming de música/vídeo. Porém, muitos setores podem se apropriar destes conceitos e aplicá-los em sua realidade.

De acordo com relatório publicado em 2017 pela empresa de logística DHL, a previsão é de que as receitas globais relativas a este mercado fiquem em torno de 300 bilhões de dólares até 2025. Estes números devem mudar em decorrência da pandemia de Covid-19, mas demonstram a relevância do compartilhamento atualmente.

Há alguns elementos que ajudam a explicar o crescimento da economia compartilhada nos últimos anos. Entre eles, a junção entre desenvolvimento tecnológico e tendências, econômicas, sociais e ambientais (como a recessão global a partir de 2008, a nova geração de nativos digitais e preocupação com o meio ambiente).

Entre os elementos tecnológicos que promovem a economia compartilhada, estão:

  • Dispositivos móveis conectados, como o celular, que permite a realização de transações comerciais e infraestrutura para pagamento digital de forma segura;
  • Perfis verificados e avaliações online, que garantem reputação e credibilidade ao prestador de serviço;
  • Uso de softwares e algoritmos específicos da plataforma para conduzir a experiência do cliente;
  • Mapeamento e localização em tempo real do produto a ser entregue.

Todavia, há alguns desafios relativos à plena implementação de modelos de negócios deste tipo, como a confiança, transparência e responsabilidade que deve ser construída entre os envolvidos, mesmo no ambiente online.

Além disso, um importante ponto refere-se à proteção da força de trabalho: como ela não é mais fixa, e sim sob demanda, existe o risco de precarização das condições para o prestador do serviço (sobre este assunto, veja o nosso artigo sobre ética nas cadeias de suprimentos).

Economia compartilhada nas cadeias de suprimentos

No contexto das cadeias de suprimentos, a conexão entre seus diversos participantes permite a adoção de novas políticas de empréstimos, transporte, estocagem e gestão de pessoal, ajudando na redução de custos e das emissões de gases poluentes.

Além disso, as cadeias de suprimentos tornam-se críticas com a crescente necessidade de agilizar a entrega dos pedidos. Como solução, a implementação de múltiplos centros de distribuição e caminhões compartilhados ganha destaque.

Desta forma, parceiros podem guardar mercadorias de sua empresa, reduzindo as distâncias e o tamanho das cargas até o endereço de entrega. A reutilização de recursos e o envio compartilhado de encomendas também ajudam a evitar desperdícios, com a utilização de caminhões vazios em viagens de retorno.

agilidade de informações também ajuda neste caso, com a conectividade em tempo real, e o rastreamento de encomendas. Por exemplo, após entregar uma remessa, um motorista pode verificar se há alguma demanda de envio de um material para o seu local de destino (podendo atender vários clientes até o limite de carga do veículo).

Outras sugestões para o uso da economia compartilhada nas cadeias de suprimentos são:

  • Para agilizar o recebimento de um material, a empresa pode se associar a serviços de entrega de terceiros que garantam a entrega no mesmo dia ou o mais rápido possível;
  • Encontrar maneiras novas e inovadoras de lidar com um estoque não vendido, como alugá-lo para empresas, além de coletar dados para detectar tendências futuras e previsões de demanda.

E o departamento de compras de materiais indiretos?

As vendas exercem uma influência crescente para a gestão empresarial, sendo responsável por monitorar fornecedores, gerenciar riscos, identificar oportunidades e avaliar continuamente a cadeia de suprimentos para agregar valor em conjunto com as diversas áreas.

Para os compradores de materiais indiretos das organizações, há algumas possibilidades de compartilhamento de recursos, ferramentas e habilidades em excesso para maximizar a eficiência coletivamente:

  • Identifique novos fornecedores (priorizando os mais inovadores) e encontre oportunidades para compartilhar recursos;
  • Compreenda bem o ecossistema e quem está envolvido nele (empresas vendendo produtos, concorrentes, transportadoras, entre outros atores) para o compartilhamento de conhecimento e inovações;
  • Utilize a tecnologia a seu favor. O uso de softwares de gestão fornece às organizações os insights necessários para se adaptar à crescente influência da economia compartilhada;
  • Verifique sempre se estas possibilidades estão alinhadas à política jurídica de empresa, evitando problemas com a contratação deste tipo de serviço;
  • Treine a sua equipe para que ela avalie oportunidades de negócios deste tipo e sabia mitigar possíveis riscos que surgirem no caminho (como o atraso de uma entrega). A economia compartilhada é fundada em um processo de mudança tecnológica intensa, mas ela necessita ser acompanhada por uma alteração na mentalidade das pessoas;
  • Considere realizar o outsourcing, isto é, a terceirização de algumas funções e atividades com empresas especializadas, e compartilhe as responsabilidades envolvidas no processo de aquisição.

Conclusão

A economia compartilhada é uma forte tendência que veio para ficar. Este movimento está sendo conduzido por novas empresas com novos modelos de negócios, exigindo a adaptação das empresas maduras.

