Quais as maiores dificuldades sociais dos pedagogos em atuar em ambientes não escolares e nas empresas?

Introdução

Por muito tempo a ação educativa foi vista como uma prática que não se dava fora do âmbito escolar. Mesmo na atualidade, apesar de existirem várias possibilidades de atuação do pedagogo, há certa resistência quanto à presença desse profissional fora do contexto escolar, pois sua formação ainda é direcionada nesse sentido.

Essas inquietações deram origem a este estudo, que tem como objetivo nuclear e investigar as perspectivas, entraves e a possibilidade de atuação do pedagogo em empresas. O interesse investigativo referente ao tema surgiu a partir de questionamentos levantados durante as aulas de Psicologia Organizacional e, posteriormente, de Prática de Trabalho e Educação do Núcleo de Aprofundamento em Trabalho e Educação do curso de Pedagogia da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Naviraí.

A definição do objeto de estudo justifica-se por entender que a literatura aplicada especificamente para essa temática é escassa e o pedagogo encontra inúmeras dificuldades referentes ao trabalho relacionado à empresa. Desta maneira, esta pesquisa está alicerçada em dois pilares: o primeiro consiste em pesquisa bibliográfica, em fontes secundárias baseadas em livros, revistas e trabalhos acadêmicos, fundamentando-se em autores como Almeida (2006), Chiavenato (2010), Libâneo (2010), Ribeiro (2010), Saviani (2012), entre outros; o segundo trata-se da pesquisa documental baseada, primeiramente, em produções científicas publicadas pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped) e banco de teses e dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Outros documentos pesquisados referem-se a três Projetos Pedagógicos do Curso (PPC) de Pedagogia com ênfase na a análise da estrutura curricular. Finalmente, são analisados três editais de concurso públicos, os quais oferecem vagas para o pedagogo atuar em empresas. A intenção foi comparar a legislação e a produção bibliográfica sobre Pedagogia Empresarial com o que vem acontecendo na prática, seja mediante o processo de formação do pedagogo, seja em termos de vagas disponíveis em empresas voltadas à atuação de quem é licenciado em Pedagogia. Espera-se que este trabalho possa servir como suporte para um melhor entendimento das questões que permeiam a atuação desse profissional em espaços não escolares podendo suscitar novas discussões as quais propiciem maior consciência a respeito de sua atuação.

Definição de Pedagogia

Devido à amplitude de atuação do pedagogo, foram surgindo muitas definições para a área ao longo do tempo, sendo que, dentre elas, existem as que afirmam que a Pedagogia trata da maneira como se ensina ou ainda do uso de técnicas de ensino. No entanto, essa é uma concepção reducionista baseada no senso comum. A Pedagogia tem um significado bem mais amplo. Libâneo (2010, p.29) a define como sendo "[...] um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa".

A partir da definição do autor, pode-se pensar a Pedagogia como uma área do conhecimento que se ocupa do estudo da educação, ou seja, da ação, da práxis educativa real como um dos elementos fundamentais da organização da vida das pessoas. Libâneo (2010, p.30) ainda discorre:

Pedagogia é então, o campo do conhecimento que se ocupa do estudo sistemático da educação isto é, do ato educativo, da prática educativa concreta que se realiza na sociedade como um dos ingredientes básicos da configuração da atividade humana.

Dessa maneira, é possível afirmar que a área em questão é, antes de tudo, um campo cientifico, o qual tem como foco investigar a natureza, as finalidades e os processos necessários às práticas educativas em seus diversos contextos com o objetivo de propor a realização dessas práticas. Ela constitui, sob esse entendimento, uma área do conhecimento com objetivos, problemáticas e métodos próprios de investigação.

Ainda de acordo com o mesmo autor (Libâneo, 2010), a Pedagogia parte de observações e reflexões sobre a educação, progressos, vicissitudes e discursos educacionais, padrões e probabilidades de atuação, gerando conceitos que se convertem em teorias pedagógicas. Seu objeto de estudo é a educação e como esta se aplica, preocupando-se não apenas com o acontecimento educativo, mas também com a explicação e análise da realidade social circundante. Saviani (2012, p.117) explana sobre os conceitos:

Há os que definem a pedagogia como sendo a ciência da educação. Outros negam-lhe caráter científico, considerando-a predominantemente como arte de educar. Para alguns é antes técnica do que arte, enquanto outros a assimilam a filosofia ou a história da educação, não deixando de haver, até mesmo, quem considere como teologia da educação. Outra forma de entender a pedagogia é dada pelo termo 'teoria', definindo-a como teoria da educação. Mas há caráter filosófico que estuda a educação apoiada em ciências auxiliares, e teoria e prática da educação.

A partir disso, entende-se que existe um ponto em comum entre as múltiplas caracterizações do termo Pedagogia: todas trazem uma correspondência clara no que se refere à educação. Para Saviani (2012, p.1) "[...] a pedagogia desenvolveu-se em íntima relação com a prática educativa, constituindo-se como a teoria ou ciência desta prática, sendo em determinados contextos, identificada como o próprio modo de realizar a educação". Em linhas gerais, pode-se interpretar a área como teoria e prática da educação que, por meio de conhecimentos científicos, filosóficos e técnico-profissionais, estuda a prática educacional com a finalidade de esclarecer os objetivos e processos de ação metodológica e organizativa referente à transmissão/assimilação de saberes e atitudes (Libâneo, 2010).

Breve histórico do curso de Pedagogia

Criado no Brasil na década de 1930, o curso de Pedagogia tem como seu lugar de origem a Grécia Antiga, onde começaram os primeiros pensamentos sobre a ação pedagógica. A palavra paidagogos, de onde veio o termo Pedagogia, significa "aquele que conduz a criança", no caso, o escravo que acompanhava a criança à escola. Segundo Saviani (2012, p.4):

É interessante observar que a passagem do grego para a língua latina deu origem a 'paedagogatus', substantivo masculino da quarta declinação que significa educação instrução; 'paedagogus' e 'paedagoga', com sentido de pedagogo, preceptor, mestre, guias, aquele que conduz; e 'paedagogium', substantivo neutro significando tanto escola, mais especificamente destinada aos escravos, como a crianças que frequentam essa escola.

O autor acredita que, com o tempo, a definição acaba se ampliando para instituir as considerações feitas em torno da educação como: o que é melhor ensinar, como é melhor ensinar e para que ensinar. Desde sua criação, o curso de Pedagogia tem se importado com a formação do educador para trabalhar na educação formal regular e escolar, sendo regulamentado pela primeira vez nos termos do Decreto de Lei nº 1.190/1939 de 4 de abril de 1939. Em conformidade com as palavras de Saviani (2012, p.38):

O mencionado Decreto nº 1.190/39, ao organizar a Faculdade Nacional de Filosofia, estruturou-a em quatro seções: filosofia, ciências, letras e pedagogia, acrescentando, ainda, a de didática, considerada 'seção especial'. Enquanto as seções de filosofia, ciências e letras albergavam cada uma, diferentes cursos, a de pedagogia, assim como a seção especial de didática, era constituída de apenas um curso cujo nome era idêntico ao da seção. Está ai a origem do curso de pedagogia.

