Qual a importância da Terra nos dias atuais?

1. Como a biodiversidade contribui para a segurança alimentar?

A biodiversidade — termo que designa o conjunto da diversidade biológica, desde os genes até os ecossistemas — fornece uma variada gama de alimentos à população brasileira, sejam eles de origem terrestre ou aquática, cultivados ou extraídos da natureza. Espécies de nossa flora nativa são comumente consumidas como alimentos, a exemplo da mandioca, amendoim, guaraná, pupunha, cacau, além daqueles regionais, como o pinhão da Araucária ou o pequi do Cerrado. Mais de 460 espécies de plantas são cultivadas em sistemas agroflorestais no Brasil e boa parte dessas são alimentos. Além disso, a extração e o cultivo de espécies nativas contribuem para a segurança alimentar e geração de renda dos agricultores, especialmente aqueles de base familiar.

A pesca marinha e de água doce sustenta cerca de 1 milhão de pescadores e suas famílias, a maioria artesanais. A caça, proibida no país para fins esportivos ou profissionais, é importante fonte de proteína para populações tradicionais e indígenas de diversas regiões. As abelhas, além de produzirem mel e outras substâncias, como a geleia real, também contribuem com um serviço ecossistêmico importantíssimo: a polinização. A maioria das plantas (76%) utilizadas para produção de alimentos no Brasil depende da polinização por animais, principalmente abelhas.

2. Por que a biodiversidade é importante para a segurança hídrica?

A água é fundamental à vida — tanto para o funcionamento orgânico dos seres vivos, como para o desenvolvimento das sociedades humanas. Assegurar o acesso à água potável, para uma vida saudável e produtiva, bem como garantir as condições para que ecossistemas produzam e forneçam água em quantidade e de qualidade são elementos relacionados ao conceito de segurança hídrica 1, um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A biodiversidade é importante para a segurança hídrica sob diversos aspectos, com destaque para o papel exercido pela vegetação nativa. Com sua malha de raízes, ela facilita a infiltração da água no solo, recarregando aquíferos e contribuindo para o ciclo hidrológico. À margem de corpos d’água, a vegetação atua como barreira física, filtrando os materiais de origem terrestre, contribuindo para a qualidade da água. Árvores de raízes profundas do Cerrado atuam como verdadeiras bombas hídricas, puxando a água de aquíferos profundos com suas raízes e liberando-a na atmosfera pela evapotranspiração. Analogamente, a floresta amazônica contribui para a disponibilidade hídrica em outras regiões do país, como o Sudeste, pelo fenômeno dos rios voadores - correntes atmosféricas originadas no oceano Atlântico, ao norte do Brasil, carregadas de umidade e acrescidas pela evaporação e transpiração da floresta.

3. Qual a relação entre saúde e biodiversidade?

A biodiversidade contribui para diferentes aspectos da saúde humana. Além de ser importante para a alimentação e segurança hídrica, ela fornece recursos medicinais (animais, plantas e fungos) e princípios ativos para fabricação de fármacos e cosméticos, entre outros produtos, e regula a qualidade do ar que respiramos. Outro aspecto importante para a saúde são experiências na natureza que melhoram nosso bem-estar físico, mental e emocional, como visitas a parques urbanos e a áreas protegidas.

A perda e a alteração de áreas naturais são fatores reconhecidamente relacionados com a emergência de doenças infecciosas conhecidas – como leishmaniose, malária e febre amarela – e desconhecidas. Atividades humanas em ecossistemas naturais propiciam o contato com fluidos de animais silvestres, e o consumo de sua carne ou vísceras expõe os seres humanos a doenças até então não identificadas, como as causadas pelo vírus Ebola e o vírus da aids. A pandemia de covid-19, causada pelo coronavírus Sars-CoV-2, que até recentemente era desconhecido, é um exemplo impactante dos potenciais efeitos da perda da biodiversidade para a saúde.

