Sobre a crise na educação física na década de 1980, assinale a alternativa correta

1.     Introdu��o

    V�rios s�o os autores que identificam a rela��o hist�rica entre a Educa��o F�sica e a sa�de, entre eles Ghiraldelli J�nior (1998), Soares (1994) e Carvalho (1995). Carvalho (1995) identifica duas formas de reproduzir a rela��o citada: uma identifica a pr�tica da atividade f�sica como produtora de sa�de e outra como preven��o. Para a autora, ambas constroem sua epistemologia na concep��o de que somente o exerc�cio f�sico � o respons�vel pela sa�de dos alunos, desconsiderando aspectos como: pol�ticas p�blicas, cultura, contexto social e saneamento.

    Para compreendermos o papel da sa�de na Educa��o F�sica Escolar no Brasil, � necess�rio resgatar a hist�ria da disciplina e seus respectivos per�odos. A introdu��o da Educa��o F�sica nas escolas brasileiras se deu efetivamente atrav�s da Reforma Couto Ferraz, em 1851. Atrav�s de reforma realizada por Rui Barbosa, em 1882, houve uma recomenda��o que a gin�stica fosse obrigat�ria. Por�m, � somente a partir de 1920 que v�rios estados incluem a Educa��o F�sica em suas reformas educacionais (BETTI, 1991)

    Ghiraldelli (1998), explica que a Educa��o F�sica brasileira apresenta concep��es hist�ricas, identificando-as em cinco tend�ncias[1]: Higienista (at� 1930), Militarista (de 1930 a 1945) Pedagogicista (1945 a 1964) e Competitivista (1964 a 1985).

    Posteriormente podemos incluir a Educa��o F�sica Popular (1985 at� os dias atuais). A Educa��o F�sica Popular se desmembra em v�rias abordagens[2]. A seguir analisaremos cada uma delas, tend�ncias e abordagens, e sua rela��o com a sa�de.

2.     A sa�de e as tend�ncias pedag�gicas da Educa��o F�sica Escolar

2.1.     Tend�ncia Higienista (at� 1930)

    Esta tend�ncia foi bastante influenciada pela medicina e pela eugenia. Segundo Darido e Rangel (2005) esta concep��o possu�a como preocupa��o principal os h�bitos de higiene e sa�de, valorizando tanto o desenvolvimento f�sico quanto o moral, a partir do exerc�cio.

    De acordo com Luz (2007), a medicina teve um papel estrat�gico no desenvolvimento da Educa��o F�sica. Para o autor, os saberes e pr�ticas da Educa��o F�sica passam a sofrer influ�ncias dos saberes da �rea m�dica, buscando uma legitima��o cient�fica, principalmente na �rea biom�dica, como todos os saberes relativos ao corpo.

    Possu�a como caracter�stica a utiliza��o da gin�stica calist�nica, os professores eram da �rea m�dica, n�o havia intera��o entre alunos e professor, os mais fracos e doentes eram exclu�dos das aulas e n�o havia nenhuma intera��o com as quest�es pedag�gicas da escola (SOARES, 1994).

    O tema sa�de era uma preocupa��o da elite da �poca, que temendo contamina��es, utilizou a Educa��o F�sica como um meio de doutrinar as classes mais baixas, no sentido de fiscalizar e promover a assepsia corporal. Tal fiscaliza��o era realizada no in�cio das aulas quando era realizada a inspe��o, momento em que os alunos deveriam mostrar aos professores a limpeza corporal � unhas, cabelos, pesco�o, bra�os e pernas. Alunos com qualquer tipo de doen�a eram eliminados das aulas, aqueles que estivessem demonstrando qualquer tipo de impureza � roupa suja, unhas a fazer, etc., eram sumariamente exclu�dos. As blusas do uniforme da pr�tica de Educa��o F�sica deveriam ser brancas, fato at� hoje usualmente corriqueiro nas aulas da disciplina, tal cor foi admitida por representar a pureza e a limpeza (AZEVEDO, 1920).

    Os modelos eug�nico, higienista e biologicista de encarar a sa�de podem ser considerados os precursores da pedagogia da Educa��o F�sica escolar, baseada na apologia ao estilo de vida ativo adquirido pela exercita��o mec�nica, cujos fundamentos, at� hoje produz sentimentos de culpa naqueles que n�o seguem os direcionamentos impostos por esta tend�ncia da disciplina no que diz respeito � apar�ncia f�sica (SOARES, 1994). Como afirmam Goldemberg e Ramos (2002, p. 25): �devido a mais nova moral, a da �boa forma�, a exposi��o do corpo em nossos dias, n�o exige dos indiv�duos apenas o controle de suas puls�es, mas tamb�m o controle de sua apar�ncia f�sica�.