O autor afirma que as regulamentações do curso ocorridas em 1939, 1962 e 1969 apresentaram um currículo mínimo como referencia nacional. Porém, em 1996, o currículo mínimo deixou de existir, dando lugar às diretrizes curriculares para as diferentes licenciaturas. Como salienta Saviani (2012, p.49):

Essa regulamentação do curso de pedagogia, não obstante de modificação, de iniciativa do próprio CFE e do movimento organizado dos educadores, permaneceu em vigor até para além da aprovação da nova LDB (Lei no 9.394/ 96), de 20 de dezembro de 1996, só sendo formalmente alterada com as novas diretrizes curriculares nacionais homologadas em 15 de maio de 2006.

Assim sendo, após várias idas e vindas, foi aprovada a Resolução CNE/CP 01 de 15 de maio de 2006 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. O documento esclarece que "A formação do licenciado em Pedagogia fundamenta-se no trabalho pedagógico realizado em âmbitos escolares e não escolares" (Brasil, 2006, p.2). Estruturado em três núcleos, o curso deve-se estabelecer em: um núcleo de estudos básicos, um de aprofundamento e diversificação de estudos e outro de estudos integradores.

Além disso, o núcleo de aprofundamento e diversificação de estudos deve oportunizar "investigações sobre processos educativos e gestoriais, em diferentes situações institucionais, escolares, comunitárias, assistenciais, empresariais, outras" (Brasil, 2006, p.4). E, ainda, "[...] trabalhar em espaços escolares e não escolares, na promoção de sujeitos em diferentes fases do desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo" (Brasil, 2006, p.2). Para tanto, no que depreende-se da Lei, ai está o reconhecimento da importância da ação educativa existente em outros âmbitos da vida social, fora da escola regular e da docência. Entende-se que onde houver uma prática educativa intencional haverá uma ação pedagógica.

O Pedagogo em âmbitos não escolares

Por muito tempo, o pedagogo foi visto como um profissional que só poderia atuar na escola e o processo educativo, considerado uma prática institucional que não aconteceria fora desse ambiente. No entanto, a globalização e o desenvolvimento tecnológico, juntamente com a ideia de uma sociedade inclusiva e de igualdade social, fez com que surgisse uma nova forma de pensar a educação: o processo educativo tornou-se prioridade não apenas da escola, mas também de outros espaços, tornando a ideia de restringir a atuação do pedagogo somente aos ditos "locais formais" de aprendizagem inoportuna e reducionista.

Atualmente, esse profissional possui amplos campos de atuação. De acordo com Libâneo (2010, p.58), "[...] há uma diversidade de práticas educativas na sociedade e em todas elas, desde que se configurem como intencionais, está presente a ação pedagógica". Sobre a existência de outros campos de atuação pedagógica, Libâneo (2010, p.58) discorre que "podem ser definidas duas esferas de ação educativa na prática do pedagogo, escolar e extraescolar". Nessa perspectiva, Frison (2004, p.88) enfatiza:

[...] na escola, na sociedade, na empresa, em espaços formais ou não formais, escolares ou não escolares, estamos constantemente aprendendo e ensinando. Assim, como não há forma única nem modelo exclusivo de educação, a escola não é o único lugar em que ela acontece e, talvez, nem seja o mais importante. As transformações contemporâneas contribuíram para consolidar o entendimento da educação como fenômeno multifacetado, que ocorre em muitos lugares, institucionais ou não, sob várias modalidades.

Dessa maneira, entende-se que o processo de ensino e aprendizagem se dá em diferentes espaços nos quais a atuação do educador se faz necessária. Então, a formação humana, em qualquer espaço, escolar ou não escolar, necessita de um profissional que esteja preparado para lidar com a prática pedagógica sistematizada ou não. Faz-se oportuno destacar que é justamente a área de atuação pedagógica extraescolar que interessa a esta pesquisa. Neste sentido, Libâneo (2010, p.59) afirma:

No campo da ação pedagógica extra-escolar distinguem-se profissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades: a) formadores, animadores, instrutores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não escolares) em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, ligadas a empresas, a cultura, aos serviços de saúde, alimentação, promoção social etc.; b) formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não estatais e empresas referentes a transmissão de saberes e técnicas ligados a outra atividade profissional especializada.

Frente à gama de possibilidades de ação pedagógica extraescolar, é importante ressaltar que, para este estudo, importa evidenciar especificamente o ambiente empresarial.

O Pedagogo e o espaço empresarial

Como exposto, Pedagogia Empresarial é uma das possibilidades recentes de atuação do pedagogo. Os eventos que se desdobraram no Brasil e no mundo nos últimos anos causaram grandes mudanças no processo de reorganização produtiva, os quais levaram as instituições a valorizar a necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto empresarial. Essa reorganização só se tornou possível graças à reestruturação dos mercados internos e externos dos países, sendo que a globalização mudou as relações de consumo e comportamento das pessoas (Almeida, 2006).

Corroborando as ideias de Almeida (2006), Chiavenato (2010, p.VII) afirma:

Com a globalização dos negócios. O desenvolvimento tecnológico, o forte impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e produtividade, surge uma eloquente constatação, na maioria das organizações o grande diferencial, a principal vantagem competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham.

Chiavenato (2010, p.4) também destaca que "as pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantém e promove o sucesso organizacional". Para o autor, as pessoas passam a serem vistas como a esfera básica da organização e seu principal beneficio em um mundo globalizado, instável, mutável e fortemente competitivo. Assim, entende-se que a riqueza de uma empresa não é mais determinada exclusivamente pelos recursos materiais que possui e controla, mas principalmente pelas pessoas, as quais passaram a ter papel fundamental no crescimento e na sobrevivência desses ambientes.

É nesse contexto que emerge a possibilidade de se ter um pedagogo atuando no ambiente empresarial, pois surge a necessidade dos trabalhadores incorporarem saberes teóricos para que possam ser usados em benefício da empresa posteriormente. Nesse sentido, o pedagogo, por ser um profissional com conhecimento do processo de ensino e aprendizagem, apresenta formação condizente com as exigências dessa nova tendência, a qual, além de atribuir ao indivíduo um papel central, abrange sua formação integral em todos os aspectos: físico, psíquico e cognitivo. Ribeiro (2010, p.10) enfatiza:

A Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes consideradas como indispensáveis/necessários à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidades de treinamento, desenvolve e adéqua metodologias de informação e da comunicação às práticas de treinamento.

