Quais são os fatores que influenciam na reposição dos estoques de glicogênio muscular?

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In this article it is found the most recent studies concerning the use of carbohydrates before, during and after high-intensity training. The method used was the bibliographic search and included data-base consults of Academic Google and Scientific Electronic Library Online (SCIELO) using the terms: carbohydrate, train, physical exercise and glycogen. The results from it allowed us to demonstrate the importance of the high-carbohydrate diets in order to maintain the glycemia and to better store the muscular and hepatic glycogen. High reserves of muscular glycogen result in a higher level of energy for the organism and often help postponing the beginning of muscular fatigue. In moderate strain within prolonged time intervals, or in physical exercises of high intensity but reduced in time, the depletion of muscular glycogen reserves is high, worsening the physical performance, hypoglycemia and even dehydration. Key-Words: carbohydrates, glycogen, train, performance. Neste artigo revisa-se os mais recentes estudos concernentes a utilizacao de carboidratos antes, durante e apos-treinos de alta intensidade. O metodo utilizado foi o de levantamento bibliografico que incluiu consultas a bases de dados do Google Academico e do Scientific Electronic Library Online (SCIELO) a partir dos termos: carboidrato, treino, exercicio fisico, glicogenio. Os resultados obtidos permitiram-nos demonstrar a importancia das dietas ricas em carboidratos para a manutencao da glicemia e para um maior armazenamento de glicogenio muscular e hepatico. Altas reservas de glicogenio muscular propiciam um nivel maior de energia ao organismo e muitas vezes auxiliam no protelamento do inicio da fadiga muscular. Nos esforcos moderados realizados em intervalos de tempo prolongado, ou nos exercicios fisicos de alta intensidade e curta duracao, a deplecao das reservas de glicogenio muscular e acentuada, provocando queda no desempenho fisico, hipoglicemia e ate desidratacao. Palavras-chave: carboidratos, glicogenio, treino, performance.

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Gale Document Number: GALE|A391597300

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Resumo : A restauração dos estoques de glicogênio, hepático e muscular, é uma parte importante do processo de recuperação após o exercício. Um dos fatores relacionados a ressíntese ótima do glicogênio hepático ou muscular, é o tipo de carboidrato ingerido. A frutose é relacionada a maiores reposições do glicogênio hepático enquanto a glicose pode ser mais eficiente na reposição do glicogênio muscular. Este trabalho investigou a repercussão que o tipo de carboidrato (glicose ou frutose) ingerido após o exercício de natação, de intensidade moderada a elevada (65-70% VCtemáx.), teria sobre a ressíntese do glicogênio hepático e muscular em indivíduos treinados por 8 semanas. Para isso, determinou-se o conteúdo de glicogênio hepático e muscular, glicemia, triacilgliceridemia e lipídeos totais no soro dos animais dos grupos Sedentário (S), Exercício descansado (ED), Exercício água (EA), Exercício glicose (EG) e Exercício frutose (EF). Os resultados mostram que os animais que receberam uma solução de frutose (EF), após o exercício, apresentaram maior conteúdo de glicogênio hepático quando comparado ao grupo que recebeu glicose (EG). No entanto o grupo que recebeu glicose (EG) apresentou um maior conteúdo de glicogênio muscular quando comparado ao grupo que recebeu frutose (EF). Os grupos EA e EF apresentaram lipidemias significativamente maiores que a do grupo EG, enquanto que a triacilgliceridemia do grupo EA foi menor quando comparada a dos grupos S, ED e EF. Assim demonstramos que o tipo de carboidrato ingerido após a atividade física influencia a reposição do glicogênio hepático e muscular, sendo a glicose um substrato mais indicado para a ressíntese de glicogênio muscular e a frutose mais indicada para a recuperação do glicogênio hepático.

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Introdu��o

    A fadiga que ocorre em exerc�cios f�sicos prolongados e de alta intensidade est� associada com baixos estoques e deple��o de glicog�nio, hipoglicemia e desidrata��o. Como os estoques de carboidratos s�o limitados no organismo, a manipula��o da dieta com alimenta��o rica em carboidratos, � fundamental para a reposi��o muscular e hep�tica, bem como para a resposta imune. Entretanto, v�rios fatores como o estado nutricional e de treinamento; e o tipo, a quantidade, o hor�rio e a freq��ncia de ingest�o de carboidratos afetam a restaura��o de glicog�nio (Coelho et al., 2004).

