O que o governo fez para controlar a inflação durante o Plano Cruzado?

Plano Cruzado

O Plano Cruzado foi um plano econômico de combate a inflação lançado no Brasil em 1986.


O que o governo fez para controlar a inflação durante o Plano Cruzado?

Plano Cruzado: substituição da moeda Cruzeiro pelo Cruzado (acima, foto de mil cruzados)

O que foi (definição) e objetivo

O Plano Cruzado foi um plano econômico lançado em 28 de fevereiro de 1986, durante o governo de José Sarney. Tinha como principal objetivo a redução e controle da inflação, que na época era muito elevada.

Principais medidas econômicas do Plano Cruzado 

- Criação de uma nova moeda, o Cruzado (Cz$), em substituição ao cruzeiro. Cada Cruzado tinha o valor de 1.000 Cruzeiros.

- Congelamento dos preços de produtos e salários por um ano

Principais efeitos na economia:

- Nos primeiros meses houve o controle inflacionário com o congelamento de preços;

- Após alguns meses, começou a faltar mercadorias nos supermercados. Como não podiam reajustar os preços, muitos empresários e fazendeiros resolveram não colocar seus produtos a venda. O resultado foi o desabastecimento no país.

- No final de 1986, o Plano Cruzado deixou de funcionar e a inflação voltou a crescer.

O que o governo fez para controlar a inflação durante o Plano Cruzado?

Dilson Funaro: ministro da Fazenda do governo Sarney e idealizador do Plano Cruzado.

Você sabia?

No lançamento do Plano Cruzado, o governo estimulou os consumidores a fiscalizarem os preços congelados no comércio. Os consumidores que atenderam ao chamado foram denominados, popularmente, de "Fiscais do Sarney".


Atualizado em 24/05/2022




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Bibliografia Indicada

Plano Cruzado

Autor: Carvalho, Luiz Carlos P. de

Editora: Thompson Pioneira

O grande salto para o caos - o Plano Cruzado em Posfácio

Autor: Assis, J. Carlos de

Editora: Tavares, Maria da Conceição

  • 28 de Janeiro de 1986 governo Sarney lança Plano Cruzado - ( 06' 47" )

O Brasil vivia uma situação delicada no início da Nova República. A inflação pressionava, os salários estavam defasados e a dívida interna corroía as contas do Governo. Além disso, o presidente da República, José Sarney, carecia da credibilidade de um presidente eleito pelo voto popular,

Para piorar, a linha econômica monetarista e ortodoxa do ministro da Fazenda, Francisco Dorneles não agradava ao presidente, que queria mudar a forma de negociar com o FMI.

Com a situação política contrária, Dorneles pede demissão do cargo em agosto de 1985. O seu substituto foi o presidente do BNDES, Dilson Funaro.

Industrial e opositor da política econômica da ditadura militar, Dilson Funaro capitaneia uma equipe de economistas da PUC-Rio e da Unicamp que, em segredo, produzia um plano econômico de propostas heterodoxas, baseada num plano econômico aplicado em Israel e que deu certo.

Em 28 de janeiro de 1986, o Plano veio a público. O então presidente José Sarney anunciou em cadeia de Rádio e TV a mais radical mudança na economia que o país já tivera: o Plano Cruzado.

"Brasileiros e brasileiras.
Esta é uma convocação para que juntos, governo e povo, tomemos uma decisão grave e difícil. Ela marcará a sorte de nossa sociedade nos próximos anos. Venho meditando a tempos sobre sua oportunidade. Medimos conseqüências. Avaliamos riscos e pesamos os resultados. Minha consciência e meu dever para com o país não me fizeram exitar. A política tem um compromisso com a coragem. E os homens de estado não podem fugir à força do destino na hora de decisôes maiores. Determinei mudanças fundamentais na economia."

Sarney exortou o povo para que travasse uma guerra de vida ou morte contra o inimigo número 1 da economia brasileira: a inflação.

O Plano Cruzado seria aprovado pelo Congresso 46 dias depois, em 16 de abril.