Assim, Almeida (2006, p.6) afirma que "[...] a pedagogia empresarial capacita os profissionais para atuarem em sintonia com os planos estratégicos das empresas", podendo atuar, também, em: consultoria educacional; educação continuada; ensino à distância; gestão de pessoas; e treinamento empresarial. Para o autor, a atuação do pedagogo no contexto empresarial deve acontecer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais. Dessa maneira, é possível organizar e concretizar planos, projetos e ações os quais apontem a melhoria da atuação dos funcionários, bem como o aprimoramento e o desempenho da empresa. Ribeiro (2010, p.9) ratifica as ideias de Almeida (2006) ao colocar que:

Estas situações assumem, no âmbito organizacional, uma dimensão de treinamento ou desenvolvimento, conforme a política de recursos humanos de cada organização. Assim uma atuação pedagógica efetiva, independentemente do meio onde se realiza, implica uma permanente interface com outras áreas do conhecimento.

Há de se afirmar que à Pedagogia cabe estudar, aprofundar, adequar, aperfeiçoar e avaliar princípios com o propósito de apresentar ações fortalecedoras das capacidades humanas. Com base nas convicções de Almeida (2006), Chiavenato (2010) e Ribeiro (2010), compreende-se que a atuação do pedagogo é extensa e ultrapassa o bom emprego de técnicas. Sua atuação avança sobre as pessoas as quais constroem as instituições e empresas de todos os tipos, portes e áreas. Diante do exposto, acredita-se que o pedagogo possui grandes possibilidades de atuação nas empresas. Neste ambiente, trabalha em conjunto com outros profissionais, cabendo a ele, no entanto, auxiliar no processo de desenvolvimento das pessoas.

Procedimentos Metodológicos

Metodologicamente, esta pesquisa está alicerçada em dois pilares: o primeiro consiste em pesquisa bibliográfica em fontes secundárias, baseadas em livros, revistas e trabalhos acadêmicos. O segundo trata-se de pesquisa documental fundamentada em produções científicas publicadas na Anped, em banco de teses e dissertações da Capes e em documentos oficiais, como projetos pedagógicos do curso de Pedagogia da UFMS e editais de concurso públicos/processos seletivos das empresas Petrobrás Distribuidora S.A, Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A (Nuclep) e CEB Distribuição S/A Companhia Energética de Brasília.

Podendo-se dizer que mais que um estudo qualitativo, mediante análise dos documentos mencionados, a presente pesquisa caracteriza-se, também, como quantitativa, por apresentar os dados numéricos relativos às publicações da Anped e da Capes. Isto é, os enfoques não foram separados. Pelo contrário, de acordo com a proposta de Sampieri et al. (2006), optou-se por um modelo que apresenta vários aspectos de investigação, agregando esses pontos de vista e aproveitando suas vantagens. Seguindo essa mesma linha de pensamento, Gomes e Araújo (2005, p.7) sinalizam:

O campo científico aponta uma tendência para o surgimento de um novo paradigma metodológico. Um modelo que consiga atender plenamente as necessidades dos pesquisadores. Essa dicotomia positivista x interpretativo, quantitativo x qualitativo, parece estar cedendo lugar a um modelo alternativo de pesquisa, o chamado quantiqualitativo, ou o inverso, quali-quantitativo, dependendo do enfoque do trabalho.

Os autores ain da ressaltam que: "Se tomarmos por conta o campo das ciências sociais, sobretudo a administração, veremos que já é uma realidade a utilização de abordagens "mistas", ou seja, pesquisas que vêm fazendo uso de ferramentas de ambas às perspectivas" (Gomes & Araújo, 2005, p.8). Assim, para desenvolver a análise como etapa inicial, foi feita uma revisão bibliográfica baseando-se em autores como Almeida (2006), Frison (2006), Libâneo (2010), Ribeiro (2010), Saviani (2012), entre outros que discutem a temática da pesquisa. Para a elaboração do estudo foram selecionados livros e artigos científicos os quais foram lidos e analisados conforme o objetivo do estudo.

A segunda etapa, ainda de caráter bibliográfico, foi organizada através de sistematização da produção escrita em eventos, considerando a significância da Pedagogia empresarial na produção acadêmica. Foram selecionadas, especificamente, publicações na Anped e em banco de teses e dissertações da Capes. É importante destacar que a Anped possui 23 Grupos de Trabalhos (GT), cada um com uma temática diferente. Para o presente estudo, foram escolhidos 284 trabalhos, dos quais 272 foram apresentados no GT 8 sobre Formação de Professores e no GT 9 sobre Trabalho e Educação. Já no banco de teses e dissertações da Capes, foram encontrados 12 resumos. Desta maneira, foi-se construindo o presente estudo, visto que, após a realização da pesquisa bibliográfica referente à temática, percebeu-se a necessidade de verificar documentos oficiais com o intuito de investigar a relevância da Pedagogia Empresarial na base da formação acadêmica, bem como mapear as práticas do pedagogo empresarial.

A terceira etapa percorrida compôs-se de um levantamento dos materiais disponíveis, considerando que a UFMS, atualmente, oferece o curso Pedagogia Licenciatura na modalidade presencial nos campi de Naviraí, Três Lagoas, Aquidauana, Ponta Porã, Corumbá e no Centro de Ciências Humanas e Sociais (CCHS) de Campo Grande. Primeiramente, procurouse pelo projeto PPC no site dos respectivos campi. No entanto, na maioria deles, o PPC não se encontrava à disposição, optando-se, assim, por buscar as fontes no Boletim Oficial de Atos Administrativos (BS) no site da própria UFMS. Nesta etapa, houve grande dificuldade, pois o acesso ao sistema é feito por palavras-chave, o que abre uma grande quantidade de documentos e deixa algumas dúvidas quanto à atualidade dos mesmos. Assim, apenas três PPC foram selecionados, dois aprovados no ano de 2011 e um no de 2014. Outro documento analisado foi a Estrutura Curricular dos Cursos de Pedagogia oferecidos pela UFMS, sendo que os mesmos encontram-se à disposição no Sistema de Informações de Ensino (Sien), e também no site da instituição.

A quarta etapa ocupou-se da análise de editais/ processos seletivos de concursos que oferecessem vagas para pedagogos. Diante do grande número de editais disponíveis na Internet, adotou-se como critério para a escolha dos documentos os editais de órgãos públicos que se configurassem como "empresas". Isso posto, foram selecionados três editais, os quais foram lidos e analisados com o intento de refletir sobre as práticas do profissional em questão dentro do ambiente empresarial, considerando aspectos importantes, como: requisitos básicos exigidos para admissão, etapas de qualificação, número de vagas, média salarial e conteúdos programáticos.

A última etapa dedicou-se à discussão dos dados distribuídos em três categorias determinadas a partir do tema, categorias estas fundamentadas através de análise de conteúdo. De acordo com Bardin (1977, p.38), a análise de conteúdo se configura como:

Um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. A intenção da análise de conteúdos é a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção (ou, eventualmente, de recepção), interferência esta que recorre a indicadores quantitativos ou não.