    Nosso organismo estoca carboidratos sob a forma de glicog�nio, tanto no f�gado como nos m�sculos. Enquanto o glicog�nio muscular � usado exclusivamente pelo m�sculo, o hep�tico � utilizado para a manuten��o da glicemia e com o objetivo de suprir as necessidades energ�ticas do c�rebro, do sistema nervoso e de outros tecidos. Portanto, a manuten��o das reservas de glicog�nio � fundamental para o rendimento esportivo (Soares, 2001). A recupera��o ap�s o exerc�cio � um desafio para o atleta, pois ele treina exaustivamente e tem um per�odo que varia de 6 a 24 horas de recupera��o entre as sess�es de treinamento, e a recupera��o envolve desde a restaura��o de glicog�nio hep�tico e muscular at� a reposi��o de l�quidos e eletr�litos perdidos no suor (Guerra, 2002).

    Como o gasto energ�tico durante o exerc�cio aumenta em 2 a 3 vezes, a distribui��o de macronutrientes da dieta se modifica nos indiv�duos ativos e nos atletas. Os atletas desportistas devem consumir mais glic�dios do que o recomendado para pessoas menos ativas, o que corresponde a 60 a 70% do VCT. � recomendado uma ingest�o entre 5 a 10 g/kg/dia de carboidratos dependendo do tipo e dura��o do exerc�cio f�sico escolhido e das caracter�sticas espec�ficas do indiv�duo; como a hereditariedade, o sexo, a idade, o peso e a composi��o corporal, o condicionamento f�sico e a fase de treinamento. Em rela��o as necessidades cal�ricas, recomenda-se a ingest�o entre 37 a 41 kcal/kg de peso por dia, e dependendo dos objetivos, variando entre 30 a 50 kcal/kg/ de peso por dia (Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte, 2003).

    Desta maneira, uma disponibilidade adequada de carboidratos � imprescind�vel para o treinamento e o sucesso do desempenho atl�tico (Matsudo, 2001).


Mecanismos respons�veis pela ress�ntese de glicog�nio muscular

    Conforme Nakatani et al. (1997), o exerc�cio aumenta a taxa e a magnitude da supercompensa��o de glicog�nio ap�s o exerc�cio, aumentando a resposta entre a deple��o de glicog�nio durante o exerc�cio e o momento da reposi��o de glicose. Isto ocorre atrav�s da maximiza��o da concentra��o da prote�na GLUT-4 no m�sculo, associado ao aumento proporcional da capacidade de transporte de glicose, evidenciado pela eleva��o da sensibilidade da insulina.

    De acordo com Kurth-Kraczek et al. (1999); Hayashi et al. (1998), a maior concentra��o de GLUT-4 no m�sculo � atribu�do a contra��o muscular executada no exerc�cio, que depleta os estoques de ATP/CP e aumenta a concentra��o de AMP celular, levando a ativa��o da enzima AMPK (5' AMP-activated protein kinase); respons�vel provavelmente pelo deslocamento de mol�culas de GLUT-4 at� o sarcolema, ou seja, a superf�cie da membrana celular.

    A capta��o de glicose do plasma para o espa�o intracelular � realizado por meio de compostos facilitadores no transporte de glicose, o GLUT-4; caracter�sticos de c�lulas com metabolismo de carboidrato dependente de insulina. Este � respons�vel pela remo��o de at� 85% da glicose plasm�tica, auxiliada pela insulina, que estimula o transporte de glicose em 30 vezes (Lancha Jr.,2002; Greiwe et al.,2000).

    A extens�o e a taxa de acumula��o de glicog�nio muscular p�s-exerc�cio � regulada, sobretudo pela taxa de absor��o de glicose, estimulado pelo r�pido aumento na express�o de GLUT-4; e n�o somente pela a��o da enzima glicog�nio sintetase (Ren et al., 1994). A enzima glicog�nio sintetase � a chave para determinar a efici�ncia da a��o da insulina na absor��o de glicose e na decorrente s�ntese de glicog�nio muscular, desde que haja disponibilidade suficiente de glicose p�s-exerc�cio (Cartee et al., 1989). Isto salienta a observa��o de Conlee et al. (1978), que o fornecimento adequado de substrato p�s-exerc�cio torna a enzima glicog�nio sintetase o fator determinante para a ress�ntese de glicog�nio muscular. A atividade da enzima est� correlacionada com a taxa de insulina, que age como mediadora de absor��o de glicose no m�sculo (Bogardus et al., 1984; Lillioja et al., 1986; Yki-jarvinen et al., 1987).