Para as cadeias de suprimentos, há múltiplas possibilidades relacionadas ao compartilhamento: empresas podem contratar serviços deste tipo, concorrentes podem compartilhar recursos e equipamentos para maximizar a eficiência, ou até contar uns com os outros para fornecer componentes especializados, entre outras.

A empresa GoShare é um caso de sucesso deste tipo de negócio. Com ela, é possível contratar motoristas para ajudar na carga, transporte e descarga de materiais nas principais cidades dos Estados Unidos.

É importante ressaltar que estes modelos são vistos por especialistas como um complemento à atual cadeia e não um substituto. Em outras palavras, eles ajudarão na melhoria da produtividade, mas não podem ser vistos como a solução de todos os problemas.

Outra sugestão é contar com uma empresa especializada na aquisição de materiais indiretos em todo o mundo, como a Soluparts. Experimente nossos serviços enviando sua cotação.

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Formas de aplicar a metodologia ágil no setor de compras

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

O contexto atual exige respostas mais rápidas das empresas e seus colaboradores perante desafios. A entrega atrasada de um material indireto, por exemplo, pode gerar uma série de problemas dentro da cadeia de operações, impactando a produtividade e o retorno financeiro.

Para tentar responder a estas demandas, a metodologia ágil passa a ser fundamental. Neste texto, falaremos sobre os principais conceitos do pensamento ágil e daremos algumas dicas sobre como implantá-lo no setor de compras.

O que é a mentalidade ágil?

Vivemos em um momento de muitas mudanças e há muitos casos para exemplificá-las. No campo da tecnologia, foram desenvolvidas extensas redes de comunicação que permitem a interação instantânea entre os indivíduos em diferentes partes do mundo. Na economia, vimos as cadeias de suprimentos tornarem-se globais, influenciando e mudando processos que envolvem uma série de atores (fornecedores, compradores, empresas de logística, entre outros).

Há muitos especialistas e acadêmicos que procuram conceituar o que vivemos no mundo moderno. Um exemplo é o termo VUCA, criado por militares dos EUA para definirem cenários e contextos de guerra, que passou a ser utilizado pelo mercado.

Resumidamente, VUCA é uma sigla em inglês composta pela primeira letra das seguintes palavras: Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade).

Mais recentemente, extrapolando e ampliando este conceito, foi também apresentado o termo MUVUCA, com a adição de dois novos elementos: – Meaningful (todas as ações passam a surgir com base em um propósito, resultado da busca por um sentido para a vida e o mundo) e Universal (preocupação com o impacto global do que fazemos).

Diante dessas marcantes características do mundo atual, torna-se necessária a criação de estratégias para conseguirmos administrá-las. É dentro deste contexto que a metodologia ágil surge: oriunda do setor de Tecnologia da Informação, ela procura reduzir a rigidez dos processos e procedimentos tradicionais das organizações, incentivando entregas menores e mais rápidas, revisões constantes e o trabalho colaborativo. Leia nosso artigo Agile Supply Chain para entender mais sobre isso.

Quais são os princípios ágeis?

Mesmo tendo surgido no ramo de TI, o conjunto de princípios e processos que compõem a metodologia ágil passou a ser utilizado por diferentes tipos de departamentos e organizações. Na área de compras, o pensamento é também incorporado como uma alternativa ao modelo tradicional de aquisições.

É importante ressaltar que a adoção do pensamento ágil não é uma tarefa fácil, exige mudanças organizacionais e a disposição dos colaboradores para a mudança. O uso desta metodologia também depende muito do contexto, mas há alguns tópicos que podem ser considerados centrais em todas as situações:

1- A satisfação do consumidor/cliente é o principal elemento: maior prioridade, com o foco nas entregas acontecendo corretamente e em tempo reduzido. Este cliente ou consumidor pode ser pensado dentro de muitos contextos: no caso de compra de materiais indiretos, por exemplo, refere-se à empresa que necessita de uma peça para dar prosseguimento à sua produção.

2- A mudança como oportunidade: essa maneira de lidar com desafios é sempre importante, independentemente do contexto em que a mudança ocorra, ajudando a aumentar as vantagens competitivas e a satisfação dos clientes atendidos. O foco agora é na solução de um problema e não no problema em si.

3- Velocidade e valor caminham juntos: em curtos períodos de tempo, devem ser feitas entregas de alto valor agregado, sendo ele tangível ou intangível. Esses entregáveis podem ser produtos ou serviços resultado de um processo ou projeto, que devem ser regularmente revisitados com atualizações. Aqui, o “valor” pode ser entendido como a visão (ou expectativa) do cliente quanto aos benefícios e sacrifícios em relação ao que é oferecido.

4- Colaboração superando o conflito: membros de um projeto devem desenvolver a mentalidade de time, a fim de garantir a transparência da comunicação e o comprometimento compartilhado para garantir o sucesso.

5- Poder às pessoas: os projetos são construídos e conduzidos por pessoas e times engajados. Isto é, devem receber as ferramentas e condições de trabalho necessárias para terem sucesso e concluírem as tarefas designadas. A Soluparts já entende e aplica esse conceito desde sua criação, refletindo-o em nosso propósito: Empowering Buyers (empoderamento dos compradores parceiros), máxima que reforça o foco da empresa na satisfação do cliente.