Diante da constatação da autora, pode-se entender que, mediante a análise de conteúdo, os documentos foram estudados e analisados de forma minuciosa, buscando dar respostas à problemática que motivou a pesquisa e permitindo, assim, uma melhor compreensão acerca da atuação profissional do pedagogo em âmbitos não escolares e a possibilidade de trabalhar em empresas. A partir desse ponto, apresentam-se algumas considerações a partir dos PPC analisados, confrontando-os, de certo modo, com os editais de concursos os quais abriram vagas para pedagogos em empresas. Entende-se, dessa forma, que esta pesquisa, alcançando profundidade necessária, poderá contribuir para identificar as perspectivas, entraves e a possibilidade de atuação desse profissional em ambiente empresarial.

Resultados e Discussão

Considerando a grande quantidade de dados obtidos por meio da pesquisa documental, os resultados encontram-se organizados em três categorias: (1) A significação da Pedagogia empresarial na produção acadêmica; (2) A relevância da Pedagogia empresarial: reflexões acerca do projeto pedagógico do curso de Pedagogia; (3) O perfil do pedagogo empresarial à luz dos editais de concursos. Em cada uma dessas categorias são apresentados os resultados e respectivas análises fundamentadas em autores os que estudam a temática.

Categoria 1: a significação da Pedagogia empresarial na produção acadêmica

Com a intenção de obter resultados científicos que reflitam sobre a importância do pedagogo em âmbitos não escolares e a possibilidade desse profissional atuar em empresas, surgiu o interesse em analisar a produção escrita sobre a atuação do pedagogo empresarial. Ou seja, percorrer a trajetória do conhecimento sobre a Pedagogia empresarial desde a promulgação das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia em (Brasil, 2006), quando o curso passou a destinar-se à formação de professores para a educação infantil, anos iniciais do ensino fundamental, ensino normal médio e outras áreas escolares e extraescolares.

Para isso, tomou-se especificamente o conhecimento produzido e divulgado pela Anped e banco de teses e dissertações da Capes. Procurou-se, por meio de investigação de natureza bibliográfica, a produção acadêmica sobre o "pedagogo em contextos não escolares" e o "pedagogo na empresa". Portanto, foram analisados os trabalhos aprovados pela Anped em dois Grupos de Trabalho (GT): GT 8 (Formação de Professores) e GT 9 (Trabalho e Educação), no período que abrange a promulgação das diretrizes curriculares, ou seja, entre 2006 e 2013. Também foi feito levantamento dos resumos de teses de doutoramento e dissertações de mestrado sobre o tema em questão. Torna-se oportuno ressaltar que foi feita a opção pela Anped e pela Capes, pois existem muitas publicações sobre Pedagogia empresarial, especialmente na Internet, as quais não são totalmente confiáveis no que diz respeito à cientificidade. Dessa forma, acredita-se que, ao priorizar os estudos aprovados por ambos os órgãos, é possível ter uma clareza maior em relação ao que se produz cientificamente no Brasil a respeito da temática pesquisada.

Ao iniciar o levantamento do material, existia a expectativa de encontrar uma relativa quantidade de trabalhos os quais abordassem questões referentes ao pedagogo em âmbitos não escolares e, por consequência, na empresa. Porém, na medida em que a pesquisa foi caminhando, encontrou-se o oposto: um pequeno cenário de produção sobre o tema. A amostra foi composta de 284 trabalhos, sendo 272 apresentados nos GT 8 e 9 da Anped e 12 resumos encontrados no banco de teses e dissertações da Capes. Após a leitura de todos os resumos, foram selecionados 8 estudos apresentados na primeira base de dados, os quais foram lidos integralmente, e, também, 3 dissertações de mestrado da segunda base. No entanto, estes não estavam disponíveis na íntegra, sendo possível apenas fazer a análise dos resumos publicados.

No que se refere à Anped, dos 8 trabalhos lidos na íntegra apenas 3 apresentavam proximidade com o objeto deste estudo. A partir daí, por meio da leitura, buscou-se informações que pudessem esclarecer como esse tema tem sido abordado em pesquisas científicas. Dentre os três trabalhos lidos na íntegra, nenhum tratava especificamente da atuação do profissional em questão em empresas: um falava das necessidades formativas do pedagogo que atua em projetos de educação não formal, outro da questão de identidade do mesmo e o terceiro discorria sobre questões referentes à educação corporativa. Neste terceiro trabalho, em momento algum o autor citou a Pedagogia empresarial diretamente, contudo, contribuiu com o presente estudo, visto que foi o que mais se aproximou do tema em questão, dado que discutia o sentido da universidade acadêmica enquanto reconhecedora de projetos formativos neoliberais.

No caso da Capes, procurando delimitar o tema, buscou-se por palavras-chave que poderiam ajudar na busca proposta. Assim, a expressão "A atuação do pedagogo em empresas" foi a primeira utilizada, chamando a atenção o fato de não se encontrar nenhuma indicação quanto a essa expressão. Assim, outros termos foram testados, como "pedagogia empresarial"; "pedagogo empresarial"; "pedagogo extraescolar"; "pedagogo na empresa"; e "atuação do pedagogo em ambiente não escolar". Surgiram 12 produções, sendo 11 de mestrado e uma de doutorado e, como apenas os resumos estavam publicados na base de dados, optou-se por buscar os trabalhos completos nos sites dos Programas de Pós-Graduação aos quais essas pesquisas estavam vinculadas. Também houve a tentativa de enviar e-mail aos autores (os mesmos publicados no site da Capes), porém não foram obtidas respostas, restando apenas a alternativa de analisar os resumos.

Existem aqueles que consideram as informações contidas nos resumos dos trabalhos insuficientes e mesmo impertinentes às necessidades da pesquisa. Entretanto, Ferreira (2002, p.268) acredita que:

Ao lidarmos com um conjunto de resumos de certa área do conhecimento, buscando identificar determinadas marcas de convencionalidade deste gênero discursivo, podemos constatar que eles cumprem a finalidade que lhes está prevista em catálogos produzidos na esfera acadêmica: informam ao leitor, de maneira rápida, sucinta e objetiva sobre o trabalho do qual se originam.

Portanto, por meio da leitura minuciosa de cada resumo buscou-se identificar aspectos relevantes sobre o tema pesquisado, visto que, conforme Ferreira (2002), a alternativa de leitura de uma história pelos resumos que se entende não pode ser considerada a única, muito menos a mais verdadeira e correta, mas aquela argumentada pelo pesquisador. Entende-se, assim, que o fato de se ter acesso apenas aos resumos dos trabalhos não prejudicou este estudo, pois, nesta circunstância, não foram considerados a metodologia, os instrumentos e os resultados das pesquisas. Nesse momento a relevância estava no quanto esses trabalhos apontavam interesse e iniciativa sobre a atuação do pedagogo em outros contextos e, por consequência na Pedagogia empresarial.

