Qual a importância do estudo das religião para a Sociologia?

em si? A não compreensão das diferenças e a falta de conhecimento sobre os contextos de origem religiosa faz com que o termo “religião” seja demasiadamente generalizado e, por vezes, mal aplicado – causando profundo desgaste de seu significado. Quando a religião é analisada sob perspectivas diversas, em compromisso com o ideal da neutralidade, é possível vislumbrar suas estruturas, complexidades e o fundamental papel que desempenha na trajetória evolutiva da humanidade. Um olhar objetivo sobre a religião fornece uma visão autêntica da religião. O livro “Introdução às ciências da religião: buscando diálogo com outros saberes”, mais recente publicação do Dr. Joachim Andrade, convida a refletir sobre a presença da religião na sociedade e na vida de cada indivíduo. A obra será lançada em novembro para todo o Brasil.

O fenômeno religioso, a religião e a instituição religiosa

Toda religião deriva de um mesmo princípio: o fenômeno religioso – nome dado pela ciência à experiência do divino, relatada por povos das mais distintas épocas e localidades. É na organização conjunta dos fenômenos religiosos que nasce o conceito de religião. “A experiência religiosa relativamente idêntica entre os sujeitos se agrupa como uma única coisa, chamada religião. Para manter essa religião, é preciso de alguma ordem, catalogar essas experiências em doutrina, textos sagrados e outras formas”, explica o prof. Joachim Andrade, doutor em Ciências da Religião e mestre em Antropologia Social. 

A experiência religiosa, ao perder seu caráter individual, passa a ser organizada enquanto religião e assim contribui para a preservação da tradição religiosa. “Sacerdotes, padres e monges conseguem manter essa experiência original fluindo através de uma instituição de dimensão religiosa, um lugar público onde existe desenvolvimento das atividades com organização do conteúdo. Por vezes, esse agrupamento que se torna instituição religiosa é necessário para manter a religião viva”, comenta o autor, sobre a função social das instituições religiosas na propagação de dogmas ao longo da história.

A experiência humana na origem das religiões

As religiões que hoje conhecemos derivam de três grandes correntes espirituais – que compartilham, sob óticas diferentes, de um mesmo fenômeno religioso. As religiões orientais (hinduísmo, budismo, taoismo) vêm de terras férteis; o islamismo, o judaísmo e o cristianismo nasceram no deserto; e as tradições africanas e indígenas derivam da mistura entre deserto, floresta e semiárido. “As tradições orientais consideram a presença do divino como imanente, porque quando a terra é fértil há tranquilidade; então o divino está aqui no chão – na flor, na grama, nos animais. Para as correntes desérticas a vida é dura aqui no chão, nada cresce, há fome, perigo; o divino torna-se transcendente, lá no céu azul estrelado, trazendo proteção. Enquanto nas tradições indígenas ou afro há ligação mais forte com os espíritos da natureza, os antepassados que viveram antes de nós e conseguem nos ajudar a elaborar e preservar toda a dinâmica da sociedade”, contextualiza o autor.

Em sua pesquisa, Dr. Andrade sugere que as ciências da religião sejam analisadas sob a perspectiva do desenvolvimento da sociedade, levando em conta os períodos de secularismo, modernidade, pós-modernidade, globalização e mundo multipolarizado. Condições geográfico-temporais precisam ser consideradas no estudo do surgimento das religiões, para que análises contextualizadas e verossímeis sejam produzidas. O segundo capítulo do livro é dedicado a investigar as origens das religiões e ciências da religião, traçando as trilhas do fenômeno religioso. 