Com o plano, a moeda anterior, o cruzeiro, perdeu os três zeros à direita e foi substituído por uma moeda mais forte, o cruzado. O Plano decretou o fim da correção monetária e o congelamento de preços e tarifas.

E embora o Plano Cruzado fora imposto de cima para baixo à sociedade, na forma de um decreto-lei, sem discussões, ele atendeu aos anseios imediatos da população que se engajou na cruzada econômica em uma verdadeira manifestação coletiva da defesa dos direitos do consumidor.

Verdadeiros "xerifes" do congelamento de preços, populares se auto-intitulavam "fiscais do Sarney" e chegavam a dar voz de prisão a comerciantes que burlavam o plano.

A Sunab, órgão fiscalizador dos preços, chegou a autuar 6 mil casas comerciais em 30 dias por violação do congelamento, sem contudo atender à demanda, que era muito maior. São aplicadas multas e gerentes de loja são presos no período.

O clima social ajuda e a inflação despenca, chegando a produzir até mesmo uma pequena deflação. A população vai às compras, deflagrando uma onda de consumismo. Mas a abastança não dura muito.

O aquecimento do consumo provoca escassez de produtos, especialmente de carne bovina. Os criadores, alegando preços defasados seguram o boi no pasto. O governo anuncia uma série de medidas como a importação de carne e até mesmo mobiliza a Polícia Federal para confiscar o boi no pasto.O esforço é em vão.

O Plano econômico revelou ser frágil e desvinculado da realidade econômica. A economia estava desequilibrada. O dólar desvalorizado barateava a importação de produtos.

A corrida ao consumo gerou queda na produção e fez surgir uma figura maligna, o ágio, que era cobrado dos consumidores, por fora, por industriais e comerciantes que esperavam uma eventual liberação de preços.

O Plano Cruzado necessitava de acertos fortes e imediatos. Mas em ano eleitoral, o Governo adotou apenas paliativos até o pleito. Com os dividendos políticos do enorme êxito eleitoral de novembro de 1986, o Governo adota o plano corretivo que acabava com o congelamento de preços apenas dias depois das eleições. Era o Cruzado 2 e trazia correções de preços de até 120 por cento.

Em dezembro, uma greve geral é deflagrada pelas três centrais sindicais (CVUT, CGT e USI) que pedem a revogação do Cruzado 2.

A greve reflui mas a inflação explode. Funaro pede demissão. Os dois ministros da Fazenda que se seguem no Governo Sarney não conseguem conter o desequilíbrio econômico.

O Governo Sarney segue batendo recordes de inflação e com uma dívida explosiva. A popularidade do presidente despenca.

Redação: Eduardo Tramarim.

Quais são as medidas usadas pelo governo no Plano Cruzado para derrubar a inflação?

A solução encontrada pela equipe econômica formada por Sarney encontra-se no “Plano Cruzado”, anunciado em fevereiro de 1986, cujas principais medidas eram: congelamento de preços; substituição da moeda corrente do país, do cruzeiro para o cruzado (daí o nome do plano); gatilho salarial, uma medida de aumento dos ...

O que mobilizou a redução da inflação com o Lançamen to do Plano Cruzado?

De início, o Plano Cruzado conseguiu reduzir a inflação como prometido, sendo que durante aquele ano ficou majoritariamente pouco acima do 1% pelos dados do IPC. Houve aumento significativo do salário real, levando ao aumento de consumo enquanto o congelamento implicava em menos produtos nos mercados.

Quais medidas do Plano Cruzado?

Além do congelamento de preços, outras medidas também foram introduzidas pelo Plano Cruzado, como:.
Introdução de uma nova moeda – o Cruzado;.
Conversão dos salários para o cruzado;.
Indexação dos salários;.
Fixação da taxa de câmbio;.
Criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento (FND)..

O que o Plano Cruzado fez com a moeda brasileira no governo do presidente José Sarney?

Lançado no governo Sarney, o Plano Cruzado congelou preços e saláriose substituiu a moeda corrente, o Cruzeiro, pelo Cruzado. Anunciado no dia 28 de fevereiro de 1986, o Plano Cruzado foi o primeiro grande pacote econômico brasileiro após o fim da ditadura militar.