4. De onde vêm as principais fontes de energia renováveis que sustentam nosso bem-estar e economia?

A matriz de energia elétrica brasileira é predominantemente hidrelétrica, seguida por biomassa (que inclui materiais de origem vegetal como lenha, bagaço de cana e outros). Em relação ao setor de transportes, o etanol – produzido a partir da cana-de-açúcar – e o biodiesel – produzido principalmente a partir da soja – correspondem a 14% do combustível consumido no Brasil 2. Ambos são considerados renováveis e representam alternativas mais sustentáveis ao uso de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão.

Apesar de o senso comum perceber a matriz hidrelétrica como renovável e mesmo sustentável, há que se mencionar importantes questionamentos a essa fonte de energia. A construção de barragens para a formação dos lagos das hidrelétricas tem impactos profundos na fauna e na flora – localmente ou mesmo a muitos quilômetros de distância das obras. Alterações nos regimes de cheia e velocidade da água modificam a comunidade de organismos vivos associada ao rio, causando a eliminação de espécies de peixes. Os prejuízos são especialmente sentidos por povos indígenas e comunidades tradicionais, cujos territórios passam a abrigar tais estruturas, e para quem se rompem modos de vida e valores culturais associados ao território. Tais grupos são realocadas para outros locais, num processo que frequentemente contribui para o aumento de sua pobreza, violência e marginalização.

5. Qual a importância da natureza para a diversidade sociocultural e a segurança de modos de vida?

O Brasil tem uma megadiversidade biológica e sociocultural. Atualmente, essa sociodiversidade inclui 305 etnias indígenas e 28 grupos de populações tradicionais, como quilombolas, caiçaras, ribeirinhos, veredeiros, pantaneiros, pescadores artesanais, entre outros. A importância da natureza para a sociodiversidade se reflete em conhecimentos, línguas e culturas gerados por meio de práticas de uso e manejo da biodiversidade e dos ecossistemas. Os conhecimentos resultantes do contato estreito com a natureza se consolidaram por gerações, como no uso de diferentes espécies (ou o tabu imposto sobre elas) para fins alimentares, medicinais, de construções, vestimentas, adornos, rituais, entre outros. Os conhecimentos sobre os ecossistemas e seu manejo também são importantes para a segurança física dessas populações e a manutenção da biodiversidade, como acontece no manejo do fogo no Cerrado.

Segurança de modos de vida é um termo utilizado pelas Nações Unidas que se refere à ausência de ameaças para a manutenção dos modos de vida, ou ausência de receio de que esses modos de vida sejam prejudicados. Ela requer, portanto, a manutenção das condições necessárias para que determinado grupo social viva a partir do desenvolvimento de suas próprias atividades, incluindo assegurar a conservação dos ecossistemas dos quais esse grupo depende. Garantir a segurança de modos de vida também significa reconhecer e respeitar a diversidade sociocultural (com suas tradições, valores, linguagens, visões de mundo) desenvolvida por essas populações a partir do profundo conhecimento dos ecossistemas onde estão inseridas.

6. Como o bem-estar das pessoas que vivem nas cidades depende da natureza?

Embora muitos não se deem conta, todo alimento, toda água e boa parte da energia, vestimentas, móveis e materiais de construção que contribuem para o bem-estar das pessoas nas cidades são provenientes da natureza. Além disso, os habitantes urbanos são beneficiados pela natureza presente em áreas verdes nas cidades (como parques e praças), por corpos d’água e pela arborização de ruas e avenidas.

Lazer e práticas esportivas em áreas verdes, por exemplo, contribuem para a saúde física e psicológica dos indivíduos. Uma pesquisa de 2019 aponta evidências de menor risco de mortalidade em geral em habitantes que vivem a cerca de 500 metros de praças ou parques. Ademais, áreas verdes e arborização urbanas promovem a melhoria da qualidade do ar — filtrando poluentes e contribuindo para o aumento da umidade relativa —, atenuam a radiação solar e melhoram o conforto térmico. Essas áreas onde também são feitas atividades culturais e educativas, fornecem habitat para outras espécies da flora e da fauna, incluindo algumas aves que alegram as pessoas devido à sua coloração e ao canto.