    Conforme Lancha Jr. (2002), imediatamente e at� 2 horas ap�s o t�rmino do exerc�cio f�sico, a atividade do complexo glicog�nio sintetase chega a 7-8 mM/kg por hora, �ndice cerca de 50% maior que o observado no per�odo total de 24 horas; e cai para 5 mM/kg por hora ap�s 2 horas do t�rmino do exerc�cio, mas salienta-se, que � fundamental a �tima disponibilidade de substrato. De acordo com Wolinsky e Hickson Jr. (1996), a r�pida ress�ntese de glicog�nio � parcialmente atribu�da a sua deple��o no exerc�cio, o que induz ao aumento na porcentagem da forma ativada da enzima glicog�nio sintetase, respons�vel pela transforma��o da glicose da forma uridina glicose difosfato para o esqueleto da mol�cula de glicog�nio.

    Segundo Nakatani et al. (1997) e Ren et al. (1994), o exerc�cio de endurance na modalidade de nata��o induz a um aumento em torno de 50% na concentra��o da prote�na GLUT-4, enquanto para Greiwe et al. (2000), o exerc�cio de endurance na forma de ciclismo aumenta entre 32 a 51% a concentra��o at� 22 horas ap�s o exerc�cio. Contudo para Etgen et al. (1993), o treinamento de corrida eleva 40% a concentra��o da prote�na por at� 24 horas, e concomitantemente, a resposta da sensibilidade da insulina eleva-se por um per�odo curto de 24 horas, desaparecendo totalmente em 48 horas. Por isso, Kawanaka et al. (1997), verificou que o exerc�cio de endurance na forma da nata��o, aumenta em torno de 85% a concentra��o de GLUT-4 e a sensibilidade da insulina ap�s 18 horas, e em torno de 50% ap�s 42 horas; retornando a n�veis normais ap�s 90 horas. Desta forma, observamos que a sensibilidade da insulina persiste por um tempo vari�vel de acordo com a magnitude da concentra��o de GLUT-4 p�s-exerc�cio (Etgen et al., 1993).

    Conforme Cartee et al. (1989), a capacidade da sensibiliza��o da insulina aumenta em torno de 25% no per�odo de 3 horas p�s-exerc�cio, e ocorre atrav�s do aumento da concentra��o da enzima 3-MG (3-0-methylglucose), persistindo por at� 18 horas. Para Rodnick et al. (1992) e Henriksen et al. (1990), o aumento em torno de 50% na concentra��o do GLUT-4 � diretamente proporcional ao aumento em torno de 40% na taxa da enzima 2-DG (2-deoxy-glucose), respons�vel pela estimula��o da insulina no transporte de glicose.

    Conforme Jentjens e Jeukendrup (2003), a s�ntese de glicog�nio na recupera��o acontece de maneira bif�sica. Na fase r�pida, que dura entre 30 e 60 minutos, a s�ntese pode ser processada sem a presen�a de insulina, pois ocorre uma maior permeabilidade da membrana celular devido ao deslocamento das mol�culas de GLUT-4. Ap�s esta fase, o glicog�nio � sintetizado mais lentamente e na presen�a de insulina.

    Desta maneira, presume-se que o controle do fen�meno da supercompensa��o de glicog�nio � atribu�do tanto da m�xima ativa��o da enzima glicog�nio sintetase, do aumento da sensibilidade da insulina, como tamb�m da maior concentra��o de compostos transportadores de glicose (GLUT-4) no per�odo p�s-exerc�cio (Cartee et al., 1989; Holloszy et al., 1996; Tarnapolsky et al., 1997).


Estrat�gias para ress�ntese de glicog�nio muscular ap�s exerc�cio intenso

    De acordo com ACSM (2000), ap�s o t�rmino do esfor�o, os objetivos da alimenta��o s�o fornecer adequado aporte de energia e carboidratos para repor glicog�nio muscular e assegurar r�pida recupera��o.

    Segundo Wolinsky e Hickson Jr. (1996), para uma m�xima ress�ntese de glicog�nio muscular, a ingest�o de carboidratos deve ser alta o suficiente para assegurar a glicose sangu�nea necess�ria para a capta��o pelo m�sculo e insulina suficiente para conservar uma alta porcentagem de glicog�nio sintetase na forma ativa.

