Quem foi o fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro atualmente rádio MEC Música Educação e Cultura?

Quem foi o fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro atualmente rádio MEC Música Educação e Cultura?

Roquette-Pinto é considerado o pai da Radiodifusão no Brasil. Hoje é dia de celebrar os 138 anos de seu nascimento e, por isso, nós da Novabrasil trouxemos 12 curiosidades sobre Roquette-Pinto para vocês!

Professor, escritor, antropólogo, etnólogo, ensaísta, médico legista e Membro da Academia Brasileira de Letras, ele fundou a primeira emissora de rádio do país, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, em 1923, com o intuito de difundir a educação e a cultura por este meio de comunicação.

Quem foi o fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro atualmente rádio MEC Música Educação e Cultura?

O criador da Rádio Sociedade, Roquette Pinto | Foto: Reprodução.

1 – Roquette-Pinto se formou em Medicina e Antropologia

Edgard Roquette-Pinto primeiro formou-se na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 1905, mas foi na Antropologia que ganhou destaque. No ano seguinte tornou-se professor assistente de Antropologia e Etnografia no Museu Nacional da UFRJ e logo iniciou uma série de estudos sobre os sambaquis das costas do Rio Grande do Sul. 

2 – Registrou em filme, foto e texto o povo indígena isolado Nambiquara

Em 1912, fez parte da Missão Rondon, acompanhando uma expedição aos estados de Mato Grosso e Rondônia, cujo objetivo era promover a integração do território brasileiro. Passou várias semanas em contato com o povo indígena isolado Nambiquara, fazendo registros em filme, foto e texto de tudo o que se passava ao seu redor.

Registrou seus conhecimentos científicos, relações familiares, organização política, hábitos religiosos, formas linguísticas, habilidade manual, cantos e danças. Anotou musicalmente os cantos dos nativos e gravou-os em cilindros de cera com o fonógrafo portátil que usava na época.

Na volta, trouxe vasto material etnográfico e publicou o livro Rondônia – Antropologia Etnográfica (1917), considerado um clássico da antropologia brasileira. As anotações musicais foram entregues ao maestro Heitor Villa-Lobos, que as elaborou em composições assinadas em parceria com Roquette-Pinto.

3 – “O grande problema dos brasileiros não é a raça, mas sim as questões sociais e políticas”

Seus estudos sobre os tipos antropológicos do Brasil ganharam destaque por demonstrar que a miscigenação racial brasileira não havia produzido “tipos raciais” degenerados ou inferiores. De acordo com a antropologia de Roquette-Pinto, o grande problema dos brasileiros não era a raça, mas sim as questões sociais e políticas, sobretudo a falta de educação e saúde pública. Seus estudos ficaram marcados pela defesa da miscigenação racial e da população mestiça brasileira e por uma forte crítica ao determinismo racial e biológico.

4 – Roquette-Pinto se encantou com a tecnologia de radiodifusão em uma Feira Internacional, em 1922

Em 1922, ano em que o Brasil celebrava os 100 anos de sua independência, aconteceu uma Feira Internacional no país, na qual empresários norte-americanos trouxeram a tecnologia de Radiodifusão, um dos principais assuntos da época nos Estados Unidos, para apresentar aos brasileiros.

Os norte-americanos instalaram uma antena no pico do morro do Corcovado e transmitiram o discurso do então presidente, Epitácio Pessoa, que foi captado em Niterói, Petrópolis, na serra fluminense, e em São Paulo, onde foram instalados aparelhos receptores – À noite, naquele mesmo dia, os alto-falantes tocaram a ópera O Guarani, de Carlos Gomes.

Quando Roquette-Pinto entrou em contato com aquela tecnologia pela primeira vez, durante a feira, vislumbrou naquilo uma máquina importante para promover educação e cultura em massa para o povo brasileiro, e não sossegou enquanto não convenceu a Academia Brasileira de Ciências a comprar o equipamento apresentado.

5 – Inaugurou a ‘Rádio Sociedade’, a primeira emissora de rádio em operação no Brasil

No ano seguinte, inaugurou a Rádio Sociedade, a primeira emissora de rádio em operação no Brasil, com programas de cunho educativo e com fins exclusivamente educacionais e culturais, sendo o berço da ideia do rádio educativo.

Antes disso, em 1919, a Rádio Clube de Pernambuco, no Recife, já operava no Brasil, mas de forma irregular, fundada quando ainda não existiam transmissões radiofônicas na América do Sul por um grupo de amadores da TSF (Telegrafia Sem Fio, como era conhecido o rádio na época). Poucas pessoas, a maioria da classe média alta de Recife, tinham acesso às transmissões de óperas, obras clássicas e recitais que dominaram a programação dos primeiros anos. 

6 – Programação cultural, com poesia, literatura, ciência e música de concerto

Durante seus 13 anos de existência, a Rádio Sociedade manteve uma programação cultural, com poesia, literatura, ciência e música de concerto. Os fundadores produziam, escreviam e apresentavam os programas. Uns levavam discos de suas coleções de clássicos e óperas para tocar e falavam dos compositores, músicos e cantores; outros apresentavam seus programas recitando poesia, cantando ou tocando piano.

