Como podemos observar a relação local no conflito da água em Cochabamba

Praticamente dois terços da Terra estão cobertos de água. Contudo, cerca de 97% do total é salgada, imprópria para o consumo. Os outros 3% são de água doce. Desses, 12% das águas propícias para consumo estão localizados no Brasil. Conforme aponta o Movimento de Atingidos por Barragem (MAB), as Américas possuem a maior porcentagem de reservas de água doce do mundo, que incluem uma grande quantidade de rios caudalosos e os maiores aquíferos do mundo: o Guarani (que abarca Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e o Alter do Chão (na Amazônia).

Visando esse recurso natural, entra em cena a privatização, que teve seu auge no final dos anos 90. Um exemplo dessa guerra pelas águas é retratado no documentário "Bolivia, la guerra del Agua", de de Carlos Pronzato, que estreou no último domingo (28), com legendas em português, em seu canal no no YouTube.

No ano de 2000, em Cochabamba, terceira maior cidade de Bolívia, a multinacional norte-americana Bechtel se instalou na cidade e privatizou a água. Com isso, veio o aumento no valor da tarifa. Além disso, a Aguas del Tunari, consórcio integrado por Bechtel e Edison (EUA), Abengoa (Espanha), entre outras, podia cobrar pela água que os moradores obtivessem dos rios, ou até de seus próprios poços artesianos, e caso não pagassem, havia o risco de perder suas casas. 

Com um território majoritariamente habitado por índios, começa uma forte mobilização e surge um levante popular contra a privatização. Hugo Banzer, presidente do país na época, declarou o Estado de Sítio e colocou o exército nas ruas. Contudo a mobilização sai vitoriosa, e consegue barrar a privatização e consequentemente a retirada da empresa do país. “A privatização da água na Bolívia significou, antes de tudo, que o neoliberalismo, o capitalismo, essa política absolutamente cega e criminosa das transnacionais e o Banco Mundial chegam a afetar de maneira muito grave à vida cotidiana da gente”, disse Oscar Olivera, um dos líderes da Guerra das Águas.

Durante 40 minutos, através de depoimentos, o documentário explora a contradição central em torno da água no mundo atual: privatização versus bem comum. Outros conflitos ocorreram na Argentina, Chile, Peru, Honduras. A guerra das águas na Bolívia, também desponta no filme Conflito das Águas (También la lluvia), lançado em 2010.

Brasil e a privatização do seu recurso hídrico

No dia 24 de junho, o Senado aprovou o Projeto de Lei 4162/2019, que privatiza os serviços de água e esgotamento sanitário no país. Para o MAB, a aprovação simboliza não só uma grande perda da soberania, enquanto povo brasileiro, mas também uma maior possibilidade de avanço de todas as outras pautas neoliberais em tramitação no Congresso, que dizem respeito à implementação da estratégia do capital sobre toda a água existente Brasil. “Entendemos que, é necessário fortalecer a luta contra toda e qualquer forma de privatização da água, seja a privatização do setor de saneamento ou dos rios e aquíferos brasileiros. A água é do povo, é um patrimônio brasileiro e deve ser um direito de toda a humanidade e não um recurso a ser mercantilizado para atender os interesses do capitalismo”, afirma o movimento.

Sobre o diretor 

Carlos Pronzato é autor de outros documentários que retratam os conflitos políticos e sociais no continente. Entre eles, "A Contra República de Curitiba”, que revela os bastidores da polêmica Operação Lava Jato, e “Piñera, a guerra contra o Chile”, mostrando o levante de chilenos contra seu presidente num país onde a população está sufocada pelos efeitos perversos da privatização, inclusive na água.

"Bolivia, la guerra del Agua" pode ser visto na íntegra aqui.

*Com informações do MAB

Edição: Marcelo Ferreira


Qual foi o principal motivo que levou a população de Cochabamba Bolívia a Guerra pela água?

Os cochabambinos sofriam com a escassez d’água hámuitas décadas, oriunda da sua própria geografia e do descaso dos gestores públicos. … Dessa forma, a população acostumou-se a buscar autonomamente soluções para a escassez.

O que foi a guerra da água Brainly?

A Guerra da Água da Bolívia, também conhecida como Guerra da Água de Cochabamba, designa uma revolta popular que ocorreu em Cochabamba, a terceira maior cidade do país, entre janeiro e abril de 2000, contra a privatização do sistema municipal de gestão da água, depois que as tarifas cobradas pela empresa Aguas del …

Como foi a participação da população na guerra da água?

Nos anos 2000, em Cochabamba (Bolívia), a população derrotou a privatização da empresa responsável pelo abastecimento de água (SEMAPA). Os cochabambinos sofriam com a es- cassez d’água há muitas décadas, oriunda da sua própria geografia e do descaso dos gesto- res públicos.

Quais foram as consequências para os bolivianos a partir da privatização da água pela empresa multinacional Bechtel?

Com isso, veio o aumento no valor da tarifa. Além disso, a Aguas del Tunari, consórcio integrado por Bechtel e Edison (EUA), Abengoa (Espanha), entre outras, podia cobrar pela água que os moradores obtivessem dos rios, ou até de seus próprios poços artesianos, e caso não pagassem, havia o risco de perder suas casas.