    A seguir, demonstramos a ideologia da Educa��o F�sica da �poca, biologicista, ilustrado por uma passagem do livro �Da Educa��o Physica� de Fernando de Azevedo (1920, p.70):

    Por meio dessa gin�stica, assim caracterizada, devem adquirir-se, sobre o ponto de vista fisio-anat�mico: a beleza corporal e, sob o ponto de vista psicol�gico, a coragem, a iniciativa, a vontade perseverante, ou, em uma palavra, certas aptid�es morais, al�m do equil�brio funcional dos �rg�os, que � a express�o e o �ndice da sa�de do corpo, e, por fim, a beleza na forma e no movimento.

    Oliveira et al. (2005) defendem a hip�tese de que a institui��o m�dica, baseada no biologicismo, favoreceu a compreens�o da Educa��o F�sica como sin�nimo de sa�de e cria��o de h�bitos higi�nicos que afastassem da popula��o a possibilidade de contamina��o por doen�as e outros agravos, e como um caminho para a promo��o da eugenia, ou seja, o melhoramento da ra�a. Portanto, a medicina contribuiu para a constru��o de uma Educa��o F�sica com bases biol�gicas, desconsiderando quest�es que fugissem aos aspectos anat�micos e de rendimento f�sico.

    Consideramos que, no per�odo da tend�ncia Higienista, corroborando com Ramos e Ferreira (2000), a preocupa��o da Educa��o F�sica era com a forma��o de um homem �brasileiro�, que pudesse representar a na��o, observando-se suas caracter�sticas eug�nicas, e que, desta forma, refor�ava a id�ia da sa�de utilitarista, de car�ter m�dico-higi�nico (RAMOS; FERREIRA, 2000).

    Faria Junior (1991) e Mota (1992) lembram que a busca por indiv�duos fortes, a preocupa��o com os aspectos posturais, a influ�ncia m�dica e a boa apar�ncia eram as metas dos programas de Educa��o F�sica da �poca. Para ambos, o processo de medicaliza��o da Educa��o F�sica ainda persiste como m�todo, at� os dias atuais.

    A tend�ncia Higienista encerra seu ciclo, em 1930, com o advento de um mundo preocupado, n�o mais com o desenvolvimento da medicina, mas com a guerra (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).

2.2.     Tend�ncia Militarista (1930 � 1945)

    Totalmente biologicista, como sustenta Daolio (1995), esta tend�ncia expressa a forma como os professores compreendiam os alunos, considerando-os de forma homog�nea. Com a implanta��o do Estado Novo, na d�cada de 30, a escola passa a sofrer transforma��es nos programas das disciplinas. Assim, os professores de Educa��o F�sica passam a atuar recorrendo a filosofia da militariza��o, institucionalizando os corpos de seus alunos e renegando o aspecto educacional da pr�tica (GUEDES, 1999).

    A Educa��o F�sica Militarista passa a ser influenciada pelas quest�es b�licas. As preocupa��es com eventuais guerras e o envolvimento do pa�s nestes conflitos chegam � Educa��o F�sica com avidez. O per�odo militarista se configura entre o final da Primeira e a Segunda Guerra Mundial, portanto, uma �poca de conturba��es pol�ticas (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).

    Havia a necessidade de preparar futuros jovens para poss�veis envios de tropas � guerra, assim o governo brasileiro encara a Educa��o F�sica como um meio de treinamento para os alunos. As aulas passam a ser ministradas, em sua maioria, por militares. Exerc�cios como polichinelo, abdominal, flex�o de bra�o, corridas, defesa pessoal, instru��es militares e gin�sticas passam a configurar como conte�dos da Educa��o F�sica escolar (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).

    A rela��o aluno-professor abandona a postura paciente-m�dico, como era considerada na tend�ncia Higienista, e passa a vigorar como recruta-sargento. N�o h� di�logo entre ambos. Os fundamentos do nazismo e do fascismo, em ascens�o na Europa, tamb�m s�o percebidos. O nacionalismo exacerbado e reproduzido atrav�s de hinos e can��es de amor � p�tria, a preocupa��o com a limpeza da ra�a, o racismo, o culto ao belo e a exclus�o dos ditos inferiores passam a serem situa��es freq�entes nas sess�es de Educa��o F�sica (FERREIRA, 2009).

    O tema sa�de era abordado somente na pr�tica, na constru��o de futuros soldados, fortes e doutrinados, capazes de representar a p�tria em combates. Havia a exclus�o dos mais fracos e incapazes, pois a eugenia ainda era preconizada como meio de sele��o dos melhores. Para que o Brasil fosse � guerra, como de fato acabou ocorrendo, necessit�vamos de jovens saud�veis e dispostos (FERREIRA, 2005).

    As mulheres come�aram a ser inclu�das de forma mais forte nas aulas de Educa��o F�sica, por�m separadas dos homens. A separa��o ocorria, pois os exerc�cios masculinos eram mais rigorosos e a gin�stica feminina era mais branda. O objetivo desta inclus�o era favorecer a sa�de feminina, por�m atr�s desta a��o, na verdade, o que havia de fato era a preocupa��o com as futuras m�es, assim a Educa��o F�sica feminina se preocupava em preparar o corpo de suas alunas para uma boa gesta��o. Ao ficarem gr�vidas eram dispensadas das aulas. O pensamento era voltado para o nascimento de brasileiros puros e saud�veis, para tanto deveriam ter m�es saud�veis (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).