6- Foco no interpessoal: a comunicação face-a-face é a forma mais eficiente para o compartilhamento de informações entre times. Trabalhar as inteligências emocional e cultural da equipe pode ser muito relevante neste caso.

7- Valores e resultados demonstráveis devem orientar cada projeto: entregas que encontram ou excedem as expectativas em termos de precisão e valor (tangível e intangível) tornam-se referências úteis para iniciativas e projetos futuros.

8- Manter as atividades estáveis e sustentáveis: enquanto a entrega de valor é prioridade, processos devem ser desenvolvidos e otimizados pela perspectiva sustentável para garantir que todos sejam envolvidos de forma estável, sem surpresas que prejudiquem a tomada de decisão.

9- A melhoria contínua garante agilidade: os processos devem ser cada mais eficientes por meio de alterações regulares.

10- Simplicidade é um elemento essencial: maximizar os retornos utilizando o mínimo possível de recursos.

11- Times autoguiados são mais bem sucedidos: resultados melhores surgem de equipes ágeis que são capazes de se auto organizarem.

12- Sempre há espaço para aperfeiçoamentos: reavaliação de processos e realização de mudanças necessárias para trazer mais eficiência e eficácia são sempre bem-vindas.

Os doze princípios mostrados acima, baseiam o Manifesto Ágil, que por sua vez, é a base da mentalidade e todas as metodologias ágeis de todo o mundo. Esses princípios foram pensados e cunhados pela Aliança Ágil, uma organização global sem fins lucrativos comprometida em apoiar pessoas que exploram e aplicam os valores, princípios e práticas ágeis para tornar o desenvolvimento de soluções e projetos mais eficazes, humanas e sustentáveis.

Essa aliança foi criada por um grupo de 17 desenvolvedores que, em uma reunião em Utah, EUA, de 11 a 13 de fevereiro de 2001, elaboraram o Manifesto para o Desenvolvimento de Software Ágil. Leia mais sobre o Manifesto e seus princípios no site oficial da aliança.

O uso do pensamento ágil no setor de compras

Diferentemente dos modelos tradicionais, focado na redução de custos na maioria das vezes, o pensamento ágil em compras procura gerar valor ao dar suporte aos objetivos da organização e às necessidades do negócio. Considerando alguns aspectos cruciais do setor de aquisições, é possível levantar as principais diferenças entre as formas tradicional e ágil de compras:

Entregas:

Ao invés de planejamento e documentação fixas e extensas, com a metodologia ágil valoriza-se uma posição mais responsiva, objetiva e iterativa, atenta às reais necessidades do momento. Dessa forma, Identificar prioridades torna-se muito importante para os colaboradores de compras.

Contratos:

O foco deve ser em termos mais colaborativos, além de relacionamentos mais sólidos com fornecedores e foco no sucesso compartilhado (questionando a competitividade e a rigidez presentes em contratos de formatos tradicionais). Saiba mais sobre o tema.

Cadeias de suprimentos:

Iterativo e responsivo, em outras palavras, os fornecedores podem ser alterados após uma rodada de trabalho, conforme exigido por mudanças nas circunstâncias. Sobre este tema, veja o artigo que elaboramos especificamente sobre a aplicação da metodologia ágil no contexto das cadeias de suprimentos.

4 passos para tornar seu departamento de compras mais ágil, hoje mesmo

Veja abaixo algumas formas de tornar o seu processo de compras mais ágil:

1- Realização de reuniões diárias no começo do expediente: com a duração entre 15 e 30 minutos, estes encontros auxiliam no estabelecimento das tarefas do dia, incentivando a colaboração entre os membros da equipe para resolver possíveis problemas. Em muitas empresas, para incentivar a agilidade, propõe-se que os participantes permanecem de pé;

2- Aplicar a noção de sprints, que seriam pequenos projetos ou fragmentos de projetos, sequências de trabalhos iterativos (com a repetição de ações) a fim de ter uma noção mais compartimentada do todo, agilizando possíveis reavaliações e alterações no caminho da aquisição;

3- Definição de prioridades: diante de mudanças frequentes dentro da companhia, estabelecer prioridades e revê-las regularmente ajuda a agilizar o processo de compra;

4- Utilização de softwares que ajudem na gestão ágil: a tecnologia pode auxiliar a centralizar os dados referentes a uma compra, além de facilitar a comunicação e alinhamento entre equipes dispersas. Há uma série de programas voltados para a aplicação da metodologia ágil nas empresas.

Conclusão

Neste artigo, mostramos com a metodologia ágil pode ajudar muito a otimizar os projetos e processos dos departamentos de compras. Mesmo tendo sido originada para atender demandas de desenvolvimento de softwares, muitas áreas empresariais têm adotado essas diretrizes, resultando em mais eficácia e eficiência. Responder com agilidade às mudanças do mercado se tornou um diferencial competitivo.