7. O que são pegada ecológica e biocapacidade?

A pegada ecológica é um índice criado para medir o impacto causado pelo ser humano no planeta em função dos padrões de uso e consumo de recursos naturais e serviços ecossistêmicos. Já a biocapacidade diz respeito à capacidade de oferta de recursos naturais e serviços ecossistêmicos por determinada porção do território.

A relação entre a pegada ecológica e a biocapacidade é similar a um “orçamento ecológico”: quando a pegada (isto é, o consumo) supera a biocapacidade (a oferta de recursos), entramos no “cheque especial”, com juros altíssimos para as futuras gerações. O Dia de Sobrecarga da Terra, que varia anualmente, resulta de uma estimativa de quando a humanidade atinge o “orçamento ecológico” de um ano. Para o ano de 2020, a estimativa é 22 de agosto.

A pegada ecológica do Brasil ainda é inferior à sua biocapacidade, o que indica a oportunidade de o país se desenvolver de forma ecologicamente sustentável, socialmente justa e economicamente viável. Porém, a biocapacidade do país vem sendo rapidamente erodida, com perda de mais de 50% nos últimos 50 anos – algo extremamente preocupante.

8. O que podemos fazer para diminuir nossa pegada ecológica?

Como o conceito de pegada ecológica se relaciona ao uso e consumo de recursos e serviços ecossistêmicos - seja por indivíduos, organizações ou países -, é natural inferir que, para diminuí-la, é preciso mudar os padrões de consumo em geral, adotando práticas mais amigáveis ao ambiente em nível individual e em nível coletivo.

Alguns exemplos envolvem mudar hábitos alimentares — evitar desperdícios de alimentos, dar preferência a produtos orgânicos e cultivados localmente, diminuir o consumo de carne —, reduzir o consumo de água, evitar o consumo de itens descartáveis e de pouca durabilidade, dar preferência a produtos feitos localmente ou em regiões próximas e, no transporte, diminuir o uso do automóvel particular, optando por viagens por transporte coletivo, caronas, a pé ou de bicicleta.

A mudança de atividades e padrão de consumo no nível individual é desafiadora porque muitas pessoas não querem se privar daquilo que consideram parte de seu bem-estar e felicidade. Entretanto, se cada um fizer a sua parte, contribuirá para o bem-estar da sociedade como um todo e para as futuras gerações. Além da ação no nível individual, as escolhas coletivas que fazemos, quando elegemos nossos governantes e apoiamos determinado modelo de desenvolvimento econômico, estão intrinsecamente relacionadas com a pegada ecológica e nosso país.

Qual a importância do nosso planeta Terra?

Além de apresentar condições favoráveis à existência de vida, a Terra também possui recursos naturais (renováveis e não renováveis) que propiciam a manutenção dessa existência. É por meio desses recursos que os seres vivos mantêm-se, pois são retirados recursos minerais, fontes de energia, alimento, entre outros.

Qual a importância da Terra para a sociedade?

A Importância do Solo para o Ser Humano Na vida humana, o solo participa quase que inteiramente pois dele retiramos os alimentos necessários para nossa sobrevivência. Além disso, utilizamos esse recurso na construção civil, ou seja, na construção de casas, edifícios, dentre outros.

Qual é a importância da natureza na vida das pessoas?

A natureza fornece ao ser humano desde elementos básicos para a vida (água, alimento, energia, ar puro) até oportunidades para recreação, inspiração e benefícios psicológicos e espirituais.

Qual é a importância de refletirmos sobre o Dia da Terra?

Essa data é importante para refletirmos a respeito de como nossas ações impactam negativamente a vida no nosso planeta, e é um momento para cobrarmos medidas mais eficientes de preservação da natureza.