    Com o final da guerra, em 1945, e conseq�entemente o fim do pensamento militar e o in�cio da constru��o de um novo mundo, a Educa��o F�sica no Brasil, seguindo os pa�ses do ocidente, volta-se ao modelo americano, um dos pa�ses vencedores da Segunda Guerra (GHIRALDELLI JUNIOR, 1998).

2.3.     Tend�ncia Pedagogicista (1945 � 1964)

    Ap�s a Segunda Guerra Mundial, com a derrota do nazi-facismo e a vit�ria dos aliados, a Educa��o F�sica passa a sofrer a influ�ncia do liberalismo americano, assim como grande parte do mundo ocidental. Nos Estados Unidos a Educa��o F�sica recorria a jogos e brincadeiras, gin�sticas, lutas e esportes, principalmente o basquetebol e o voleibol, conte�dos logo assimilados pela disciplina no Brasil. Ainda no campo da atividade f�sica, os americanos passaram a investir em programas de exerc�cios f�sicos e na forma��o de atletas (SESC, 2003)

    No Brasil, com o crescimento da escola p�blica, como atesta Ghiraldelli J�nior (1998) a Educa��o F�sica recebe impulsos da ideologia desenvolvimentista do Governo de Juscelino Kubitscheck e passa a se integrar pela primeira vez nas quest�es pedag�gicas na escola.

    Neste per�odo, ainda de acordo com o autor citado, a Educa��o F�sica passa a ser o centro vivo da escola, responde a prepara��o de alunos para festas, torneios, desfiles, forma��o de bandas musicais, entre outras. A participa��o dos alunos � mais inclusiva.

    Pela primeira vez a sa�de passa a ser discutida de forma te�rica e assuntos como primeiros socorros, higiene, preven��o de doen�as e alimenta��o saud�vel s�o incorporados �s aulas de Educa��o F�sica. Entretanto, no per�odo ainda n�o se notava uma preocupa��o com a sa�de coletiva, e sim individual. N�o havia discuss�es sobre lazer, moradia, emprego e saneamento, condi��es b�sicas para a sa�de, na vis�o da Sa�de Coletiva (FERREIRA, 2009).

    Um fato negativo desta tend�ncia � o in�cio do culto ao corpo de forma consumista, a partir da d�cada de 60, fortemente apoiado pelo modelo american way of life, que passa a ser copiado pela sociedade brasileira (COURTINE, 1995).

    De forma inversa, agora positivamente, a tend�ncia Pedagogicista, denominada por alguns como biopsicossocial, foi inspirada no discurso liberal da escola nova e buscava efetivar um car�ter mais educacional � Educa��o F�sica.

    Guedes (1999) explica que as introdu��es de id�ias pedag�gicas fizeram com que a Educa��o F�sica fosse reconhecida como um meio de educa��o, pois advogava no sentido de explicar que o homem, para ser instru�do de forma integral, deveria n�o somente ser educado cognitiva e afetivamente, mas tamb�m no campo f�sico. Para o autor tal fato proporcionou aos professores da disciplina substituir os m�todos mec�nicos da pr�tica.

    O autor ainda afirma que, da mesma forma como os militares da tend�ncia militarista tentaram superar os m�todos m�dicos da tend�ncia Higienista, foram os pedagogos que procuraram tomar o lugar dos militares na tend�ncia Pedagogicista, apesar de resqu�cios da �rea m�dica e militar que se mantiveram presentes nas aulas dos professores da �poca. Assim a rela��o agora era, enfim, aluno-professor.

    A Educa��o F�sica brasileira parecia caminhar a largos passos para uma boa utiliza��o de seus m�todos, passando a vogar em prol da discuss�o te�rica educacional, por�m, havia em seu caminho um empecilho que lhe proporcionou uma vertiginosa queda de volta ao biologicismo: a ditadura militar.

2.4.     Tend�ncia Esportivista (1964 � 1985)

    Em 1� de abril de 1964, no Brasil, os militares tomam o poder e a partir de ent�o, instalam um governo onde as pessoas com id�ias contr�rias eram rigorosamente punidas com persegui��es, cadeia, ex�lio e morte. A censura passa a ser exercida e ocorrem a fiscaliza��o de sindicatos, entidades estudantis e partid�rias (FERREIRA, 2009).

    Nesse mesmo per�odo, o Brasil consegue v�rios resultados expressivos no esporte como o tricampeonato da sele��o brasileira de futebol, no M�xico em 1970. O povo comemorava nas ruas as vit�rias brasileiras. O governo patrocinava as festas e desta forma percebeu que a popula��o adorava esportes e que, com a aten��o direcionada �s disputas, afastava-se das discuss�es pol�ticas. Assim, os militares resolvem incentivar a pr�tica esportiva, com objetivos claros: descobrir novos talentos e transformar o Brasil em pot�ncia ol�mpica. Por�m havia objetivos escusos: ao praticar esportes a popula��o se ocupava e deixava de lado as preocupa��es com o governo (FERREIRA, 2009).