O departamento de compras tem muito o que aprender com as metodologias ágeis, mas para isso, é preciso ter a certeza de que sua cultura organizacional e profissionais da área são flexíveis e resilientes. Para te ajudar a otimizar seu departamento de compras, sugerimos as seguintes leituras:

Solucionando os 5 principais problemas do departamento de compras

4 maneiras de melhorar o gerenciamento de compras de materiais indiretos

Strategic Sourcing: aprimorando o processo de compras

O papel da Strategic Force em Compras 4.0

Outra maneira de agilizar as atividades do seu departamento de compras, é contar com uma empresa especializada na procura de peças de reposição (MRO) de mais de 15000 marcas em qualquer lugar do mundo, como a Soluparts.

Entre em contato conosco hoje mesmo para saber como podemos ajudá-lo!

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Como tornar as cadeias de suprimentos mais éticas?

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

A economia atual traz uma série de desafios para as cadeias de suprimentos das organizações. Discutimos em posts anteriores algumas tendências relacionadas à necessidade de trazer mais agilidade aos projetos e processos, à inserção de tecnologias avançadas nas operações, entre outros tópicos.

Neste post, falaremos sobre como tornar as cadeias de suprimentos mais éticas. Atores como governos, ativistas, a mídia e os próprios colaboradores estão checando cada vez mais os impactos sociais das ações das empresas. Por isso, é necessário criar estratégias para administrar as crescentes pressões externas e internas.

Conceitos e tendências

Tornar as operações das empresas mais éticas é um assunto amplamente discutido por especialistas e profissionais de diferentes ramos. A conduta de negócio responsável deve ser algo assimilado por diferentes áreas das organizações, como marketing, finanças, logística, entre outras.

As empresas, mesmo focadas em lucro, precisam também se preocupar com os impactos sociais gerados por suas ações, isto é, questões como sustentabilidade e interação com seus diferentes públicos viram agenda prioritária para todos. Há também a atenção com a questão ambiental, apresentada em nossos textos sobre compras sustentáveis e economia circular.

As cadeias de suprimentos das companhias também tornam-se assunto sensível. Por elas serem atualmente globais e complexas, é comum ver ações antiéticas acontecerem sem o conhecimento da empresa, prejudicando a imagem corporativa e gerando, em muitos casos, problemas jurídicos.

Por isso, é importante saber o que todas as partes envolvidas estão fazendo, garantindo que todos cumpram as suas responsabilidades.

Há muitos casos recentes que servem como exemplo de “ações antiéticas”: nos últimos anos, vimos nos noticiários organizações que possuíam plantas industriais em países em desenvolvimento sendo expostas por contratarem mão de obra em regimes análogos aos de escravidão, violando os direitos humanos, ou por realizarem negócios injustos e predatórios com pequenos fornecedores.

E este tipo de conduta está sendo questionada  cada vez mais. Hoje, os compradores de materiais indiretos, por exemplo, estão mais informados e fazem as seguintes perguntas para fornecedores  durante o processo de compra:

  • Vocês confiam em seus fornecedores e parceiros da cadeia de suprimentos? Mantém a palavra quanto à ética e moral, independentemente dos possíveis custos adicionais?
  • Cada elo da cadeia de abastecimento cuida de seus trabalhadores com remuneração e cargas de trabalho justas ​​e conduta ética no trabalho?
  • Se o comportamento antiético for descoberto, como será remediado? Cada parceiro na cadeia de abastecimento trabalhará ativamente para garantir que seja corrigido?

Desta forma, as estratégias relacionadas à responsabilidade social corporativa tornam-se um norte para lidar com as seguintes preocupações:

  • Eliminação de trabalho infantil e escravo;
  • Condições de trabalho seguras e higiênicas;
  • Salário justo e jornada de trabalho;
  • Regras para combater o suborno e a corrupção;
  • Compras éticas.

Há uma série de abordagens que auxiliam na mitigação dos tópicos citados acima. Um deles é a fair trade, sistema econômico baseado em relações de comércio justas para os envolvidos, especialmente pequenos produtores e trabalhadores de países periféricos.

A ideia é permitir um desenvolvimento econômico e o aumento do bem estar de todos, diferentemente do modelo tradicional focado na maximização do lucro. O fair trade permite trocas mais equilibradas entre os envolvidos, ajudando a reduzir a pobreza e promovendo a conscientização sobre consumo socialmente responsável.

Através de uma certificação emitida pela Internacional Fair Trade Association, os produtos que atendem ao padrão recebem um selo de identificação. Estes produtos podem ser de diferentes tipos, alimentares ou não. Saiba mais sobre o assunto.

Ética nas cadeias de suprimentos

Estudos recentes confirmam a importância de adotar uma conduta ética nas cadeias de suprimentos:

  • De acordo com o Relatório de Sustentabilidade Corporativa Global da Nielsen, até 66% das pessoas estão dispostas a pagar mais por produtos que tenham impactos social e ambiental positivos. Outro relatório descobriu que os clientes estavam dispostos a pagar um valor adicional de até 25% por produtos “éticos”, elaborados de forma justa;
  • Um estudo da Association for Supply Chain Management (APICS) indica que 83% dos profissionais da área consideram a ética um elemento importante para o trabalho deles;
  • Além disso, segundo a pesquisa da APICS, 71% das empresas possuem um código de conduta para suas cadeias de suprimentos, mas apenas metade delas o aplica;
  • Observou-se também que 70% dos entrevistados possuem políticas para entender as condições de produção dos materiais, mas somente 43% compreendiam as operações de seus fornecedores;
  • Estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD) indicam que companhias ganham valor ao adotarem medidas éticas. Como resposta a estes desafios, a instituição preparou um documento com diretrizes para as organizações promoverem cadeias de suprimentos éticas. Para mais informações, clique aqui.