Teologia e Ciências da Religião

A confusão de abordagem entre a Teologia e as Ciências da Religião é outro assunto debatido pela obra. “A ciência da religião trata a religião como objeto, mantendo certa distância, sem afeto, de forma objetiva. A teologia tem dimensão muito mais afetiva, de construção da fé e de ajudar o sujeito a crescer na fé”, diferencia o prof. Joachim Andrade. A teologia leva ao texto sagrado para manutenção da fé; enquanto a ciência da religião questiona porque o ser humano precisa da fé. “Pesquisadores analisam por que há necessidade da religião, quais os elementos que promovem ou atrapalham a religião na sociedade; portanto, a ciência da religião precisa dialogar com outras áreas como a sociologia, a antropologia, a psicologia, complementa. No quarto capítulo, o autor examina a fundo a interação entre as ciências da religião e outras ciências humanas.

O livro “Introdução às Ciências da Religião: buscando diálogo com outros saberes” estará disponível para compra a partir de novembro, em todo o país. Lançando luz sobre o mundo misterioso da religião sem ceder aos embates apaixonados, a obra levanta ainda outros temas como pluralidade religiosa, étnica e cultural no Brasil, nuances históricas do cristianismo, irreligiosidades e os rumos da ciência da religião na academia nacional. “A obra é destinada aos acadêmicos, estudantes de graduação ou professores que lecionam ciência da religião ou ensino religioso nas escolas. Uma obra simples, não tão complexa, que apresenta conceitos importantes que contribuem para a instrução de uma nova geração”, é o que recomenda o Dr. Joachim Andrade.

Ficha técnica

Livro: Introdução às ciências da religião: buscando o diálogo com outros saberes
Autor: Joachim Andrade
Número de páginas: 170
ISBN: 9786555171068
Formato: brochura
Dimensões: 0.9 × 14 × 21 cm
Preço: R$68,00
Editora: Intersaberes

Adquira um exemplar do livro Introdução às ciências da religião: buscando o diálogo com outros saberes”

Sobre o Autor

Joachim Andrade, nascido na cidade de Mangalore (sul da Índia), chegou ao Brasil em 1992. Tornou-se Doutor em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Paraná (UFPR); Especialista em Dança Clássica Indiana pelo Gyan Ashram, Institute of Performing Arts, de Mumbai, Índia. Em seu país de origem, formou-se em Filosofia e Teologia pelo Pontifício Instituto de Jnana Deepa Vidyapeeth, de Pune, e em Literatura Inglesa e História pela Universidade de Mysore. Publicou diversos artigos científicos e é autor do livro “Dança clássica indiana: história, evolução, estilos”. Foi coordenador da Dimensão do Ecumenismo e Diálogo Inter-religioso pela Arquidiocese de Curitiba. Atualmente, é membro da equipe interdisciplinar da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e assessor do Centro Cultural Missionário, dirigido pela Conferederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. Também é professor de Teologia na PUC-PR, na Faculdade Claretiana – Studium Theologicum e na Faculdade Vicentina, todas em Curitiba.

Qual é a importância do estudo das religiões para Sociologia?

O estudo da religião é tema constitutivo e fundador da sociologia. Tanto Karl Marx, como Émile Durkheim e Max Weber se interessaram pela elaboração de teorias visando compreender aspectos da vida religiosa e sua influência na sociedade.

Qual a importância do estudo das religiões para a Sociologia Brainly?

Resposta. As religiões são uma espécie de "rédea" para as massas populacionais. Todo o âmbito social está fundamentado na religião. Grande exemplo é o nosso Ocidente, onde os preceitos religiosos judaico-cristãos estão presentes na moral, ética e normas positivas.

Qual é a relação entre a Sociologia e a religião?

A religião tem sua autonomia, tem sua vida própria, sua dinâ- mica; é antes e depois da ciência. A abordagem sociológica da religião obedece aos postulados da ciência. A religião se transforma em objeto de pesquisa, construí- do pela Sociologia. Neste ponto se estabelece a relação sujeito- objeto.

Qual a importância de estudar as religiões?

Aprendizado para a vida O ensino religioso procura levantar e resolver questões relacionadas à ética, moral e, também, ao comportamento que envolve a sociedade. Além disso, ele abre espaço para que os alunos aprendam mais sobre paz, justiça, empatia e a importância do amor ao próximo.