    Para atingir os objetivos tra�ados, o governo resolve ent�o apoiar a pr�tica de esportes na escola e a Educa��o F�sica se torna o alvo prefeito. A partir deste momento a Educa��o F�sica, que buscava um avan�o como meio educativo, na tend�ncia Pedagogicista, retorna ao biologicismo. Os professores agora deveriam deixar de lado os aspectos sociais, educativos e afetivos e se preocupar somente com o rendimento e o aprimoramento das habilidades esportivas (FERREIRA, 2009).

    A Educa��o F�sica passa a ser dominada pelos esportes, melhor, passa a ser sin�nimo de esportes. H� uma exclus�o generalizada daqueles que n�o possuem habilidades, a competi��o passa a ser o objetivo do processo. A rela��o professor-aluno passa a ser t�cnico-atleta. O per�odo que compreende esta tend�ncia na Educa��o F�sica � de 1964 a 1985 (FERREIRA, 2009).

    Nesta tend�ncia da Educa��o F�sica a sa�de, f�sica, se torna um tema importante, pois � necess�rio atender aos futuros atletas. A fisiologia e o treinamento esportivo, principalmente, atingem um grande desenvolvimento (FERREIRA, 2009).

    Ainda neste per�odo a Educa��o F�sica tamb�m recebe influ�ncias dos discursos econ�micos, que preocupados com os problemas de sa�de, alertavam para a realiza��o de atividades f�sicas pela popula��o. O argumento na verdade era o de tornar menos custosa a sa�de para os governos. Esse movimento denominado healthism teve sua origem nos Estados Unidos e, anos mais tarde no Brasil, passa a se chamar de Movimento da Sa�de (SOARES, 1994).

    O Movimento da Sa�de � pautado pelo individualismo, em detrimento das quest�es sociais. Assim, as atividades f�sicas passam a ser medidas privadas, diferentemente das tend�ncias Higienista e Militarista, onde a ideologia era voltada para o Estado por meio da consecu��o da eugenia e sua busca incessante pela melhoria da ra�a (G�IS J�NIOR; LOVISOLO, 2003).

    Tamb�m conhecida como tend�ncia Competitivista, Mecanicista ou Tecnicista, a tend�ncia Esportivista ainda hoje � muito representativa na �rea da Educa��o F�sica Escolar. Seus m�todos, conte�dos, formas e meios se resumem, como o nome j� informa, � pr�tica esportiva, com todas as suas normas, t�cnicas, t�ticas e busca de performances. Talvez esta seja a tend�ncia que mais ra�zes deixou na pr�tica da Educa��o F�sica Escolar (FERREIRA, 2009).

    A partir de meados dos anos 80, a ditadura brasileira come�a a se sentir desprivilegiada e sem for�as que a sustentem no poder. Os movimentos democr�ticos come�am a se fortalecer, entre eles as Diretas J�. O Brasil n�o se torna uma pot�ncia ol�mpica, pelo contr�rio, os resultados em competi��es internacionais s�o p�fios. Com elei��o de um presidente civil e a retomada da democracia, a Educa��o F�sica penetra na era da tend�ncia popular (FERREIRA, 2009).

2.5.     Tend�ncia Popular (1985 � atualidade)

    A d�cada de 80 faz fervilhar os movimentos populares. O Movimento Sanit�rio cresce nos munic�pios e se organiza. Em 1986, na j� comentada 8� Confer�ncia Nacional de Sa�de, ocorre o reconhecimento do Conceito Ampliado de Sa�de, que entende sa�de como um conjunto de situa��es que v�o al�m do biol�gico, incluindo o social, o cultural e o econ�mico (BRASIL, 1986).

    A Educa��o F�sica pautada na tend�ncia Popular � dominada pelos anseios oper�rios de ascens�o na sociedade. Conceitos como inclus�o, participa��o, coopera��o, afetividade, lazer e qualidade de vida passam a vigorar nos debates da disciplina. O aluno, depois de um longo per�odo, desde a tend�ncia Pedagogicista, entre 1945 e 1964, passa a ser parte do processo, sendo ouvido, podendo sugerir e criticar (FERREIRA, 2009).

    A sa�de como tema deste per�odo da Educa��o F�sica engloba diversos assuntos como o sedentarismo, as doen�as sexualmente transmiss�veis, o combate �s drogas e os primeiros socorros (FERREIRA, 2009).

    A for�a do biologicismo, t�o presente em outras tend�ncias da Educa��o F�sica, parece declinar. Les�es, traumas, estresse, e uso de drogas para aumentar o rendimento direcionam a aten��o da popula��o para os efeitos do esportivismo e de sua busca pelo alto rendimento. Solomon (1991) afirma que somente a dedica��o aos exerc�cios n�o s�o suficientes para a preven��o de doen�as card�acas. A afirma��o produz um efeito devastador na Educa��o F�sica, que inicia ent�o uma nova leitura do seu papel como produtora de sa�de.