Ninguém recebia nada por isso. Roquette apresentava o Jornal da Manhã, programa em que lia e comentava para os ouvintes as notícias do dia, dando destaque ao noticiário internacional.

7 – Foi diretor do Museu Nacional da UFRJ

De 1926 a 1935, Roquette-Pinto foi diretor do Museu Nacional da UFRJ, realizando um amplo trabalho de divulgação científica, organizando ali a maior coleção de filmes científicos no Brasil.

8 – Fundou a ‘Revista Nacional de Educação’

Em 1932, fundou a Revista Nacional de Educação e, quando Getúlio Vargas aprovou a lei sobre a obrigatoriedade da exibição de filmes nacionais, criou o Instituto Nacional de Cinema Educativo. Entre 1936 e 1964, filmaram mais de 300 documentários de curta-metragem.

9 – O papel do rádio e cinema: Divulgação do saber

Para Roquette-Pinto, a constituição da nação implicava vencer distâncias, e as estradas eram referidas como “vasos nutridores” do Brasil. Enquanto o povo brasileiro precisava de acesso à educação, o país enfrentava dificuldades adicionais derivadas da sua grande extensão territorial. 

Ele compreendia o papel do rádio e do cinema como projetos de divulgação do saber, como meios eficazes de vencer distâncias, de ultrapassar os limites do espaço e do tempo, partilhando o conhecimento entre os brasileiros espalhados pelo território nacional. 

Daí sua frase:

“Para nós o ideal é que o cinema e o rádio fossem, no Brasil, escolas dos que não têm escola”. Ele afirmava que o rádio “é o jornal de quem não sabe ler. É o mestre de quem não pode ir à escola. É o divertimento gratuito do pobre. É o animador de novas esperanças. O consolador dos enfermos e o guia dos sãos, desde que o realizem com espírito altruísta e elevado”.

10 – Em 1936, preferiu doar a ‘Rádio Sociedade’ para o então Ministério da Educação e Cultura

Em 1936, com a nova lei de comunicações, que exigiu que todas as estações aumentassem a potência de seus transmissores, Roquette-Pinto, descartando a possibilidade de buscar patrocínios e tornar-se um empresário do ramo das comunicações, preferiu doar a Rádio Sociedade, ao então Ministério da Educação e Cultura. Mas impôs as condições de que a rádio continuasse a transmitir apenas programação educativa e cultural.

11 – Agora, ‘Rádio MEC’

Agora transformada em Rádio MEC, criou-se o SRE – Serviço de Radiodifusão Educativa, transmitindo uma programação única que incluía divulgação científica, literatura, aulas de ginástica, cursos de alemão, francês, inglês e língua portuguesa.

Após a extinção do SRE, a Rádio MEC continuou produzindo, em menor escala, séries de educação para o trânsito, higiene, programas de ciência, história e língua portuguesa. Hoje, apesar de praticamente não transmitir programação educativa, a emissora continua sendo uma rádio cultural. 

12 – Integrou a Academia Brasileira de Letras e outros

Em 1927, passou a fazer parte da Academia Brasileira de Letras, ocupando a cadeira número 17. Roquette–Pinto também foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Ciências, da Sociedade de Geografia, da Academia Nacional de Medicina e da Associação Brasileira de Antropologia. É homenageado pela Academia Brasileira de Médicos Escritores, como patrono da cadeira 33, e também foi um dos fundadores do Partido Socialista Brasileiro, em 1947.

Quando foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro?

Em abril de 1923, nasceu a primeira rádio brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (hoje, Rádio MEC). Não foi fundada pelo governo ou por alguma empresa privada, mas, sim, por um movimento de cientistas e intelectuais do Rio de Janeiro, dentro dos salões da jovem Academia Brasileira de Ciências (ABC).

Em qual ano foi criada a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro que é uma das primeiras iniciativas de Educação a distância?

Mais conhecida como Rádio Sociedade, foi primeira emissora do Brasil, criada em 20 de abril de 1923 na cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal, com o propósito de ser um veículo de comunicação eminentemente educativo, cultural e artístico.

Qual o nome da 1ª emissora de rádio brasileira?

A primeira emissora brasileira foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, fundada em 1923 pelo antropólogo e educador Edgard Roquette-Pinto – que também viabilizou a primeira transmissão, em 1922, e é considerado o pai da radiodifusão no Brasil.

Em que data ocorreu a doação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério da Educação e Saúde?

No dia 7 de setembro de 1936, foi realizada a cerimônia de doação da Rádio Sociedade ao Ministério da Educação e Saúde, então dirigido pelo ministro Gustavo Capanema. A Rádio Sociedade passou a se chamar Rádio Ministério da Educação, popularmente Rádio Ministério e, atualmente, Rádio MEC.