    Conforme Coelho et al. (2004), para uma ress�ntese ideal, deve-se observar a taxa ou quantidade, a frequ�ncia e o per�odo de ingest�o, como tamb�m o tipo de carboidrato ingerido. As vari�veis a serem controladas dependem da dura��o e da intensidade do esfor�o f�sico (magnitude da deple��o do glicog�nio) e do per�odo em que ocorrer� outra sess�o de exerc�cio. De acordo com Ivy (2004), o glicog�nio muscular � essencial para o exerc�cio intenso, tanto de forma aer�bica como anaer�bica; e como, os esportes competitivos necessitam de v�rias sess�es de treinamentos di�rios ou competi��es em dias consecutivos, � fundamental a aplica��o de estrat�gias de r�pida restaura��o de glicog�nio. Caso n�o ocorra reposi��o de carboidratos nas primeiras horas ap�s o exerc�cio, a ress�ntese pode ser diminu�da em aproximadamente 50% (Jentjens e Jeukendrup,2003).

    Conforme Lancha Jr. (2002), sabe-se que o glicog�nio se esgota ap�s 2 a 3 horas de exerc�cio cont�nuo de intensidade moderada (60-80% do VO2max.), ou 25 a 30 minutos de exerc�cios intervalados intensos (90-130 do VO2max.). Os atletas submetidos � exaust�o apresentam redu��o nas concentra��es intramusculares de glicog�nio de at� 100 Mm/kg. (de 130 Mm/kg para 30 mM//kg).

    O per�odo ideal de ingest�o de carboidratos � imediatamente ap�s o exerc�cio, onde a taxa de s�ntese de glicog�nio fica entre 6 a 8 mmol/kg/ m�sculo seco por hora (Ivy et al.,1988). Entretanto, esta taxa declina de acordo com a disponibilidade de glicose, mas pode ser atenuada por at� 8 horas p�s-exerc�cio caso a suplementa��o continue com intervalos de 2 horas (Blom et al.,1987).

    Segundo Ivy (2004), para a maximiza��o da ress�ntese de glicog�nio muscular, deve-se ingerir 1.2 a 1.4 g/kg de peso corporal em intervalos regulares de 2 horas, ou seja, 0.6 a 0.7 g/kg de peso corporal por hora. Desta forma, ela pode ser mantida por um per�odo de 8 horas, com uma efici�ncia de s�ntese de 7 mmol/kg/m�sculo seco por hora. Conforme Tarnapolsky et al. (1997) e Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), � recomendado o consumo de 0.7 a 1.5 g/kg de peso corporal por hora imediatamente e nas primeiras 4 horas p�s-exerc�cio intenso. Conforme Jentjens e Jeukendrup (2003), a maior s�ntese de glicog�nio ocorre com a ingest�o imediata entre 1.0 - 1.85 g/kg/ por hora e com intervalos entre 15 a 60 minutos por um per�odo de 5 horas. Foi proposto por Ivy et al. (1988), que quantidades menores (menos que 0.7 g/kg de peso corporal por hora) reduzem a taxa de reposi��o, enquanto concentra��es elevadas (mais que 1.5 gkg de peso corporal por hora) parecem n�o otimizar a ress�ntese.

    Segundo Parkin et al. (1997), a prescri��o recomendada � de 50 a 75 gramas de carboidrato a cada 2 horas at� alcan�ar 500 gramas (7 a 10 g/kg/peso corporal). Conforme a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), para otimizar a recupera��o recomenda-se o consumo entre 5-8 g/kg de peso por dia; aumentando para 10 g/kg/peso por dia em atividades de longa dura��o e/ou alta intensidade. Uma estrat�gia alternativa que produz n�veis semelhantes de reabastecimento � ingerir 2.5 g/kg/peso corporal num per�odo de 2, 4, 6, 8 e 22 horas ap�s o exerc�cio. De acordo com Kleiner (2002), deve-se ingerir carboidratos a cada 2 horas ap�s o exerc�cio, at� alcan�ar 100 gramas em 4 horas e 600 gramas em 24 horas. Isto equivale a aproximadamente 40 a 60 gramas de carboidrato por hora durante o per�odo de 24 horas de recupera��o.

    De acordo com Doyle et al. (1993) e Ivy et al. (2004), a freq��ncia ideal para reposi��o de carboidratos � em intervalos de 15 a 30 minutos, pois a ress�ntese � 30% maior em rela��o a reposi��o feita a cada 2 horas. Quando � fornecido 0.4 g/kg de peso corporal a cada 15 minutos, a ress�ntese fica em torno de 10 mmol/kg/m�sculo seco por hora durante as 4 primeiras horas p�s exerc�cio.