    Por�m a Educa��o F�sica na verdade, entra em crise epistemol�gica. O que fazer? N�o se respira mais os ares do Higienismo e sua assepsia corporal; n�o se pretende mais produzir futuros soldados, como preconizava o a tend�ncia Militarista; n�o h� a necessidade de produzir atletas, pois a escola n�o possui esta fun��o, como queria a tend�ncia Esportivista. Qual a ci�ncia da Educa��o F�sica? A que se destina? Qual o verdadeiro papel da sa�de na Educa��o F�sica? Desta crise, aflorada pela necessidade de sobreviv�ncia, surgem as abordagens da Educa��o F�sica.

3.     A Sa�de e as abordagens da Educa��o F�sica

    Darido (2003) explica que a partir da d�cada de 80, � iniciado um amplo debate sobre os pressupostos e a especificidade da Educa��o F�sica. Como resultados surgem v�rias abordagens pedag�gicas para a �rea, como as abordagens Psicomotora, Desenvolvimentista, Construtivista, Sa�de Renovada, Cr�tico-superadora, Crit�co-emancipat�ria, entre outras.

    A Educa��o F�sica passa ent�o a realizar importantes mudan�as em sua estrutura: reformula��o curricular, conte�dos desenvolvidos para a escola, reflex�es cr�ticas acerca da falta de ideologia na �rea, entre outras (RAMOS; FERREIRA, 2000). Tais discuss�es fazem surgir um novo cen�rio, marcado pela ruptura com o biologicismo reinante.

    Desta forma a Educa��o F�sica avan�a para a amplia��o de seus conte�dos e percep��o do corpo e do movimento, voltando-se ent�o para a compreens�o da cultura corporal (BRACHT, 1996; COLETIVO DE AUTORES 1992). Betti (1992) concorda com o avan�o, e explica que a Educa��o F�sica �deve preocupar-se com a forma��o do cidad�o que ir� usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar as formas culturais da atividade f�sica� (BETTI, 1992, p.285).

    A seguir nos deteremos a apresentar as principais abordagens da Educa��o F�sica escolar, na vis�o de Darido (2003), e sua rela��o com a sa�de.

3.1.     Psicomotricidade.

    A Psicomotricidade � o primeiro movimento a se articular como uma abordagem da Educa��o F�sica Escolar, seus princ�pios extrapolam a ordem biol�gica e de rendimento corporal, inserindo na pr�tica o conhecimento de ordem psicol�gica (DARIDO, 2001). Soares (1996) afirma que esta corrente visa o desenvolvimento integral do aluno, estimulando os aspectos motores, cognitivos e afetivos.

    Seu grande difusor foi o franc�s Le Boulch (1986) que preconizava a educa��o psicomotora atrav�s de movimentos espont�neos com o intuito de favorecer a imagem do corpo, para o autor citado, o n�cleo central da personalidade.

    A Psicomotricidade busca desenvolver fatores como a no��o de corpo, tonicidade, equil�brio, estrutura espa�o-temporal, lateralidade, coordena��o motora global e coordena��o fina (FERREIRA, 2001a). A sa�de, nesta abordagem, � vista de forma indireta como resultado do desenvolvimento dos fatores psicomotores, afetivos e cognitivos.

3.2.     Construtivismo.

    Esta abordagem � baseada no construtivismo de Piaget. Darido (2001) afirma que a corrente construtivista sofreu influ�ncias da psicomotricidade, no sentido de valorizar aspectos psicol�gicos, afetivos e cognitivos no desenvolvimento do movimento humano. Dentro desta complexidade a constru��o do conhecimento se d� atrav�s da intera��o sujeito-mundo.

    Freire (1991) pode ser considerado como o respons�vel pela introdu��o desta abordagem na Educa��o F�sica Escolar. Seu livro Educa��o de Corpo Inteiro (1991) � considerado uma obra de refer�ncia no contexto construtivista.

    Para o autor, a crian�a � uma especialista no jogo, no brincar e no brinquedo; possui um conhecimento pr�vio que deve ser respeitado e considera o erro como um processo para a aprendizagem. O tema sa�de na abordagem construtivista �, assim como na psicomotricidade, compreendido de forma indireta.

3.3.     Desenvolvimentista.

    A abordagem desenvolvimentista se preocupa com o desenvolvimento das habilidades motoras b�sicas, entre elas as habilidades locomotoras, de manipula��o e de estabiliza��o.

    No Brasil, Go Tani (1988) � o representante desta abordagem. O autor explica que a Educa��o F�sica deve se preocupar com o crescimento e desenvolvimento motor, pois para esta abordagem defende que o movimento � o principal meio e fim da Educa��o F�sica. Por ser mais biologiscista, a abordagem Desenvolvimentista possui um conceito de sa�de indireto, se resumindo � preocupa��o com a aprendizagem das habilidades motoras, pois � atrav�s delas que os seres humanos se adaptam aos problemas do cotidiano (DARIDO, 2001).

