Qual a maior dívida do futebol brasileiro 2022?

Fazem parte do levantamento as 20 equipes da Série A do Campeonato Brasileiro, além de Bahia, Cruzeiro, Grêmio, Ponte Preta, Sport e Vasco, da Série B, e o Vitória, que foi rebaixado e este ano disputa a C.

A empresa explica no relatório: "As receitas totais dos clubes brasileiros evoluíram 153% entre 2012 e 2021. Em relação a 2020, houve aumento de 37%. Já as receitas sem transferências de jogadores, tiveram uma evolução de 120% nos últimos 10 anos e aumento de 64% entre 2020 e 2021. Descontada a inflação do período o crescimento da receita total foi de 89% e da receita sem transferência de jogadores 56%".

Levantamento financeiro feito pela EY analisa números dos 27 principais clubes do país — Foto: Reprodução

As cinco maiores receitas totais em 2021 foram de Flamengo, Palmeiras, Corinthians, Grêmio e Atlético-MG. Esses cinco clubes, juntos, somam 48% do total da receita dos 27 clubes que fazem parte do estudo. Dos R$ 7.5 bilhões arrecadados por esses 27 clubes em 2021, quase a metade se refere a direitos de transmissão e premiações: R$ 3.6 bilhões. As transferências de jogadores renderam um total de R$ 1.4 bilhão, com 11% de queda em relação a 2020.

O "matchday", ou a receita do dia de jogo que inclui ingresso, operação de estádio, e foi possivelmente o item mais afetado nos balanços financeiros com a pandemia, cresceu 13% em 2021 em relação ao ano anterior, um total de R$ 612 milhões. As receitas comerciais fecharam em R$ 1 bilhão.

Estudo da EY mostra quanto cada categoria de receita representa no montante total — Foto: Reprodução

Outro número que apresentou queda foi o endividamento líquido dos clubes, que fechou em R$ 10.5 bilhões, 7% a menos do que em 2020. Mas o endividamento tributário cresceu 3%, atingindo R$ 3.6 bilhões. O total de empréstimos também subiu: os 27 clubes somam R$ 2.3 bilhões em dívidas dessa natureza, número 4% maior do que em 2020.

Impacto da pandemia

O relatório ressalta o fato de que parte das receitas de direitos de transmissão e premiações de 2020 acabaram contabilizadas nos balanços de 2021, o que afetou diretamente as demonstrações financeiras dos participantes da Série A (até o 16º colocado) e semifinalistas da Copa do Brasil. Em relação a 2020, as receitas com direitos de transmissão e premiações aumentaram 101%. A retomada do público no segundo semestre do ano passado permitiu crescimento em receitas comerciais de 50% e de "matchday" de 13%.

Receitas

No ranking por arrecadação total, o Flamengo ficou no topo com R$ 1.08 bilhão, com R$ 105 milhões à frente do Palmeiras. O Grêmio aumentou em R$66 milhões suas receitas e ultrapassou Corinthians. O Vasco teve desempenho melhor no total de receitas do que alguns clubes da Série A, casos de Fortaleza, Ceará, Atlético-GO, América-MG, Sport, Cuiabá e Juventude. Na Série A, a diferença entre quem mais arrecadou, o Flamengo, e quem teve a menor receita, o Juventude, foi de aproximadamente 16 vezes segundo a EY.

O ranking de arrecadação bruta dos clubes no estudo da EY — Foto: Reprodução

Sem levar em conta a arrecadação com transferências de jogadores, o jogo muda de figura. O Palmeiras toma a dianteira do ranking com receita total de R$ 838 milhões em 2021, mais que o dobro do apresentado na temporada anterior. O montante é cerca de R$ 428 milhões maior do que o de 2020 e R$ 35 milhões superior ao resultado do Flamengo.Comparando com as demais grandes equipes paulistas, o Corinthians teve receita total sem considerar transferências de R$ 474 milhões, São Paulo de R$ 355 milhões, e Santos de R$ 300 milhões. No Nordeste, Bahia e Fortaleza se destacaram com bons resultados e crescimento das receitas nessa categoria.

Ranking de arrecadação feito pela EY sem levar em conta transferências de jogadores — Foto: Reprodução

Com as transferências na equação, o Flamengo liderou a lista pelo terceiro ano consecutivo. O Corinthians teve uma queda relevante de R$ 161 milhões em relação a 2020, sendo ultrapassado na lista por clubes como Ceará e Bahia. Flamengo, Grêmio, Palmeiras, São Paulo, Fluminense e Santos arrecadaram valores acima dos R$ 100 milhões de receitas com transferências de atletas.

Direitos de transmissão e premiações

O Palmeiras se manteve no topo das receitas com direitos de transmissão e premiações, como já havia acontecido em 2020. Segundo a EY, metade de todo o dinheiro arrecadado com direitos de transmissão em premiações está concentrado com cinco clubes: Atlético-MG, Corinthians, Flamengo, Palmeiras e São Paulo.

Ranking de arrecadação com direitos de transmissão e premiações, segundo a EY — Foto: Reprodução

Receita comercial

Nesta categoria, o Palmeiras perdeu o posto que dominou por dois anos. O Flamengo praticamente dobrou suas receitas comerciais e fechou 2021 com R$ 3 milhões a mais do que o rival de São Paulo. O Cruzeiro, mesmo na Série B, se manteve à frente nesta categoria de clubes da divisão principal, como Athletico-PR e Fluminense.