Dos resumos encontrados no banco de teses e dissertações da Capes e lidos minunciosamente, três estavam, de certa forma, relacionados ao tema pesquisado. Dois deles não aludiam diretamente à atuação do pedagogo em empresas, sendo que um tratava da contribuição do profissional como provedor da aprendizagem fora do ambiente escolar e o outro abordava a apropriação, por parte do setor empresarial, da flexibilidade existente na formação do pedagogo em outros espaços, a partir de investigação das diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia.

Já o terceiro resumo analisava o papel do pedagogo nas organizações empresariais e, por isso, tornou-se o mais significativo, pois foi nessa pesquisa que se encontrou o objeto de estudo do presente trabalho, ou seja, a relevância em se ter um pedagogo atuando em âmbito empresarial. De acordo com o trabalho, o papel do pedagogo é essencial para o desenvolvimento humano e a sustentabilidade da empresa, sendo que nesse contexto o pedagogo poderá contribuir com atividades envolvendo as esferas cognitivas, afetivas e psicomotoras, visto que formam a essência do ensino/aprendizagem em qualquer ambiente (Leite, 2012). Além disso, o texto destaca a visão do pedagogo, sua adaptação ao trabalho na empresa e sua importância junto aos funcionários, partindo de uma abordagem analítica discursiva e centrando-se no desenvolvimento humano integral responsável e holístico.

Foi possível perceber, dessa maneira, que a atuação profissional do pedagogo em âmbito empresarial está diretamente ligada ao desenvolvimento humano e que, para uma atuação eficaz, é preciso que suas competências profissionais estejam em constante evolução e interligadas a outros indivíduos. A partir disso, percebeu-se, ainda, que a relação pedagogo X empresa é um processo em construção.

Enfim, por meio da análise quantitativa dos trabalhos constatou-se que no universo da Anped dos oito anos que compuseram o recorte temporal deste estudo, e também a partir dos resumos encontrados no banco de teses e dissertações da Capes, a categoria "pedagogia empresarial" não se apresenta como uma das mais significativas temáticas de pesquisa. No entanto, "[...] o fato de existirem poucas obras e registros disponíveis sobre o Pedagogo Empresarial e sua atuação na empresa, permite que o tema seja explorado, bem como sejam realizadas novas pesquisas sobre o mesmo" (Tomazzetto & Ribas, 2007, p.25).

Categoria 2: a relevância da pedagogia empresarial: reflexões acerca do projeto pedagógico do curso de pedagogia

Diante das considerações postas, confirma-se a importância do trabalho do pedagogo em qualquer espaço em que os objetivos sejam a formação humana, podendo perceber que sua atuação profissional fora do âmbito escolar é um realidade nos tempos atuais. No entanto, a classe "pedagogia empresarial" não se apresenta como uma das mais significativas temáticas de pesquisa. Neste sentido, surgiu a necessidade de entender qual a relevância da pedagogia empresarial para a academia, posto que a proposta desse profissional atuar em ambientes não escolares encontra-se fundamentada nas Diretrizes Curriculares Para o Curso de Pedagogia nos seus artigos 4º, incisos, II, III; 5º, incisos IV e XIII; 6º, Inciso I alíneas (a), (b), (c), e (k); e Inciso II, alínea (a) (Brasil, 2006).

Com o propósito de entender essas questões, buscou-se o PPC e a estrutura curricular do curso de Pedagogia da UFMS, onde, atualmente, são implantados nove cursos de Licenciatura em Pedagogia, sendo quatro deles em Campo Grande e outros cinco distribuídos pelos campi de Naviraí, Ponta Porã, Três Lagoas, Corumbá e Aquidauana. Dessa forma, foi feita a leitura da estrutura curricular de todos os cursos de Pedagogia implantados na UFMS, encontrados no Sien no site da própria universidade, com o intuito e no saber quais disciplinas eram ministradas considerando o ano de 2014.

Assim, dos nove documentos lidos, dois foram dispensados, um por constar a informação "Licenciatura Pedagogia - habilitação em Educação Infantil" e o outro por não conter nenhuma disciplina voltada ao tema da pesquisa. Dentre os sete documentos que restaram, nenhum trazia disciplina específica para nortear as práticas do pedagogo empresarial. No entanto, todos ofereciam pelo menos uma disciplina relacionada à prática do profissional em contexto não escolar, sendo que as cargas horária dessas disciplinas, algumas obrigatórias e outras complementares, variavam entre 50 e 102 horas. Outro aspecto importante refere-se aos estágios obrigatórios que, em geral, são feitos na educação infantil e no ensino fundamental, salvo dois campi os quais também ofereciam estágio em instituições não escolares, sendo um com carga horária de 102 horas e o outro de 50.

No que concerne ao projeto pedagógico do curso, devido à grandes dificuldades em encontrar documentos atualizados, optou-se por analisar os PPC de apenas três campi cognominados Campus (A), Campus (B) e Campus (C). Ao analisar esses documentos, percebeu-se que as instituições tinham a preocupação de enfatizar a ideia de formar o pedagogo para atuar em contextos escolares e não escolares como demandam as diretrizes curriculares. Isso fica evidenciado por meio dos objetivos gerais e específicos contidos nos documentos, conforme o do Campus (C): "As atividades profissionais nessa área envolvem a docência, a gestão dos processos educativos em ambientes escolares e não escolares, e ainda a produção e disseminação de conhecimentos da área da educação" (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2014, p.13). Entretanto, fica claro, em todos os textos, que o curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer a docência. De acordo com o documento do Campus (B) "O curso de Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na Modalidade Normal, de Educação Profissional..." (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2011a, p.15).

Quanto à necessidade social do curso, tanto o Campus (B) quanto o (C) entendem-se como sendo necessários para atender a demanda por formação de professores para atuar na educação básica, já o Campus (A) acredita na necessidade de atender a realidade socioeducacional, cultural e econômica do município e região nos quais se insere, formando profissionais para atuar em diversas instituições. Conforme se vê: "Tem formado profissionais para atuar em instituições diversas e que o mercado de trabalho tem-se ampliado, demonstrando que há espaço de atuação para esse profissional para além da sala de aula" (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, 2011b, p.4).

Outro aspecto importante foram as habilidades e competências configuradas ao egresso do curso de Pedagogia, mais uma vez, os três PPC foram unânimes na concepção de que esse indivíduo está apto a trabalhar em espaços escolares e não escolares. Libâneo (2010, p.38) diz que: "O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas socioeducativas de tipo formal e não formal e informal". Desse modo, a partir das leituras realizadas e da análise dos PPC da universidade, constatou-se que o curso de Pedagogia da UFMS destina-se à formação de professores para exercer a docência, bem como para atuar em espaços escolares e não escolares.