3.4.     Cr�ticas

    Ao se opor ao tecnicismo da Educa��o F�sica escolar, alguns autores elaboram uma proposta de mudan�as para a �rea regida pelo marxismo. As abordagens cr�ticas, tamb�m denominadas progressivas, exigem do professor de Educa��o F�sica uma vis�o da realidade de forma mais pol�tica. Combatem a aliena��o dos alunos e defendem uma postura de supera��o das injusti�as sociais, econ�micas e pol�ticas. Dentre essas abordagens podemos citar a abordagem Cr�tico-superadora e a Cr�tico-emancipat�ria (DARIDO, 2001).

    O livro, representativo da abordagem Cr�tico-superadora, Metodologia do Ensino da Educa��o F�sica, publicado por um Coletivo de Autores (1992), instiga a reflex�o sobre quest�es de poder, interesse, esfor�o e contesta��o. Analisa que n�o se deve apenas explicar como ensinar, mas sobretudo, como se adquire conhecimento, e dentro deste contexto, respeita os aspectos s�cio-culturais dos alunos. Sugere que os conte�dos da Educa��o F�sica Escolar devem considerar a realidade dos oper�rios. Nesta abordagem a disciplina � tida como um tipo de conhecimento que trata da cultura corporal (DARIDO, 2001).

    A abordagem Cr�tico-emancipat�ria possui como principal autor Kunz (1994). Segue as diretrizes da Escola de Frankfurt e busca um ensino, atrav�s da Educa��o F�sica, de liberta��o de falsas ilus�es, interesses e desejos criados por uma m�dia com interesses capitalistas (DARIDO, 2001). As abordagens cr�ticas iniciam pela primeira vez ap�s a tend�ncia Pedagogicista, o debate sobre sa�de. Por�m o debate sobre sa�de apresentado nestas abordagens reflete o pensamento marxista do Coletivo de Autores (1992) e Kunz (1994), desta forma as discuss�es envolvendo sa�de se direcionam mais para as quest�es de justi�a social.

3.5.     Sa�de Renovada

    A partir da d�cada de 90, ocorre a exist�ncia de uma abordagem da Educa��o F�sica Escolar voltada para as quest�es da sa�de, n�o apenas repetindo os conceitos da tend�ncia Higienista, mas ampliando a discuss�o (DARIDO, 2003). A autora denominou a abordagem de Sa�de Renovada. Para Darido (2003) os principais te�ricos da abordagem s�o Nahas (1997) e Guedes e Guedes (1996).

    Nahas (1997) e Guedes e Guedes (1996) passam a defender a id�ia de uma Educa��o F�sica escolar dentro da perspectiva biol�gica, para explicar as causas e fen�menos da sa�de, entretanto n�o se afastam das quest�es sociais. Discutem o sentido de qualidade de vida e bem estar. Guedes e Guedes (1996) alertam para as preocupa��es com a incid�ncia de dist�rbios org�nicos associados a falta de atividade f�sica.

    Guedes e Guedes (1996), afirmam que a pr�tica da atividade f�sica, atrav�s da Educa��o F�sica Escolar, na inf�ncia e adolesc�ncia pode estimular uma vida saud�vel na fase adulta, para tanto o h�bito da vida saud�vel deve ser ensinado na escola. Sugerem a reformula��o dos programas de Educa��o F�sica Escolar, agora como um meio de educa��o e promo��o da sa�de.

    Para Darido (2003), essa abordagem � considerada renovada, pois incorpora os preceitos positivos do higienismo, descarta solu��es negativas, como o eugenismo e recorre a um enfoque mais sociocultural que biol�gico.

    Nahas (1997) cita que o objetivo da Educa��o F�sica Escolar � ensinar conceitos b�sicos da rela��o atividade f�sica-sa�de, essa perspectiva inclui todos os alunos, principalmente os mais necessitados, como sedent�rios, obesos, portadores de baixa aptid�o f�sica e especiais. Tais coloca��es refletem o pensamento de Betti (1991) ao alertar para a necessidade da inclus�o de todos os alunos nas aulas de Educa��o F�sica.

    A compreens�o de sa�de e o entendimento dos benef�cios que a atividade f�sica produz no organismo s�o informa��es que n�o se resumem apenas � pr�tica costumeira dos esportes. Estes conceitos devem ser assimilados e, sendo incorporados, produzir�o futuros adultos conscientes dos h�bitos saud�veis ao longo da vida (GUEDES; GUEDES, 1996; NAHAS, 1997).

    Para os autores citados, a compreens�o de sa�de deve envolver temas como: estresse, sedentarismo, doen�as hipocin�ticas, problemas card�acos, entre outros. Os autores compreendem sa�de como a capacidade do indiv�duo desfrutar a vida com bem estar, e n�o apenas aus�ncia de doen�a. Consideram que a sa�de n�o � um estado est�vel e sim mut�vel, que � constru�do individualmente ao longo da vida, e para isso, a Educa��o F�sica escolar � fundamental. Percebemos que o conceito de sa�de aqui est� focado no individual e n�o no social. Palma (2001), sustentando nossa cr�tica, preconiza a necessidade de considerar os fatores sociais e ambientais como propulsores da sa�de.