Essas pesquisas mostram como é é crucial para as organizações trazerem mais transparência às políticas e práticas relacionadas às cadeias de suprimentos, tornando-se mais éticas e socialmente responsáveis.

Para tal, os profissionais da área devem estar atentos às formas de contratação, condições de trabalho, entre outros pontos, além de serem  capazes de identificar desalinhamentos em suas políticas de ética e tomar uma atitude em relação a eles. Para aprofundar no tema, leia também nosso artigo sobre compliance.

Dicas para ter um departamento de compras de materiais indireto mais ético

As aquisições possuem um papel estratégico nas cadeias de suprimentos das empresas. Ao estarem atentas às questões discutidas neste texto, têm também a oportunidade de atrair mais valor, ao negociar acordos mais justos com pequenos empreendedores ou comunidades pobres, por exemplo.

A sugestão é oferecer cada vez mais operações com esta preocupação, focando em:

  • Implantar códigos de conduta e contratos justos com seus diferentes parceiros;
  • Acessar informações de seus fornecedores e suas atividades, a fim de checar o seu histórico de comportamento. Clique aqui para dicas de como administrar seus fornecedores com excelência;
  • Verificar legislações nacionais e internacionais dos locais onde a sua empresa atua, evitando problemas legais relacionados a ações antiéticas;
  • Tornar suas informações acessíveis aos públicos envolvidos, tornando as suas operações mais transparentes;
  • Usar a tecnologia a seu favor, com o uso de softwaresque auxiliem no gerenciamento de suas aquisições, com dados sobre fornecedores frequentes;
  • Ter uma equipe treinada com o pensamento ético, para a condução de negociações justas a todos.

E o que você pode fazer como consumidor?

É papel de todos nós, como consumidores, estarmos atentos às  importantes questões levantadas neste texto. Os negócios estão cada vez mais orientados para a satisfação de seus clientes, e estes estão cada vez mais informados e engajados em questões sociais e ambientais.

Por isso, mantenha-se atento às notícias sobre o assunto e procure comprar produtos de empresas que realizem negócios éticos e tratem respeitosamente os seus fornecedores e colaboradores. As pressões externas e internas são também uma importante forma para a mudança de atitude das companhias, e hoje há diferentes mecanismos para dialogar com elas (como as redes sociais).

Para saber mais sobre tendências da nova era relativas às cadeias de suprimentos e compras de materiais indiretos, acompanhe o blog da Soluparts.

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O que é o lean supply chain management – e porque é importante

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

Definir a melhor estratégia de supply chain para cada empresa não é uma tarefa fácil. Apesar de os objetivos serem conhecidos (mais eficiência e menores custos), é necessário ter atenção e cuidado ao determinar qual a melhor forma de atingir esses objetivos de forma eficaz.

Mas, antes disso: por que esse assunto importa? Jeffrey P. Wincel, autor do livro Lean Supply Chain Management: a handbook for strategic procurement afirma que a resposta é simples: custos e margens. Ele cita como exemplo o fato de que, em uma companhia de manufatura, os custos de suprimentos representam aproximadamente 50% do custo dos bens vendidos.

Além disso, afirma que há muita confusão a respeito do tema, principalmente porque muitas companhias focam essencialmente no processo de lean manufacturing e não dedicam atenção suficiente ao tema em supply chain.

Com o intuito de trazer mais luz ao tema, a Soluparts reuniu algumas informações sobre o lean supply chain management (ou cadeia de suprimentos enxuta, em tradução livre) e esclarece as principais diferenças entre esse modelo e o tradicional.

O que é o Lean Supply Chain Management e por que implementá-lo?

Para determinar a melhor estratégia para o seu dia a dia, é necessário entender mais sobre cada uma das abordagens usadas no mercado.

O Lean Production System é derivado do modelo de operações chamado de “The Toyota Way” que nasceu nas fábricas da Toyota, no Japão, na década de 30, como uma alternativa ao Fordismo. Seu objetivo é a redução de custos na linha de produção, estabelecendo estoques mínimos e uma execução de tarefas de forma a minimizar desperdícios e eliminar processos desnecessários. Ele procura mapear as tarefas e alocá-las de maneira que todo o processo seja otimizado, seja através da especialização de mão de obra em uma fase específica, ou a união de mais fases em uma mesma estação de trabalho.

