Gostaria de compartilhar uma entrevista interessante feita pelo jornal Olhar Virtual com o professor Emílio La Rovere do Programa de Planejamento Energético da COPPE-UFRJ. A reportagem que relatou a entrevista foi intitulada “O futuro da usina Belo Monte” e assinada por Thor Weglinski. Abaixo alguns trechos selecionados desta entrevista. Show
Claro que os impactos ambientais e sociais gerados pela implementação do projeto de Belo Monte serão significativos. Existiu sim uma pressão muito forte do governo fazendo com que o projeto fosse aprovado de forma “rápida” (demorou 20 anos para sair do papel, mas a maior pressão foi feita pelo governo atual). Acho o cerne da questão deve ser cobrar do governo que os impactos sejam os menores possíveis e que a contra partida ambiental pela construção da usina (que pode chegar a 2,29 bilhões de reais) seja realmente bem investida. Não há atualmente tecnologia para substituir a quantidade de energia a ser gerada por usinas hidrelétricas no Brasil. Chegamos em um ponto crítico onde o maior potencial hidrelétrico restante está na Amazônia. Não acho que devemos utilizar todo o potencial hidrelétrico desta região mas não podemos fechar os olhos a esta questão. Devemos sim investir em fontes alternativas de energia (eólica, solar, biomassa, etc), mas achar que hoje elas podem tomar lugar de fontes como a hidrelétrica no Brasil é no mínimo utópico. * O trecho onde o professor fala “energia renovável, isenta de emissões poluentes e gasosas” é bem questionável. A geração de energia hidrelétrica não é isenta de emissões de gases estufa. Ainda mais em usinas mais antigas, onde problemas como grande área alagada, vertedouro mal localizado, inundação da mata original e consequente decomposição anaeróbica da matéria orgânica, etc aumentam de forma marcante a emissão de CO2 e metano, os dois principais gases estufa. Claro que essa emissão vai variar ao longo do tempo de implementação do reservatório, mas ela não deixa de ser considerável. Como ressaltado ao longo da entrevista a tecnologia atual de implementação da hidreletricidade consegue diminuir significativamente a emissão de gases da área alagada por trabalhar a fio d´água (menor área alagada). Mas nunca será “isenta” de emissões. Isso não é verdade apenas para para usinas hidrelétricas, mas para qualquer tipo de energia considerada “limpa” como biocombustíveis, eólica, solar. Por isso que devemos pensar sempre no custo-benefício de qualquer tipo de fonte de energia. Quais são os pontos negativos da usina hidrelétrica de Belo Monte?O desmatamento é um tema que também está fortemente ligado a construção da Usina de Belo Monte, pois cerca de 640 km quadrados de floresta amazônica seriam alagados, inundados e destruídos. Vale lembrar que este fator ainda compromete a cultura local. E, além dela, o projeto também comprometerá a flora e a fauna local.
Quais são as vantagens e desvantagens da usina de Belo Monte?A usina deve fornecer eletricidade para 60 milhões de pessoas quando entrar em operação. Por outro lado, está encravada na Floresta Amazônica e não tem como não causar problemas ambientais. Confira os principais pontos contra e a favor da terceira maior usina do planeta. A maior vantagem é óbvia: mais eletricidade.
Quais são os pontos positivos da usina hidrelétrica de Belo Monte?Pontos a favor da usina de Belo Monte:
Com um potencial gerador de 11,2 mil MW, a usina pode fornecer energia suficiente para abastecer 60 milhões de pessoas e colocar o Brasil em uma privilegiada posição de segurança energética. A energia hidrelétrica é considerada uma fonte limpa, ambientalmente correta.
Quais são os pontos positivos e negativos da construção de uma usina hidrelétrica?Pontos positivos: É uma fonte de energia limpa, não gera resíduos.. A construção é extremamente cara.. Durante o processo de construção, muda o curso dos rios e alaga áreas gigantescas até que o curso do rio volte ao normal quando a hidrelétrica fica pronta.. |