Qual o papel do intérprete de Libras e os seus aspectos favoráveis?

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Qual o papel do intérprete de Libras e os seus aspectos favoráveis?

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favoráveis, como alguns desfavoráveis, conforme tabela abaixo. 
 
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MAGALHÃES, Fábio Gonçalves de Lima. O Papel do Intérprete de LIBRAS na Sala de Aula 
Inclusiva. 
 
 
Revista Brasileira de Educação e Cultura – ISSN 2237-3098 
Centro de Ensino Superior de São Gotardo 
Número VII 
Jan-jun 2013 
Trabalho 04 
Páginas 73-86 
http://periodicos.cesg.edu.br/index.php/educacaoecultura  
 
Aspectos Favoráveis Aspectos Desfavoráveis 
O aluno surdo aprende de modo mais fácil o 
conteúdo de cada disciplina; 
O intérprete pode não conseguir passar o conteúdo 
da mesma maneira que o professor; 
O aluno surdo sente-se mais seguro e tem 
mais chances de compreender e ser 
compreendido; 
O aluno não presta atenção ao que o professor 
regente diz, porque está atento ao intérprete; 
O processo de ensino-aprendizagem fica 
menos exaustivo e mais produtivo para o 
professor e alunos; 
Há necessidade de pelo menos dois intérpretes por 
turma porque a atividade é exaustiva; 
O professor fica com mais tempo para 
atender aos demais alunos; 
Os demais alunos ouvintes podem ficar desatentos, 
porque se distraem olhando para o intérprete; 
A Libras passa a ser mais divulgada e 
utilizada de maneira mais adequada; 
O professor regente pode sentir-se constrangido em 
estar sendo interpretado; 
O aluno surdo tem melhores condições de 
desenvolver-se, favorecendo inclusive seu 
aprendizado da Língua Portuguesa (falada 
e/ou escrita). 
O professor não interage diretamente com o aluno. 
 
O intérprete atualmente assume a função de auxiliar no desenvolvimento 
educacional. Parece tratar-se de uma inversão de papéis, onde o intérprete assume 
o papel da escola, auxiliando os surdos. No entanto, ficam alguns questionamentos 
referentes ao papel do intérprete: É essa a inclusão que se deseja para os sujeitos 
surdos? Onde alguns sujeitos (intérpretes) são responsáveis pelo desenvolvimento 
de um grupo com uma língua diferente da maioria? Diante disto, observa-se que não 
ocorrem mudanças significativas de estrutura curricular, mais sim, se dissimula a 
realidade, não suprindo as reais necessidades dos educandos. 
A inserção desses profissionais precisa ser feita com cuidado e reflexão, 
uma vez que a prática inclusiva observada até o momento aponta para a evidência 
de desconhecimento da realidade das comunidades surdas, de falta de preparo e de 
oportunidades para discussões sobre essas possibilidades. Além disso, essa 
atuação exige uma demanda de trabalho intensa, dedicação de várias horas diárias, 
necessidade de disponibilidade quase que integral para a atividade, já que, muitas 
vezes, o intérprete precisa se preparar e estudar temas, para poder passá-los ao 
aluno surdo nas aulas. Deve-se levar em conta ainda, a importância do ato de 
interpretar, o qual corresponde ao processo cognitivo pelo qual se trocam 
mensagens de uma língua a outra, sejam elas orais ou sinalizadas. Nesse sentido, a 
interpretação difere da tradução, já que esta é “um termo técnico que se refere, 
exclusivamente, ao processo de trocar mensagens escritas de uma língua para 
outra. Durante o breve instante da interpretação, a desverbalização não é um 
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Inclusiva. 
 