Esquecida por alguns anos, a teoria foi recentemente apropriada pelas filosofias mais modernas de gestão de projetos, sendo, hoje, adaptada para diversas áreas. O termo “Lean” foi cunhado por John Krafcik, em 1988, e, oito anos depois, foi definido por James Womack e Daniel Jones para consistir em cinco princípios-chave. São eles:

  1. Gerar valor para empresas e seus clientes. Apesar de parecer uma tarefa simples, a maioria das organizações falha ao tentar “adivinhar” o que os clientes precisam e como eles querem.
  2. Fluxo de valor: a partir de um estudo claro, mapear quais etapas agregam valor ao produto que está sendo desenvolvido. Dessa forma, é possível evitar desperdícios e tornar todo o fluxo de trabalho mais eficiente.
  3. Fluxo contínuo: a produção propriamente dita, sem interrupções. Atendendo o cliente em sua demanda máxima leva a menores níveis de estoque
  4. Produção direcionada: a partir do aperfeiçoamento e da experiência do cliente, a empresa passa a produzir apenas o que os clientes precisam, reduzindo o estoque ao máximo.
  5. Melhoria contínua: busca pelo aperfeiçoamento constante dos processos buscando sempre o estado de “perfeição” em termos de valor agregado entregue ao cliente e redução de desperdícios.

Nessa mesma linha, o lean supply chain management é uma abordagem que tem como objetivo extrair a máxima produtividade de todos os agentes envolvidos na cadeia de abastecimento. Se destaca principalmente em termos de custos e margens, trazendo maior eficiência dentro desse meio e proporcionando a capacidade de transferir verba de supply chain para outras áreas dentro da empresa.

De acordo com a McKinsey, em um estudo recente, as operações que se concentram nesse tipo de abordagem têm ganhos em duas frentes: elas podem controlar o excesso de custos e podem melhorar o atendimento ao cliente e a satisfação dele ao longo do processo – uma vez que adquirem vasto controle da cadeia de suprimentos. Melhorar pontos como serviços, prazos de entrega e frequência de serviços são alguns exemplos disso.

A consultoria norte-americana cita o exemplo de uma empresa farmacêutica, que reduziu em 25% a 30% os custos totais de transporte ao tomar essa abordagem em diferentes países.

Cadeia de suprimentos ágil e covid-19

O assunto ganha importância fundamental diante da nova era digital que estamos vivendo e, mais especificamente, num contexto de pandemia, em que diferentes empresas estudam a melhor forma de transportar insumos como vacinas e remédios da forma mais eficiente possível.

Em um artigo publicado no portal da revista Forbes, Michael Mandel, estrategista econômico do Progressive Policy Institute, defende que as cadeias de suprimentos se tornem mais curtas, contribuindo para uma produção cada vez mais sustentável e que consiga aproveitar ao máximo os recursos disponíveis.

Soluparts já se debruçou sobre esse tema anteriormente, mostrando algumas perspectivas para a cadeia de suprimentos cada vez mais ágil e produtiva no pós-pandemia.

Pontos como a digitalização de cenários (com a previsão de cortes cada vez mais agressivos em custos para diferentes setores), adoção de uma presença digital forte e examinar com clareza os riscos que cada negócio deve sofrer ao longo do tempo são pontos essenciais para manter uma cadeia de suprimentos forte e eficaz – e o lean supply chain management pode ajudar nisso.

Pontos de atenção

Apesar de trazer inúmeros benefícios, o lean supply chain management também traz desafios. Para companhias que não têm o pleno conhecimento de sua cadeia de suprimentos – ou não têm a possibilidade de padronizar de forma clara todos os processos que são seguidos por um longo período de tempo – a metodologia não é recomendada para ser aplicada, uma vez que, assim que houver a mínima interferência dentro da cadeia, a produtividade e os ganhos de eficiência serão perdidos.

Além disso, caso o volume de itens transportados aumente drasticamente de um dia para o outro, a abordagem terá de ser revista com cuidado, uma vez que o local físico dos transportes deve ficar sobrecarregado. Se não houver estudos prévios a respeito disso, o “custo da urgência” pode resultar em aumento de gastos com transporte e horas extras de colaboradores.

Portanto, é necessário fazer um estudo completo e eficaz antes de implementar a metodologia dentro de qualquer companhia. Em um livro de Harvard sobre o assunto, há a citação: “antes de desenvolver a cadeia de suprimentos, considere a natureza da demanda que seu produto exige”.

Como implementar?

De acordo com a McKinsey, há seis pilares que têm de ser observados para implementar esse tipo de estratégia dentro da empresa. A maior parte deles é pragmática e exige pouco investimento financeiro de companhias. Veja abaixo:

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

De acordo com a consultoria norte-americana, elas podem resultar em:

– Processos melhores: Apesar de uma resistência às mudanças e diminuição da eficiência ser algo frequente, é possível obter modificações significativas em logística ao reavaliar cada etapa de produção. Por exemplo, em muitos pedidos, os processos de separação e embalagem de produtos podem ser combinados, reduzindo etapas e otimizando transporte e espaço.

– Treinar pessoas: Ao contar com pessoas treinadas e uma organização melhor dos espaços de trabalho — evitando excesso de gente em períodos de baixa demanda — é possível aumentar a eficiência em 15%. Algumas empresas atingiram resultados ainda melhores contando com uma ajuda extra de funcionários temporários, geralmente estudantes.