Qual foi a importância dos movimentos sociais na Guerra da Água de Cochabamba no ano de 2000 como podemos observar a relação local e global nesse conflito da água?

Resposta: os movimentos sociais da Bolivia passaram a influir na forma e execução das politicas publicas de agua e esgoto a partir da vitoriosa guerra pela agua travada em Cochabamba.

Qual foi a importância dos movimentos sociais na Guerra da Água de caçamba no ano de 2000?

A importância dos movimentos na Guerra da Água de Cochabamba é que as tarifas pagas pela utilização da água foram baixadas a um patamar inferior ao que era praticado antes da privatização e o contrato com a empresa privada que cobrava altas tarifas para a utilização da água (entre 150% e 180%) foi cancelado.

Qual foi a importância dos movimentos sociais da guerra da água?

Os movimentos sociais da Bolívia passaram a influir na formulação e execução das políticas públicas de água e esgoto a partir da vitoriosa guerra pela água travada em Cochabamba, entre 4 e 11 de abril de 2000.

Qual foi a importância dos movimentos sociais na Guerra da Água de Cochabamba no ano de 2000 como podemos observar a relação local global nesse conflito da água?

Qual foi a importância dos movimentos sociais na guerra da água na Bolívia em 2000 *? Resposta: os movimentos sociais da Bolivia passaram a influir na forma e execução das politicas publicas de agua e esgoto a partir da vitoriosa guerra pela agua travada em Cochabamba.

Qual foi a importância dos movimentos sociais na Guerra da Água de?

Os movimentos sociais da Bolívia passaram a influir na formulação e execução das políticas públicas de água e esgoto a partir da vitoriosa guerra pela água travada em Cochabamba, entre 4 e 11 de abril de 2000. … Exportação pode gerar 2a “Guerra da Água”.

Qual é a relação entre o aumento da população e a escassez de água?

Dados sobre a escassez de água No século XX, o consumo de água aumentou em 6 vezes — o dobro do crescimento da população mundial. Ao todo, 26 países enfrentam escassez crônica de água e a previsão é de que em 2025 o problema afete 52 países e 3,5 bilhões de pessoas.

Quais foram as consequências da privatização dos recursos naturais na Bolívia?

A privatização ignora a existência das pessoas, do território, onde vivem humanos e também os animais, as plantas, toda uma biodiversidade. A privatização da Cedae afetará 7 a 10 milhões de pessoas, em Cochabamba afetou um pouco mais de 1 milhão, as dimensões são diferentes, mas as ações vão ser as mesmas.

Qual foi a importância dos movimentos sociais da Guerra da Água de Cochabamba no ano de 2000?

Os movimentos sociais da Bolívia passaram a influir na formulação e execução das políticas públicas de água e esgoto a partir da vitoriosa guerra pela água travada em Cochabamba, entre 4 e 11 de abril de 2000.

Qual foi importância dos movimentos sociais?

Os movimentos sociais são de extrema importância para a formação de uma sociedade democrática ao tentarem possibilitar a inserção de cada vez mais pessoas na sociedade de direitos. Os primeiros movimentos sociais visavam resolver os problemas de classes sociais e políticos, como a ampliação do direito ao voto.

Qual foi a importância dos movimentos sociais na Guerra da Água de Coxa Bamba no ano de 2000?

A importância dos movimentos na Guerra da Água de Cochabamba é que as tarifas pagas pela utilização da água foram baixadas a um patamar inferior ao que era praticado antes da privatização e o contrato com a empresa privada que cobrava altas tarifas para a utilização da água (entre 150% e 180%) foi cancelado.

Como podemos observar a relação local e global nesse conflito da água?

Resposta verificada por especialistas O global pode ser visto como a presença da empresa multinacional, que fornecia água na cidade de Cochabamba. Nesse conflito, o local conseguiu se sobrepor ao global. Em Cochabamba, localizada na Bolívia, era muito comum a falta de água.

Como a água pode se tornar um conflito?

RESPOSTA: A distribuição natural da água não ocorre de acordo com os limites territoriais, e alguns países possuem um volume maior de água doce do que outros. Políticas de uso e gestão desse recurso em um país podem afetar outros países que também pertencem à mesma bacia hidrográfica.

Como aconteceu a guerra da água na Bolívia?

No ano 2000 um levante popular da cidade de Cochabamba insurgiu contra a privatização da água na Bolívia. Praticamente dois terços da Terra estão cobertos de água. Contudo, cerca de 97% do total é salgada, imprópria para o consumo. Os outros 3% são de água doce.

O que foi a revolta de Cochabamba?

A Guerra da Água da Bolívia, também conhecida como Guerra da Água de Cochabamba, designa uma revolta popular que ocorreu em Cochabamba, a terceira maior cidade do país, entre janeiro e abril de 2000, contra a privatização do sistema municipal de gestão da água, depois que as tarifas cobradas pela empresa Aguas del ...