    Em rela��o ao tipo de carboidrato consumido ap�s o exerc�cio, Jentjens e Jeukendrup (2003); Blom et al. (1987); Burke, Collier e Hargreaves (1993) prop�em que os carboidratos sejam simples e de alto �ndice glic�mico, como a glicose, a sacarose e a maltodextrina; pois eles s�o mais efetivos durante as 6 primeiras horas de recupera��o. A frutose, mesmo sendo simples, possui baixo �ndice glic�mico e � recomendada para a reposi��o de glicog�nio hep�tico; pois � metabolizada no f�gado. Alguns carboidratos complexos podem ser t�o efetivos quanto os simples durante a restaura��o. Alimentos como p�o branco, cereais, batatas cozidas, a��car e mel produzem maiores concentra��es de glicog�nio nas primeiras horas de recupera��o quando comparados aos moderados, como as massas, e os baixos, como leite e frutas. Durante as duas primeiras horas da recupera��o, a taxa da ress�ntese alcan�a 8% por hora, estabilizando em 5% nas pr�ximas 20 horas. � fundamental o cuidado com o �ndice glic�mico do alimento a ser ingerido, pois o de baixo �ndice reduz a ress�ntese para 3% por hora.

    Citamos ainda que, Zawadski et al. (1992), foi o primeiro a estudar o efeito da combina��o entre carboidrato e prote�na na s�ntese de glicog�nio muscular p�s- exerc�cio. Ele conclui que a adi��o de prote�na aumenta a taxa de ress�ntese em aproximadamente 38% nas primeiras 4 horas de recupera��o, devido a maior resposta da secre��o de insulina. Entretanto, Jentjens e Jeukendrup (2003), explicaram que, caso a ingest�o de carboidratos for maior que 1.2 g/kg/ por hora e em intervalos regulares, o aumento na concentra��o de insulina n�o � respons�vel pela maior s�ntese de glicog�nio. Contudo, caso a ingest�o for menor que 1.2 g/kg/por hora, a suplementa��o de prote�na auxilia da reposi��o. Por isso, observa-se que o carboidrato � o principal fator limitante da ress�ntese de glicog�nio muscular.


Conclus�o

    Este estudo de revis�o, descreveu os mecanismos respons�veis pela ress�ntese de glicog�nio muscular no per�odo imediato ap�s exerc�cio intenso, e sua rela��o direta com as estrat�gias de maximiza��o desta reposi��o.

    Relatamos que, imediatamente ap�s o exerc�cio, ocorre o aumento na concentra��o da prote�na GLUT-4, o principal transportador de glicose, e proporcionalmente, m�xima sensibiliza��o da insulina. Quando � disponibilizado substrato ap�s exerc�cio, a enzima glicog�nio sintetase � a chave para a efici�ncia da a��o da insulina e da s�ntese de glicog�nio muscular.

    As estrat�gias de reposi��o devem observar a quantidade, o per�odo, a freq��ncia e o tipo de carboidrato a ser ingerido; pois estes procedimentos s�o fundamentais para a ativa��o do complexo de supercompensa��o de glicog�nio. Resumidamente, deve-se ingerir entre 0.7 a 1.5 g/kg por hora na forma de carboidrato simples e de alto �ndice glic�mico, imediatamente ap�s o exerc�cio e por um per�odo de no m�nimo 4 horas.


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Quais são os fatores que podem influenciar restauração de glicogênio?

Entretanto, vários fatores como o estado nutricional e de treinamento; e o tipo, a quantidade, o horário e a freqüência de ingestão de carboidratos afetam a restauração de glicogênio (Coelho et al., 2004). Nosso organismo estoca carboidratos sob a forma de glicogênio, tanto no fígado como nos músculos.

Como aumentar o estoque de glicogênio muscular?

Alguns alimentos auxiliam na reposição do glicogênio muscular. Isso é possível por meio da ingestão de frutas como banana, manga e melão, assim como mandioca, arroz, pão, aveia, batata-doce, massas e batata inglesa — são várias as opções de alimentos que fornecem o carboidrato.

Qual o principal nutriente para a recuperação do glicogênio muscular?

Após o exercício, o fornecimento de carboidratos tem objetivo de fornecer energia para a restauração do glicogênio muscular e hepático e proporcionar uma rápida recuperação dos estoques de energia.

Como é restaurado o glicogênio muscular?

A restauração do glicogênio após uma sessão de treinamento é um dos processos mais importantes no anabolismo muscular. Esse glicogênio nosso corpo armazena tanto no fígado, quanto nos músculos. Sua restauração é feita, geralmente, com adição de carboidratos simples no pós treino, junto a uma fonte de proteína.