– Interação com terceiros: depósitos não são ilhas. Para operar de forma eficiente, um centro de distribuição deve interagir efetivamente com três grupos principais: fornecedores, clientes internos e externos e com outros setores da própria organização. Entender a demanda, mais uma vez, é uma etapa essencial para coordenar esse processo.

– Flexibilidade: Muitos locais optam por uma abordagem única para os depósitos, em vez de segmentá-los de acordo com os tipos de produtos exigidos pelo cliente. Mas vale a pena ficar de olho nisso. Um depósito de uma farmacêutica foi capaz de reduzir o tempo de processamento de pedidos em 20% simplesmente eliminando prateleiras muito altas.

– Senso de dono: A terceirização é uma estratégia comum para empresas que não têm a distribuição como uma competência essencial. Porém, muitos desses negócios tendem a ter uma abordagem menos personalizada e mais geral, o que pode criar lacunas de colaboração entre fornecedores e clientes. Portanto, ao analisar de perto esses processos e criar um senso de dono, a otimização ficará mais fácil de ser visualizada e atingida.

E, caso você tenha interesse em se aprofundar de forma significativa no tema, o Massachusetts Institute of Technology (MIT) proporciona um curso on-line sobre o assunto. Saiba mais aqui.

Conclusão

Além de trazer mais eficiência de custos para as companhias, o lean supply chain management pode tornar a cadeia de suprimentos ainda mais resiliente. Em um artigo desenvolvido recentemente pela Soluparts, identificamossete maneiras de tornar a cadeia de suprimentos ainda mais resistente ao longo do tempo.

Nela, pontos como adotar um fluxo centralizado de processos e atenção aos dados aparecem de forma fundamental, contribuindo para que cada vez mais empresas possam se adaptar aos desafios da nova era digital e ter a máxima eficiência dentro de seu dia a dia.

Aproveite para conhecer nossos conteúdos sobre as cinco principais tendências que estão revolucionando as cadeias de suprimentos.

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Como escapar do efeito manada?

Como a tendência tecnologia pode ajudar para aprimorar a gestão da cadeia de suprimentos?

Implementar novas tecnologias é sempre um grande desafio: Frequentemente há uma tendência de se pensar que novas abordagens podem não dar certo e que “em time que está ganhando, não se mexe”. Entretanto, não é possível prosseguir por muito tempo com esse tipo de pensamento – especialmente em uma sociedade que muda na velocidade da luz com novas descobertas tecnológicas diariamente.

Nos últimos meses, a Soluparts trouxe várias tendências que devem dominar o mercado em breve, prometendo quebrar paradigmas, otimizar e agilizar processos deixando as empresas mais competitivas. Algumas já parecem mais próximas da realidade, como big data – capaz de ajudar a gerenciar compras complexas – enquanto outras, como blockchain e supply chain 4.0 ainda parecem um privilégio de poucas empresas diante do cenário atual.

Antes de implementar qualquer uma delas, existe uma etapa essencial: analisar o retorno e a viabilidade de cada nova tecnologia ou processo que surge no mercado diante da capacidade e do tempo de resposta do setor ou da empresa em que você atua.

Nesse artigo, vamos discutir algumas dicas para você seguir na hora de adotar alguma dessas novas tendências, para que o processo seja benéfico para sua empresa e não o contrário: o que chamamos, aqui, de “efeito manada”.

O que é o efeito manada?

Em seu livro The General Theory of Employment, Interest and Money (1936), o economista John Maynard Keynes traz uma analogia ao efeito manada no mercado financeiro, relacionada a um “concurso de beleza”: imagine um concurso hipotético com 100 candidatos, no qual quem escolhesse os seis mais bonitos ganharia um prêmio – ou seja, o vencedor é aquele capaz de adivinhar qual será a opinião geral acerca dos candidatos mais atraentes.

No mercado financeiro, as coisas funcionam de forma bastante similar: gestores de sucesso frequentemente têm de entender para onde vai a maior parte dos investimentos de acordo com uma opinião e visão “gerais”, em vez de considerar única e exclusivamente seu gosto pessoal.

Com o desenvolvimento da sociedade, esse efeito de “entender para onde a maioria vai” pode ser aplicado a diferentes segmentos e situações. A fim de entendê-lo um pouco melhor, um estudo do MIT de 1992 tentou trazer um modelo capaz de capturar o efeito manada e entender como as pessoas agem.

De acordo com o autor do estudo, as pessoas tendem a usar a informação de outros para tomar as próprias decisões – em vez de usar as próprias informações de que dispõem. Em um extremo, isso pode causar efeitos graves, dado que as pessoas abdicariam quase completamente da própria opinião para seguir somente a de outros.

Dessa forma, fica clara a associação entre usar informações de mercado e ir atrás das próprias necessidades, adaptando-as ao contexto de cada empresa. Do contrário, as chances de fracasso são imensas.

No século XXI, a era da informação tem conquistado diferentes companhias – e a aparente necessidade de investir nelas em todos os setores, sem uma estratégia clara ou benefícios muito bem direcionados – pode trazer consequências desanimadoras.