Entretanto, as disciplinas que dariam base para a atuação desse profissional em outros âmbitos são pouco ofertadas, restringindo-se, muitas vezes, à disciplinas complementares ou ao o núcleo de aprofundamento em Trabalho e Educação. Ou seja, se não há o eixo não há disciplinas. Nesse sentido, percebe-se uma contradição, pois com ou sem o eixo a academia continua formando o pedagogo para contextos escolares e não escolares. Sobre isso, Libâneo (2010, p.55) discorre:

Mas a argumentação que venho trazendo permite-me afirmar que o trabalho pedagógico não se reduz ao trabalho escolar e docente, embora todo trabalho docente seja um trabalho pedagógico. Vai daí que a base comum de formação do educador deva ser expressa num corpo de conhecimentos ligados à Pedagogia e não a docência, uma vez que a natureza e os conteúdos da educação nos remete primeiro a conhecimentos pedagógicos e só depois ao ensino, como modalidade peculiar de prática educativa.

Vale observar que quanto à atuação do pedagogo em âmbitos não escolares e, por consequência, em empresas, percebe-se que há o atendimento às exigências legais, no caso, as diretrizes curriculares por parte dos PPC dos cursos. Porém, existem algumas lacunas no sentido de que, no PPC, existe a clareza de que o curso de Pedagogia forma o pedagogo para atuar em contextos escolares e não escolares, entretanto, quando se verifica a estrutura curricular do curso, percebe-se que não existe um numero significativo de disciplinas específicas as quais dariam aporte à atuação do profissional em ambientes não escolares. Como se vê na categoria seguinte.

Categoria 3: o perfil do pedagogo empresarial à luz dos editais de concurso

Para esta categoria da pesquisa utilizou-se a análise de editais de concursos/processos seletivos os quais ofereciam vagas para pedagogos, a fim de refletir sobre as práticas deste profissional. Foi encontrado um extenso número de editais de concursos públicos/processos seletivos na Internet, sendo que a maioria oferece vagas para trabalhar em escolas. Entretanto, mesmo em menor número, também foram encontrados editais os quais ofereciam vagas para o pedagogo atuar em diversos segmentos, como a área da educação hospitalar, social, entre outros.

Sendo assim, estipulou-se que apenas os editais de instituições que se distinguem como "empresas" seriam selecionados. Para Houaiss (2009, p.743), a empresa se caracteriza como: "organização econômica civil ou comercial, constituída para explorar um ramo de negócio e oferecer ao mercado bens e/ou serviços". E, segundo Ferreira (2010, p.779), a empresa é designada como "organização econômica destinada à produção ou venda de mercadorias ou serviços, tendo em geral como objetivo o lucro". Dessa forma, a mesma pode ser classificada como: de capital aberto, onde suas ações são negociadas em bolsas de valores; de capital fechado, cujas ações não são negociadas em bolsas de valores; de economia mista, quando a administração é baseada no capital de governo e no privado; estatal, onde o controle acionário é detido direta ou indiretamente pelo poder público; e pública, cujo capital pertence inteiramente ao poder público (Ferreira, 2010).

A partir dai, optou-se por três empresas, sendo que, para melhor compreensão acerca das práticas do educador enquanto pedagogo empresarial e um possível confronto com as ideias dos PPC analisados, torna-se imprescindível contextualizá-las. Logo, as informações descritas na sequência foram obtidas por meio dos sites das instituições e estão disponíveis na Internet.

A Petrobrás Distribuidora S.A, a qual caracteriza-se como uma sociedade anônima de capital aberto, cujo acionista majoritário é o Estado brasileiro, atua como empresa integrada de energia. Além do Brasil, está presente em outros 17 países. No que se refere a carreiras, a empresa valoriza seus funcionários, com salários e benefícios compatíveis com o mercado, oportunidade de progressão na carreira, além de oferecer treinamentos e cursos para uma formação contínua.

Já a Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A é uma empresa de referência na fabricação de equipamentos e componentes pesados para atender às demandas estratégicas da nação e está habilitada a absorver e desenvolver continuamente novas tecnologias. Foi a primeira empresa a levar para área fabril um centro de treinamento e formação de mão de obra, o Centro de Treinamento Técnico (ITT), referência para o programa Escola de Fábrica do Governo Federal. O ITT trabalha não apenas com a formação dos novos profissionais para o mercado, mas também no processo de qualificação permanente de seus trabalhadores, um dos lemas da empresa.

No que diz respeito à Companhia Energética de Brasília Distribuição S/A, esta é uma sociedade anônima fechada. Tem como visão de futuro ser uma das dez melhores empresas distribuidoras de energia elétrica do Brasil até 2015 e a missão de distribuir energia elétrica com qualidade, continuidade e rentabilidade, visando a satisfação dos consumidores e o desenvolvimento sustentável.

A partir dessas informações, foi feita leitura e análise dos referidos editais com o intento de delinear o perfil do profissional de educação na empresa considerando aspectos importantes, como datas dos editais, os requisitos básicos exigidos para admissão, as atribuições ou descrição sumária, as etapas de qualificação, o numero de vagas, a média salarial e os conteúdos programáticos. Assim, verificou-se que os editais analisados foram realizados nos anos de 2008, 2012 e 2014. No que se refere aos requisitos, a Petrobrás (Edital 01/2008, p.23) requeriu, "[...] certificado de conclusão ou diploma devidamente registrado, de curso de graduação Pedagogia ou licenciatura plena em pedagogia, reconhecido pelo Ministério da Educação"; já a Nuclebrás (Edital 002/2014, anexo I) pediu "Diploma ou Certificado de conclusão do curso de graduação em Pedagogia com Especialização em Orientação Educacional"; e a CEB (Edital 1/2012), "Superior Completo em Pedagogia".

Quanto às atribuições, na Petrobrás o pedagogo "Atuaria na coordenação pedagógica de programas de desenvolvimento/processos de educação para o trabalho" (Petrobrás, Edital 01/2008, p.23). Nas outras duas empresas o profissional teria como função:

Orientar e supervisionar o levantamento das necessidades de treinamento e de desenvolvimento de pessoal. Analisar as solicitações de treinamento e desenvolvimento de pessoal em função das necessidades e dos objetivos estabelecidos pela Empresa. Analisar e revisar o material didático utilizado no Centro de Treinamento Técnico, quanto à adequação dos objetivos, redação e da fixação e avaliação da aprendizagem. Atender, acompanhar, aconselhar e orientar os alunos e aprendizes quanto a soluções de problemas de aprendizagem. Planejar, elaborar e realizar com os alunos atividades didático-pedagógicas, relacionadas à estrutura do curso de formação profissional, técnica de estudos, educação para saúde, ética e educação para o trabalho. Planejar e orientar professores e instrutores quanto a procedimentos pedagógicos que podem ser adotados quando diagnosticados problemas comportamentais e de rendimento escolar (Nuclebrás, 002/2014).

Apoiar o gerente da área de treinamento, no desenvolvimento e aplicação das melhores práticas relativas ao desenvolvimento da aprendizagem para os empregados, principalmente no que se refere aos investimentos para treinamentos, dinâmicas e avaliações que façam diferença na produtividade pessoal e na qualidade de vida no ambiente corporativo e conduzir veículos da Empresa, quando autorizado (CEB, 01/2012, Anexo II).