 
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processo mecânico, nem um tipo de alquimia linguística, que requer somente boa 
vontade e onde as palavras de uma língua simplesmente se transformam em 
palavras de outra. A interpretação é por essência um processo de tomada de 
decisões sintáticas, semânticas e pragmáticas, onde frente a uma situação-
problema, a solução passa necessariamente pela língua” (FAMULARO, 1999). 
Observa-se também que só o reconhecimento da língua não resolveu o 
problema da educação de surdos, mesmo com algumas iniciativas ainda temos 
professores ouvintes que continuam com o discurso de que não sabem como 
ensinar o educando, não conhecem sua língua e sua cultura. 
O intérprete sempre faz uma ponte entre duas pessoas, mediando o 
conhecimento de uma cultura a outra, e vice-versa, numa relação dialógica entre 
alunos surdos e professores ouvintes e também na direção inversa. Sendo assim, a 
todo intérprete é necessário um vasto conhecimento para transitar entre as duas 
línguas, esforçando-se para incorporar conceitos linguísticos e culturais das 
comunidades envolvidas, para que todo o significado que se transporte da mente de 
um falante para o outro venha repleto de nuances, de minúcias da língua de quem a 
transporta para a outra língua. 
Outro problema está no fato de o que se diz verbalmente não se diz no 
mesmo tempo em língua de sinais. Pode demorar mais ou menos em diferentes 
circunstâncias e conteúdos, o que compromete a interpretação, uma vez que ela é 
realizada simultaneamente à exposição oral do interlocutor ouvinte. Pode ocorrer 
redução do conteúdo, mesmo que o intérprete seja da mais alta competência. O 
problema não reside, nessa hora, nas habilidades de interpretação do profissional, 
mas das intensas diferenças linguísticas entre uma língua de modalidade auditivo-
verbal e uma outra língua de modalidade visual-motora. 
Mesmo com esse problema da diferença linguística o intérprete tem 
importante papel no processo de ensino/aprendizagem dos surdos nas escolas de 
ensino fundamental e médio, o de difundir e tornar conhecida a língua. Na maioria 
das vezes é ele o único que conhece esta língua no ambiente escolar. 
 
 
 
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Número VII 
Jan-jun 2013 
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5 – CONCLUSÃO 
 
O interprete é o canal comunicativo entre os surdos e as pessoas que lhe 
cercam. Seu papel em sala de aula é servir como tradutor entre pessoas que 
compartilham línguas e culturas diferentes como em qualquer contexto tradutório 
que vivenciou ou vivenciará. 
Em uma sala de aula onde há alunos surdos e ouvintes, um intérprete de 
língua de sinais, obviamente oportuniza situações antes impensáveis em sua 
ausência. Reconhece-se seu valor, sua importância, mas esse profissional não 
soluciona o problema da inclusão escolar do surdo. 
O ingresso do aluno no processo de escolarização deve ocorrer 
juntamente com a família, uma vez que o progresso da criança se comtempla na 
parceria entre escola e família. Para a criança surda, além dessa atenção, a escola 
deverá orientar a família sobre as melhores possibilidades de atendimento ofertadas 
apresentando as diferentes metodologias de trabalho para que os pais possam ter 
ciência do processo e com esse conhecimento fazer as melhores escolhas. 
Conclui-se então que a família deve aprender a língua de sinais para 
interagir com o filho, a escola deverá orientar as famílias a acompanharem o 
processo educacional de seus filhos surdos como o de qualquer outro, pois na 
dinâmica familiar o filho surdo deverá ser parte da família, e não o centro dela. 
 
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
BEYER, Hugo Otto. Educação Inclusiva ou Integração Escolar? Implicações 
pedagógicas dos conceitos como rupturas paradigmáticas. 2006, p. 279. In: 
<http://de.wikipedia.org/wiki/Inklusive>. Acesso em: 15 ago. 2013. 
BOTELHO, Paula. Linguagem e letramento na educação dos surdos: ideologias e 
práticas pedagógicas. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. 
BRASIL, Presidência da República.

Qual é o papel do intérprete de Libras?

Sejam surdos ou ouvintes, os intérpretes de Libras são responsáveis por facilitar a comunicação de maneira neutra, garantindo o acesso à informação para a pessoa surda que se comunica por meio da Língua Brasileira de Sinais.

Qual o papel do intérprete na educação dos surdos?

Como foi visto o Intérprete de Libras atua como mediador entre o aluno surdo e o professor. Seu papel em sala de aula é traduzir da Língua Portuguesa para a Língua de Sinais. Ele deve estar atento na hora de transferir o conteúdo e dúvidas, possibilitando a participação do aluno em todos os contextos.

Qual é o papel do intérprete em sala de aula?

O interprete é o canal comunicativo entre os surdos e as pessoas que lhe cercam. Seu papel em sala de aula é servir como tradutor entre pessoas que compartilham línguas e culturas diferentes como em qualquer contexto tradutório que vivenciou ou vivenciará.

Qual é o papel do profissional intérprete tradutor?

Tradução-interpretação consecutiva - É o processo de tradução- interpretação de uma língua para outra que acontece de forma consecutiva, ou seja, o tradutor-intérprete ouve/vê o enunciado em uma língua (língua fonte), processa a informação e, posteriormente, faz a passagem para a outra língua (língua alvo).