Em um estudo conduzido em 2019 pela McKinsey, concluiu-se que a transformação digital dá errado em 70% das empresas. Para Harry Robinson, sócio sênior da consultoria, alinhar o comportamento das pessoas em relação às novas tecnologias e processos é um dos principais empecilhos para o sucesso.

Na cadeia de suprimentos

Entender o impacto de supercomputadores, realidade aumentada e outros pontos não é tarefa fácil. Especialmente na pandemia, época que trouxe tanta crise para diferentes setores, saber onde investir é uma tarefa de mestre.

Para Michael J. Jacobides e Martin Reeves, no contexto atual, empresas que buscam sair mais fortes diante do cenário econômico atribulado devem desenvolver uma compreensão sistemática da mudança de hábitos. Ou seja, mais uma vez, a dimensão de pessoas tomando um papel essencial.

Trazendo isso para o impacto do setor, nem toda a tecnologia do mundo será capaz de funcionar dentro de organizações que não têm pessoas treinadas e alinhadas para usá-las da melhor forma possível – não adianta, por exemplo, investir em óculos VR se os colaboradores que participam da experiência ficam atordoados:  realidade aumentada tem de ser muito bem pensada para trazer benefícios ao mapear o armazenamento dos estoques e depósitos; da mesma forma,  chatbots podem não ser a melhor alternativa para se comunicar com clientes, por exemplo.

“A menos que nos sensibilizemos diante do cenário atual para novos hábitos e seus efeitos indiretos em cascata, não conseguiremos identificar fraquezas e podemos perder oportunidades de sair na frente e moldar o mercado”, pontuam os autores.

Diante desse princípio, será necessário ressignificar o valor da cadeia de suprimentos constantemente, contando, é claro, com uma comunicação clara e eficaz com todos os agentes envolvidos neste processo. Pensar formas de compartilhar recursos, por exemplo, pode ser um ponto de virada na sociedade pós-covid-19. Além disso, atenção às startups e aos nichos serão fundamentais.

Como escapar dessa armadilha?

É possível resumir o que já dissemos neste artigo em três pontos principais:

Calcule o retorno no investimento

Mensure onde os investimentos serão realizados, pesquise sobre as ferramentas necessárias para implementá-las e alinhe dentro da empresa como isso será feito.

Estude e analise a aplicabilidade dessa tendência no mercado, nas cadeias de suprimentos e em sua indústria e, se possível, faça benchmarking com quem já teve sucesso ao aderir a essa nova tecnologia.

Analise a cultura organizacional de sua empresa

Analise se sua empresa tem a mentalidade e cultura organizacional para a adoção daquela tendência em específico. Há tendências como o uso de realidade virtual e realidade aumentada, que funcionaram muito bem para montadoras como a FIAT, por exemplo. Ainda assim, o processo é muito novo e existem poucos profissionais disponíveis para lidar com ela.

A robótica é outra tecnologia que, apesar de estar sendo bastante adotada em diversas indústrias, precisa de mão de obra tecnicamente qualificada para a nova operação. Saiba mais sobre o assunto.

Diante desse cenário, é fundamental se perguntar: isso é realmente necessário para a minha empresa? As pessoas terão a tolerância necessária para aprender a partir dela? Entre outros pontos.

Evite os modismos 

Procure entender se essa tendência vai realmente vingar ou será passageira. Analisando o lado técnico da questão, aderir rápido – e sair rápido – pode ser uma boa estratégia para os early adopters.

Colocar o negócio “nos trilhos” o mais rápido possível após uma tentativa fracassada é a melhor forma de evitar o desperdício de talento e de capital dentro da organização.

Para te ajudar na pesquisa sobre as novas tendências do mercado e principalmente da cadeia de suprimentos, acompanhe o blog da Soluparts. Além das últimas novidades, trazemos também dicas de negociação e desenvolvimento de carreira, tudo para você estar sempre na frente!

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Quais são as tendências da tecnologia da informação na gestão da cadeia de suprimentos?

A tecnologia blockchain virá com tudo para a cadeia de suprimentos. Devido ao fato de as informações serem lançadas em blocos de ações, o profissional da logística poderá acompanhar pedidos em momentos diversos, desde o estoque, passando pela montagem até a distribuição e entrega. Tudo isso em tempo real.

Quais as tendências atuais e futuras na gestão da cadeia de suprimentos?

Duas tecnologias futurísticas “irmãs” na cadeia de suprimentos são a Inteligência Artificial e o Machine Learning, que permitem que os humanos e as máquinas trabalhem juntos para aumentar a produtividade e a eficiência das equipes.

Quais são as tecnologias utilizadas na cadeia de suprimentos?

Tanto relacionadas ao planejamento de produção, quanto de compras, transporte e entregas. As tecnologias mais empregadas neste sentido são o Big Data, blockchain, sistema de gestão, softwares de integração, machine learning e inteligência artificial.

Quais os impactos da tecnologia na cadeia de suprimentos?

Os principais problemas enfrentados pelas cadeias de suprimento e que são foco na implantação de tecnologia são níveis de inventário inadequados, ordens de entrega e recebimento não cumpridas e problemas na transmissão de informações.