Diante do que foi citado, constata-se que nas três empresas as atribuições são bem parecidas, tendo, o pedagogo, funções relativas aos processos de planejamento, capacitação, desenvolvimento de aprendizagens e treinamento, vindo ao encontro aos princípios de Ribeiro (2010, p.11). Segundo a autora:

Nesta perspectiva, a Pedagogia empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes diagnosticados como indispensáveis/ necessários à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/ requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidade de treinamento, desenvolve e adapta metodologias da informação e da comunicação às práticas de treinamento.

No que diz respeito às etapas de qualificação, o edital da Petrobrás era constituído por etapa única com prova objetiva de conhecimentos básicos e específicos, sendo que a prova de conhecimentos específicos era de caráter eliminatório e apenas para eventuais desempates. Assim, após a etapa única, seriam considerados apenas o total de pontos obtidos na prova de conhecimentos específicos. Na empresa Nuclebrás, as etapas do concurso foram compostas por prova objetiva (caráter classificatório e eliminatório); avaliação de títulos (caráter classificatório); avaliação médica (caráter eliminatório); e checagem dos requisitos (caráter eliminatório). Já na CEB, a seleção também foi constituída por uma única etapa escrita de caráter classificatório e eliminatório.

No que tange ao número de vagas, tanto na Petrobrás quanto na Nuclebrás, o concurso/processo seletivo foi realizado em nível de cadastro de reserva, sendo que na primeira o cadastro seria constituído após homologação do resultado final e o prazo de validade se esgotaria em seis meses podendo ser prorrogado por mais seis, à critério da empresa. Na Nuclebrás, os candidatos integrantes do cadastro de reserva seriam convocados conforme necessidade e interesse de acordo com a classificação obtida. O concurso teria validade de dois anos podendo ser prorrogado ou não por igual período. Já a CEB, além do cadastro de reserva, disponibilizaria mais uma vaga.

No que diz respeito à carga horária de trabalho, no edital da Petrobras não foi encontrado nenhum dado, já nos da Nuclebrás e CEB a carga horária exigida era de 40 horas semanais. O salário oferecido pela Petrobras era de R$ 4.798,65, a Nuclebrás oferecia R$ 5.311,92 e a CEB, R$ 4.192,30. Logo, considerando que a Petrobras realizou o concurso em 2008 e a Nuclebrás em 2014, percebe-se que a média salarial de um pedagogo que atua em empresa sofreu pequenas alterações.

No item "Conteúdos Programáticos", o edital/ processo seletivo da Petrobrás demandava conhecimentos em Língua Portuguesa, informática e conhecimentos específicos. A Nuclebrás requeria conhecimentos em Língua Portuguesa, Inglesa, raciocínio lógico, informática e conhecimentos específicos. Já a CEB solicitava conhecimentos em Língua Portuguesa e específicos. Dentre os conhecimentos exigidos pelas empresas, deu-se maior importância aos específicos, por serem os que mais interessam à presente pesquisa. Desse modo, faz-se necessária a descrição na íntegra desses conteúdos:

Petrobrás (Edital 01/2008 p. 36, anexo IV):

1. Educação e mundo do trabalho. A globalização da economia, a reestruturação produtiva, a nova concepção de estado, a crise do emprego. 2. As formas de organização do trabalho e seus impactos sobre a educação dos trabalhadores. Dimensões pedagógicas dos processos de organização e gestão do trabalho. Educação e qualidade. 3. O papel do pedagogo em empresa. Gestão do conhecimento e inteligência organizacional. A construção do conhecimento a partir das necessidades da organização. Gestão de projetos e formação de equipes. Prática educativa no desenvolvimento de pessoas. Processos comunicacionais, jogos e dinâmicas de grupo nas organizações. 4. Processo pedagógico as categorias teórico-metodológicas da pedagogia do trabalho: Critérios para seleção de conteúdos, metodologia, acompanhamento e avaliação. 5. As novas competências demandadas pelo mundo do trabalho. Metodologia de identificação e desenvolvimento. 6. Tecnologias da comunicação e informação em educação. 7. Psicologia do desenvolvimento e aprendizagens e teorias de aprendizagens. 8. Projetos educativos interdisciplinares. Atuação interdisciplinar em articulação com diferentes equipes profissionais visando à formação em serviço. 9. Ações investigativas e avaliativas para o desenvolvimento de pessoas. Avaliação de programas educacionais no âmbito empresarial.

Nuclebrás (Edital 002/2014, anexo IV):

1. A ciência pedagógica: amplitude e dimensão de seu campo, no contexto da macro e microeducação e nas relações com as demais áreas científicas. 1.1. Educação: suporte filosófico e aportes sóciopolíticos e historicoculturais. 1.2. A realidade educacional da sociedade brasileira no contexto da pós-modernidade e da globalização. 1.3. Concepções pedagógicas; liberais, progressistas e a síntese construtivista pós-piagetiana. 1.4. Sistema nacional de educação: fundamentos legais. Políticas públicas brasileiras, plano nacional de educação, plano de desenvolvimento da educação, referenciais nacionais de educação, parâmetros e diretrizes curriculares nacionais. 1.5. Educação profissional, educação de jovens e adultos e educação de pessoas com necessidades especiais. 1.6. Educação para o trabalho: ética profissional, relações de trabalho, democracia, coletividade, grupos e convivência. 1.7. Tecnologias de ponta para educação; novas comunidades e socialidades. 1.8. A gestão estratégica nas empresas; treinamento e desenvolvimento de recursos humanos. 1.9. Elaboração, implementação, coordenação e avaliação de: planos, programas, projetos, atividades de trabalho, técnicas de estudo e pesquisa, instrumentos específicos de orientação pedagógica educacional de saúde e cultural. 2. O conhecimento humano. 2.1. Processo ensino aprendizagem. 2.1.1. Teóricos da aprendizagem humana. 2.1.2. Neuro-psicologia na aprendizagem. 2.2. A didática contemporânea: dimensões políticas, humanas e técnicas. 2.3. Planejamento educacional. 2.4. Objetivos educativos: gerais e específicos; conceituais, atitudinais e procedimentais. 2.5. A seleção de conteúdos, as metodologias e a avaliação da aprendizagem nas diferentes abordagens pedagógicas. 2.6. A relação entre habilidades e competências pessoais e profissionais. 2.7. Desenvolvimento de competências do gestor, professor, instrutor e do orientador educacional. 2.8. Diagnóstico de contexto interno e externo, levantamento de necessidades e coordenação de programas nas áreas de recrutamento, seleção, capacitação, avaliação do desempenho, benefícios e rotinas trabalhistas. 2.9. Diagnóstico de dificuldades socioeducativas, de prevenção e tratamento de problemas que interferem na saúde, na aprendizagem e no trabalho. 2.10. Coordenação de serviços de educação para a saúde a indivíduos e grupos como forma de proteção e prevenção de doenças.