3.6.     Par�metros Curriculares Nacionais[3] � PCNs

    O Minist�rio da Educa��o e do Desporto, inspirado no modelo educacional espanhol, convidou um grupo de pesquisadores de v�rias �reas do conhecimento, entre elas a Educa��o F�sica, para a constru��o dos Par�metros Curriculares Nacionais-PCNs (DARIDO, 2001).

    De acordo com Darido (2010), as propostas dos PCNs-Educa��o F�sica apresentavam avan�os embora muitos dos conte�dos do documento j� haviam sido discutidos em obras anteriores (BETTI,1991; BETTI, 1994; COLETIVO DE AUTORES, 1992). Para a autora, tr�s aspectos levantados nos PCNs-Educa��o F�sica s�o relevantes: princ�pio da inclus�o; as dimens�es de conte�do atitudinais, conceituais e procedimentais; e, os temas transversais.

    Na Educa��o F�sica Escolar a preocupa��o com sa�de, em momentos � voltada ao higienismo, ora � eugenia e em outros � aptid�o f�sica (RAMOS; FERREIRA, 2000). O tema sa�de na verdade, � muito pouco explorado pelos professores de Educa��o F�sica e os PCNs se prop�em a alterar este quadro.

    Os PCNs-Sa�de buscam atrelar-se a um conceito de sa�de que supere o paradigma biol�gico e informativo. No documento s�o considerados os diversos enfoques que formam a composi��o do cen�rio da sa�de, incluindo a� os aspectos sociais, econ�micos, culturais, afetivos e psicol�gicos (BRASIL, 1998). O texto introdut�rio dos PCNs-Sa�de apresenta o desafio de educar para a sa�de, no que se refere a h�bitos e atitudes de vida (BRASIL, 2000).

    � fato que a transmiss�o de conhecimento de sa�de no Brasil nas escolas, quando efetivada, tem se realizado atrav�s de meras informa��es sobre os aspectos biol�gicos do corpo, a descri��o de doen�as e suas causas e de h�bitos e de higiene. Estas situa��es n�o s�o resolutivas para que os alunos desenvolvam atitudes de vida saud�vel (BRASIL, 1998).

    Peregrino (2000) tamb�m refor�a a id�ia do ensino de sa�de err�neo na educa��o do Brasil. De acordo com a autora o ensino � linear e tradicional, segue uma complexidade crescente, mas fragmentada, n�o h� uma rela��o dos assuntos de sa�de com o contexto social e cultural dos alunos.

    Os PCNs-Sa�de, inspirados nos textos e nas obras de Canguilhem, idealizam o preenchimento desta lacuna no ensino de sa�de. Buscam um modelo de compreens�o de sa�de mais abrangente, n�o excluem as quest�es biol�gicas, mas defendem o fen�meno social como fator decisivo do entendimento de sa�de (BRASIL, 2000). Em nossa compreens�o esta � a abordagem que mais se aproxima dos ideais da sa�de coletiva, por abordar e considerar fatores externos, e n�o somente a pr�tica de exerc�cios, como indicadores de sa�de, entretanto deixa de incluir caracter�sticas extremamente importantes no campo da pr�pria sa�de coletiva, como a humaniza��o, o cuidado consigo e com o outro, o v�nculo e o di�logo.

4.     Conclus�es Reflexivas

    Ap�s todas estas tend�ncias e abordagens da Educa��o F�sica Escolar, sentimos a necessidade de sintetizar o papel da sa�de em cada uma delas. O quadro a seguir representa nosso entendimento sobre o assunto:

Quadro 01:

O papel da sa�de nas tend�ncias e abordagens da Educa��o F�sica Escolar.

Tend�ncia/abordagem

Papel da sa�de

Higienista

Promover a assepsia social, preocupa��o com a limpeza corporal, eugenia. Somente aulas pr�ticas. Tema sa�de abordado indiretamente. Vis�o biologicista e individualista de sa�de.

Militarista

Preparar alunos saud�veis atrav�s de exerc�cios militares para representar o Brasil em futuras guerras. Somente aulas pr�ticas. Tema sa�de abordado indiretamente. Vis�o biologicista e individualista de sa�de.

Pedagogicista

In�cio de discuss�es te�ricas sobre o tema, mesmo que simpl�rias, sobre primeiros socorros, higiene, preven��o de doen�as e alimenta��o saud�vel. Vis�o individualista de sa�de.

Esportivista

Os alunos deveriam possuir sa�de para tornarem-se atletas. Desenvolvimento da fisiologia e do treinamento esportivo. Somente aulas pr�ticas. Tema sa�de abordado indiretamente. Vis�o biologicista e individualista de sa�de.

Popular

Discuss�es te�ricas sobre diversos temas como o sedentarismo, as doen�as sexualmente transmiss�veis, o combate �s drogas e os primeiros socorros. O biologicismo come�a a declinar. Percep��o de que somente a dedica��o aos exerc�cios n�o � suficiente para a preven��o de doen�as. Crise epistemol�gica na Educa��o F�sica, que provoca nova leitura do seu papel como produtora de sa�de.