O relatório mostra que 61% das receitas comerciais no período entre 2017 e 2021 ficaram nas mãos de cinco clubes: Palmeiras, Flamengo, Corinthians, Grêmio e São Paulo. O Palmeiras apresentou o maior valor acumulado R$ 691 milhões, aproximadamente R$ 66 milhões acima do Flamengo, segundo colocado na lista. O Corinthians também se destaca com um aumento de R$ 83 milhões em receitas comerciais nestes cinco anos.

Receitas de dia de jogo ("matchday")

A EY trouxe um levantamento recortando o período entre 2017 e 2021 - os últimos cinco balanços anuais - para analisar as receitas de dia de jogo ("matchday"). Flamengo, Palmeiras, Internacional, Grêmio e Corinthians representaram 57% do valor total desta categoria.

O Flamengo, primeiro na lista, arrecadou R$ 105 milhões a mais do que o Palmeiras, com um total de R$ 536 milhões. A receita do clube da Gávea no período nesta categoria é superior às de Botafogo, Fluminense e Vasco somadas.

Endividamento líquido

De acordo com a EY, o endividamento líquido desses 27 clubes apresentou queda em 2015, mas daí até 2020 houve um crescimento de 66%. E, em 2021, nova queda nessa categoria: 7% a menos do que em 2020. Alguns clubes tiveram aumento considerável no endividamento, apesar da queda geral. Na contramão, o Cruzeiro teve R$ 57 milhões de crescimento neste item, enquanto o Atlético-MG viu sua dívida engordar R$ 75 milhões. Ambos fecharam 2021 com endividamento líquido superior a R$ 1 bilhão.

Gráfico da EY mostra evolução do endividamento dos clubes — Foto: Reprodução

Mas outros apresentaram redução do valor de endividamento, como Palmeiras, Santos e Flamengo. O clube carioca reduziu em R$ 354 milhões sua dívida de 2020 para 2021, cerca de de 48%. Entre os times do Nordeste, a maior dívida é do Sport de Recife: R$ 231 milhões.

Endividamento tributário

O endividamento tributário acompanhou a curva geral do endividamento líquido dos clubes, com queda em 2015 por conta do Profut (programa de refinanciamento de débitos fiscais), seguido de crescimento de 47% até 2021, atingindo um total de R$ 3.6 bilhões. Essa lista é liderada pelo Corinthians, com R$ 534 milhões e um aumento de R$ 117 milhões em relação ao ano anterior. O Atlético-MG aumentou sua dívida tributária em R$ 23 milhões. Foram os últimos a ultrapassar R$ 300 milhões nessa categoria de dívida.

Ranking dos clubes mais endividados com tributos — Foto: Reprodução

Endividamento por empréstimos

O Atlético-MG lidera a lista com larga vantagem: R$ 580 de milhões de endividamento com empréstimos. O segundo colocado, o Athletico-PR, tem R$ 291 milhões. Neste item se destaca o Palmeiras com uma redução de R$ 183 milhões em dívidas de empréstimos bancários em relação a 2020. O Grêmio, por outro lado, mais do que triplicou sua dívida neste item, passando de R$ 7 milhões em 2020 para R$ 23 milhões no ano seguinte.

Ranking dos clubes mais endividados com empréstimos bancários, segundo a EY — Foto: Reprodução

Endividamento líquido x receita total

Entre os gráficos no levantamento da EY há um comparativo entre o endividamento líquido e a receita total dos clubes, traçando uma correlação entre os valores. O pior desempenho foi do Cruzeiro, com endividamento líquido do clube sete vezes superior ao faturamento realizado. Sem levar em consideração as receitas provenientes de transferências de jogadores, o Botafogo assume a liderança dessa lista, com um endividamento líquido mais de 10 vezes superior ao faturamento em 2021.

Ranking do endividamento líquido total dos clubes — Foto: Reprodução

Mas há notícias boas em General Severiano. O Botafogo teve o quinto maior superávit entre os clubes analisados. Essa lista é liderada por Flamengo e Palmeiras, ambos impulsionados por receitas de transmissão e premiações. O Vasco também se saiu bem e ficou em terceiro.

Qual a maior dívida do futebol brasileiro em 2022?

Top 10 times MAIS endividados do Brasil em 2022.
Corinthians..
Botafogo. ... .
Vasco. ... .
Fluminense. ... .
São Paulo. ... .
Internacional. ... .
Santos. Em nono, outro time paulista com uma dívida de R$ 590 milhões (125% de seu faturamento). ... .
Palmeiras. O time paulista possui uma dívida de R$ 434 milhões (44% do valor de sua receita). ... .

Quais times mais endividados do Brasil 2022?

O Corinthians tem a segunda maior dívida do futebol brasileiro: R$ 963 milhões. Em seguida, aparecem Cruzeiro (R$ 723 milhões), Vasco (R$ 710 milhões), São Paulo (R$ 632 milhões), Inter (R$ 578 milhões), Fluminense (R$ 501 milhões), Botafogo (R$ 465 milhões) e Flamengo (R$ 450 milhões).

Qual a dívida do Palmeiras em 2022?

Foram cerca de R$ 65 milhões que correspondem ao que seria pago pela Crefisa pelo patrocínio de julho de 2022 a junho de 2023, valores que já entraram no caixa palmeirense. Houve uma discussão na reunião do COF de que estas antecipações são na verdade empréstimos.

Qual é a dívida total do Flamengo?

O clube tem direito a receita de R$ 99,3 milhões por jogador, enquanto deve pagar R$ 172 milhões. "Tal amplitude de valores indica que é necessário manter o ciclo de vendas ativo, aproveitando as oportunidades do mercado, dado que existem ainda valores de compras de jogadores a liquidar em 2022 e 2023.