CEB (Edital, 1/2012, anexo IV):

Educação e Mundo do trabalho. A globalização da economia, a reestruturação produtiva, a nova concepção de estado, a crise do emprego. As formas de organização do trabalho e seus impactos na educação dos trabalhadores. Dimensões pedagógicas dos processos de organização e gestão do trabalho. Educação e qualidade. O papel do pedagogo na empresa. Gestão do conhecimento e inteligência organizacional. A construção do conhecimento a partir das necessidades da organização. Gestão de projetos e formação de equipes. Prática educativa no desenvolvimento de Pessoas. Processos de comunicação. Jogos e dinâmicas de grupo nas organizações. Processo pedagógico: as categorias teórico-metodológicas da pedagogia do trabalho (critérios para seleção de conteúdos, metodologia, acompanhamento e avaliação). As novas competências demandadas pelo mundo do trabalho. Tecnologias da comunicação e informação em Educação. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. Teorias de aprendizagem. Projetos educativos interdisciplinares. Atuação interdisciplinar em articulação com diferentes equipes profissionais, visando a formação em serviço. Ações investigativas e avaliativas para o desenvolvimento de pessoas. Avaliação de programas educacionais no âmbito empresarial. Dimensão política do exercício profissional - Ética profissional.

Ao confrontar os conhecimentos específicos exigidos pelos editais de concursos/processos seletivos oferecidos pelas empresas com aqueles que o pedagogo adquire ao longo da graduação, segundo os PPC e a estrutura curricular dos cursos de analisados, verificou-se uma escassez formativa no que diz respeito ao desenvolvimento de habilidades profissionais específicas para atuação em empresas. Isso porque os cursos analisados privilegiam os conteúdos específicos da docência. Do ponto de vista de Ribeiro (2010, p.13):

Em face da gama de possibilidades de atuação do pedagogo empresarial, um processo de formação mais efetivo inclui disciplinas, como Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e

Simulações Empresariais, Administração do Conhecimento, Ética nas Organizações, Comportamento Humano nas organizações, Cultura e Mudança nas Organizações, Educação e Dinâmica de Grupos: relações interpessoais nas Organizações, Desenvolvimento organizacional e avaliação do Desempenho.

Portanto, as necessidades formativas precisam ser conceituadas diante do local de trabalho do pedagogo, considerando suas concepções, valores, bem como suas perspectivas em relação à prática cotidiana. A partir desse pressuposto, concorda-se com Libâneo (2010, p.39) quando defende a ideia de que deve haver uma distinção entre trabalho pedagógico (atuação profissional em amplo leque de práticas educativas) e trabalho docente (forma peculiar que o trabalho pedagógico assume na sala de aula). Segundo o autor, "[...] caberia, também, entender, que todo trabalho docente é trabalho pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é trabalho docente". A partir dessa visão, considera-se que a formação inicial no contexto analisado deixa a desejar no que tange a formação do pedagogo para atuar em âmbitos não escolares.

Consequentemente, o curso de Pedagogia deveria oferecer situações que favorecessem a aprendizagem e ampliassem os horizontes da informação e do conhecimento referentes à atuação profissional em outros contextos que não o escolar. Quanto ao profissional pedagogo, torna-se importante refletir sobre os desafios que enfrenta no exercício de sua função e, assim, buscar fundamentos que possibilitem pensar em uma formação contínua que esteja a serviço da melhoria da sua prática profissional.

Considerações Finais

Diante de tudo o que foi elencado, confirmase a importância do trabalho do pedagogo em qualquer espaço onde os objetivos sejam a formação humana. Desta forma, o processo educativo tornou-se uma prioridade não apenas da escola, mas também de outros âmbitos, e a pedagogia empresarial é uma das possibilidades de atuação do pedagogo nestes seguimentos.

Na tentativa de compreender as perspectivas, entraves e a possibilidade de atuação do pedagogo em empresas, buscou-se o amparo em bases teóricas sólidas e resultados científicos os quais discorriam a respeito da relevância dessa atuação. Nestes termos, verificou-se que esse campo de estudo oferece grandes oportunidades; entretanto, as fontes específicas são escassas e a temática é pouco significativa no meio científico. Chegou-se a essas constatações após se perceber as dificuldades em localizar produções de cunho científico que abordassem o tema, inclusive nas publicações da Anped e da Capes.

Outra constatação importante seria a de que, se depreende da legislação a qual fundamenta/orienta o curso na atualidade, existe a possibilidade do pedagogo atuar em empresas; no entanto, sua base formativa ainda é a docência. Assim, a partir da análise dos PPC, averiguou-se que a academia não consegue abarcar toda a especificidade da formação desse profissional para contextos escolares e não escolares.

Na análise feita dos editais de concurso que oferecem vagas para o pedagogo atuar em espaços empresariais, ficou entendido que existe um longo caminho a ser percorrido, pois as vagas são mínimas e os conteúdos exigidos não estão no currículo dos cursos de formação inicial. Desta maneira, conclui-se que o pedagogo que queira atuar nessa área precisa buscar uma formação contínua a qual esteja a serviço da melhoria do seu desempenho profissional.

Torna-se importante ressaltar que este estudo não se faz com a intenção de criticar este ou aquele curso; ao contrário, tenta-se aqui situar a formação do pedagogo no contexto das realidades e necessidades do mundo contemporâneo, no que se refere à possibilidade de atuação em outros âmbitos. Dessa maneira, o presente estudo se faz sem a menor pretensão de esgotar a temática, sendo importante que novas pesquisas surjam nesta área a fim de melhor compreender a significância de se ter um pedagogo inserido no âmbito empresarial.

Quais os desafios do pedagogo na sua atuação em ambientes não escolares?

As possibilidades de atuação do Pedagogo nesta área são várias. Entre elas estão a gestão do conhecimento; comportamento humano nas organizações; projetos culturais; cultura organizacional; gestão do processo da qualidade e produtividade; relações interpessoais no trabalho e outros espaços comuns ao aspecto humano.

Qual o maior desafio do professor em espaços Não

O Pedagogo possui muitas dificuldades e desafios em sua atuação nos espaços não escolares, sendo um dos seus grandes desafios a formação do indivíduo socialmente, bem como sua interação e participação na sociedade. Segundo Ribeiro (2003 apud HOLANDA, 2011, p.

Quais são as atribuições do pedagogo no espaço escolar e não escolar?

Compreende-se que a atuação do pedagogo fora de sala de aula está relacionada às atividades que envolvem trabalho em equipe, estratégias, planejamento, formação pessoal e profissional, orientação, coordenação, sendo que o objetivo principal desses atos visa às transformações de cada indivíduo.

Qual é o desafio do pedagogo para atuar no contexto social?

Assim sendo, o trabalho do Pedagogo deve ser permeado em uma compreensão histórica da sociedade com o intuito, de desenvolver uma prática contextualizada visando com tudo a inserção do educando no mundo do trabalho, da sociabilidade e também no mundo da cultura simbólica.