Psicomotricidade

Sa�de tratada de forma indireta atrav�s de atividades que desenvolvam os aspectos psicomotores, cognitivos e afetivos. Somente aulas pr�ticas. Vis�o n�o biologicista, por�m individualista de sa�de.

Construtivista

Sa�de tratada de forma indireta atrav�s de atividades l�dicas envolvendo o jogo. Vis�o n�o biologicista, por�m individualista de sa�de.

Desenvolvimentista

Sa�de tratada de forma indireta atrav�s de atividades que desenvolvam as habilidades motoras. Somente aulas pr�ticas. Vis�o biologicista e individualista de sa�de.

Cr�ticas

Sa�de tratada de forma direta atrav�s discuss�es e debates sobre as injusti�as sociais pautadas no marxismo. Vis�o n�o biologicista e socialista de sa�de.

Sa�de Renovada

Sa�de tratada de forma direta atrav�s de discuss�es e aulas pr�ticas. A rela��o atividade f�sica � sa�de � tida como causa efeito. Vis�o n�o completamente biologicista, por�m defende de forma muito forte as quest�es org�nicas como �nica fonte de sa�de. Vis�o individualista de sa�de.

PCNs

Sa�de tratada de forma direta atrav�s de discuss�es e aulas pr�ticas. Aproxima-se do campo da Sa�de Coletiva por incluir em suas discuss�es temas da Sa�de P�blica. Considera a cidadania como sa�de. Vis�o n�o biologicista e, ainda que n�o t�o incisiva, coletiva de sa�de.

Fonte:

Autoria pr�pria.

    Ap�s este quadro s�ntese, compreendemos a necessidade de uma nova proposta pol�tica pedag�gica para a Educa��o F�sica Escolar, no sentido de desenvolver os conte�dos e conceitos de sa�de, esta nova proposta deve ser ancorada nos princ�pios da Sa�de Coletiva.

    Entenderemos Sa�de Coletiva neste estudo como uma �rea da sa�de que compreende fatores sociais, culturais, econ�micos e hist�ricos como pr�-requisitos de sa�de. Estes fatores podem ser discutidos nas aulas de Educa��o F�sica escolar, seja na teoria ou na pr�tica, associando as pr�ticas corporais e os exerc�cios f�sicos com tais temas.

    A presen�a das ci�ncias sociais e humanas (antropologia, sociologia, economia, pol�tica, hist�ria, filosofia, �tica, est�tica) foi se consolidando sendo consideradas como fundamentais para a compreens�o da Sa�de Coletiva. Na Educa��o F�sica Escolar tamb�m h� a necessidade da inclus�o destas ci�ncias para entender o aluno de forma integral. N�o � poss�vel compreender um ser somente a partir da biologia e suas fun��es org�nicas.

    Aspectos como moradia, alimenta��o, lazer, emprego, acesso a servi�os de sa�de, saneamento e cultura s�o considerados indispens�veis para a aquisi��o da sa�de. Tais aspectos s�o at� certo ponto, como j� comentados, contemplados nos PCNs.

    Entretanto as normas e procedimentos relacionados � humaniza��o, como o di�logo, o cuidado e o v�nculo tamb�m fazem parte da Sa�de Coletiva. Na Educa��o F�sica Escolar, consideramos que a humaniza��o ainda n�o � praticada.

Notas

  1. Tend�ncias da Educa��o F�sica: s�o relacionadas com os per�odos hist�ricos do Brasil. Suas caracter�sticas acompanham do contexto s�cio-cultural que o pa�s atravessa.

  2. Abordagens da Educa��o F�sica: s�o entendimentos da Educa��o F�sica por autores, ou grupo de autores, onde cada qual procura explicar os conte�dos, sistemas e m�todos da disciplina dentro de sua pr�pria experi�ncia te�rica e pr�tica.

  3. Reconhecido como uma abordagem no livro Educa��o F�sica na Escola, de Darido e Rangel (2005).

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Sobre a crise na educação física na década de 1980, assinale a alternativa correta

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EFDeportes.com, Revista Digital � A�o 18 � N� 182 | Buenos Aires,Julio de 2013  
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O que causou a crise na educação física na década de 1980?

D A crise na educação física ocorreu por causa da falta de criatividade e originalidade dos pesquisadores da área. E A crise na educação física correu pela falta de identidade que a disciplina tem no meio científico.

O que ocorreu na década de 80 com a educação física?

Na década de 80, ocorreram profundas mudanças. A educação física escolar, que estava voltada mais para os alunos de 5ª a 8ª série, começou a ser direcionada para a pré-escola e para os alunos de 1ª a 4ª série. O objetivo agora era o desenvolvimento psicomotor do aluno.

O que acontece com a educação física a partir da década de 1980 quais os seus objetivos?

Educação Física na atualidade, a partir de 1980 Atualmente, coexistem na Educação física, diversa concepções, modelos, tendências ou abordagens, que tentam romper com o modelo mecanicista, esportivista e tradicional que outrora foi embutido aos esportes.